É isso mesmo.
Fiquei chateado quando li o que o Helder Sanches escreveu (1):
«Lamentavelmente, muito do que é escrito em sites e blogues cujo tema central é o ateísmo utiliza exactamente as mesmas técnicas da imprensa cor-de-rosa: escandaleira, fofoca e má-língua!»
Chateou-me não me ter eu lembrado primeiro. Bolas. É que é mesmo isso. Um exemplo há uns tempos foi o caso de Ted Haggard, um influente pastor evangélico, grande opositor da homossexualidade, e que afinal mantinha relações homossexuais.
Condenar a homossexualidade é uma ideia disparatada venha de onde vier; dum heterossexual ou de um homossexual assumido ou disfarçado. É disparate condenar um acto privado e consensual praticado por adultos, mesmo que um dos adultos seja pastor evangélico. Mas ateus por todo o lado regozijaram com a desgraça de um homossexual evangélico que, nisto pelo menos, não fez nada de errado. Haggard tem todo o direito às suas preferências sexuais e opiniões (quaisquer que sejam), e todo o direito de manter privada a sua vida sexual.
Depois acusam-no de hipocrisia, quando provavelmente o homem acredita mesmo que cometeu um pecado terrível. É uma tristeza, mas não é hipocrisia. Hipócritas são os ataques pessoais vindos de quem supostamente defende o livre pensamento. A melhor coisa que os ateus têm é a facilidade de pôr o respeito pelas pessoas antes de qualquer ideologia. Isto é difícil para quem crê seguir a vontade de um deus, mas devia ser prática regular para quem reconhece que todas as ideias e crenças – incluindo as suas – são invenção de humanos falíveis.
Eu não respeito crenças. Sou a favor de dissecar, criticar, e achincalhar qualquer ideia da treta (incluindo as minhas). E gostava que os crentes convictos (de toda a espécie) percebessem que e a melhor maneira de resolver divergências é atacando hipóteses em vez de atacar pessoas.
1- Helder Sanches, 9-1-07, Os Malefícios do Ateísmo Cor-de-Rosa
Quando li o inicio, ja estava a esfregar as mãos e a pensar: "Isto vai dar polémica"
ResponderEliminarLudwig, acompanho seu blog a tempos e sempre hesitei em comentar mas, desta vez, você foi perfeito!
ResponderEliminarAbraços e parabéns pelo seu belo blog!
Abraço. De um crente. : )
Helder,
ResponderEliminarAdmito, foi um truque baixo para chamar a atenção. Fico feliz por ter funcionado, mas espero que a taquicárdia já tenha passado :)
Luís,
ResponderEliminarMais polémica? Não há aqui já que chegue? :)
Caro Bhbs,
Muito obrigado pelo comentário, e nem lhe levo a mal a insinuação que das outras vezes não fui perfeito ;)
Caro BhBs,
ResponderEliminarMas afinal quem foi perfeito? O Helder ou o Ludwig? Vai haver guerra pela perfeição? O que eu quero é polémica...que este país cada vez anda mais chato...
Caro Ludwig:
ResponderEliminarO meu obrigado pela ligação. Não conhecia este Helder Sanches, mas já está nos meus favoritos. Creio que sabe que sou católico, embora bastante desalinhado, e espero que seja um prazer ler o Helder como o é ler o Ludwig.
Heresía! Sacrilégio!
ResponderEliminarF*DA-S* !!!
ResponderEliminar