Treta da Semana: Definir coisas.
Na Jornada Fé e Ciência, ontem em Braga, encontrei vários exemplos de um problema recorrente nas discussões sobre religião. A confusão entre a definição de um termo e os atributos daquilo que o termo designa. É como se pudéssemos definir as coisas em si. Por exemplo, que a ciência não se pode pronunciar acerca de Deus porque Deus não tem atributos ou efeitos detectáveis. Ou que a fé nos dá um caminho para o conhecimento que não requer verificação independente. E o exemplo clássico, como definir o amor.
Não definimos o amor tal como não definimos o tijolo. O que podemos definir são as palavras “amor” e “tijolo”, e isto, em última análise, exige a presença daquilo que estas designam. Para quem nunca viu tijolos, saber que é «peça de barro usada na construção» não adianta, tal como «afeição profunda» não ajuda quem nunca amou a perceber o que “amor” designa. É como explicar o sentido de “azul” a um cego. Só podemos dar a conhecer o significado destas palavras se perante aquilo que elas designam.
Se definirmos o termo ao contrário, partindo das palavras em vez da coisa que o termo designa, deixamos em aberto a questão do termo corresponder a algo real. Posso definir “tijolor” como «sentimento de amor profundo e paixão por um tijolo». Mas a definição do termo não garante que haja tal coisa. Daí a aldrabice em definir o conhecimento pela fé como uma forma de conhecimento que prescinde de justificação independente. É legítimo definir o termo “conhecimento pela fé” desta maneira, mas não é legítimo inferir daí que haja tal forma de conhecimento e que isto não seja apenas um termo disparatado. Tal inferência só se justificaria se houvesse indícios independentes que a fé serve para obter conhecimento. Ou seja, a tal justificação de que se querem safar por decreto da definição.
O problema em dizer que Deus está fora da ciência é semelhante. Podem definir “Deus”, a palavra, como designando um ser que cuja presença ou efeitos não se pode detectar. Essa palavra, assim definida, é mesmo inútil para a ciência e para o conhecimento por ser um termo com o qual nada podemos fazer. Mas isto não diz nada, nem justifica dizer nada, acerca do deus ou deuses que existem. Essa definição é irrelevante para resolver este problema ou qualquer outro.
É uma confusão comum na teologia cristã e, julgo, na apologética religiosa em geral. Em vez de moldarem as palavras ao que se constata da realidade querem ditar a realidade com as palavras que proferem, como se a definição da palavra “Deus” ou do “método da fé” fosse, por si só, determinar quais deuses existem, quais são fantasia e o que se pode fazer com a fé. Um exemplo extremo é o argumento ontológico de Anselmo, que defendeu a existência de Deus incluindo a existência na definição de “Deus”. Mil anos mais tarde continuam a insistir no mesmo erro, tal é a força da tradição...
Pois é. Grande chatice. Um beco sem saída.
ResponderEliminarOu talvez não!
ResponderEliminarEu que "era" ateu até ontem, agora sou crente, porque Deus falou comigo e disse-me que todos os "António Parente" deste mundo deveriam fazer um donativo de 1 milhão de Euros ao Ludwig.
Desobedecer a Deus é pecado.
Acabo de ter mais um contacto com Deus, e ele disse-me que também os que assinam "perspectiva", "marcos sabino", "rodrigo bento" e "domingosfaria.net" em blogs, também deveriam fazer esse donativo.
ResponderEliminarAo Ludwig? A tua nova religião é muito altruísta, António :).
ResponderEliminarBom texto, Ludwig. Vejo também que o Desidério não desiste da sua senda "a filosofia também é empírica, mas por outro lado não é, pois vem antes dela, mas "a priori" não quer dizer "antes", mas para não haver dúvidas, vem mesmo "antes", porque é possível fazer pensamentos "a priori", sem passar por experiência, e embora tudo se calhar tem um princípio empírico, não se deve levá-lo a sério, porque isto da filosofia é coisa séria não é como a religião que disparate, e o que a distingue não é o empirismo, mas a qualidade do raciocínio, que, como todos sabemos, é determinada apenas por filósofos que sejam de qualidade. Quais são esses? Ora, são os que eu digo que são! Há algo mais objectivo que isto?!?"
Sinceramente, eu até gosto do Desidério, mas ele está a entrar num caminho muuuito estranho...
Barba Rija
ResponderEliminarComo eu o compreendo! É uma chatice quando alguém coloca em causa as nossas crenças mais queridas. Passo por isso todos os dias.
O "problema" do Desidério é que colocou em causa as ideias do Barba Rija. Quando ele "casca" na religião é um "amigalhço". Quando fala coisas que nos incomodam então "ele está a entrar num caminho muuuito estranho..".
É uma chatice, repito. Se todos concordassem connosco e nos dessem razão, como o mundo seria mais simples... ;-)
Barba Rija,
ResponderEliminarNão é a minha religião que é altruista, isto é o copyright que acho que eles devem ao Ludwig. :-) Esta é que são 2 coelhos com uma cajadada, espera até o Desidério me conhecer.
Aquilo que estou indirectamente a propor é que os caros nomeados paguem, ou expliquem porque é que não acreditam que Deus lhes ordenou o pagamento através de mim, que agora sou crente, por ter falado com Ele.
Ludwig diz:
ResponderEliminar"O problema em dizer que Deus está fora da ciência é semelhante. Podem definir “Deus”, a palavra, como designando um ser que cuja presença ou efeitos não se pode detectar."
Mais uma vez, o Ludwig está totalmente enganado.
A presença e os efeitos de Deus são perfeitamente detectáveis.
1. O Universo é um efeito da presença de Deus, já que ele não tem condições para se produzir a si próprio. Ele teve um princípio, estando hoje a perder energia e complexidade. Por isso, ele necessitou de uma causa que lhe tenha fornecido energia e ordem no princípio, e que não tenha tido ela mesmo um princípio.
Essa causa só pode ser um Deus todo poderoso, racional e eterno, tal como a Bíblia ensina.
2. O Universo encontra-se estruturado de acordo com leis físicas, as chamadas leis naturais. Por isso, ele pode ser estudado racionalmente. A ordem e a racionalidade inerentes ao Universo, juntamente com a sua extrema complexidade, permitem-nos corroborar a racionalidade, a omnisciência e a omnipotência de Deus. As leis da natureza são descobertas pelos cientistas, mas foram criadas por Deus. Ele é o legislador.
3) O Universo encontra-se plenamente sintonizado para a vida, falando os cientistas da existência de centenas de coincidências antrópicas.
Também isso é inteiramente consistente com a presença e com os efeitos de um Deus vivo que criou o Universo para manifestar a sua glória e para permitir a vida do ser humano criado à sua imagem e semelhança.
A sintonia do Universo para a vida só é um mistério para quem não conhece o Deus da Bíblia.
3) O Código de DNA contém informação codificada, especifidando a produção,a reprodução, o funcionamento e a adaptação dos seres vivos, em quantidade e qualidade que transcendem tudo o que o ser humano é capaz de compreender e imitar.
Não existe informação sem inteligência.Não existe código sem inteligência.
A vida só é possível graças à existência simultânea de informação codificada e do mecanismo necessário para a sua transcrição, tradução e execução.
A vida é um efeito visível de Deus.
De resto, não se conhece qualquer explicação naturalista para a origem da vida ou de informação codificada. A vida nunca poderia surgir por processos naturalisticos, na medida em que ela necessita de um ingrediente não naturaliistico: informação codificada.
4) Jesus Cristo, Deus connosco, foi visto por muitas pessoas, as quais presenciaram e registaram os seus milagres e a sua ressurreição. Eles registaram que Jesus era todo o poderoso e que a natureza obedecia prontamente às suas ordens. Ele curava cegos, ressuscitava mortos, transformava a água em vinho, andava sobre as águas, acalmava as tempestades, etc. Isso foi visto e registado, podendo ser investigado historicamente.
Infelizmente para os evolucionistas, o Big Bang nunca foi observada por ninguém. A origem do sistema solar a partir de uma nebulosa tão pouco foi observada. A origem casual da vida, também nunca foi observada ou explicada. Também o hipotético ancestral comum nunca foi visto ou descrito.
Também a transformação de uma espécie menos complexa noutra mais complexa também não foi vista.
Curiosamente, alguns evolucionistas dizem que essa tranformação é demasiado lenta para poder ser observada em laboratório e demasiado rápida para ser observada no registo fóssil. O certo é que ela nunca foi nem pode ser observada.
Tanto basta para mostrar que a teoria da evolução é pura ilusão naturalista.
Ludwig diz:
"Essa palavra, assim definida, é mesmo inútil para a ciência e para o conhecimento por ser um termo com o qual nada podemos fazer."
Podemos sim.
Podemos saber que o Big Bang não funciona, porque viola a lei da conservação da energia e porque o Universo é constiuído por informação cuja origem a matéria e a energia não explicam.
Podemos saber que a vida nunca pode ter surgido por acaso, na medida em que ela depende da codificação das instruções necessárias à sua especificação e reprodução e isso só uma inteligência pode fazer.
Podemos saber que o junk DNA não é junk, com alegados vestígios da evolução, antes contém múltiplos níveis de informação codificada, com uma complexidade inimaginável.
Podemos saber que afinal a Lucy é verdadeiro macaco e que os Neandertais são verdadeiros seres humanos.
Podemos saber que a coluna geológica e os fósseis não retratam a evolução naturalista mas uma catástrofe global, como a Bíblia ensina.
Podemos saber que depois da morte física temos a possibilidade de viver eternamente com o Criador ou de morrer eternamente sem Ele.
Antonio parente, não projectes por favor.
ResponderEliminarAntonio sem ser parente, não te esqueças de cobrar o dízimo.
Barba Rija
ResponderEliminarMas é a mesma coisa! É uma chatice, mas é a mesma coisa! Como eu te compreendo! Sem projecções! Afinal és meu primo!
TATARATARA
ResponderEliminarO circo chegou! Apresentamos o palhaço perspectiva que só sabe falar de um coisa. A sua origem: ele é um advogado que entrou na AnswersInGenesis, e um curto-circuito levou a uma profunda lavagem-cerebral que impede de falar de outra coisa para além de um assunto específico e assim nasceu o palhaço criacionista, que juntamente com outros palhaços fizeram um circo ambulante nos blogs.
O palhaço diz que o Grande Palhaço criou um Universo que é uma palhaçada que só desgasta-se. O palhaço diz que o Grande Palhaço é juiz. O palhaço diz que o Universo está feito para haver vida em Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, nos asteróides, Júpiter, Saturno, Urano, Neptuno, Plutão, etc. Também está feito para palhaços. O palhaço volta a falar em DNA. O palhaço nunca viu as séries "La Vie" onde mostra os genes como "surfers" que unem-se, uns tipos enrolem-nos transformando numa hélice e depois numa massa, depois passa por um rolador onde transformam-se em proteínas - a metáfora não era um programador. O palhaço fala de um palhaço chamado Jesus que tem relações com ele. O palhaço depois fala do Big Bang. Eu nunca vi o Grande Palhaço, eu nunca vi o palhaço Jesus, mas vê-se o Universo em expansão, as galáxias distantes, os efeitos do Big Bang e podemos testar as ideias. Palhaçadas é que não podem ser testadas. A energia no Universo é sempre a mesma por ser um sistema fechado - conservação da energia -, mas o palhaço diz que isso é problema. O palhaço deve ter estudado Física na escola dos palhaços. O palhaço também esquece que os seres vivos podem ter características de antepassados apesar de "perderem informação", como os pombos domésticos que podem voltar a ser como o pombo selvagem se reproduzirem livremente. Atavismo é lixado. Esse fenómeno já era conhecido no século XIX! O palhaço também vai querer dizer que se X para Y há perda de informação e que de Y para X continua a haver perda de informação? Bem, os palhaços não definem de forma objectiva o termo "informação", tal como foi definido originalmente em Informática, por isso podemos dizer qualquer palhaçada. E isso reponde ao palhaço Sabino, que faz comédia como aquele que pergunta por que é que a Lua não cai se a Teorias da Gravidade é correcta. Até Darwin deu um exemplo de cabras que viajam ao cume de uma montanha, surgindo populações diferentes de cabras. As populações intermediárias foram extintas, enquanto que os extremos mantiveram-se. E assim macacos, baratas, tubarões e límulos continuam a existir, tal como os palhaços.
TARATATAM TATARATAM
E assim foi o circo sobre assuntos alheios ao artigo, que o palhaço disfarça com citações. O palhaço vai voltar com o seu incrível malabarismo com DNA e vai colocar a cabeça na boca do homem invisível. Não perca a perspectiva de um palhaço que pensa ter estudado Ciência! Não percam o episódio em que testes não querem dizer nada - como concluem os palhaços da AnswersInGenesis.
António,
ResponderEliminaro Perspectiva devia antes ser multado por metro quadrado de lençol.
Quanto ao AP, se em vez de um milhão pagasse um cêntimo por cada bacorada aqui expressa, o meu mano enriquecia muito mais depressa e, como ele até gosta da famelga, podia ser que eu lucrasse algo na leva. Assim só canso os olhos.
Cristy
Passaste-te, Pedro Amaral Couto?! Logo tu, um gajo com neurónios acima de média!
ResponderEliminarPedro, acompanha-me. Respira fundo e repete comigo:
ResponderEliminarGoosfraba.
Pronto.Sentes-te melhor?
;)
I feel preety
ResponderEliminarOh so preety
and weety...
:-)
Calma man! Deixaste o computador desbloquado?
Não, o PAC tem razão, são uns palhaços! Vejam a última do Mats, após sugestão do Sabino:
ResponderEliminarhttp://darwinismo.wordpress.com/2008/10/20/pintura-evolutivamente-embaracosa/
Uma pesquisa de 5 minutos revelou que o próprio Stephen Meyers (sim, o do Discovery Institute) demonstrou que era tudo inventado. De facto, o museu que agora tem as pedras limita-se a vender pacotes de viagens ao Perú. No entanto, para eles são evidências fortíssimas contra o "Darwinismo". São mesmo palhaços, temos que chamar as coisas pelos nomes!
Oops, o link não apareceu completo:
ResponderEliminarhttp://darwinismo.wordpress.com/2008/10/20/
pintura-evolutivamente-embaracosa/
Covém não esquecer que gaivotas dão gaivotas, peixes dão peixes, e perpectivas dão sempre lençóis de parvoices.
ResponderEliminarAvião comercial escapou a embate com óvni em Heathrow
ResponderEliminarBeowolf,
ResponderEliminarÉ verdade que é uma palhaçada, mas, também não se pode esperar melhor de alguém que diz que o seu deus existe porque lho disseram quando eram crianças, e porque a igreja assim o diz, mas, que os deuses dos aborigenes não existem, porque são mito, e o mesmo se passa com os outros deuses.
Só isto é o suficiente para perceber como é que ficam tão excitados com a existencia de pedras forjadas por um camponês, e lhes querem atribuir a veracidade que não têm. É um comportamento pueril, demonstrativo de pouca maturidade mental, e muita desonestidade intelectual.
No fundo mostra que não passam de putos com a mania que brincam à religião, independentemente da idade que tenham.
A falta de capacidade mental é obvia, pois não conseguem perceber que têm tantas razões para não acreditar nas minhas conversas com deus, como qualquer pessoa inteligente tem para vnão acreditar neles, e nos antecessores deles que escreveram a biblia, e acham que o facto de serem desconhecidos, torna os autores daquelas patranhas mais crediveis. Para qualquer pessoa racional seria antes pelo contrário...
Que os palhaços existem e que a ignorância absoluta existe é irremediável. Se nos passarmos com tudo isso, sinceramente não vejo o que nos impede de ter um ataque cardíaco todos os dias.
ResponderEliminarGoosfraba
Chill :)
Barba Rija
ResponderEliminarOntem até me vieram as lágrimas aos olhos. O Desidério deu-te uma coça daquelas à monda antiga. Até metia dó, Barbeinhas. Mas louve-se o teu fair-play: comeste até à última paulada sem um único gemido.
antonio, por favor, deixe de se masturbar à minha conta. É uma imagem que me perturba um pouco.
ResponderEliminarBarba Rija,
ResponderEliminarTambém li, e comentei brevemente, o post do Desidério sobre o a priori. O Desidério tem me ajudado a compreender que o a priori é uma grande treta :)
Mas isso é para outro post, e já tenho mais dois ou três na calha. O problema é que este semestre está mais trabalhoso que o costume...
Barba Rija,
ResponderEliminarVá-se habituando... Uma vez na internet, está exposto aos olhos de todos os "wankers" de bairro, que desejam ser na net aquilo que não são na vida real.
Quem quer ser filósofo só tem que saber pensar, e bem. Alguns acham que é só ter o canudo, e ficam deliciados quando o canudo dos outros é usado para "desancar" alguém que pensa sem tecnicismos bacocos.
A questão do a priori é muito importante para os filósofos que o pretendem ser por profissão, porque se só o contrário for aceite como conhecimento, aquilo que eles fazem é oco, e inútil. Por isso deviam fazer uma declaração de interesses ao falarem sobre esse assunto. :-)
Já agora, leva com calma as bocas da reacção "parental", porque se as levassemos demasiado a sério, aí sim "sinceramente não vejo o que nos impede de ter um ataque cardíaco todos os dias". ;-)
Ahah, antonio, o próprio link a que o Desidério liga fala precisamente desse problema:
ResponderEliminarThough empiricists will disagree, others will embrace BonJour's claim that philosophy must be a priori “if it has any intellectual standing at all” (BonJour, 1998, 106).
Aqui
Daqui resulta a atitude defensiva do Desidério...
Quanto ao parente, é sempre um pouco perturbador a imagem que me vem à cabeça, mas muito menos nefasta do que esta mosca chata que não me larga no atelier neste preciso momento...
(pafffff!!! apanhei-te!!)
Lud, com essa história do apriorismo acho que encontraste o ponto G da Sr.ª Filosofia. Não é para me gabar, mas desse já eu tinha desconfiado! O que se torna um pouco constrangedor são as reacções do(s) pretoriano(s) sempre pronto(s) a entorpecer os gentios com um dilúvio de formalismo.
ResponderEliminarProfecia para a ludwiki:
ResponderEliminarRespeitai o Perspectiva, que depressa ordenha do calvário evangélico um jacto particular e nos deixa a todos no chão como perús ressabiados. Vindes enfrentá-lo com as gónadas a latejar e apenas o martirizais com publicitosas detonações! Se estrebuchardes a rebentar de razão, ficai caladinhos e deixai-o seguir sem mácula.
Barbinhas
ResponderEliminarRevelaste um estoicismo eternecedor. Depois disso, o cílicio 24 horas é apenas um detalhe... ;-)
Ludwig
ResponderEliminarleia a tese de mestrado do Desidério: Essencialismo naturalizado. Depois de a ler o apriori fica claro como água. É um conceito difícil...
«I feel preety
ResponderEliminarOh so preety
and weety...» and GAY!
Para quem andou a rir dos outros, mas o feitiço vira contra o feiticeiro, parece-me que não tem noção que é o próprio palhaço.
No artigo começo por ler: «Na Jornada Fé e Ciência, ontem em Braga» ... No mesmo parágrafo está um problema na discussão que houve: «a ciência não se pode pronunciar acerca de Deus porque Deus não tem atributos ou efeitos detectáveis». No final é dado um exemplo extremo, em que basta conseguir imaginar algo para se provar que esse algo existe (do argumento manhoso de Anselmo de Cantuária). Eu posso imaginar um Super-Homem, por isso deve existir... não me parece. Posso imaginar uma máquina de movimento perpétuo (ie: com energia infinita), mas é impossível. Posso imaginar um criacionista decente, mas não existe. Se disser que é transcendental ou sobrenatural, estou a dizer que é totalmente impossível saber se existe. Por isso é absurdo dizer que acreditar nisso é ter conhecimento. É tanto conhecimento como dizer que as mulheres têm menos dentes do que os homens, mas nunca contá-los.
E então aparece o circo ambulante para falar de Big Bang e DNA, como os que dizem que é impossível os egípcios terem construído pirâmides e por isso foram extraterrestres que as fizeram. Se não sabem que são palhaços, então digo sem problemas se fizer baixarem a bolinha.
P.A.C.,
ResponderEliminarTens de vêr mais televisão. A TVI sobretudo. O filme chama-se "Anger management" em inglês (não me lembro do titulo em português). :-)
É verdade que são palhaços, com a agravante que têm consciencia de que o são, o que os torna intelectualmente desonestos, mas, não precisas partir tantos ossos de uma só vez. Se os assustares onde é que depois saco as minhas gargalhadas?
P.A.C.,
ResponderEliminarFaltou um detalhe. Além de palhaços são muito burros. Dizer que as mulheres têm menos dentes, se fosse verdade, significava que a caixa craneana tinha mais espaço para crescer, e assim também o cerebro, o que para as mulheres seria bem melhor. No caso particular, eles devem é ter dentes até à nuca.
Caríssimos jogadores,
ResponderEliminarHá falta de argumentos para o prespectiva recorrem a que falácia(s)?
António, aquilo dos dentes foi uma referência a Aristóteles. LOL Ele dizia muita coisa por mera intuição, como a ideia de que a velocidade da queda de um objecto é proporcional à sua massa. Galileu distinguiu-se pelo facto de testar as suas ideias.
ResponderEliminarXadrez,
perguntas como respondemos ao Red Herring do perspectiva? Eu respondi enquanto chamava-lhe de palhaço - por que achas que ele agora usou citações do artigo? -, mas o que ele fez é spam. Se tivesse de responder às palhaçadas todas com 5 monitores, ele ia repetir a mesma coisa como um palhaço que faz sempre as mesmas piadas com tortas, as respostas teriam de ter o dobro do tamanho, e depois vinha o Mats a dizer que os textos são grandes, mas usa a luneta ao contrário quando olha para os membros do circo. Já se respondeu o mais que suficiente aos palhaços, por isso eles perdem o seu tempo com o circo ambulante em assuntos que eles nunca vão poder contribuir na sua vida. Que ele crie lá o seu blog e escreva sempre a mesma coisa.
Magalhães - o DNA. Definição - DNA. Ciência e Bíblia - DNA. Receitas com bacalhau - DNA. Não gosto de usar supositórios - DNA. A minha avó morreu durante um ménage à trois - DNA. Que horas são? - DNA. Em quem vai votar? - DNA Oi, sou o Bruno; quer levar atrás ou à frente? - DNA Sabia que o senhor excedeu o limite de velocidade? - DNA
São argumentos poderosos para uma gralha.
«Se os assustares onde é que depois saco as minhas gargalhadas?»
ResponderEliminarAntónio, não é bom ver como reagem em diferentes ocasiões? LOL Por exemplo, acho que o perspectiva colocou citações do artigo - apesar da resposta ser completamente alheia - por ter criticado os comentários que colocou no artigo sobre o Magalhães («As tagarelices do Ludwig podem ter algum valor de entretenimento, mas é sempre bom não esquecer a "qualidade" dos argumentos do Ludwig Krippahl a favor da evolução» - 6 monitores, contando com o "Page down"). Mário Miguel foi o primeiro a gozar com a receita de bacalhau com natas e eu comecei por chamá-lo de palhaço sem paciência para ler aquela palhaçada toda. Ele deve pensar que somos estúpidos a pensar que basta fazer isso:
«
Ludwig,
"Se há uma coisa que quero que os meus filhos aprendam é a chamar a treta pelo nome. E adianta de pouco se os filhos dos outros não o aprenderem também...
"
As tagarelices do Ludwig podem ter algum valor de entretenimento, mas é sempre bom não esquecer a "qualidade" dos argumentos do Ludwig Krippahl a favor da evolução
» (...)
Quem disse que Deus está fora da ciência?
ResponderEliminarEis a união perfeita entre ciência e religião...ou nos convertemos ou continuamos a aliviar dores de dentes e cabeça com Paracetamol:):)
"Miguel Farias, investigador português da Faculdade de Teologia da Universidade de Oxford, trabalha em "neurociências da religião". A ideia pode surpreender (ciência e religião ao lado uma da outra no nome de uma disciplina científica?) Mas a abordagem está a dar frutos, embora ainda preliminares.
"Procuramos ver que tipos de estruturas neuronais e de processos cerebrais estão associados à crença religiosa", disse o cientista ao P2 numa entrevista telefónica. Miguel Farias é um dos autores de um trabalho publicado há dias, na última edição da revista Pain, que fornece, pela primeira vez, uma base científica para algo que se diz há muito: que as pessoas religiosas toleram melhor a dor do que as outras. Basta pensar nos mártires - um caso extremo, claro.
Em poucas palavras, estes cientistas conseguiram ver as propriedades analgésicas da experiência religiosa em acção no cérebro humano. O seu trabalho consistiu em comparar a actividade cerebral de um grupo de crentes e de um de não crentes, para ver se respondiam de forma diferente a estímulos dolorosos. Queriam saber "que tipos de processos estão envolvidos quando um crente convicto é submetido à dor enquanto pensa religiosamente", diz Miguel Farias.
Mas, poderão objectar alguns, como induzir pensamentos religiosos nas pessoas num laboratório, em condições tão pouco propícias ao recolhimento espiritual? "Estivemos durante meses a discutir que tipo de estímulos devíamos usar para activar a forma de pensar religiosa", explica-nos o investigador. "No início, pensámos em estímulos orais [leitura de textos], mas depois acabámos por escolher estímulos visuais." As imagens escolhidas foram um quadro da Virgem Maria, intitulado Vergine Annunciate, do pintor italiano do século XVII Giovanni da Sassoferrato, e o célebre retrato Dama do Arminho, de Leonardo da Vinci (séc. XV).
Recorreu-se a 24 voluntários, 12 dos quais eram católicos praticantes e 12 ateus ou agnósticos. A experiência consistia em olhar para uma das imagens, quer a de cariz religioso quer a de cariz não religioso, concentrando-se nela durante 30 segundos. A seguir (ainda com a imagem no ecrã), a pessoa recebia uma série de impulsos eléctricos numa mão durante 12 segundos. No fim de cada apresentação, era-lhe pedido para avaliar o nível de dor que tinha sentido, numa escala de 0 a 100. Os investigadores também registaram a sua actividade cerebral pela técnica de ressonância magnética funcional (fMRI, que permite visualizar em directo o funcionamento do cérebro). No fim da experiência, os participantes deviam ainda avaliar "quão útil cada imagem tinha sido para lidar com a dor e quão familiares eram as imagens", escrevem os cientistas na Pain.
A seguir ao visionamento do quadro de Leonardo, tanto os crentes como os não crentes referiram níveis de dor comparáveis. Pelo contrário, a seguir à apresentação da imagem da Virgem, os católicos praticantes sentiram significativamente menos dor do que os outros. Quanto à actividade cerebral, as pessoas religiosas apresentaram níveis mais elevados de actividade do que as outras numa região do cérebro, o córtex pré-frontal, que tem a ver com os processos cognitivos - ou seja, conscientes. "A sua experiência religiosa também foi afectiva, mas não só", frisa Miguel Farias. Aliás, as pessoas religiosas relataram a seguir que tinham pensado no papel da Virgem, na oração, nos textos religiosos, que se tinham sentido "calmos e serenos", "acompanhados", "seguros", "num clima de compaixão". "Também temos dados não publicados que mostram uma diminuição significativa do ritmo cardíaco dessas pessoas", diz Miguel Farias.
Os cientistas escrevem: "Os resultados sugerem que, em certos contextos, alguns crentes conseguem modular a sua experiência da dor e que tais efeitos analgésicos poderão ser devidos a uma reavaliação cognitiva do impacto emocional negativo da dor." O que aconteceu, afirmam portanto, foi que as pessoas religiosas conseguiram diminuir a associação dor/sofrimento activando processos cerebrais que tornaram a dor subjectivamente mais suportável. "O processo de crença religiosa altera o estado de consciência, neste caso a percepção da dor", diz-nos Miguel Farias. Uma espécie de distanciamento, de desapego, induzido pela imagem religiosa.
Deus no cérebro
A ideia de que a experiência religiosa envolve processos cognitivos e não apenas emocionais é bastante recente. Antes disso, na década de 80, investigadores como Michael Persinger, da Universidade do Ontário, pensavam, com base no estudo de doentes epilépticos, que a experiência religiosa era puramente afectiva. Afirmavam que bastava estimular o sistema límbico, uma parte do cérebro que tem a ver com a regulação das emoções, para que as pessoas sentissem uma presença exterior, impalpável, ao pé delas. Porém, essa teoria não se confirmou: nem todas as pessoas testadas referiram essa vivência.
Anos mais tarde, outros cientistas analisaram diversos tipos de experiências religiosas através de técnicas como a tomografia por emissão de positrões (PET, um antecessor da fMRI). Assim, em inícios dos anos 90, Andrew Newberg, da Universidade da Pensilvânia, aplicou uma técnica de visualização semelhante à PET a monges budistas tibetanos muito versados na meditação. Basicamente, pediu-lhes para carregarem num botão mal sentissem que estavam a atingir um estado transcendental. E constatou então que as áreas activadas nessas condições se situavam nos lóbulos frontais do cérebro, tendo a ver com fenómenos como a atenção e a concentração.
Em 2001, Nina Azari, teóloga e neurocientista da Universidade do Havai, estudou o cérebro de fundamentalistas cristãos e de não religiosos enquanto liam um salmo, uma história para crianças com final feliz, um texto sem componente afectiva ou quando estavam simplesmente inactivos. E observou, no grupo religioso, uma actividade acrescida em áreas cerebrais ligadas ao pensamento racional durante a leitura do salmo. Quanto ao sistema límbico, activava-se em todos os participantes, mas apenas quando estavam a ler a história infantil. "Portanto", concluía a investigadora, "embora seja sentida como imediata, a experiência religiosa poderá resultar de um processo cognitivo."
Mais recentemente ainda, em 2006, a equipa de Mario Beauregard, da Universidade de Montreal, utilizou a fMRI para medir a actividade cerebral de freiras carmelitas enquanto se encontravam subjectivamente, segundo escreveram na revista Neuroscience Letters, "num estado de união com Deus". "Pediram-lhes para se lembrarem da experiência mística mais forte da sua vida", precisa Miguel Farias. Aqui também, a topografia das áreas cerebrais activadas sugeria, concluíam os autores, "que as experiências místicas são mediadas por várias regiões e sistemas cerebrais", incluindo sistemas cognitivos. "A explicação tornou-se mais holística", frisa Miguel Farias. "Havia vários sistemas envolvidos, não apenas o sistema límbico."
Os resultados agora publicados são contudo "os mais precisos" de sempre, salienta o investigador. Miguel Farias e os seus colegas acreditam, aliás, que o efeito analgésico agora posto em evidência possa ser transposto para contextos não religiosos: "É muito importante investigar", escrevem ainda na Pain, se "efeitos semelhantes podem ser induzidos utilizando estímulos desprovidos de conotações religiosas". Talvez através de medicamentos que actuem sobre as áreas cerebrais em causa - ou ainda, através de terapias cognitivas que induzam estados de consciência semelhantes aos da experiência religiosa.
Explicar a religião
Em paralelo a este tipo de pesquisas, há uma série de investigadores cujo objectivo é bem diferente: explicar por que razão a religião existe, por que é que tantas pessoas acreditam em Deus, donde vêm os pensamentos religiosos. Para estes especialistas, uma das questões fundamentais é saber se a religião apareceu porque conferia à espécie humana uma clara vantagem em termos evolutivos - ou seja, porque aumentava as hipóteses de sobrevivência dos seus elementos - ou se é apenas um subproduto de diversas capacidades cognitivas mais genéricas, nas quais os humanos se tornaram mestres, como a sociabilidade ou a imaginação. Um dos mais conhecidos proponentes desta segunda alternativa é o francês Pascal Boyer, psicólogo e antropólogo da Universidade de Washington. Diga-se que a esmagadora maioria dos defensores desta tese são ateus. Quanto a Miguel Farias, é crente, mas a equipa com quem assina o trabalho na Pain é "uma mistura de crentes e não crentes".
Esta corrente tem beneficiado ultimamente de importantes financiamentos públicos e privados - o que mostra o interesse pela questão. Em Setembro de 2007 foi lançado um grande projecto europeu, liderado por Harvey Whitehouse, antropólogo da Universidade de Oxford (e no qual Boyer participa), que tem simplesmente por nome Explaining Religion (EXREL). Com um orçamento de dois milhões de euros vindos da Comissão Europeia e uma duração de três anos, conta com a participação de equipas de numerosas universidades europeias e não só - psicólogos, antropólogos, filósofos, etc. A primeira fase deste projecto, diz-nos Miguel Farias, é "muito interessante". Consiste em determinar "os denominadores comuns a todas as religiões, os universais da religiosidade". A segunda fase do projecto pretende elaborar modelos matemáticos que permitam explicar as tradições religiosas passadas e presentes e prever possíveis evoluções futuras. "Trata-se de um projecto fascinante e importante que não deixará de gerar controvérsia, seja qual for o seu desfecho", comentava recentemente o filósofo A. C. Grayling, da Universidade de Londres, na New Scientist.
Um outro projecto, também milionário, intitulado Cognition, Religion, and Theology Project, foi lançado no início deste ano na Universidade de Oxford. Com um financiamento por três anos de quase 2,5 milhões de euros vindos da Fundação Templeton (uma organização filantrópica privada), é liderado pelo psicólogo experimental Justin Barrett (que também participa no EXREL) e o filósofo Roger Trigg, envolvendo ainda teólogos e antropólogos.
"O objectivo de ambos os projectos é expandir e dar credenciais científicas às várias hipóteses neo-evolucionistas em torno das origens e da função da religião", diz-nos Miguel Farias. "No caso do segundo projecto, mais de metade do dinheiro destina-se a ser atribuído, por concurso, aos cientistas/filósofos/teólogos que estejam interessados em desenvolver o corpo empírico e teórico da ciência cognitiva da religião."
In Jornal Público de 20/10/2008
Isto promete...
Adão e Eva
"..as propriedades analgésicas da experiência religiosa em acção no cérebro humano".
ResponderEliminarCaro/a Adão e Eva,
o que me espanta é que sejam necessárias experiências científicas para chegar a esta conclusão. Basta ver a História da Humanidade para perceber o «efeito das religiões em acção no cérebro humano». :-)
Cristy
para não falar do AP, claro ...
ResponderEliminarCristy
canção em forma de rap
ResponderEliminaro meu coração bate
sem razão?
só tem um senão
Á Pê! Á Pê!
Á Pê! Á Pê!
porque bates tão forte
coração selvagem?
Á Pê! Á Pê!
entro em derrapagem
fico sem margem
sem perceber por quê!
Á Pê! Á Pê!
como eu te adoro
Á Pê! Á Pê!
fico louca por você!