quarta-feira, abril 11, 2007

A Blinologia do Supra-Empírico

Da autoria do blinólogo Mário Neto, que continua aqui a divulgar alguns aspectos menos conhecidos da Blinologia.

O supra-empírico, ou Ideal, é o reino da Realidade intemporal, necessária e absolutamente certa, em oposição ao reino da realidade aparente, contingente, e temporal que os nossos sentidos nos dão a conhecer. É o reino da Lógica e da Ontologia, no qual se pode afirmar com toda a certeza aquilo que é sem ter que considerar como o sabemos. Sabe-se, e pronto.

É assim que sabemos que os Blin existem. Podemos conceber algo tão Blin que nada pode ser concebido que seja mais Blin. Ora se esse algo não existisse, poderíamos conceber algo idêntico mas existente, e que, por existir, seria mais Blin que o Blin que não existe. Daqui se prova, a priori, que os Blin existem. É uma prova irrefutável por duas razões. Por não estar dependente do conhecimento empírico, que sabemos ser sempre falível, e por ser tão obscura e confusa que ninguém a pode refutar.

A Blínia Sagrada dá-nos um excelente exemplo: o Tremoceiro Poeta Que Existe. A visão do mundo empírico dada pelos nossos sentidos sugere que não existem tremoceiros poetas, mas está obviamente errada. A Blínia Sagrada não fala de um tremoceiro poeta qualquer, mas sim de um Tremoceiro Poeta Que Existe, e este necessariamente tem que existir, pela sua própria definição. Devemos também notar que no aramaico antigo, língua original da Blínia Sagrada, «tremoceiro» e «poeta» eram palavras distintas, muitas vezes usadas em contextos diferentes, o que atesta à riqueza e expressividade desta língua, e à sua capacidade de distinguir conceitos tão semelhantes que hoje em dia temos dificuldade em destrinçar.

O raciocínio a priori pode-nos conduzir à Verdade Absoluta se seguirmos três importantes passos. Primeiro, partir da conclusão à qual queremos chegar. Os cientistas andam muitas vezes à toa precisamente por dependerem daquilo que observam, e assim nunca sabem hoje que opinião terão amanhã. A Blinoligia é a ciência das certezas, daquilo que sabemos sempre a priori. Nunca na Blinologia se investiga sem saber onde a investigação nos vai levar.

Em segundo lugar, formular um argumento composto de um encadeamento de palavras que conduza um interlocutor de um ponto arbitrário á nossa conclusão. É importante que este argumento seja impecavelmente lógico, pois o supra-empírico é o domínio da Lógica, mas as premissas podem ser quaisquer. Se conduzem à conclusão certa, são forçosamente as premissas certas.

Finalmente, a Revelação do Ideal pode ser obscurecida pela atenção demasiado crítica às premissas do argumento ontológico. Por isso é importante mencionar algo como o significado de uma ou outra palavra numa língua antiga para dar ao interlocutor um contexto mais alargado, mesmo que completamente irrelevante.

Fica, no entanto, um aviso importante. Os argumentos ontológicos da Blinologia são válidos por estar de acordo com a Revelação e Fé Blínica, mas é preciso não tentar aplicar o mesmo método a crendices falsas como os deuses Gregos, Romanos, ou Hebraicos, pois nesse caso apenas resultará em falsidades absurdas.

31 comentários:

  1. Não percebi nada. A ciência é um grande mistério...

    [Este comentário pode conter vestígios de: gozo, ironia, ciência, mistério]

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  2. Mas se o Bernardo ler, certamente perceberá.

    Pergunto-me qual será a sua resposta, eh!eh!

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  3. O Bernardo talvez possa ajudar, que ele parece favorecer este tipo de argumentos. Mas devo dizer que a crítica não é só aos argumentos do Bernardo. Nem são propriamente dele, porque este tipo de coisas é típico da teologia, que como todos sabemos foi copiar muito à Blinologia.

    Basta ver a explicação da santíssima trindade que citei no post anterior...

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  4. Sim, quantas vezes já me apresentaram o chamado "argumento ontológico", que é um disparate muito bem ridicularizado neste texto.

    Nem sei bem como é que alguém pode manter uma cara séria enquanto defende um disparate desses, mas a teologia tem muitos como esse. Que lixo intelectual!

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  5. Será que o Ludwig Krippahl é da família do Herman...
    Consultar!

    http://www.citi.pt/hermanet/frameset_krippall.html

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  6. Ui! o Jovem João Vasco tenta excitar ovelhas tresmalhadas que por aqui passem para ganhar comentários para o blogue do seu guru intelectual.

    Só que tem um problema, Jovem João Vasco: mostrar ignorância em relação à Santíssima Trindade só provoca uma profunda compaixão num humilde cristão e dá uma vontade danada de os sentar nos joelhos e explicar-lhes pacientemente o que é a Santíssima Trindade. Os meus filhos - 6 e 8 anos - já perceberam. Vcs também lá chegariam: só precisam de paciência, carinho e muita atenção... ;-)

    [este comentário pode contar vestígios de: gozo, ironia]

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  7. Explicar o que é a santíssima trindade? Mas afinal em que é que ficamos, é mistério ou não é mistério?
    Se é realmente mistério então é suposto toda a gente mostrar ignorância.

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  8. Rapaz do Olho Retrovisor

    É um mistério só acessível a pessoas simples, não a intelectuais do tipo do seu irmão ou do Jovem João Vasco.

    Esse é que é o grande mistério: como é que uma grande cabeça como a do Ludwig não percebe o mistério e o Zé da Esquina entende-o? A ciência explicará isso? Há alguma explicação biológica? O seu irmão caiu do baloiço quando era pequenino?

    [este comentário pode conter vestígios de: ironia]

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  9. Essa do clero é genial! Não é invenção do António, eu já tinha ouvido e lido isso.
    Faz lembrar a história em que o "Rei vai nu".

    Na história do "Rei vai nu", os aldrabões, para proteger a sua mentira, dizem que para ver aquele fato é necessário ser isto e aquilo.
    Assim qualquer pessoa com espírito crítico que constate o óbvio: não está lá fato nenhum, sente-se desencorajada a fazê-lo porque não quer parecer limitada.
    Pelo contrário: as pessoas dizem que vêm o fato com clareza, e até acrescentam pormenores sobre o mesmo.


    Aqui, o clero fez o mesmo para contar as suas aldrabices. Diz que quem acredita tem esta e aquela qualidades, e que quem pensa que essas histórias não fazem sentido é limitado (em termos espirituais).

    E depois quase toda a gente se comporta como se não fosse um absurdo patético e ridículo o "mistério" da santíssima trindade.

    Para mim o "mistério" é saber como se põe tanta gente a engolir esse disparate (1+1+1=1), tal como os aldrabões da história tinham posto toda a cidade a ver o fato do Rei.

    Lembro-me que da primeira vez que vi essa história o meu espanto foi o seguinte: "então porque é que as pessoas foram dar ouvidos à criancinha? Porque é que não se riem paternalmente de como ela é limitada, e continuam todos absorvidos pela sua crença ridícula?".

    No mundo da religião é isso que acontece.

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  10. João,

    Dennett dá uma explicação interessante, no Breaking the Spell. O mais provável é que ninguém acredite na trindade, até porque não há nada aí que se possa acreditar. Simplesmente não faz sentido.

    Mas acreditam em acreditar nisto. O crente acredita em ter fé, e esforça-se por isso, mesmo quando o absurdo o torna impossível. E o absurdo destes credos é em si uma característica importante. Se algo é compreendido provavelmente vai ser transmitido a outros por palavras diferentes. Mas o absurdo incompreensível tem que ser transmitido verbatim, sem mexer uma vírgula.

    Penso que é mais fácil perceber a crença religiosa se a virmos principalmente como a crença no dever ou na virtude de crer. As proposições que a religião apresenta são literalmente incriveis, mas o crente acredita que é bom acreditar nelas, e esforça-se por isso. Com pouco sucesso, como se pode ver pelos para raios nas igrejas, entre outras indicações.

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  11. Por favor, algum cristão se voluntaria para servir de bombo de festa ao Ludwig e ao JJV? Parecem desesperados, precisam de um cristão para lançar no fogão...

    [este comentário contém vestígios de: gozo]

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  12. Ludwig:

    Acho que isso é verdade, pensei sobre esse assunto depois de ter escrito sobre esse tema aqui: http://www.ateismo.net/diario/2007/04/f-srio.php (passo a publicidade).

    A vivência da esmagadora maioria dos crentes mostra exactamente isso: eles gostariam de acreditar na vida eterna, e em tudo isso, mas não acreditam com muita convicção. Apenas os mais fundamentalistas acreditam.

    Os outros acreditam que acreditam e que é bom acreditar. Mas na prática têm muitas dúvidas, mesmo que nem a si próprios o confessem.

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  13. Mas nesse ponto, também a comparação com a história do fato invisível bate um tanto certo.

    Não se podia dizer que cada cidadão via ou não via o fato. Era um misto de quererem "ver", ao ponto de ter uns vislumbres imaginados; e não admitir para si próprios que não o viam, pelo que isso significaria.

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  14. Muito mais do que de um cristão bombo da festa, este blog beneficiaria de um cristão com argumentos à altura dos do bloguista, e, já agora, do João Vasco. Sempre supondo que esses argumentos existem. E o nível, meus senhores, o nível ....

    Cristy

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  15. Cristy

    Tem toda a razão. O nível desceu mas isso é culpa do responsável do blogue que não consegue mobilizar cristãos carismáticos para o debate.

    Eu bem tento alertá-lo para isso mas sem sucesso...

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  16. Caro António,

    É de facto um problema. Mas cristãos verdadeiramente carismáticos há poucos. Homens como Jim Jones ou David Koresh não há por aí aos pontapés. E os poucos que há não se interessam pelo debate, razão aliás porque são tão carismáticos enquanto cristãos.

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  17. Caro Ludwig

    Se quer fomentar um debate sério com os cristãos ou quem quer que seja não pode usar o sacrasmo nem o gozo como "arma" de argumentação.
    Ninguém gosta de ser "gozado". Tem de entender que isso é perfeitamente humano. E muito poucos estão na disposição de expressarem opiniões e serem insultados pelos amigos do blogger.

    Tem o direito de fazer o que quiser com o seu blogue. Longe de mim querer condicionar as suas opiniões. Mas o retorno que tem em termos de comentários é fruto da forma como escreve e como aborda os temas.

    É possível falar sobre religião, filosofia ou qualquer outro assunto sem achincalhar ninguém, de uma forma cordata e civilizada. O tipo de comentários que aqui tenho colocado ultimamentee é função do tipo de posts que o Ludwig publica. Tenho a certeza que não gosta da forma como me tenho exprimido. Mas se analisar bem, plagiei, com menos inteligência como é óbvio, o seu estilo. Gostou? Penso que não. Reflicta. Deixá-lo-ei em paz nos próximos dias. Vou dedicar-me ao Diário Ateísta, anda muito mortiço.

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  18. Caro António,

    O debate só é possível com quem esteja disposto a mudar de ideias e a escolher a melhor hipótese. Quem tem fé ou confiança absoluta na sua posição inicial nunca poderá debater, nem a sério nem a brincar. Pode trocar palavras, mas isso não chega para fazer um debate.

    O que eu achincalho é precisamente aquele conjunto de atitudes que impede o debate. São as certezas absolutas, as crenças inabaláveis, os absurdos tidos como a mais importante das verdades.

    Veja-o como um filtro. Todos os que se sentirem ofendidos, gozados, ou achincalhados são quase certamente aqueles com quem não adianta debater seja o que for.

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  19. Caro Ludwig

    O Ludwig também está cheio de certezas absolutas, verdades inabaláveis, verdades que julga mais fortes que o betão.

    O Ludwig não quer mudar de ideias, nem põe essa hipótese de um ponto de vista meramente académico.

    O Ludwig quer é convencer os outros a mudar de ideias. Mesmo que lhe mostrem que não tem razão tentará sempre encontrar um argumento que salve as suas teorias. Não critico isso. É apenas uma evidência. E digamos que é uma deformação profissional. O Ludwig vive num ambiente profissional extremamente competitivo e duro em que perder a razão pode significar o ocaso profissional e o fim de uma carreira. Como não podemos criar compartimentos estanques na nossa vida, acabamos por ser um todo. E o Ludwig transporta a sua agressividade argumentiva para o blogue.

    Eu e o Ludwig temos convicções fortes. Não se mudam facilmente com um estalar de dedos. Eu deixei a Igreja aos 14 anos e voltei a interessar-me por religião aos 40 e poucos. Demorei quase 30 anos para expurgar as dúvidas que tinha. Não é com uma discussão de meia dúzia de linhas numa caixa de comentários de um blogue que se muda uma visão do mundo.

    A vida ensinou-me que ninguém muda ninguém (exceptuando o caso de pessoas com personalidades muito fracas...). A mudança ocorre geralmente como reflexo de uma vontade própria. Na juventude somos influenciáveis, estamos abertos a novas experiências e ideias. Na sua e na minha idade temos mais certezas do que dúvidas.

    O Ludwig, inconscientemente, "mata" o debate que gostaria de ter. O "filtro" que coloca acaba por criar o deserto na sua caixa de comentários. Será que terá de esperar 40 anos [número simbólico como o da Bíblia...] para perceber isso?

    Perguntará, depois do que escrevi, o que faço por aqui e qual o interesse pelo seu blogue. Bom, gosto de o ler, aprecio a forma como escreve, de vez em quando aprendo alguma coisa, outras vezes "desaprendo". Acima de tudo não quero ficar fechado numa redoma e preciso de ter abertura intelectual em relação a outras formas de ver o mundo e a realidade. Tal como a mim me fará bem vir aqui, penso que seria óptimo para si se frequentasse o fórum do paroquias.org... ;-)

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  20. Caro António,

    Não tenho qualquer dificuldade em separar o blog da minha vida profissional. Nem nas aulas de programação falo de copyright ou religião, nem me lembro de ter aqui escrito posts sobre unificação, backtracking, ou cálculo de estruturas.

    A sua ideia que a minha progressão na carreira de professor universitário depende do número de vezes que tenho razão é, para ser simpático, ingénua e desligada da realidade.

    Mudar de ideias não é sinónimo de personalidade fraca. Pelo contrário. E se é verdade que eu sou moldado pela minha profissão, saiba que em grande parte sou pago para mudar de ideias. É quando as ideias mudam que se publica mais qualquer coisa.

    Neste momento só um dia por outro é que consigo acompanhar os comentários neste blog. Se isto é um deserto, já é areia demais para a minha camioneta.

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  21. Caro Ludwig

    Não interpretou bem o conteúdo do meu comentário anterior mas não o quero sobrecarregar com mais "areia". Fico por aqui.

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  22. "Esse é que é o grande mistério: como é que uma grande cabeça como a do Ludwig não percebe o mistério e o Zé da Esquina entende-o? A ciência explicará isso? Há alguma explicação biológica? O seu irmão caiu do baloiço quando era pequenino?"

    A questão não é tanto perceber o mistério ou não, é perceber se nos estão a querer enganar com lábias religiosas ou não. O Zé Ninguém claramente não percebe. Por outro lado, o meu irmão, apesar de não ter caído do baloiço, caiu relamente do beliche quando era pequenino. Suponho que isso tenha sido castigo de Deus por antecipação, um bocado na onda de morrer pelos nossos pecados 2000 anos antes de podermos sequer pecar fosse o que fosse.

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  23. Kripp

    Tenho de reconhecer originalidade no seu argumentário. Imagine se o nosso primeiro-ministro se lembra de culpar Deus pelo não cumprimento das medidas do défice orçamental. Como poderá a Comissão Europeia penalizar-nos? Não existirá um conluio entre a Igreja e José Sócrates para que o novo Tratado Constitucional contenha referências às raízes cristãs da Europa? Não existirá um conluio para que o perdão cristão seja estendido ao âmbito político-orçamental? Há sempre uma perspectiva nova para analisar um problema.

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  24. Convém salientar que não caiu:

    Atirou-se.

    Da cama de cima.

    De cabeça.

    Contra uma alcatifa fina, colada à betonilha.

    Podemos apenas especular, mas nota-se uma certa semelhança entre essa atitude e este blog.

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  25. "Olha que cais, olha que cais". Palavras. Mera teoria. Mas para terem significado era preciso que alguém as associasse ao empírico.

    Desde pequeno que me sacrifiquei a bem do conhecimento...

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  26. "Sacrificio" é uma palavra cristã! Há uma ténue hipótese de salvação para si, Ludwig... ;-)

    p.s. - obrigado por a família krippahl ter aparecido por aqui... já duvidava da minha capacidade para os mobilizar... ;-)

    p.s.- e, porque não reconhecer? já tinha saudades de todos... ;-)

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  27. «"Sacrificio" é uma palavra cristã»

    Não é não.
    Já havia "sacrfícios" muito antes do cristianismo ou do judaísmo até.

    Os antigos egípcios, os antigos gregos, e muitos outros já sacrificavam animais.

    E mesmo sacrificar pessoas não é exclusivo do cristianismo. Os Incas sacrificavam milhares de escravos, prisioneiros, e outros ao Deus Sol, por exemplo.


    Dir-se-ia que não é só o cristianismo, mas uma série de religiões, que estão associadas ao "sacrifício fútil".
    Mas sacrifícios por esta ou por aquela razão já são feitos desde a pré-história.
    Quando o ser humano age racionalmente, é mais fácil que os sacrifícios não sejam em vão.

    (Atirar-se da cama a baixo não parece estar na segunda categoria, lamento)

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  28. João Vasco

    Em primeiro lugar deixe-me saudá-lo. Estava preocupado com a sua ausência. Da próxima vez deixe um aviso do tipo "vou de férias", "estou muito ocupado", etc.

    Em segundo lugar, deixe-me aconselhá-lo a estudar melhor a Bíblia. O cristianismo, vertido no Novo Testamento, veio acabar com os sacríficios animais e humanos do Antigo Testamento. Penso que deve rever os seus conhecimentos bíblicos indo directamente à fonte e lendo bons autores cristãos e não confiar cegamente naquele site dos cépticos que refere amiúde no Diário Ateísta.

    O regresso do João Vasco ao cristianismo é uma questão de tempo. Um dia perceberá que não existe contradição em ser cientista e católico. E voltará à casa paterna, como diria o meu irmão Alberto do Diário Ateísta.

    O Ludwig é um caso mais díficil mas como é inteligente também conseguirá. E convertido o Ludwig o resto da família vem por arrastamento. Gostava de ser padrinho de baptismo do Ludwig. Não lhe ofereceria o talher em prata, porque ele já sabe comer de faca e garfo, mas teria o maior prazer um oferecer-lhe uma pulseirinha em ouro, embora seja um adereço um pouco pimba(*).

    (*) Para mim, o humor também é um filtro... ;-)

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  29. «O cristianismo, vertido no Novo Testamento, veio acabar com os sacríficios animais e humanos do Antigo Testamento. Penso que deve rever os seus conhecimentos bíblicos indo directamente à fonte e lendo bons autores cristãos»

    Mas são precisamente os cristãos que defendem que o Evangelho gira todo à volta de um sacrifício humano - o sacrifício de Jesus.

    Eu até cheguei a argumentar que se fossem coerentes os cristãos teriam de admitir não ter havido qualquer sacrifício - se Jesus sabia à partida que não ia perder definitivamente a vida, ele nunca terá sacrificado a sua vida.
    Mas nenhum cristão conseguiu admitir a evidência de tal argumento. Assim sendo, são os cristãos os primeiros a ter a certeza que os sacrifícios (de alguém) não acabaram no antigo testamento.


    De resto, cito o Ludwig neste mesmo blogue a falar sobre fé e conhecimentos [como o científico, por exemplo]:

    «Concordo que conhecimento e fé são distintos, mas não que se complementem. O bife e as batatas fritas complementam-se. Ou a flauta e o violino, ou as calças e a camisola. A fé e o conhecimento são o gato e o rato. Ou se separam, ou há chatice. Tanto uma como outro pretende legitimar que se aceite algo como verdade, mas muitas vezes indicam precisamente o contrário. O conhecimento diz que num sistema que não troca energia com o exterior a entropia não diminui. A fé diz que há um deus que, se quiser, faz com que a entropia diminua num sistema isolado. Isto não é complementaridade. É contradição. Ou se rejeita o conhecimento acreditando que isto é possível, ou se rejeita a fé como uma hipótese refutada. Este é apenas um exemplo entre muitos. Em geral, ou se tem fé, ou se compreende. Não há complementaridade. Quem tem o bife, quer batatas, mas ninguém precisa de ter fé naquilo que já compreende...»

    http://ktreta.blogspot.com/2007/03/f-e-conhecimento.html

    A verdade é que o raciocínio é simples e devastador.
    Não voltarei ao cristianismo por entender que não existe contradição entre o conehcimento científico e a fé simplesmente porque isso é falso.
    Por muito que seja repetido, e repetido, porque é bonito e politicamente correcto, é falso.

    Essa contradição existe.

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  30. João Vasco

    Um dia discutiremos esses temas. Por agora ficaremos com esta dúvida angustiante (?): qual de nós dois tem razão? Estou convencido que sou eu e no futuro explicar-lhe-ei porquê. Por agora só tenho tempo de fazer pequenas incursões nas caixas de comentários. Não posso passar muito tempo por aqui.

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