Financiar a criatividade, parte 3: de quem, a quem e o quê.
Em troca do meu trabalho recebo legumes, roupas e mais coisas em que converto o salário. E a liberdade de fazer o que gosto, o prazer de ensinar e de ser útil a alguém. Sem um nível de vida confortável teria de dar prioridade às primeiras. Mas como o salário chega para isso o resto torna-se mais importante. Se me oferecessem dez vezes mais para fazer um trabalho chato eu recusava. É importante lembrar que incentivo não é igual a dinheiro e quanto melhor o nível de vida mais importantes são os outros factores. Para estimular a criatividade não é preciso muito dinheiro. É preciso aplicá-lo bem.
É certo que os accionistas investem pelo lucro. Incentivar o investimento privado exige dar dinheiro. Mesmo assim, a concessão de monopólios pode ser má ideia. O monopólio sobre a venda de um medicamento dá lucro por cobrarem mais que poderiam num mercado livre. Por cobrarem a quem precisa do medicamento, obrigando o estado a comparticipar a compra. E se nós é que pagamos a conta, mais valia financiar directamente a investigação em vez de criar este sistema convoluto para enriquecer accionistas. Mesmo se o incentivo é só monetário dar dinheiro é melhor que inventar leis. Sempre sabemos quanto custa, quem paga e quem lucra.
O Desidério comete dois erros quando afirma que «o primeiro passo para garantir a continuidade da informação de qualidade, assim como da cultura em geral ou da ciência, é divulgar a ideia de que essas coisas custam muito dinheiro»(1). Apresenta o dinheiro como factor determinante, mas quando vivemos em segurança e conforto há outros factores muito mais importantes. E descura a natureza cooperativa da criatividade. Mesmo neste bloguezito o investimento colectivo dos leitores é muito maior que o meu. Se quinhentas pessoas perderem dois minutos com este post investem dez ou vinte vezes o que eu investi. Mais os comentários, que além de incentivar, inspiram com a crítica e contribuem para o resultado. Mesmo que, individualmente, eu seja o autor por ser o principal investidor neste blog*, o meu contributo é uma pequena fatia do esforço total. A criatividade é comunicação. Sozinho, sem o esforço também criativo dos que lêem e comentam, não fazia nada.
Ironicamente, o Desidério critica o «modo aristocrático» de pensar nestes problemas quando ele próprio sofre do seu maior defeito. «Não podemos ter a veleidade de pensar que a generalidade da humanidade é como nós. Isso revela uma grande falta de observação e sensibilidade. A verdade, desagradável, é que a maior parte da humanidade prefere gastar dinheiro em palermices e não em informação ou cultura de qualidade.»(1) Não é só o dinheiro. Se houvesse um comprimido para aprender cálculo diferencial muita gente daria mais dinheiro por isso do que daria pela Caras ou TV-Mais. O problema é que a “informação de qualidade” exige esforço da parte de todos. É isso que leva muitos a preferir ler a Caras em vez de estudar análise matemática. Não se pode compreender o problema da criatividade pensando deste modo aristocrático que considera o nobre autor o único participante activo e a plebe uma massa amorfa de consumidores passivos.
O Desidério propõe que cada um pague pelo acesso ao que aprecia. Mas pagar o acesso não é pagar o trabalho. Neste modelo o autor é o macaco que toca realejo e depois estende o chapéu. O gestor de direitos fica com o dinheiro e o macaco com amendoins. Não é uma forma eficiente, nem digna, de incentivar a criatividade. Apoiamos durante anos os jovens que querem ser engenheiros, cirurgiões ou professores, enquanto adquirem e demonstram as competências necessárias. Depois são livres de competir no mercado vendendo o seu trabalho sem a obrigação de ceder direitos sobre aquilo que criam.
Mas certas áreas da criatividade concessionámos aos distribuidores. Abandonámos os criadores. O jovem músico tem de vender os seus direitos às editoras para poder começar a carreira. Estas ficam com o poder legal de proibir o acesso à música. Ao autor e a todos nós que, ainda por cima, temos de financiar o policiamento dos nossos direitos. Muito poucos artistas ficam ricos, e só pela lotaria da publicidade e modas. Pelo número de cópias, como se essa fosse a medida do valor da criatividade.
O que devemos fazer é acabar com as restrições à distribuição e a cobrança pelo acesso a bens imateriais como ficheiros, programas e músicas. O que se deve pagar é o trabalho de criar. Quando é feito. Como os outros profissionais, os artistas devem ser apoiados durante a sua formação e negociar a sua remuneração sem depender de promessas vagas ou a troco de direitos. Infelizmente, tal como o Desidério, muitos confundem o acesso livre com o trabalho gratuito. É discussão para outro post, por isso ficam só dois exemplos. Disponibilizar as minhas aulas é dar acesso livre ao fruto de um trabalho que foi pago. Trabalho gratuito é este de desenlear confusões como as do Desidério.
* Com o devido reconhecimento ao Jónatas Machado pelo seu empenho com as teclas Ctrl, C e V.
1- Desidério Murcho, 19-4-09, Jornalismo de qualidade e palermices
Um exemplo (que se lê na blogosfera) de criatividade que deveria ser paga:
ResponderEliminar"Hoje, a Igreja e Portugal (menos os jacobinos e anticlericais que formam o "saco de gatos assanhados" que dá pelo nome de Bloco de Esquerda e a imprescindível Associação dos Ateus) estão em Festa - sobretudo o lugar da Mirateca, Candelária, Pico"
Gosto desta maneira de escrever!!
Muito bom "post".
ResponderEliminarOs normais comentadores destes assuntos caem normalmente nos erros que apontou. Fazem-no porque estão a argumentar sobre um modelo de negócio que está caduco que só se aguenta à força da lei.
Os "piratas" não querem coisas gratuitas. Estudos recentes provam que a maioria dos "piratas" estaria disposto a pagar para poder ter acesso a downloads legais. (basta ver que as receitas das lojas de venda de música estão a aumentar)
O problema é, como refere, que o que os consumidores pagam vai em grande parte para as distribuidoras. Pagando directamente ao artista, não só ele ganharia mais como teríamos acesso a cultura mais barata e mais acessível.
Lud,
ResponderEliminarPrimeiro erro da tua parte é achares que o facto de te repetires duas vezes por ano te dá rendimento suficiente, se não te protegerem.
Se as aulas que dás forem gravadas e repetidas, és obsoleto. E se fores tratado como defendes devem ser tratados todos os criadores culturais e artistas, vais acabar a trabalhar numa qualquer profissão que não te interessa, para sobreviver. Em ultima análise, todas as profissões repetitivas (professor, musico, escritor, pintor, e tudo o que possa ser copiado e repetido) acabariam por ser abandonadas.
A única verdade no meio disto tudo que tu alegas, é que a cópia é mais barata do que o preço que pagamos faria supor, mas, mesmo isso controla-se de outras formas, que não com o fim do copyright.
António,
ResponderEliminarclaro que, não tendo estudado em Portugal, não estou muito apta a comentar o que aí se passa. Mas do teu comentário depreendo que em Portugal pagam aos investigadores nas universidades para repetirem o mesmo ad nauseam até à pensão? É que no resto do mundo pagam aos investigadores para investigar.
Cristy
António,
ResponderEliminarParece-me, pelo teu comentário, que não és professor :)
Primeiro, não dou as aulas iguais todos os anos. São parecidas, mas é necessário manter a matéria actualizada e há sempre melhorias a fazer.
Segundo, não dá para gravar a aula toda. As minhas aulas teóricas são cerca de 50-70% exposição da matéria, a parte que gravo, mas o resto é discussão com os alunos que quiserem tirar dúvidas, aprofundar algum tópico, sugerir um tema para abordar na aula, etc (por exemplo, este semestre o tema do primeiro trabalho prático foi sugerido pelos alunos; eu fiz o programa e uma aula para explicar o trabalho e como deviam resolvê-lo)
Depois há as aulas práticas, em que temos de esclarecer dúvidas, os trabalhos, exercícios, exames, horários de atendimento, etc.
O resultado é que o meu trabalho tem valor mesmo sem haver restrições legais ao uso e acesso ao conhecimento que eu transmito.
E isto sem contar com a vertente de investigação, que faz parte da carreira de professor universitário.
Mas se fosse verdade que bastava gravar as aulas e estava o trabalho feito, então, nesse caso, achava perfeitamente razoável que me contratassem por um semestre para fazer isso e depois eu arranjasse outra coisa. Que é o que fizeram com os empreiteiros que construiram os edificios, que receberam por aquele trabalho e não ficaram a cobrar bilhetes à entrada depois do trabalho feito.
DESIDÉRIO FALA, OS CRIACIONISTAS RESPONDEM:
ResponderEliminar“O termo português “crença” é por vezes usado com uma certa liberdade de linguagem como sinónimo de crença religiosa — mas não é realmente sinónimo porque nesse caso esta expressão seria um pleonasmo e não o é.”
As crenças não têm que ser religiosas.
É possível crer que o Universo é tudo o que existe ou que o pensamento humano é capaz de compreender a origem, o sentido e o destino da vida humana.
“Por crença entende-se qualquer representação, mais ou menos sofisticada, da realidade.”
Neste sentido, todos temos crenças.
Todos temos visões do mundo e todos interpretamos a realidade (v.g. vida, fósseis, rochas, isótopos) de acordo com ela.
Os naturalistas têm a sua crença, os criacionistas também.
“Assim, tanto a crença de que a Lua é menor do que a Terra como a crença de que o céu é azul são crenças, apesar de a primeira ser bem mais sofisticada do que a segunda.”
Existem crenças sofisticadas que são erradas. E crenças simples que são verdadeiras.
“Evidentemente, as crenças religiosas são um tipo de crença entre muitas coisas — como as crenças científicas, matemáticas, históricas, etc.”
Não se pode distinguir tão radicalmente.
As crenças religiosas podem estar intimamente dependentes de factos historicamente investigáveis (v.g. morte e ressurreição de Jesus Cristo), de resultados matemáticos (v.g. probabilidade infinitesimal da origem acidental da vida) e de observações científicas (v.g. o DNA contem informação codificada e esta só pode ter origem inteligente).
As crenças científicas podem basear-se em pura especulação naturalista (v.g. a vida surgiu por acaso).
“Ao contrário do conhecimento, as crenças podem ser verdadeiras ou falsas: podemos acreditar que a Lua é do mesmo tamanho da Terra sem que isso seja verdade, mas não podemos saber tal coisa se isso não for verdade.”
Alguns acreditam que a vida surgiu por acaso, apesar de depender de informação codificada e de não existir nenhum caso conhecido em que esta tenha tido uma origem não inteligente e de não existir qualquer explicação naturalista para a origem da vida.
“Essencial à crença, precisamente por ser uma representação da realidade, é almejar à verdade, ou pretender alinhar-se com a verdade, ou dirigir-se à verdade.”
A procura da verdade só faz sentido num Universo dominado pela verdade.
Um Universo dominado pela verdade só faz sentido se tiver sido criado por um Deus que é a Verdade. Jesus diz “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”.
Se o Universo, a vida e o homem fossem irracionais na sua origem e estrutura, a procura racional da verdade nem sequer faria sentido.
Mas como o Universo, a vida e o homem tiveram uma origem racional, porque criados racionalmente por um Deus racional, então faz todo o sentido procurar racionalmente a verdade acerca dele.
“Mas almejar não é conseguir, e porque não somos omniscientes nem cognitivamente perfeitos, falhamos muitas vezes e albergamos crenças falsas.”
Daí que necessitemos da revelação de Deus.
Ele é omnisciente, cognitivamente perfeito e não mente.
Faz, por isso, todo o sentido, começar a raciocinar a partir da Sua Palavra, e não a partir de teorias finitas e imperfeitas dos seres humanos.
“A crença distingue-se do desejo ou da esperança no que respeita ao alinhamento com a verdade.”
Quando alinhamos com Jesus Cristo, então alinhamos com a Verdade. Ele é a Verdade.
E mostrou-o ao ressuscitar dos mortos, facto do qual existe abundância de evidência histórica.
Na verdade, existe mais evidência histórica de que Jesus ressuscitou dos mortos, do que de que a vida surgiu por acaso.
“Ao passo que na crença a direcção do ajuste é da realidade para a crença — isto é, procuramos ajustar a nossa representação da realidade à realidade — no desejo, esperança e outras atitudes análogas faz-se o contrário: o ajuste é do desejo para a realidade — isto é, procuramos ajustar a realidade ao nosso desejo.”
Só podemos ajustar a crença à realidade quando reconhecemos que esse ajustamento só se pode basear na própria verdade.
Assim é em matéria de origens, não observável nem repetível.
“Quando temos a crença de que a Lua é menor do que a Terra, procuramos alinhar a nossa crença com a realidade, o que implica mudar a primeira se não representar correctamente a segunda. Mas quando desejamos acabar com a pobreza no mundo, procuramos mudar a realidade para que esta passe a alinhar-se com o nosso desejo.”
Devemos procurar combater a pobreza, porque todos os seres humanos foram Criados à imagem e semelhança de Deus, com dignidade intrínseca.
A Bíblia é clara: “quem oprime o pobre, insulta o seu Criador”.
Diferentemente, se o Universo e o homem são acidentes cósmicos, destituídos de valor intrínseco, não há nenhuma razão pela qual combater a pobreza seja melhor do que não a combater.
“A confusão entre crença e desejo provoca vícios epistémicos.”
Os naturalistas gostariam que o Universo fosse tudo o que existe.
E isso provoca os seus conhecidos vícios epistémicos. Mas estão errados.
O mundo foi Criado por Deus e só pode ser correctamente compreendido a partir da sua Palavra.
“Os activistas têm precisamente tendência para fazer isto — sejam eles ecologistas, criacionistas, ateístas, partidários da Religião Nova Era Digital, etc. Querem mudar a realidade de acordo com os seus desejos. “
O Cristianismo não é assim. As suas doutrinas baseiam-se em factos.
As leis naturais, a inteligibilidade racional do Universo, a sintonia do Universo para a vida e a dependência desta de informação codificada corroboram o Cristianismo.
O mesmo sucede com a evidência histórica, fóssil e geológica de um dilúvio global e com a evidência histórica da vida e da ressurreição de Jesus Cristo.
Quem acredita que o nada explodiu e deu origem a tudo, que a vida surgiu acidentalmente, que todas as espécies vieram de um antepassado comum e que as espécies menos complexas se transformaram noutras mais complexas, é que tem uma fé naturalista cega.
“Mas acabam por confundir desejo com crença e passam a acreditar que o mundo é como gostariam que fosse, ou passam a acreditar que o mundo tem as propriedades que lhes permitirá dar-lhe só mais um empurrão para passar a ser como desejam.”
O mundo, a vida e o homem estão corrompidos pelo pecado.
A Bíblia é bem clara e isso pode ver-se todos os dias nos noticiários.
Trata-se de uma corrupção física e moral que só o Criador pode vencer.
Jesus venceu a morte e ressuscitou com um corpo incorruptível.
Disso existe ampla evidência histórica.
Ele promete ressuscitar aqueles que nele crêem e restaurar toda a Criação.
“A falsidade, a argumentação tendenciosa, o truque rasteiro, tornam-se então instrumentos cruciais para fingir que a realidade é como desejaríamos que fosse, e perde-se o interesse cognitivamente central de tentar alinhar as nossas crenças com a realidade.”
A realidade só pode ser compreendida a partir da Palavra do Criador.
Caso contrário nunca a conheceremos, pois não temos os instrumentos intelectuais nem as observações completas para a conhecer.
Só Deus é que sabe em que consiste a realidade.
Só a partir da Sua Palavra poderemos alinhar as nossas crenças a essa realidade.
A realidade tem que ser compreendida a partir da Palavra de Deus e as nossas crenças têm que ser construídas a partir dela.
Jesus disse: os céus e a Terra passarão, mas as minhas palavras não hão-de passar.
“Falácias óbvias como a supressão de provas tornam-se comuns: todas as migalhas que militam a favor da causa favorecida são aproveitadas, e todos os dados e argumentos contrários são pura e simplesmente ignorados.”
Nisso se consubstancia a técnica argumentativa naturalista.
Mas as insuficiências estão à vista.
A vida depende de informação codificada e esta de inteligência. E o naturalismo não pode refutar nem contornar esta realidade.
O naturalismo não tem nenhuma explicação para a existência de informação codificada no DNA.
O criacionismo, tem: a vida foi criada pelo VERBO.
“É preciso moderar a ânsia de empurrar o mundo numa dada direcção, porque a história mostrou repetidas vezes que muitos dos empurrões mais honestos e sinceros provocaram desastres.”
Incluindo o empurrão naturalista. Ele levou homens tão diferentes como Lucrécio e Hitler ao suicídio.
“É preciso pensar outra vez, para ver se os nossos desejos se baseiam em crenças sólidas, ou se pelo contrário estão a toldar as nossas crenças, fazendo-as perder o alinhamento com a realidade.”
Será a crença de que a vida surgiu por acaso uma crença sólida?
É que disso não existe qualquer evidência para além da própria crença naturalista de que isso terá acontecido.
“Uma parte importante da sabedoria consiste em fazer os nossos desejos responder às nossas mais sólidas crenças, e impedir os nossos desejos de contaminar as nossas crenças.”
A Bíblia diz: o reconhecimento de Deus é o princípio da sabedoria.
Quem desconhece esse princípio, mete-se em becos sem saída.
Jónatas,
ResponderEliminar«DESIDÉRIO FALA, OS CRIACIONISTAS RESPONDEM:»
Enganou-se no blog...
Socorro, este criacionista tem o poder da ubiquidade digital :(
ResponderEliminar"Será a crença de que a vida surgiu por acaso uma crença sólida?"
ResponderEliminarO Perspectiva tem razão. Trata-se de uma crença sem qualquer tipo de fundamento. Um verdadeiro ataque ao mais rudimentar e primário raciocinio humano.
A crença no acaso é um insulto, só pode!
Não é totalmente por acaso, sabemos por observação do espectro, que as “incubadores de estrelas” possuem moléculas muito mais complexas do que se esperava. Estas são essenciais à vida , e o processo que fez surgir estas moléculas pode criar outras mais complexas ainda não detectadas mas que se acredita existir. Por isso, os componentes básicos da vida encontram-se disseminados por todo o Universo, e como este é grandinho, a probabilidade da vida aparecer é muito superior ao que se pensava inicialmente.
ResponderEliminarPor isso não é bem por acaso, é o resultado de um conjunto de leis naturais e se circunstancias favoráveis. Não é por acaso no sentido que a vida não se materializou do nada, muito do que necessitava estava no espaço, não é assim tão improvável como os criacionistas querem implicar.
Como sempre, quanto mais sabemos menos necessitamos de explicações com deuses e tretas, o universo revela-nos os segredos, é só preciso procurar.
Claro que para a religião está tudo encontrado. Deus deve ter andado a semear moléculas pelo espaço….
No entanto pressinto que não adianta nada pregar aos peixes….
Trata-se de uma crença sem qualquer tipo de fundamento. Um verdadeiro ataque ao mais rudimentar e primário raciocinio humano.Concordo consigo Zéca! E, há de ver, praticamente todos os cientistas concordarão também.
ResponderEliminarSobre o que se discute, então?!?
Mais on-topic, não vejo porque é que uma profissão que possa ser substituída por algo que custa zero (como supostamente seria a profissão do Ludwig ou qualquer outra), não o seja. Eu, sinceramente acho que se o for na sua totalidade, que sim, se deve substituir.
ResponderEliminarPrincipiantes em economia diriam que seria uma hecatombe de desempregados. Pessoas com uma intuição mais apurada veriam que estaríamos simplesmente a ganhar mais tempo para fazermos outras coisas porventura mais importantes.
No entanto, não concordo com o texto principal do Ludwig no sentido em que não se dá uma resposta de como este novo financiamento da arte funcionaria. Se pode ser dito que hoje em dia funciona por populismo e denominadores comuns de qualidade (baixos), não vejo porque não se diria que um sistema central de financiamento não resultaria em laxismo, snobismo (veja-se o caso do cinema português) e num sistema de roubo tributário (basta inscrever-se como artista e voilá, toma subsídios!). Não é claro que seja este o sistema defendido pelo Ludwig, mas ainda não vi nenhum que seja minimamente louvável.
Agora que estamos no meio de uma revolução cultural que está prestes a explodir com a indústria convencional, isso não consigo desmentir. E vejo que ela terá de se conformar com a situação, terá de se adaptar a ela.
E é neste sentido que vejo as propostas do Ludwig como ficção científica. Talvez em 2100...
Barba,
ResponderEliminar«No entanto, não concordo com o texto principal do Ludwig no sentido em que não se dá uma resposta de como este novo financiamento da arte funcionaria.»
Não tem nada de novo. É antigo. O que se passou foi que, temporariamente, nos últimos séculos foi necessário financiar a distribuição (impressão e transporte), e fez-se a asneira de o fazer criando leis em vez de dando dinheiro. Agora isso não é preciso de novo.
Uma coisa que é preciso entender é que quem cria fá-lo porque quer. Se queres um tipo para carragar sacos de cimento tens de lhe dar dinheiro. Mas se queres um tipo para escrever poesia tens de encontrar um poeta mas, se for poeta, basta dar-lhe papel e lápis e um sitio confortável para trabalhar.
O copyright tira proveito disto -- noutra àrea onde alguém só trabalhe se lhe garantirem um salário esta coisa do faz agora e depois logo se vê se recebes nunca funcionaria. Mas isto mostra também que não é necessário um grande investimento para convencer as pessoas a fazer o que gostam de fazer.
E é preciso lembrar que a criatividade é um serviço. Por isso deve ser paga como um serviço. Ou por quem tem interesse nesse serviço, ou pelo estado se o serviço tiver valor para a sociedade toda. Como se faz aos médicos, forças de segurança, professores, contabilistas e burocratas, advogados, cientistas, engenheiros, etc.
Penso que o que te falta perceber (mas nisso não estás sozinho, não te preocupes :) é que o sistema de copyright (como o nome até indica) é um sistema de financiamento da *cópia*. Surgiu com a industrialização da cópia, depois do Gutenberg e mais tarde com a revolução industrial, e agora é novamente inútil excepto se restrito ao seu domínio original (o fabrico de cópias materiais para fins comerciais).
Não tenho dados, no entanto diria que nunca vi tantos festivais de cinema, tantos festivais de música , tantas feiras do livro, tanta divulgação de cultura como hoje.
ResponderEliminarDiria que a industria deixou de ser milionária mas está bem de saúde.
EVIDÊNCIA DA CRIAÇÃO INSTANTÂNEA E INTELIGENTE DA VIDA
ResponderEliminar1) Sempre que sequências não arbitrárias de símbolos (v.g. letras, números, zeros e uns, traços e pontos) são reconhecidas, como numa linguagem, como representando ideias ou instruções passíveis de serem lidas e executadas, por pessoas ou maquinismos, para a realização de operações específicas orientadas para resultados determinados, estamos perante informação codificada;
2) Toda a informação codificada (v.g. em papiros, livros, computadores, robôs, ATM’s, telemóveis) não se confunde com o suporte físico.
1) Sem um código (como os criados pelos Srs. Morse ou Braille), simples letras, zeros e uns, traços e pontos, etc., não têm informação. Do mesmo modo, os fosfatos e os açúcares que quimicamente compõem o DNA não têm, em si mesmos, informação.
2) Toda a informação codificada (v.g. em papiros, livros, computadores, robôs, ATM’s, telemóveis) tem sempre origem inteligente, não se conhecendo quaisquer excepções a esta regra.
3) A vida depende da informação codificada no DNA (em sequências de nucleótidos), que existe em quantidade, qualidade, complexidade e densidade (1.88 x 10^21 bits/cm3) que transcende toda a capacidade tecnológica humana, e que, depois de precisa e sincronizadamente transcrita, traduzida, lida, executada e copiada conduz à produção, sobrevivência, adaptação e reprodução de múltiplos seres vivos altamente complexos, integrados e funcionais;
4) Acresce que a informação codificada no DNA requer a existência de maquinismos de descodificação, o ribossoma, sendo que as instruções para construir ribossomas se encontram codificadas no DNA. Além disso, a descodificação requer energia a partir de ATP (adenosina trifosfato), construída por motores ATP-sintase, construídos a partir de instruções codificadas no DNA.
5) Logo, a vida só pode ter tido uma origem inteligente e instantânea, não se conhecendo qualquer explicação naturalista para a sua origem;
6) Assim, o registo fóssil e a coluna geológica não são evidência da origem casual e da evolução das espécies, mas da catástrofe global descrita no livro de Génesis, da qual abunda ampla evidência nos fósseis, nas rochas e nos isótopos.
7) As mutações, a selecção natural e a especiação tendem a degradar e a reduzir os genomas e não a aumentar a sua quantidade e qualidade.
P.S. O Ludwig só tem que apresentar um modo através do qual se pode criar informação codificada "atirando berlindes para o chão" sem inteligência.
Barba,
ResponderEliminarAinda por cima os preços praticados nos livros,por exemplo, são uma pornografia acabada.
Eu dei na conversa com o Desiderio o exemplo do Pendulo, estou convencido que hoje tem sensivelmente o mesmo valor que quando foi lançado.
Os livros em Portugal quase nunca baixam de preço, é um insulto e uma parvoíce.
E aliás , num artigo recente sobre a pirataria, os problemas apresentados pelo consumidores relativamente a música formam:
1) a qualidade, má
2) o preço , elevado
O problema está no mercado, na oferta e na forma como os monopólios querem impor o seu mercado.
Alguns artigos interessante:
ResponderEliminarhttp://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,1625209,00.html
http://www.economist.com/research/articlesBySubject/displaystory.cfm?subjectid=1198563&story_id=11751035
http://arstechnica.com/old/content/2007/08/a13-billion-fantasy-latest-music-piracy-study-overstates-effect-of-p2p.ars
Perspectiva, quando atiro 10 berlindes para o chão, a posição/coordenadas de cada berlinde é dada por um par de números. Assim, 10 berlines codificam 20 números. :-)
ResponderEliminarPor todas as razões que acho que o modelo de negócio antigo está completamente fora de prazo, a maior é que ignora o facto de que a internet está aqui, e para ficar. Victor Hugo certa vez disse que: One resists the invasion of armies; one does not resist the invasion of ideas..
ResponderEliminarE tal como a internet, a partilha de conteúdos está para ficar. Os monopólios de distribuição nunca surgiram porque a cópia pessoal era proibida, mas sim porque a cópia pessoal era inviável! Quem tenta agora passar a ideia de que a (distribuição da) informação ser controlada pela mão de uns poucos é uma espécie de direito intrínseco, é terrivelmente desonesto. Esse nunca foi o fim do copyright (como originalmente concebido, pelo menos). Agora que a cópia (pessoal) é tecnologicamente possível, praticamente sem custos, tentar impor a antiga restrição da cópia através da lei é ainda mais desonesto.
É claro que estas discussões esbarram mais cedo ou mais tarde na questão do financiamento: "ah e tal, se todos copiam de borla, de onde vem o dinheiro?". Como qualquer economista devia saber, agora que vivemos na suprema abundância da cópia ad nauseum, a capacidade de copiar não tem valor acrescentado nenhum. Dito de outro modo, um modelo de negócio que assente em fazer cópias não é viável. O foco deve ser aquilo que não pode ser copiado:
If reproductions of our best efforts are free, how can we keep going? To put it simply, how does one make money selling free copies?
I have an answer. The simplest way I can put it is thus:
When copies are super abundant, they become worthless.
When copies are super abundant, stuff which can't be copied becomes scarce and valuable.
When copies are free, you need to sell things which can not be copied.
Nuvens de fumo:
Os livros em Portugal quase nunca baixam de preço, é um insulto e uma parvoíce.
Concordo inteiramente. E depois ainda há quem se queixe de a generalidade dos portugueses lerem pouco. Com alguns dos preços que se vê, é um milagre ainda se ler de todo...
Eu não quero pagar impostos para financiar estas coisas.
ResponderEliminarSou até contra qualquer financiamento público da cultura fora das escolas.
O financiamento estrangula a criatividade e acaba sempre no estado que podemos ver o cinema Português.
Estrangula porque
1. Não tens de abrir a pestana fortemente para te orientares. Mesmo que estejas genuinamente interessado em criar arte e cultura que seja útil à sociedade (útil de que forma for) é só uma questão de tempo até te acomodares ao "ordenado" do coça coça.
2. Corres o risco de ficares um pseudo qualquer coisa que não faz nada a não ser para si e para o seu ego (olha o cinema tuga). Isto mesmo que desses pseudo surja um ou dois em não sei quanto anos que façam obras primas. Mas estes farão essas obras seja com que sistema for, com ou sem subsidio.
3. Depois tens de ter um "juri", um burocrata qualquer a quem vão pedir os subsídios e que tem o poder de decisão. Isto é intolerável na minha opinião. Vai ficar igual ao sistema de atribuição das casas da camera de lx em funcionamento daqui a uns anos. No mínimo fica igual ao do financiamento do cinema tuga.
E este financiamento público da cultura não pode ser comparado ao da saúde e outros exemplos dados porque nestes ninguém na sociedade tem dúvida do seu valor para ela e todos eles são pagos APÓS o serviço prestado mesmo que tenhas pago os impostos antes.
***** OFF TOPIC *****
perspectiva,
não é por acaso.
Duas palavras:
Física
Química.
"Perspectiva, quando atiro 10 berlindes para o chão, a posição/coordenadas de cada berlinde é dada por um par de números. Assim, 10 berlines codificam 20 números. :-)
ResponderEliminarPerdão!
Como o chão não e perfeita e regularmente horizontal, temos que contar com a "altitude". São, portanto, três números por berlinde/posição.
Pode ter ficado a ideia que não acho que a cultura tem valor para a sociedade.
ResponderEliminarAcho que tem e muito mas tem de ser financiado da mesma forma como são financiados os arquitectos, fotógrafos (exemplos de arte não financiada) ou outra qualquer ocupação profissional.
Mama eu quero,
ResponderEliminarNa maioria dos casos o investimento é idêntico ao que se faz em qualquer profissão. Se pagamos anos de curso a um médico ou bioquímico, também podemos pagar uns anos de formação a um músico ou escritor. No fim desse período aqueles que não consigam encontrar umas centenas de admiradores dispostos a pagar para que continuem a criar devem mudar de carreira.
O investimento público em dinheiro é só para aquilo que cumpre duas condições: não sobrevive no mercado livre e é valioso para a sociedade. E nessas coisas o investimento público em dinheiro é a melhor opção. Na investigação fundamental, na polícia e tribunais, no ensino público, nos cuidados de saúse acessiveis a todos.
Nota que eu não digo que ser o estado a pagar é uma coisa boa. Digo apenas que é uma opção melhor que tratar bits como propriedade e pôr o estado a pagar polícias para bisbilhotar no que transmitimos.
O copyright restrito às actividades comerciais e menos prolongado pode até ser uma coisa boa. O copyright generalizado como temos é bem pior que subsídios directos do estado. Esses ao menos sabe-se quanto custam e não nos roubam direitos.
"O copyright generalizado como temos é bem pior que subsídios directos do estado."
ResponderEliminarNão sei se é bem pior mas também não concordo com ele como está.
Vejo muitos contras nele.
A começar pelos anos de direitos e a acabar na polícia a bisbilhotar os bits da minha net.
Mas pelo menos o dinheiro desse copyright é dado por quem compra X e não por quem acha que X não vale um chavo.
Compreendo contudo que algures no meio de tanta gente alguns possam criar cultura que possa ser de elevadíssimo valor para a sociedade se apenas forem financiados sem pressão do mercado. No sentido de criar algo que num primeiro olhar ninguém esteja disposto a pagar mas que depois se perceba a obra prima que ali está ou uma nova visão criada ou o que for.
Mas a que preço? Milhares de milhões de euros (representam anos de vida de milhões pessoas - e isto é muitas vezes esquecido) para quantos destes aparecerem?
Mas não tenho solução. Ando a ler o ktreta à espera de ler alguém com uma ideia que me possa fazer sentido.
Até lá... MERCADO... mas não este que temos hoje.
Mama eu quero,
ResponderEliminar«Mas pelo menos o dinheiro desse copyright é dado por quem compra X e não por quem acha que X não vale um chavo.»
Não é bem. Se fosse um mercado livre, sem leis especiais a conceder monopólios e a eliminar a concorrência de outra formas de distribuição, então quem comprava era porque achava que aquilo valia mais que outras coisas que poderia comprar com aquele dinheiro (e isto é função, em grande parte, de quanto dinheiro cada pessoa tem)
Mas com a lei que temos a maior parte desse X, 90% ou mais, deve-se exclusivamente ao copyright, sustentado pelo que nós todos pagamos aos tribunais e à polícia.
E pelo que pagamos cada vez que compramos algo que nos interessa. Nota que o CD que tu consideras uma porcaria tem um preço de 15€, em grande parte, por tu teres de pagar 15€ pelo CD de que gostas.
E pagamos todos também na cultura. Cultura não é só o que se inventa. Tem de se difundir para ser cultura. Se a música é 20 vezes mais caros por causa do copyright, vai se difundir 20 vezes menos.
Em geral, as leis que distorcem o mercado para subsidiar algo são más leis. Têm muitos efeitos secundários indesejáveis e difíceis de controlar, e mesmo só contando o dinheiro acabam por nos custar ainda mais que pagar pelas coisas directamente.
Se um músico precisa de 10.000 euros para um disco e esse disco vale a pena é preferível darmos-lhe esse dinheiro do que criar uma lei que nos restringe a todos só para um intermediário ganhar 100.000 euros. E se não vale a pena que se amanhe :)
"Mas com a lei que temos a maior parte desse X, 90% ou mais, deve-se exclusivamente ao copyright, sustentado pelo que nós todos pagamos aos tribunais e à polícia."
ResponderEliminare
"[...]tem um preço de 15€, em grande parte, por tu teres de pagar 15€ pelo CD de que gostas."
Concordo que as leis que temos distorcem o mercado por tenderem a conceder e proteger monopólios.
Mas, mais uma vez, não me parece que os subsídios públicos sejam a solução.
No caso dos conteúdos digitais a tecnologia vai fazer cair esses monopólios pela recusa de pagar mais 90% do que achamos valer o que compramos (eu e toda a gente que conheço por exemplo). Isto porque estão em desenvolvimento clientes torrents e outros que tornam anónimas as fontes e encriptam os dados. Não haverá polícia que valha aos lobbies.
Não sei bem como mas "cheira-me" que a solução vai passar por empresas como a Apple e Amazon que ainda são dependentes das clássicas produtoras/distribuidoras mas em pouco tempo serão os pilares dessa indústria e começarão elas a vender directamente o trabalho dos artistas fazendo o bypass às produtoras. Lá fazem uns destaques de grupos ou filmes novos (quem sabe até por eles financiados/produzidos nas grandes produções - olha que o Steve foi o criador da ILM) e os desconhecidos ficam conhecidos por estarem na home page do iTunes ou o que for.
Quando isto acontecer haverá uma explosão de empresas a prestar este serviço a nível global mas com "artistas" locais. Um tipo de mini iTunes.
Tudo a 1 euro ou a 50 cêntimos ou até onde a concorrência deixe ir o modelo de negócios.
O artista precisa de 10.000 Euros para fazer o disco? Apresenta o projecto a essas novas mini (ou mega) iTunes.
O artista precisa de 100.000.000 Euros para fazer o filme? Apresenta o projecto a essas novas mega iTunes. Neste financiamento acredito.
Penso que a solução passará mais por aqui. Pela morte dos dinossauros e nascimento de novas empresas com distribuição baseada na web. Tenho muitas dúvidas que as clássicas que existem consigam perceber isto, adaptar-se e não cair.
E para a arte que não for comercialmente apetecível? O que acontece com ela hoje? O que acontecia com ela há 50 anos atrás? Vai continuar igual mas tem mais potencial de chegar às pessoas num projecto que una esses “artistas” num tipo de serviço global “alternativo” mas no mesmo género dos acima do que com financiamento público.
Mama eu quero,
ResponderEliminarUm subsídio é algo que, por força da lei, tira dinheiro de muitos para dar a alguns. O copyright é um subsídio. Só que, ao contrário dos subsídios explicitos, este subsídio esconde os custos e baralha quem paga.
Eu não defendo subsidios para tudo. Defendo que o copyright é um péssimo subsídio, com custos muito superiores ao necessário (em dinheiro e direitos) e mal aplicados. E defendo que se alguma coisa for tão valiosa para a sociedade que deva ser subsidiada, o seja cobrando mais a quem mais tem e dando a quem precisa. Por exemplo, investindo mais na formação de artistas, quer no ensino secundário quer com cursos superiores em universidades públicas.
Mas acho que te enganas ao dizer que temos o copyright em vez de um subsídio. Uma lei que nos obriga a dar dinheiro às editoras é um subsídio, seja lá qual for o mecanismo pelo qual o consegue.
Na generalidade concordo contigo.
ResponderEliminarMas penso ser abusivo quando dizes
"Uma lei que nos obriga a dar dinheiro às editoras"
Porquê? Porque, por exemplo eu não lhes dou um centavo faz um par de anos ou mais (ok, ok confesso que fui um par de vezes ao cinema por pressão conjugal).
Tenho essa escolha. Com a tua sugestão fico sem ela.
Ah! E eu também não sou como o João Miranda que defende mercado para tudo. Mas fico na minha, a cultura tem a ganhar ao estar colada mais ao mercado que aos subsídios. Com outras leis que não estas claro mas como já expliquei parece-me que será o próprio mercado (com a ajuda da net) a fazer cair os gigantes e os seus lobbies e a democratizar mais a cultura e o seu custo.
Abr
Mama eu quero,
ResponderEliminar« Porque, por exemplo eu não lhes dou um centavo faz um par de anos ou mais (ok, ok confesso que fui um par de vezes ao cinema por pressão conjugal).
Tenho essa escolha. Com a tua sugestão fico sem ela.»
Em primeiro lugar, tu sustentas finananceiramente todo o mecanismo de coacção que permite vender CDs a 15€. Pagas policia, investigação, tribunais e afins, dinheiro que seria melhor empregue no ensino de arte.
E é-te imposto um custo de oportunidade grande. Se respeitares esta lei à letra tens de pagar nessa limitação ao acesso que te é imposta. Imagina que concessionam todas as praias e passas a pagar 10€ se queres lá entrar. Mesmo que deixes de ir à praia isto é um custo que te é imposto. Ou tens o custo de 10€ ou o custo de deixar de ir.
É claro que, na prática, o que acontece é que ninguém liga à lei. Mas isso, proponho, também não abona muito em seu favor :)
Ludwig, suponho que aquilo que te estamos a tentar dizer é que a tua crítica ao sistema existente é certeira e partilhada por todos (ou quase todos) os que aqui comentam.
ResponderEliminarA tua solução é que é vaga demais, ou se a compreendo bem, é inaceitável.
Faz-me lembrar a crítica marxista ao capitalismo. Li o manifesto há pouco tempo, e concordei a 100% com a sua crítica ao capitalismo. Depois estraga tudo quando propõe a solução alternativa.
Acontece exactamente o mesmo contigo (repara n
...ão te estou a acusar de comunismo!)
ResponderEliminarFalando em sistemas alternativos, mais uma acha para a fogueira:
ResponderEliminarhttp://remixtures.com/2009/04/jacques-attali-apresenta-10-proposicoes-contra-a-resposta-gradual-e-a-favor-da-licenca-global/#more-5008
Oscar, extremamente interessante.
ResponderEliminarMas o tipo é francês. Pelo que esquece. Não haverá ninguém nos states que ouça este tipo de coisa vinda de um francês. Não digo que não o façam mas estou pessimista.
Mas sim, é extremamente interessante...