domingo, setembro 27, 2009

Cara Lilly.

A Lilly Allen é (dizem) uma cantora famosa. Apesar de ter começado a carreira gravando a sua voz com músicas de outros cantores famosos e pondo-as online, recentemente decidiu lutar contra a partilha de ficheiros. Criou um blog para criticar os “piratas” e defender o corte da ligação a quem partilha, foi logo apanhada a plagiar (1), acabou por apagar o blog e dizer que desiste da música (2) e agora até mudou de ideias quanto aos castigos aos partilhadores (3).

Mas isto, por si, tem pouco interesse. É apenas mais um de muitos exemplos da ausência de correlação entre fama, talento artístico e sensatez. Apenas o menciono como introdução a este vídeo do Dan Bull, outro músico, que compôs esta carta aberta à Lilly. Está porreiro.



Via ZeroPaid.


1- TorrentFreak, 21-9-09, File-Sharing Heroine Lilly Allen is a Copyright Hypocrite
2- TorrentFreak, 24-9-09, Lily Allen Deletes Pro-Copyright Blog and Ends Career
3- TorrentFreak, 25-9-09, Lily Allen Changes Tune, Now Wants To Throttle Pirates

9 comentários:

  1. Constato com agrado que te mantiveste no pleno respeito das leis que regem o nosso processo eleitoral, aguardando até depois do fecho das urnas nos Açores para publicar um post que termina com a expressão "Está porreiro". Embora faltando o ",pá!", foi prudente.

    Falando a sério, é uma excelente intervenção. Gosto particularmente da parte em que é dito this problem is not as clear cut as you make it, ou algo com o mesmo significado. Acredito de facto que um dos maiores problemas com esta questão é o facto de não ser um problema a preto e branco, right or wrong, e o texto destaca isso. Estamos demasiado habituados a questões em que, se a outra parte não tem razão, então temos nós, e o problema do copyright não é assim tão simples. Em última análise, trata-se de mudar uma sociedade, não de roubar filmes num supermercado.

    ResponderEliminar
  2. Exacto, Nuno. Um dos problemas maiores é a insistência que o copyright é um direito, um valor em si, em vez de reconhecer que é apenas uma ferramenta para incentivar certas coisas. Um género de súbsidio. E esses devem ser sempre concedidos ponderando os prós e os contras.

    ResponderEliminar
  3. == off topic ==

    Odeio o João Vasco.

    ResponderEliminar
  4. Bruce,

    Um voto útil pela culatra :P

    ResponderEliminar
  5. Não podemos todos ser porreiros uns com os outros, hã? Porquê tanta hostilidade, tanto ódio? :D

    ResponderEliminar
  6. Esse Dan Bull fez uma musiquinha gira e levanta um questão que merece ser salientada. Talvez se devesse banir os CDs, e então as pessoas pagariam para ver as bandas ao vivo. Pq não banir a rádio também, acrescentaria eu. E todas as outras formas de se desfrutar a música para além da pureza dos concertos ao vivo. Isto de ouvir música em diferido, através de dispositivos electrónicos ou mecânicos é "contra-natura". :)

    Qualquer executivo da "industria musical" diria que isto é uma péssima ideia. CDs e concertos fazem promoção cruzada uns aos outros, e a rádio faz promoção a ambos. Cortando-se com os CDs e a Rádio, os concertos estariam às moscas.

    Então pq lhes custa tanto a aceitar que a partilha de ficheiros é MAIS uma forma de promoção, que faz crescer o ecossistema no seu todo? Uma nova espécie de "rádio"? Parece que os executivos das editoras, e artistas como a Lily Allen e os Metallica, entram em pânico quando pensam que algures há gente a ouvir as suas músicas sem pagar. Acham que isto equivale a roubo... mas será mesmo?

    Vejamos, quantas bandas, artistas e músicos não gostariam de estar no lugar dos Metallica ou da Lily Allen, com muitos milhares de "piratas" a sacarem as suas músicas de graça na net? Pois é... Mas então se os piratas só roubam os artistas, eles gostavam de ser roubados??? Não, eles percebem intuitivamente que muitos "piratas" = muitos fans, o que directa ou indirectamente, mais cedo ou mais tarde, equivale a dinheiro no banco!

    A verdade é q nunca se fez tanta música como hoje, a nível de receitas a industria musical no seu todo está crescer, e quer queiram quer não, a internet e a partilha de ficheiros contribuíram para isso. Este rebuliço todo é por causa de um segmento dessa industria, que sobrevive da venda de discos de plástico, que está a lutar pela sua sobrevivência pedindo proteccionismo ao governo inglês (e não só). Preferem acabar com o maior e mais eficaz meio de distribuição de música alguma vez criado, do que se adaptarem à nova realidade. E o pior é que há quem lhes dê ouvidos...

    ResponderEliminar
  7. Mário Miguel,

    Essa é boa. O banco faz asneira e um desgraçado qualquer fica sem os emails.

    Mais uma razão para não ter os emails todos online...

    ResponderEliminar

Se quiser filtrar algum ou alguns comentadores consulte este post.