quinta-feira, abril 16, 2009

Bom e barato, IX

O Gimp (GNU Image Manipulation Program) serve para desenhar, retocar fotografias e compor imagens. Tenho estado a usá-lo e parece-me ter tudo o que o Photoshop tem. Pelo menos tem tudo o que alguma vez usei no Photoshop, mais uma data de coisas que não sei para que servem e, certamente, um punhado mais que nem imagino. E, além de gratuito, é mais pequeno e mais rápido a carregar.

Tenho estado também a usar o OpenOffice cada vez mais. Tal como o Gimp, parece fazer tudo o que faz o equivalente pago, é mais pequeno e até gosto mais do aspecto. O problema é a inércia de ter todos os documentos antigos em formatos Microsoft, bem como quase tudo o que me enviam. Mas como agora muita gente está a usar o Office 2007 e eu não quero uma coisa ainda mais inchada que o Office XP, acabo por ter de converter os documentos de qualquer forma. Uma boa desculpa para largar as coisas do tio Gates.

Já tinha mencionado o OpenOffice em 2007, noutro contexto. Nessa altura, o IPQ formou uma comissão técnica para a normalização de documentos digitais. A Microsoft estava lá mas a Sun, que promove o OpenOffice e normas abertas para documentos, não pôde participar porque, disseram, não havia espaço na sala (1). O sucesso da Microsoft deve mais aos cotovelos que ao software. Outro exemplo disso é o Windows que vem instalado nos computadores que compramos, pelo qual pagarmos sem nos perguntarem se queremos nem nos dizerem quanto custa. E custa. Quem quiser saber mais sobre este imposto Microsoft pode visitar o site da campanha Não Quero Imposto M$.

Deixando agora o software, descobri recentemente o Mailinator. É um serviço gratuito que cria uma caixa de correio sempre que recebe um email para qualquer endereço num dos seus servidores. Por exemplo, se alguém enviar um email para enderecotodoxpto@mailinator.com, se não existia passa a existir. E para ler o email nessa caixa de correio basta ir ao site e escrever o endereço. Nem sequer tem password. Não serve para ter uma conta de email pessoal mas é óptimo para os todos os sites chatos que exigem um endereço de email para registo. Basta dar um endereço no Mailinator e ir lá ver a senha, link ou o que for que mandam quando nos registamos. Sempre alivia um pouco o spam no nosso email a sério.

Para terminar, uma notícia. A Encarta vai fechar. Esta enciclopédia da Microsoft foi bastante famosa e fez frente à Enciclopédia Britânica. Mas isso foi antes da Wikipedia. Sem a protecção de monopólios legais nem uma empresa como a Microsoft consegue enfrentar milhões de pessoas a colaborar por gosto.

1- Copy Vai-te...

63 comentários:

  1. Recomendo o site em baixo onde podem descarregar diversas aplicações "opensource" portáteis (ñ necessitam de serem instaladas, podendo ser executadas a partir de uma "pen" em qq PC c/ SO Window$). Entre estas estão o OpenOffice e o GIMP, referidos neste post.

    http://portableapps.com/

    Penso que a maioria destas também possuem uma versão para o Linux mas não em versão portátil.

    Existe também em alternativa este pacote de aplicações portáteis:

    http://www.lupopensuite.com/pt/index.htm

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  2. Oscar Pereira16/04/09, 22:20

    O problema é a inércia de ter todos os documentos antigos em formatos Microsoft, bem como quase tudo o que me enviam.Não sei se poderá ajudar ou não, mas em todo o caso aqui fica o link:

    Don't you just hate receiving Word documents in email messages? Word attachments are annoying, but worse than that, they impede people from switching to free software. Maybe we can stop this practice with a simple collective effort. All we have to do is ask each person who sends us a Word file to reconsider that way of doing things.

    [ ... ]

    With our numbers, simply by asking, we can make a difference.

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  3. E em Linux tenho uma máquina-virtual da Sun (Virtual Box) com o Windows XP, sem pagar pelo SO, seguindo as instruções em: HOWTO: Running IE6, IE7 and IE8 On Ubuntu Intrepid (8.10) Using VirtualBox.

    Uso o Gimp, mas infelizmente tenho de abrir ficheiros do Photoshop, por isso instalei o Wine-Doors, que instalou o Photoshop CS2 em Linux. Quando terminam os 30 dias e preciso de voltar a usá-lo, apagos o ficheiro de registo, volto a instalar o Photoshop e volto a poder usá-lo.

    Infelizmente o portátil que comprei vinha com Windows Vista instalado, que foi desinstalado no mesmo dia em que foi comprado.

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  4. Ah, finalmente um ponto de concórdia (para além da questão do aborto).
    Eu também uso mais o Linux do que o XP ou o Vista. Em casa por acaso tenho usado mais o XP porque o PC onde está o Fedora precisa de um update ao nível da memória. A consequência dessa situação é que demora muito a abrir alguns sites, especialmente se tiver videos tipo YouTube.
    Ah, e o OpenOffice é mais do que suficiente para 99% das coisas que se fazem com o MS Office.

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  5. A Microsoft é uma treta pegada de companhia que nunca consegue ser competitiva onde não pode manipular o mercado com os seus monopólios.

    Veja-se o caso do Windows Mobile, que apesar de levar anos de avanço ao RIM e ao iPhone, está a levar um porradanço dos dois (só se mantém no mercado com jogadas de bastidores). Veja-se o caso do Zune. Veja-se o caso do "pocket pc", que nunca foi nada excepto vaporware (e levou coça da palm). Até mesmo o xBox, que parece à primeira vista um sucesso, é uma aventura que tem até hoje um lucro negativo de milhares de milhões de dólares (fosse outra companhia já tinha encerrado a secção).

    A MS só consegue ter aura de vencedora nos domínios onde é monopólio. Não lhe tenho respeito algum.


    Dito isto, não me vejo a usar o Linux. Pode até já ser hoje em dia algo mais fácil e acessível a quem, como eu, não percebe peta de programação. Mas não me parece que já esteja "lá", e depois eu preciso mesmo é do Photoshop e dos seus plugins, do Autocad, do Artlantis e do 3dStudio Max.

    Mas sou solidário com a vossa rebelião :).

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  6. Toc Toc Toc

    Ludwig, desculpa-me interromper. Está aqui um senhor para falar contigo.

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  7. O Gimp faz muito para um software livre, mas não se compara ao photoshop num nível de exigencia mais alto. Bom, mas a verdade é que o preço também não se compara :-)

    Na àrea do 3D tenho usado o Blender.É open soource, para todas as plataformas, e extremamente completo. O desenvolvimento está a cargo da Blender Foundation, que distribui projectos por programadores de todo o mundo, pelo que lança novas actualizações regularmente. Aconselho vivamente.

    Dito isto, e para quem também trabalha com o 3ds Max especialmente em modelação orgânica, vejam as novas graphite modeling tools do Max 2010.

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  8. mama eu quero17/04/09, 11:59

    Pirate Bay.

    Veredicto: Culpados!

    OPS....

    O curioso é a sentença ter sido "leaked" antes de anunciada. Se isto não é ironia...

    AquiSeguem os recursos.

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  9. Oscar Pereira17/04/09, 13:49

    Viva as leis que representam a "maioria" ... :S

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  10. É de facto um retrocesso. Uma péssima notícia. Temo pelo futuro, um futuro onde todos têm de pagar pelo oxigénio que respiram porque foi patenteado por alguém. Não há limites para a idiotice?

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  11. Quatro responsáveis por site de downloads condenados
    Hoje às 13:01

    Quatro responsáveis por um dos maiores sites de downloads foram condenados a um ano de prisão por um tribunal sueco. Este tribunal considerou estes quatro suecos culpados de cumplicidade na violação de direitos de autor.

    Ler o resto aqui:

    http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=1204307

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  12. The Pirate Bay’s Peter Sunde as quoted by the BBC:

    “It’s so bizarre that we were convicted at all and it’s even more bizarre that we were [convicted] as a team. The court said we were organised. I can’t get Gottfrid out of bed in the morning. If you’re going to convict us, convict us of disorganised crime.

    “We can’t pay and we wouldn’t pay. Even if I had the money I would rather burn everything I owned, and I wouldn’t even give them the ashes.”

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  13. Epa, religião e copyright logo no dia da ExpoFCT... A ver se recupero no fim de semana.

    Obrigado a todos pelos links e notícias.

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  14. Ena, tanto fan do LinuX! Mas estava capaz de apostar o dedo mindinho do Ludwig, que à excepção do Pedro, em casa todos usam o Windows…

    Quem não quiser usar o Office 2007 tem a alternativa do Office Live evitando ter de converter dos documentos. Mas nem sequer vejo qual é o problema disso.

    Do que percebi quem recusou a entrada da Sun na reunião foi o IPQ, mas a Microsoft é que tem culpa?

    Quem instala o Windows nos computadores que compramos são os fabricantes, não é a Microsoft. Ninguém te obriga a comprar um computador já com sistema operativo, muito menos sem saber quanto custa. Experimenta comprar um PC online no site da Dell, Hp, tens todas as opções e preço para o sistema operativo, ou mesmo sem.

    Também se vendem computadores já com Linux instalado, poucos, é certo, mas porquê? Porque não presta!

    A Encarta vai fechar porque deixou de ser rentável. A Microsoft não é uma instituição de beneficência. Mas entretanto o administrador da Wikipedia alemã já escreveu para a Microsoft a pedir para disponibilizar os conteúdos da Encarta quando fechar. Não deve ser assim tão má…

    Mas a melhor fica para o fim: Oh Barba Rija, então a Xbox dá lucro negativo? É preciso muita lata para escrever estas fantasias, só para justificar um ponto vista… A Xbox dá lucro sim, mas positivo, porque obviamente não podia ser de outra forma, de bastantes milhões de dólares, sendo até uma das gamas mais rentáveis…

    Não custa nada informarmo-nos antes abrir a boca, pois não?

    Cumprimentos a todos do Xiquinho e da Milu!

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  15. Xiquinho,

    O problema não é ser mau, nem a encarta nem o windows (se bem que o vista é mesmo mau, nem de borla o ponho). E, na prática, o software da Microsoft (e muito outro) é gratuito para uso pessoal. Apesar da lei se opor a isso, muita gente o usa sem pagar.

    Por outro lado, e daqui é que vem o grosso do seu sucesso comercial, muita gente o paga sem saber, ou mesmo sem o usar. Quem vai a uma loja comprar um PC ou portátil traz o windows, depois de o pagar, mesmo que não o queira. Recentemente, já formatei vários portáteis de pessoas que os compraram com o vista para depois instalar os XP que tinham comprado com os portáteis anteriores. Que possivelmente nem sequer é legal; não sei se a "licença" de usar o XP naquele portátil dá licença de o usar noutro quando se muda de portátil.

    Mas isto faz me ter bastante confiança que se os computadores viessem todos sem sistema operativo e a loja vendesse o Vista por 200€ ao lado de vários Linux por 2€ muito menos gente comprava o windows.

    E a razão principal porque muita gente usa o windows é, curiosamente, porque muita gente usa o windows -- daí que se faça mais jogos para o windows e muita gente nem se imagine usar outra coisa que não o windows. E a origem disto é o marketing agressivo e a violação de princípios básicos de livre concorrência, como vender o hardware obrigando a compra de um software específico, práticas que já deram problemas legais à Microsoft várias vezes.

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  16. mama eu quero18/04/09, 11:41

    Concordo com quase tudo o que foi dito.

    Só tenho a acrescentar duas coisas:

    1. A quem "devemos" o facto de toda a gente ter computadores acessíveis hoje? Intel e Microsoft.

    2. No mundo empresarial em que é super crítico ter sistemas fiáveis e mais importante ainda, com suporte (verdadeiro suporte - tipo algo se passou e é preciso resolver a questão JÁ nem que para isso se mude algum código fonte imediatamente e repor o sistema numa hora) à distancia de uma secretária ou telefone não há alternativa à IBM (back) e à Microsoft (middle e front).

    Uma vez no Brasil, contra todas as nossas propostas um cliente (Banco) decidiu avançar com o Linux para os servidores de middleware e de home banking. "AH muito mais barato e tal". Isto mesmo depois de lhe despejarmos exemplos de experiências de outros clientes nos states.
    Resultado, após ter contratado alguns dos melhores programadores de Linux em São Paulo pagos a peso de ouro (25.000 reais por mês + audi A4 com plafond de gasolina de 250 reais/mes + telefone com chamadas ilimitadas + seguro de saúde - e ainda um contrato com uma empresa MUITO conhecida detentora dessa versão de Linux, contrato esse que incluída tb suporte) no primeiro crash do sistema os rapazinhos demoraram 3 dias a identificar o problema, 12 horas para arranjar um workaround e quase 3 semanas a conseguir uma recompilação que evitasse novo episódio semelhante.
    Com isso o banco perdeu milhões de reais e teve de por em cima o sistema backup antigo baseado em microsoft já que o problema ocorreu precisamente no load balance mesmo à frente.

    Passados uns 6 meses aconteceu algo semelhante que demorou mais uns pares de dias a resolver.

    Nessa altura o cliente contactou-nos de novo e avançamos para o projecto original por nós sugerido.

    Depois de tudo montado com consultores e programadores brasileiros da Microsoft abancados no cliente 8 horas/dia mas sempre prontos 24/h para intervir e a receber logs nos telemóveis com contrato com a micro a coisa era mais barata que pagar aqueles programadores de Linux (incluindo as licenças à microsoft que fez especial desconto).
    Mais importante ainda, no primeiro crash do sistema o tema ficou resolvido em tempo real pelo sistema de backup (load balance) e o crashado ficou em cima passado um par de horas com o problema resolvido.
    Nunca (durante dois anos) houve problemas graves que obrigassem a recompilações da microsoft além dos service packs que se instalaram sem espinhas. Tempo On: 100% em 18 meses (com o load balance a aguentar os sistemas que crashavam sempre invisível para os clientes internos e externos).

    Eu não quero ser um anti isto ou aquilo mas esta tem sido a minha experiência profissional e como não é outra tenho de dizer que em sistemas absolutamente crítical não há alternativa à Microsoft (com IBM lá atrás).

    Se optarem por Linux num sistema complexo que não pode tolerar falhas... estão a arranjar problemas. E estes serão sempre GIGANTES pela natureza de não poderem ocorrer.

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  17. mama eu quero18/04/09, 12:00

    Ah! E porquê IBM lá atrás?

    1. Segurança dos sistemas que suportam as DB. Por várias razões mas uma das principais é haver apenas um "punhado" de pessoas com conhecimentos que poderiam tentar "crackar" o sistema - além disso todas as instalações são personalizadas pelo que todos os sistemas terão de ser "crackados" de forma diferente. Alguém crackou? É fácil de o apanhar, ou é um colaborador, ou ex-colaborador. Ninguém pensa sequer em fazê-lo pois sabe que será apanhado.

    2. Pura e simplesmente não há alternativa de performance ao DB2/servidores IBM num sistema central. Se precisam de correr um batch à noite em tempo útil que implique uns milhares de milhões de operações na DB e, por vezes biliões - 10^12 - de operações (em que tudo o que é feito fique logado) não há de facto alternativa.

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  18. Oscar Pereira18/04/09, 12:07

    MEQ,

    1. A quem "devemos" o facto de toda a gente ter computadores acessíveis hoje? Intel e Microsoft.Então e a IBM, que criou o "computador pessoal"?

    Quanto ao resto, a minha (ainda muito reduzida, é certo) experiência têm dito algo do contrário...

    É possível dar mais detalhes sobre esse sistema? (e em particular, sobre o problema que demorou 3 dias a identificar)

    Xiquinho,

    A única instalação do windows que tinha em casa foi à vida com o meu pc antigo, e desde dessa altura é Linux only (se bem que já dantes o uso do windows era muito muito reduzido...). E não me estou a ver a voltar a usar windows outra vez, embora compreenda perfeitamente quem o faz por precisar de aplicações muito específicas (Studio Max, et al...)

    E concordo com o Ludwig quanto ao vista: não o uso nem dado de borla. Razões: bloated, pedantic, and DRM riddled (eu espero que os meus computadores façam aquilo que eu quero, não aquilo que a M$oft/Hollywood studios acham por bem querer)

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  19. Estimado Ludwig,

    O Vista não é mau. Isso é um mito baseado no facto que o Vista requer poder de hardware em quantidade muito superior ao XP. Se instalares o vista num PIV, com 512 Mb de Ram, a coisa corre mas com tantos problemas que leva as pessoas a quererem fazer o downgrade para o XP. E isto até é muito mais evidente no caso dos portáteis. Agora se experimentares instalar o Vista com um processador moderno e todo o hardware a condizer posso-te garantir que já há dois anos que uso o vista e nunca tive sequer um crash.

    Quem vai a uma loja comprar um PC ou portátil traz o WindowsRepito que tens possibilidade de comprar com ou sem o Windows. Pode acontecer é que a loja não tenha nenhum disponível e tenhas de encomendar e esperar. O que não podes é querer que a loja venda todos sem sistema, porque isso seria estar a obrigar o consumidor a instalar o sistema e há muito boa gente que não está para o fazer. Nem estar à espera que a loja o instale. O que querem é comprar e levar e seguramente que a oferta das lojas que obedece à lei do mercado.

    E repito também que quem instala o SO são os fabricantes, por isso não faz qualquer sentido culpar a Microsoft nem sequer as lojas.

    É curioso que os Macs sempre vieram já com o sistema operativo instalado e ninguém acha isso estranho. E nem se pode mudá-lo.

    Mas já com o Windows, acudam, oh da guarda, que isto já ofende as leis da concorrência.

    Mas concordo que a Microsoft já tem por vezes usado práticas comerciais questionáveis, mas acho que grande parte desta campanha de bota abaixo permanente contra ela é completamente desproporcionada.

    Mais cumprimentos do Xiquinho

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  20. Xiquinho,

    «o Vista requer poder de hardware em quantidade muito superior ao XP. »O Vista requer poder de hardware muito superior ao razoável num sistema operativo. Em boa parte devido às restrições para o uso de certos conteúdos digitais...

    «O que não podes é querer que a loja venda todos sem sistema, porque isso seria estar a obrigar o consumidor a instalar o sistema»Não é isso que exijo. Que a loja venda e instale qualquer S.O. é legítimo. O que exijo é que isso seja feito às claras por escolha do comprador. Por 1200€ tem este portátil com o Vista instalado, por 900€ o mesmo portátil com Linux, agora escolha. Quem o usar para ver mail, navegar na net e escrever coisas no word fica melhor servido com o Linux.

    «Mas concordo que a Microsoft já tem por vezes usado práticas comerciais questionáveis, mas acho que grande parte desta campanha de bota abaixo permanente contra ela é completamente desproporcionada.»A minha "campanha" não é contra a Microsoft em si. É contra o modelo legal do qual ela agora depende: restrições ao acesso, limitação à partilha de ficheiros, patentes de software para tramar a concorrência, práticas comerciais abusivas, etc. Isto cria a ilusão que estas coisas são necessárias para ter bom software, quando é mais o contrário...

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  21. Mama eu quero,

    A tua experiência no sector bancário pode ser representativa desse sector. Mas penso que não é correcta a ideia que o software livre é mais falível. A maior parte da internet depende de servidores open source. E para sistemas criticos -- mesmo críticos de morrer alguém se a coisa falha -- ter o código fonte aberto é um requisito fundamental.

    Já para não falar do que pode acontecer quando pões empresas com código proprietário a cargo do software em máquinas para contar votos, na gestão de processos legais e coisas do género...

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  22. mama eu quero18/04/09, 12:46

    Oscar,

    "É possível dar mais detalhes sobre esse sistema? (e em particular, sobre o problema que demorou 3 dias a identificar)"

    Nessa altura já não estávamos no cliente. Não sei qual a versão do sistema de Linux que usavam.

    Contudo sei por alto o que aconteceu. Algum programador (nunca foi apanhado pelo que sei) de Linux explorou uma falha no load balance através do servidor de home banking.

    Ludwig,
    e este é precisamente o maior problema dos softwares livres para sistemas "security critical".
    É que não há sistemas perfeitos.
    E se milhões de pessoas têm o código fonte em frente a eles é só uma questão de tempo até alguém explorar uma falha que pode não ser nada evidente.
    É diferente de fazeres reverse engineering porque fazer isto é uma chatiçe e demora um tempo que milhões não têm.

    Repara
    1 - Linux: potenciais milhões de cabeças inteligentes à procura de falhas de segurança com código fonte disponível.
    2 - Microsoft: potenciais milhões de cabeças inteligentes à procura de falhas de segurança recorrendo ao tedioso e horroroso reverse engineering.
    3 - IBM: Ninguém com acesso ao código ou a reverse engineering a não ser pessoas identificadas.

    Agora põe-te no lugar de um decisor para um sistema absolutamente critical em uptime e segurança.

    O que decides? Linux que praticamente não tem empresas que prestem um verdadeiro suporte real time e que toda a gente espreita o código? Vai-te custar milhões e provavelmente vais perder o emprego.

    Essa questão do software de máquinas de contar votos é um belo exemplo.
    Tu desconfias que uma empresa como a IBM pode ser comprada ou contar os votos no seu interesse. Eu duvido porque é só colocar um grupo alargado de pessoas a "auditar" o software. Parace-me muito mais fácil explorar secretamente um sistema aberto em que todos tenham acesso ao código sem ninguém dar por isso. Tipo russos ou chineses a alterarem os resultados nos states. Muito mais fácil de fazer se o sistema for Linux do que se for IBM ou mesmo Microsoft.

    Os sistemas de código aberto são perigosos para estas coisas. Porque as pessoas são caçadoras por natureza e se têm acesso completo
    ao código do sistema.... vão caçar.
    Se não tiverem qualquer acesso ao código...

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  23. mama eu quero18/04/09, 12:59

    E tens razão quando dizes que a net está cheia de servidores Linux.

    É tudo uma questão de custo/beneficio.

    Não vais por um DB2 a suportar lá atrás o blogspot por exemplo. Não faz qualquer sentido.

    Também não vais pagar umas centenas de milhares de euros em licenças Microsoft se o que queres é fazer uma loja online. Provavelmente se ficares em baixo uma semana sai-te mais barato que pagar os custos anuais dessas licenças.
    Mas se esse custo de downtime for superior ao custo das licenças/suporte real time... estás a tomar a decisão errada.

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  24. mama eu quero18/04/09, 13:06

    Já estou fora destes temas faz um par de anos mas ainda tenho os meus ex-colegas e amigos na área.
    Alguém é cliente de um major banco tuga que no ano passado teve o home banking em baixo cerca de uma semana?

    Sabem porquê? Porque achou que o contrato que tinha com a microsoft era caro e decidiu não renova-lo e os consultores da micro lá foram todos embora. O resultado foi o que se viu. Depois voltaram a falar com a micro e esta espetou-lhes os custos de tabela das licenças. Passou a pagar quase mais 2 milhões de euros do que pagava anteriormente.
    Já para não falar da semana que esteve em baixo.

    Essa coisa do software livre (para uso comercial) é como o comunismo. é muito bonito só na teoria.

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  25. Ludwig

    Em boa parte devido às restrições para o uso de certos conteúdos digitais...

    Não será preciso recordar-te que essas restrições são exigidas pelas produtoras de Hollywood, pois não? E nunca seria em boa parte, quando muito isso apenas seria motivo para o PC ficar mais lento enquanto está a fazer a reprodução desses conteúdos… Mas bolas, estás a ver um filme ou a trabalhar com o GIMP?

    Continuando na questão da pré-instalacao: isso que tu defendes é precisamente o que se passa hoje em dia, dou-te um exemplo: aqui em Cacau estão muito em moda os sub-notebooks; em todas as lojas tenho encontrado invariavelmente dois modelos, um com o XP custa cerca de 400E, outro com uma variante de Linux cerca de 300E. O cliente é livre de escolher qual o modelo, quanto quer pagar, o quê que tu queres mais claro que isto?

    E se fores a dell.com, ou ao site de outro grande fabricante parecido, escolhe um PC que não tenha sido desenhado para um SO especifico, clica em customize, e verifica que tens a possibilidade de escolher qual a versão do Windows, de Linux, ou mesmo sem SO. Inclusivé comprar pré-instalado Umbutu Linux, FreDOs, enfim, lo qui quieras!!!

    A não ser que em Portugal, não seja assim que as coisas funcionem, o que também não me custa muito a acreditar, dada a capacidade de inovação que alguns nacionais têm para o negócio…

    Oscar,

    Durante anos reparei computadores de clientes, amigos, conhecidos e afins. A quantidade e qualidade barbaridades que tenho encontrado em computadores é qualquer coisa de indescritível… Mas ainda estou para encontrar o primeiro que me diga que fez asneira… é que invariavelmente a culpa é sempre do Windows, nunca é de quem se põe a mexer em coisas sem ter a mínima ideia do que está a fazer e depois queixa-se que o Windows não funciona, está lento, o IE crasha, etc e tal… obviamente que não estou a dizer que seja o seu caso, mas apenas a falar da minha experiência pessoal.

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  26. Oh Barba Rija, então a Xbox dá lucro negativo? É preciso muita lata para escrever estas fantasias, só para justificar um ponto vista… A Xbox dá lucro sim, mas positivo, porque obviamente não podia ser de outra forma, de bastantes milhões de dólares, sendo até uma das gamas mais rentáveis…Xiquinho, nem sempre escrevo por escrever. Por isso deixa-te de indignações quando não sabes do que falas. Dois segundos no google são suficientes para evitares dizer disparates:

    Xbox Division FINALLY Reports Profitable YearCongratulations, Microsoft. For the first time in the Xbox group's history, it's reported a profitable year (previous back-slapping have been confined to profitable quarters), with earnings released today showing the Entertainment & Devices Division (which, granted, also includes stuff like Games for Windows and the Zune) made around $US 426 million during the 07-08 financial year, mostly as a result of increased 360 console and software sales. That sure beats last year's results, which thanks to the RROD warranty extension saw the E&DD division go $US 1.9 billion in the red. Also included in Microsoft's report was the fact the company have now sold 20 million 360 consoles, which should provide a nice, clean figure for the company's post-NPD numbers spin.Só fazer as contas. Se 400m do ano passado são os primeiros números positivos e a coisa em 2007 já ia em 1.9b no vermelho, não é preciso ser-se um génio para perceber que toda a aventura está bem no vermelho.

    Isso é um mito baseado no facto que o Vista requer poder de hardware em quantidade muito superior ao XP.O facto de que requer muito mais poder de hardware sem grandes "retribuições" é um testamento em si da porcaria de software que é. Obviamente, se comprar um PC topo de gama, qualquer OS, por mais "bloated" que seja, corre sempre bem. As críticas ao Vista não são, no entanto, confinadas aos "geeks" que se dizem "fãs" do linux. Basta olhar para todas as empresas que preferiram manter o windows xp e obrigaram a microsoft a manter a manutenção do OS por mais tempo do que queriam, além de fazer o marketing do Vista como "XP downgradeable", o que é hilariante!

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  27. Mário Miguel18/04/09, 13:58

    Reparar o fenómeno contrário:

    Onde era tradição o Linux entrou o Windows, ou seja: o fenómeno tradição estava do lado do Linux, e aqui o Windows teve que (e conseguiu) vencer a inércia que o Linux tinha criado, tendo estado em maioria; que é o argumento do lado do Windows actualmente, entre outros.

    Ver aqui e aqui

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  28. Ludwig

    O que é particularmente grave na condenação dos piratas é que, à falta de argumentos materiais, eles foram condenados, em substância, por "incitamento ao crime". Quer isto dizer que tu ou eu ou qualquee pessoa que linke um site pode ser condenado por um crime igual... só por linkar um site que tem um conteúdo protegido por direitos de autor.

    E o Google?

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  29. mama eu quero,

    «Se optarem por Linux num sistema complexo que não pode tolerar falhas... estão a arranjar problemas. »Se eu fosse a ti ia avisar a malta da Google :)

    Não assentes tamanha universalidade numa experiência individual - até porque de histórias como as que tu contaste, mas em que o SO era Windows, está o mundo cheio.

    Uma certa e determinada instituição de investigação científica das portuguesas* teve problemas muito grandes na rede interna e tinha três informáticos responsáveis por tudo a trabalhar em Windows NT Server.

    * Não vou agora dizer quem são porque nem sei se tenho autorização para isso, dado que só o soube porque era lá bolseiro na altura.

    E relativamente à segurança de código aberto ou código fechado ser mais ou menos seguro: no xadrez tu vês as peças todas e isso não implica que tu consigas vencer o adversário. Do mesmo modo, podes ter o código esparramado à tua frente e não fazer ideia de como entrar num determinado sistema. Numa estratégia de desenvolvimento colaborativa e aberta, até é mais fácil descobrir e rectificar as vulnerabilidades - exactamente porque existem milhares de pessoas à procura delas e das soluções - até antes do software estar pronto.

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  30. Ludwig,

    Não precisas de passar horas a converter ficheiros: o OpenOffice lida bem com a maior parte dos ficheiros MS. Por vezes passa-se com documentos altamente formatados - principalmente quando foram mal formatados, como alinhar tabelas carregando muitas vezes na tecla de ESPAÇO :\

    Na minha profissão tenho de lidar diariamente com documentos de outros e raramente tenho chatices. Recomendação: vai usando e convertendo à medida que fores precisando. Terás menos dores de cabeça :)

    Quanto ao GIMP: a última versão é muito boa. Uso-o exclusivamente para o meu trabalho gráfico - juntamente com o Inkscape para trabalho vectorial -, nomeadamente para tratamento de fotografia. Não sinto falta do Photoshop. O Photoshop é melhor? Sem dúvida - mas 98% dos utilizadrores não deve saber porquê nem deve precisar de utilizar essa "vantagem". Eu, que até me considero um utilizador avançado de "software do género", não preciso...

    Ah... e urra para o Blender, claro, um exemplo de peso no mundo do Software Live!!! :)

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  31. Mário, tendo em conta o tipo de mercado que o netbook visa, é inevitável que o windows xp ganhe. Ainda para mais, os netbooks deixaram de ser pequenos portáteis com discos de 10GB para hoje já terem 64, ou mesmo 120GB. Já não é apenas pc para ver a internet.

    Notoriamente, a Microsoft teve de abandonar as margens de lucro abissais nestes sistemas para poder concorrer com o Linux. Parece que resultou.

    O irónico da questão dos netbooks é que é uma corrida para o lucro zero da parte dos fabricantes e por conseguinte, da microsoft.

    Isto porque a "taxa" MS, escondida facilmente em PCs mais caros, aqui torna-se demasiado visível. Entre um PC que custa 200 euros e outro que custa 250, já há diferença notória. E adivinha-se que os preços baixem cada vez mais, pelo que a MS também terá de baixar o seu preço (como já o fez).

    Isto só se consegue se tiveres concorrência disponível (Linux).

    Não é segmento de grande lucro.

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  32. Caro Barba Rija,

    É uma boa tentativa mas não pega: o que tu afirmastes foi a Xbox dava lucro negativo, vá lá, prejuízo, o que é um disparate completo. Agora vens confundir as contas da EDD com as contas da Xbox, é pior a emenda que o soneto. Nada do texto te permite concluir que foi a Xbox que deu o prejuízo e é perfeitamente normal que em determinadas fases da vida das empresas uma divisão dê prejuízo, (apesar que os números que apresentas nem sequer parecem oficiais) para mais tarde poder a dar lucro.

    O que não quer dizer que os produtos faz não prestem, mas sim que é necessário tempo para recuperar o investimento em pesquisa e desenvolvimento que normalmente está associado ao software.

    mais poder de hardware sem grandes "retribuições"

    Achas pequenas retribuições, no meu caso, dois anos sem um único crash, sem um vírus, sem um BSD? Um novo OS demora sempre 2-3 anos a ser adoptado pelas empresas independentemente da sua qualidade. As empresas funcionam para dar lucro, não para irem a correr comprar o último grito da moda, qualquer patrão sabe que enquanto o XP aguentar, não vai a correr comprar o vista. Já o consumidor caseiro, não pensa assim, se gosta e tiver possibilidades disso, compra e não quer saber de prejuízos.

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  33. mama eu quero18/04/09, 15:34

    leandroribeiro,

    :)
    a malta do google não conta.
    Porquê? Porque tem uma versão de linux desenvolvida por eles e mantida por eles. Assim também eu. Se eu conseguir (custo/benefício) ter os desenvolvedores comigo 24/h dia não vejo onde pode estar o problema. É mais barato e seguro que comprar licenças e consultores/programadores à Microsoft. O core business da google justifica ter as três dezenas de programadores full time dedicados exclusivamente a isso. De outra forma é que seria de admirar!
    :)


    "Uma certa e determinada instituição de investigação científica das portuguesas* teve problemas muito grandes na rede interna[...]"
    Eu também sou do tempo do NT mas tens de concordar que o NT é uma carcaça velha comparada com as versões server depois do windows 2000. As novas versões server então estão, como sabes, a anos luz do NT.
    Mas o que escreveste não quer dizer nada a favor do software livre para uso comercial. O que quer dizer é que essa instituição não tinha acordo decente com a Microsoft. Como muitas comprou as licenças (talvez nem isso) e pronto. Repara que no exemplo do banco que dei acima eles não trocaram a micro por linux. Pura e simplesmente acharam que não havia necessidade de ter um contrato de manutenção de software. Ora não há software perfeito. Se o teu core business corre no software então é bom que invistas uns tostões a ter o(s) gajo(s) que desenvolveu a coisa (ou o "primo" que chega a ele numa hora) bem pertinho de ti e a par de tudo o que se está a passar.

    Eu não digo que os windows servers são melhores que os Linux.
    O que eu digo é que para negócios que precisam de software sempre up and running a Microsoft ofereçe contratos de manutenção que funcionam e que nunca te deixam na mão. As outras empresas que comercializam Linux, incluindo a SUN, teimam em não conseguir estar à altura disto. Sim, têm alguns clientes assim agarrados e seguros mas não conseguem criar estruturas de custos que lhes permitam levar esse modelo a todo o mundo.

    E sem esta garantia, só um tonto (i)responsável pelos sistemas de informação punha o pescoço a jeito. Aliás, não é à toa que a Microsoft domina esta área. É o contrato de suporte.

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  34. mama eu quero18/04/09, 15:49

    leandroribeiro,

    quanto ao resto concordo contigo quando dizes que há um sem número de pessoas de volta do software o que permite que mais problemas sejam encontrados e resolvidos.

    Mas se me pedires para tentar "crackar" um sistema da IBM (com windows ou linux no front office) eu encolho os ombros e pergunto: "Como"?
    Se me pedires para "crackar" um Linux (uma qualquer db instalada em Linux com front office em linux) a primeira coisa que farei é baixar as versões que queres que "cracke", juntar todas as pessoas que se cruzaram cmg nesta minha vida passada de consultor e oferecer 100.000 euros ao primeiro que o fizer.

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  35. mama eu quero18/04/09, 15:58

    A verdade é que não há almoços grátis.

    E nestas coisas de software exposto à net não chega a instalação de uma versão estável.
    Alguém tem de estar de guarda e esse guarda precisa de alimentar a família.


    Concordo contudo que para aplicações office como o open e outras como O GIMP para uso pessoal e mesmo o sistema operativo pessoal de cada um não é necessário nada disto e os voluntários vão acabar com os profissionais.

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  36. mamã,

    «Porquê? Porque tem uma versão de linux desenvolvida por eles e mantida por eles.»Mas, repara, a vantagem é exactamente essa: uma empresa com a equipa certa pode ter versões "pessoais" de Linux, adaptadas às necessidades, mas não pode ter versões "pessoais" de Windows. Em Hollywood a maior parte das máquinas de renderização dos projectos finais são Linux - isto porque lhes permitem adaptar o SO às monstruosas necessidades das tarefas. O trabalho criativo, esse, é para os Macs, claro :)

    Mas a questão do apoio técnico é importante para empresas que não podem/querem/sabem ter uma equipa técnica a trabalhar para adaptar os computadores ao trabalho - e não ao contrário.

    «As outras empresas que comercializam Linux, incluindo a SUN, teimam em não conseguir estar à altura disto. » Mas tendo em consideração a natureza, origem e evolução do mundo Linux, é natural que ainda não existam empresas à altura da MS nesse campo, mas isso está a mudar, o que só me parece positivo.

    Não te sei dar detalhes sem ir pesquisar (e agora estou preguiçoso!!!), mas achava que a Canonical e a SUSE começaram a fazer um bom serviço nisso. A um nível mais pequenino e nacional, temos a Caixa Mágica a dar os primeiros passos. Tens também já empresas que não representam qualquer software, mas prestam apoio técnico responsabilizado: instalam, configuram, fazem formação e manutenção e assinam contratos de responsabilização.

    «Mas o que escreveste não quer dizer nada a favor do software livre para uso comercial.»Nem era essa a intenção: queria era mostrar-te que cenários desses também ocorrem no mundo Windows, pelo que só um levantamento estatístico poderá justificar uma tomada de posição quanto a que solução será melhor, actualmente.

    «Mas se me pedires para tentar "crackar" um sistema da IBM (com windows ou linux no front office) eu encolho os ombros e pergunto: "Como"?»Estás a ser desonesto, pá! ;) A comparação não é essa. A comparação seria mais do género: pega num Mandriva e num XP, junta os tais 400 macacos, e descobre qual é mais facilmente "crackável". Não me parece que seja por o código de um estar "aberto" que os do outro vão ter a vida facilitada.

    Mas a questão inicial do Ludwig leva-nos a muitos assuntos muito interessantes. Se é verdade que no mundo empresarial podemos justificar o domínio da MS com base no apoio técnico, nos computadores pessoais isso já não cola, por exemplo. E os drivers para Hardware? Que motivo comercial justifica o domínio da MS para além de contratos agradáveis? E o mundo Linux? Deverá abrir mão de todo o potencial ligado à personalização das distribuições para permitir padrões que facilitem o desenvolvimento de drivers ou devem continuar a lutar por drivers de código aberto? Afinal o que perde uma empresa de Hardware ao abrir o código de um driver? Estas e outras questões num próximo episódio... :)

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  37. mama eu quero18/04/09, 17:27

    "repara, a vantagem é exactamente essa: uma empresa com a equipa certa pode ter versões "pessoais" de Linux, adaptadas às necessidades"
    Isso é verdade se fores uma empresa de software. A Google é uma empresa de publicidade mas usa o software para levar o mundo até à sua publicidade.
    Não podes fazer o mesmo num banco ou noutro negócio. O que eles sabem fazer e gerir não é software mas sim o seu negócio. Se insistires nisso não vai resultar. Só vai desfocar. Experimenta ir a um conselho de administração de um banco explicar seja o que for das necessidades que tens (que eles têm) de software e vais perceber que estás a falar chinês para eles. Mas se lhes disseres que ao preço X consegues um contrato com quem desenvolveu o software e que esse developer é a micro e que os SLAs são uptime de 100% eles entendem.

    "Mas a questão do apoio técnico é importante para empresas que não podem/querem/sabem ter uma equipa técnica a trabalhar para adaptar os computadores ao trabalho"
    Isto é desfocar do negócio deles. Isto é apontar para o caminho errado. Eu sei plantar muito bem batatas não desenvolver/manter software. É desfocar do que é importante. É a tal história de ires a conselho de administração falar chinês para quem só sabe (e muito bem) plantar batatas.
    O exemplo que deste das empresas de renderização é diferente. Repara que o core deles tem por base essa ferramenta e não há empresa que lhes forneça o que precisam por isso faz sentido na lógica de custo/beneficio adaptarem uma versão e criarem uma equipa do que terem mais uns milhares de máquinas a consumir energia bem como suportar os custos da sua aquisição. Tudo se resume ao que representa melhor investimento.

    "Estás a ser desonesto, pá! ;)"
    Tens razão!
    ;)

    E também concordo com o que dizes no último parágrafo.
    Isto tudo é mais complicado do que parece ao primeiro olhar.

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  38. Mama eu quero,

    «Parace-me muito mais fácil explorar secretamente um sistema aberto em que todos tenham acesso ao código sem ninguém dar por isso.»Estás enganado. O código aberto dá muito mais segurança do que código fechado, porque a segurança depende do sistema ser robusto e não convém contar que ninguém descubra os bugs só por não mostrarmos o código.

    Se mostras o código a maioria daqueles que vão examinar o teu sistema não querem lixar-te. Se não mostras quase todos os que vão examinar o sistema vão fazê-lo com más intenções. E se tens bugs alguém vai descobrí-los...

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  39. Xiquinho,

    «Não será preciso recordar-te que essas restrições são exigidas pelas produtoras de Hollywood, pois não?»E?... Como já te disse, não estou só a criticar a Microsoft em si, mas todo este sistema.

    «E nunca seria em boa parte, quando muito isso apenas seria motivo para o PC ficar mais lento enquanto está a fazer a reprodução desses conteúdos…»Não é só. Podes ver http://www.tomshardware.com/reviews/xp-vs-vista,1531.html>aqui. Há uma perda de desempenho em quase tudo em relação ao XP.

    Mas agora podes perguntar: se o Vista é pior, porque tanta gente o tem? Simples. Porque a Microsoft já não deixa ter XP. É o sistema do costume.

    «A não ser que em Portugal, não seja assim que as coisas funcionem,»Por enquanto, não muito. Se vais comprar à loja tens a escolha entre windows ou ir a outra loja onde tens a mesma escolha :)

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  40. Anónimo,

    «O que é particularmente grave na condenação dos piratas é que, à falta de argumentos materiais, eles foram condenados, em substância, por "incitamento ao crime". Quer isto dizer que tu ou eu ou qualquee pessoa que linke um site pode ser condenado por um crime igual... só por linkar um site que tem um conteúdo protegido por direitos de autor.»Isso é grave, concordo. Mas o julgamento deles foi um julgamento político. E suspeito (espero...) que vá ter consequências boas por causa do disparate que é, mostrando claramente a necessidade de rever estas leis.

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  41. Mama e Leandro,

    A lei concede monopólios sobre ficheiros. Uma empresa que se aproveite disto tem logo uma vantagem sobre qualquer um que não se aproveite disto. Quem distribui Linux não pode ameaçar cortar alguém da rede de distribuição, por exemplo. E uma vez tendo uma grande base de utilizadores (em parte graças à pirataria...) a Microsoft, usando as vantagens que a lei lhe dá, ficou em posição de controlar facilmente o mercado.

    Se acabasse a concessão legal de monopólios sobre conteúdos digitais via-se bem em que é que depende o sucesso da Microsoft...

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  42. mama eu quero19/04/09, 00:11

    Esta conversa daria pano para mangas.

    O sucesso da Microsoft deve-se a uma série de factores muitos deles irrepetíveis.

    Deve-o à falta de visão da IBM.
    Deve-o à Intel.
    Deve-o à facilidade de cópia do seu software no início da sua existência.
    Deve-o à "abertura" do software a qualquer fabricante de periféricos (ao contrário da Apple). E aqui, mais uma vez deve-o à parceria com a Intel.
    Deve-o à "abertura" do software a qualquer empresa de developers criando o mais rapidamente uma teia de milhões de dependências económicas do DOS e Windows.
    Deve-o à sua estratégia de "meter" software quase (e algum mesmo totalmente) grátis nas escolas.
    Deve-o à falta de oferta com boa relação qualidade/preço na área empresarial (Eu, muito novo, trabalhei como analista da Xerox antes do windows existir e lembro-me que o open vms custava uma fortuna - não é exagero).
    Deve-o ao forte empenho em ter equipas de desenvolvimento nas empresas suas clientes.
    Deve-o à excelente equipa que desenvolveu o DirectX.
    Deve-o à equipa que desenhou a arquitectura ODBC.
    Deve-o ao seu Visual Basic que formou uma comunidade de milhões de developers que desenvolveram outros milhões de aplicações.
    Deve-o à sua política de certificações de técnicos que criou confiança nas empresas que os empregavam e claro dependências desses mesmos técnicos ou programadores para com a sua plataforma.
    etc.
    etc.
    etc (mas mesmo muitos mais etc).

    Resumindo penso que se ficou menos a dever ao software e mais à estratégia à la google: Usar todos os meios para levar TODAS as pessoas a terem o DOS e depois o Windows.
    Não dar mérito a isto parece-me redutor (não estou a dizer que não dás).
    Em 20 anos fazer isto tudo e mais os inúmeros etc está à altura de poucos por isso a Microsoft é a Microsoft e não a Apple ou a Sun ou a Oracle ou outra qualquer.

    Mas nada dura para sempre e eu, se tivesse acções da Microsoft, estaria bem atento porque depois do mercado recuperar não deverá faltar muito para começar a valer a pena desfazer delas.

    Ele é a Google de um lado, fortíssima à la borlium. Ele é a Apple do outro sedutora até mais não. Ele é o software livre cada vez mais perto de conquistar os utilizadores domésticos. Ele é o Linux com as empresas cada vez mais bem preparadas para darem verdadeiro suporte às que usam o seu software. Ele é o Bill que saltou da carroça mesmo a tempo.

    Resistir a isto tudo não me parece tarefa fácil.

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  43. Mama eu quero,

    Proponho outra maneira de veres a coisa:

    Tens leis que concedem monopólios sobre a distribuição de software.

    A distribuição custa praticamente zero.

    Um sistema operativo é tão mais apetecível quanto mais gente o usar (porque mais companhias fazem software, jogos, etc).

    Nestas condições, vai haver uma empresa que domina quase totalmente o mercado.

    Qual empresa? Isso é à sorte. Em retrospectiva podes ir à cata deste espirro ou aquele soluço que foram determinantes para o sucesso, mas isso é olhar para a ponta da folha e não ver a floresta.

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  44. mama eu quero19/04/09, 11:35

    Não podemos concordar em tudo.

    O exemplo é a Apple que começou na mesma altura, "roubou" as mesmas patentes gráficas que a micro, jogou com as mesmas leis e...
    E a xerox que tinha estas patentes todas o que fez? Um PC? Hum...
    Depois nada impediu a IBM com o seu PC-DOS e o seu OS/2 de crescer e criar concorrência.
    E a Atari? E o Amiga? E a Wang?

    Não sei se foram as leis se foi a menor competencia e visão no sentido de levar a água ao seu moinho.

    Afinal a microsoft era apenas um par de putos e algumas das outras (todas menos a Apple) eram gigantes com lobbies em Washington. Quem venceu? As duas que não tinham lobbies. O que isso me diz? Que não foram as leis (lobbies).


    Mas ainda bem que não concordamos em tudo.

    Eu penso que já olhei para estas coisas de todos os ângulos mas aprendo sempre algo aqui nos teus posts sobre isto do copyright e software livre.

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  45. mama eu quero19/04/09, 11:39

    E não são as leis, na minha opinião, o que mais impede hoje uma empresa fazer concorrência ombro a ombro com a micro.
    É o que foi dito acima penso que pelo Leandro.
    Drivers para começar.

    E se assim fosse não haveria espaço para a Apple e... há cada vez mais.

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  46. mama eu quero19/04/09, 11:51

    Ou estás a dizer que estão erradas as leis que protegem a propriedade (software) da Microsoft e que esta deveria ser obrigada a deixar qualquer um (empresa, indivíduos) usar o código fonte do Windows?

    É que se é isso temos então uma diferença ideológica profunda.
    O que também é normal.

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  47. Mama eu quero,

    «Ou estás a dizer que estão erradas as leis que protegem a propriedade (software) da Microsoft e que esta deveria ser obrigada a deixar qualquer um (empresa, indivíduos) usar o código fonte do Windows?»Estou a dizer que operações algébricas, sequências de números, e estados de máquinas de calcular não devem ser considerados propriedade. Sempre estiveram no domínio público e são abstractos demais para se tornar propriedade só em benefício de alguns accionistas.

    Assim, se tu na tua máquina de calcular fazes 2+3 e carregas no = isto não te dá o direito legal de me proibir de somar 2 com 3 na minha. E mesmo que estendas isso para milhões de operações, a situação é a mesma.

    Mas isto não te obriga a mostrares-me o que está na tua máquina de calcular, nem proponho que a Microsoft seja obrigada a revelar o código fonte. Pelo contrário, defendo o direito à privacidade. Se tu não queres que saibam que somaste 2 com 3 deve ser punido quem tentar descobri-lo violando a tua privacidade.

    Mas se me vendes um cd com essa conta já não é uma questão de privacidade, e não tens qualquer legitimidade para me restringir o uso de números como os que estão no cd que me vendeste. É esse o meu ponto fundamental no que toca ao copyright digital e às patentes de software. A matemática é de todos, ponto.

    Quanto ao sucesso da Microsoft, quando tens leis que te permitem vedar a alguém o acesso a certo software, assim que começas a ficar mais conhecido que os outros ganhas o poder de apanhar uma fatia maior do mercado ameaçando os revendedores de não os deixares vender o teu produto. Ou vendem portáteis com windows OEM ou não vendem windows nessa loja, etc.

    Isto cria um sistema caótico de (quase) winner takes all. É imprevisível à partida quem fica com o bolo quase todo, mas é inevitável que um fique. Podia ter sido a Apple, a IBM, a Intel, a Sinclair, a Atari, etc se tivessem feito a coisa de maneira diferente. Mas com este sistema legal era inevitável que acabássemos com uma, com código fechado, incompatível com a concorrência, licensas, restrições e a dominar o mercado quase todo.

    No Linux não se passa isso porque ninguém pode restringir aos outros o direito de o distribuir. Assim tens imensos sistemas operativos, todos compatíveis (mais ou menos), muitas empresas e todos a competir e colaborar entre si.

    E se acabares com o disparate de tratar sequências de 0s e 1s como propriedade é este o panorama de software que se vai ter. O opensource é quase garantido, porque sem propriedade sobre os binários não há interesse em manter o código secreto. A interoperabilidade também, porque ninguém vai querer ficar de fora. E a concorrência é melhor para todos.

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  48. mama eu quero19/04/09, 15:35

    É aí que discordamos.

    Uma caneta também é só tinta. Não é a tinta que é tua propriedade. É o que crias com ela. É o que está na tua cabeça e passa para o papel.

    Teimas em não aceitar que os 0s e 1s não passam da nova caneta e as memorias do novo papel. Estás a confundir as ferramentas com o produto final.

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  49. Mama,

    «Uma caneta também é só tinta. Não é a tinta que é tua propriedade. É o que crias com ela. É o que está na tua cabeça e passa para o papel.»O que está na minha cabeça é propriedade no sentido de não ser legítimo privarem-me do uso dos meus pensamentos.

    Mas não é propriedade no sentido de ser legítimo da minha parte proibir alguém de pensar o mesmo que eu.

    «Teimas em não aceitar que os 0s e 1s não passam da nova caneta e as memorias do novo papel.»Não tenho problema em aceitar isso. E aceito que uma pessoa escrever 010101 numa memória que é sua lhe dá o direito de propriedade de ninguém ir lá bisbilhotar ou apagar sem a sua autorização.

    O que rejeito é a ideia que isso lhe dá o direito de proibir os outros de escrever 010101 nas suas memórias.

    Nota que a proibição de cópia não tem nada a ver com propriedade. Eu ser dono de uma camisola não impede os outros de ter camisola igual.

    O problema aqui é que a restrição do uso de sequências de números é uma forma absurda de financiar a criatividade. Ou seja o que for.

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  50. mama eu quero19/04/09, 17:10

    "Mas não é propriedade no sentido de ser legítimo da minha parte proibir alguém de pensar o mesmo que eu."

    Mas isso é o mesmo que dizer que se eu investir, por exemplo, 20 anos da minha vida a conseguir um motor a combustão que consuma 1 litro aos 100 e tenha 500 cavalos não posso proibir os outros de desatarem a copiar o motor e a ganharem dinheiro as minhas custas!

    Não há diferença do meu ponto de vista entre isto e, por exemplo, a criação de uma formula que me dê os resultados de uma query à db mil vezes mais depressa do que as existentes. Repara que eu não investi o meu tempo e os meus recursos a conseguir uma formula de 0s e 1s. Investi o meu tempo a conseguir que os resultados de querys das db sejam mil vezes mais rápidos a concluir. Essa ideia, traduzida na formula a que cheguei não pode pura e simplesmente ser usada por quem quiser se eu não autorizar. Que invistam o seu temo e recursos a conseguir outra forma de chegar aos mesmos resultados.

    É que ao contrário de ti eu acho que não deixar patentear isto é que é matar a inovação. A principal cenoura é a mesma à milhares de anos. Ter caça em casa. Ter vida desafogada. Retiras essa cenoura e é um ver de encostanços uns aos outros à espera que alguém traga caça para o jantar.



    "Eu ser dono de uma camisola não impede os outros de ter camisola igual."

    Não não impede. Mas a empresa que criou determinada camisola pode impedir outras de a copiarem. É igual. Experimenta criar uma empresa que se chame coca cola ou que tenha o simbolo da nike. É a mesma coisa.
    Mas concordo ctg que se eu gostar muito da camisola que comprei não deveria ser impedido de EU fazer outra igual para mim (não para vender).



    "O problema aqui é que a restrição do uso de sequências de números é uma forma absurda de financiar a criatividade".
    Não é a sequência de números. É a idéia. É a forma que arranjaste de conseguir a query mil vezes mais rápida e isso sim é traduzido em sequências de numeros. E sim não os podes usar sem a minha autorização mas podes conseguir a tua forma (formula) de conseguires a tua query mil vezes mais rápida ou um milhão de vezes mais rápida que nada te impede.

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  51. Mama,

    «Mas isso é o mesmo que dizer que se eu investir, por exemplo, 20 anos da minha vida a conseguir um motor a combustão que consuma 1 litro aos 100 e tenha 500 cavalos não posso proibir os outros de desatarem a copiar o motor e a ganharem dinheiro as minhas custas!»

    Não é o mesmo, não. Uma coisa é proibir os outros de ganhar dinheiro com a comercialização da tua ideia, outra bem diferente é proibir os outros de usufruir da tua ideia, pensar o mesmo que tu pensaste ou distribuir descrições da tua ideia. A regulação comercial pode ser feita à parte da proibição de actos não comerciais.

    Por exemplo, se tu inventares uma receita pode ser proibido eu vender esses bolos mas não ser proibido eu fazê-los aqui em casa para os comer ou descrever a receita a outras pessoas.

    Além disso, não vejo porque a tua decisão inteiramente voluntária de dedicar 20 anos da tua vida a fazer seja o que for te há de dar o direito de me proibires de fazer algo. Isso, visto como um direito, é um absurdo. Faz o que quiseres com esses vinte anos mas não chateies os outros.

    O que podes argumentar é que podemos conceder um monopólio comercial para incentivar as pessoas a passar vinte anos da sua vida a inventar um motor novo. E para algumas coisas eu até aceito que seja bom negócio. Mas, como qualquer negócio, deve ser bem analisado para que não se compre gato por lebre. E proibir milhões de pessoas de trocar certas sequências de bits como forma de incentivar um marmelo a escrever "eu tenho dois amores" é um mau negócio.

    «Não é a sequência de números. É a idéia. É a forma que arranjaste de conseguir a query mil vezes mais rápida e isso sim é traduzido em sequências de numeros.»

    Seja. Nem reconheço a ninguém a legitimidade de proibir ideias aos outros nem essa tua afirmação justifica concluir que a descrição matemática de uma ideia passe a ser propriedade no sentido de um a proibir aos outros.

    Penso que tu estás a baralhar a propriedade como aplicada a bens materiais com o incentivo económico de certas actividades pela concessão de monopólios comerciais. Mas essa confusão não me admira, porque é mesmo isso que as empresas que dependem do copyright têm estado a propagandear.

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  52. mama eu quero19/04/09, 18:35

    "Por exemplo, se tu inventares uma receita pode ser proibido eu vender esses bolos mas não ser proibido eu fazê-los aqui em casa para os comer ou descrever a receita a outras pessoas."
    Mas eu concordo contigo nisto.


    "O que podes argumentar é que podemos conceder um monopólio comercial para incentivar as pessoas a passar vinte anos da sua vida a inventar um motor novo."
    E era isso que estava a dizer.


    "Mas essa confusão não me admira, porque é mesmo isso que as empresas que dependem do copyright têm estado a propagandear."
    E não é confusão. Eu vejo as sequências de bits como sequencias de letras. As letras não são propriedade de ninguem mas um livro é.
    E eu não mamo com o que me espetam. Mas acredito que o que move o mundo é a papa em casa e não a solidariedade ou o voluntarismo por isso sim defendo que haja monopolio por uns anos.

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  53. Mama eu quero,

    «Eu vejo as sequências de bits como sequencias de letras. As letras não são propriedade de ninguem mas um livro é.»

    O livro, objecto material, pode ser propriedade. O livro como sequência abstracta de personagens e episódios, ou mesmo sequência de palavras ou caracteres, não faz sentido como propriedade. Isso é como ser dono de palavras, letras ou números.

    Pior ainda, mais que restringir a distribuição de uma certa sequência é preciso hoje em dia proibir a divulgação de qualquer descrição dessa sequência.

    Antigamente, escrevias uma história, vendias o direito exclusivo de vender cópias impressas dessa história ou traduções, e a lei regulava essa actividade comercial. Não havia dispositivos legais que te permitissem impedir que pessoas telefonassem a outras lendo partes do livro, decorassem o livro inteiro e o declamassem aos amigos ou listassem quantas vezes, e em quais posições, aparecia a, b, c, etc nessa história que tinhas escrito. E por muitos livros que escrevesses nunca te dariam direitos exclusivos sobre sequências de números ou operações algébricas. Essa parte estava completamente fora de quaisquer monopólios de distribuição.

    Aplicar isto aos conteúdos digitais fura todas estas barreiras. Para já, não é a cópia da obra -- os mesmos caracteres -- que estás a restringir mas sim uma descrição algébrica dessa sequência de caracteres. Depois, não é uma sequência específica de números que tens de restringir mas qualquer sequencia de números que possa ser transformada nessa por operações algébricas. E isso, se fizeres as contas, é todas as sequências. E, finalmente, tens de restringir a transmissão de qualquer fragmento dessa sequência, porque se permitires que cada pessoa transfira um pouco numa rede com muitas pessoas não é preciso mais que isso até que todos tenham tudo.

    Em suma, inventares seja o que for não te dá o direito de proibir nada aos outros. Essa justificação é treta. Conceitos abstractos, como números ou histórias, não têm dono nem podem ser propriedade. Finalmente, a única maneira de restringir a distribuição de conteúdos digitais é pela censura -- ou seja, pela proibição da divulgação de informação em abstracto -- porque não é possível fazê-lo restringindo apenas a distribuição de um conjunto específico de sequências.

    É por isto que eu rejeito a extensão deste tipo de monopólios ao uso não comercial de conteúdos digitais. Se houver alguma actividade importante que exija financiamento deve-se financiá-la de outra maneira que não censurando a internet.

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  54. mama eu quero19/04/09, 20:17

    "É por isto que eu rejeito a extensão deste tipo de monopólios ao uso não comercial de conteúdos digitais."

    Espera aí! Mas isso é o que eu acho também! Uso não comercial não tem de estar sujeito as regras de copyright!

    Essa parte (a mais importante) não me pareceu nada claro nestes teus comentários.
    Sempre interpretei que achavas que, por exemplo, a Apple não devia poder proibir a Microsoft de usar um qualquer icon animado ou assim.

    Agora se eu compro o software à Apple e ela me diz que não posso fazer copy paste do icon X para usar num software feito por mim para uso não comercial eu já não concordo nada.

    Mas se eu der este software de borla com esse icon a toda a gente aí já não me parece correcto e começo a perceber (finalmente mas estou em multitasking desde as 10 da manhã) que é aqui que divergimos.

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  55. Gostaria de por dois pontos nos is.

    1. A ideia de que a Microsoft chegou onde chegou sem dever nada a patentes é falsa. Basta rever a história de como a Apple processou todas as companhias que lhe copiaram o GUI (ainda cheguei a usar o GEM!!), e a única que sobreviveu foi a MS, que tinha um contracto com a Apple com umas letrinhas escondidinhas e pequeninas que lhe permitiram (com alguma interpretação judicial) copiar a Apple sem ter de lhe pagar fosse o que fosse.

    Não sou fã da Apple, diga-se. Foi precisamente a sua acção judicial que destruiu toda a concorrência da Apple, e se tivesse conseguido destruir a MS, o panorama hoje seria pior.

    2. O Xiquinho ainda mantém que a Xbox é rentável e que eu é que estou a distorcer as coisas. Xiquinho, não insistas. A aventura da Xbox está nos vários milhares de milhões de dólares no vermelho, e para a MS rentabilizar, precisa de 6 a 10 anos como os que teve em 07/08, o que dado o panorama da guerra de plataformas, não é nada garantido. Fosse outra companhia mais dependente de "resultados", a MS já teria desistido da aventura. Concordo que em termos de marketing, até parece que tem um enorme sucesso, e tem uma legião de fãs. Até pode ser um bom produto com bons jogos. O meu sarcasmo é económico, não é qualitativo.

    Em mercados onde tem de competir lealmente, a MS só consegue ter resultados favoráveis nos segmentos dos keyboard e dos ratos. E alguém que me apresente um contra-exemplo, que terei todo o prazer de o destruir.

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  56. Oscar Pereira20/04/09, 15:28

    Em mercados onde tem de competir lealmente, a MS só consegue ter resultados favoráveis nos segmentos dos keyboard e dos ratos.
    Concordo inteiramente. Tenho um teclado e dois ratos da M$oft, e são uma maravilha. Não estou ser irónico.

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  57. Mama eu quero,

    «Espera aí! Mas isso é o que eu acho também! Uso não comercial não tem de estar sujeito as regras de copyright!»

    Nesse caso tens de abdicar da tua posição da criação intelectual como uma propriedade e aceitar a minha posição que qualquer restrição, como patentes ou copyright, é apenas justificável pela vantagem de incentivar o investimento e não porque o criador é "dono" da ideia. Concordamos nisso?

    ««Sempre interpretei que achavas que, por exemplo, a Apple não devia poder proibir a Microsoft de usar um qualquer icon animado ou assim.»

    Isso não fica claro na minha posição porque não o considero muito importante. Se, como sociedade, acharmos que interessa regular as relações entre a Apple a Microsoft, podemos fazê-lo. Senão, deixamos fazerem como entendem. Seja como for, o custo para nós é pequeno porque ambos têem advogados. O importante aí é ver a coisa do ponto de vista daquilo que nos interessa, como sociedade, e não nos deixarmos enganar pela propaganda da "propriedade intelectual", os "direitos" e afins. Chamemos-lhe subsidios, que é isso que essas leis são.

    «Mas se eu der este software de borla com esse icon a toda a gente aí já não me parece correcto e começo a perceber (finalmente mas estou em multitasking desde as 10 da manhã) que é aqui que divergimos.»Novamente o erro. Tu não dás software. Tu não podes dar números, letras ou palavras. Isso são coisas abstractas que tu descreves, exprimes, transmites ou copias, mas não dás.

    O que podes dar é o CD com o software. O CD é um objecto físico, é passível de ser propriedade e pode deixar de ser teu para ser meu. Mas aquela string de 101001010101... não podes dar a ninguém porque nem é teu nem passa a ser do outro.

    Supõe que eu tenho aqui um CD e te digo que, no CD, o primeiro byte é um 12, o segundo um 38, o terceiro 128, etc. Não te estou a dar nem o CD nem o conteúdo do CD. Estou a *descrever* o que está no CD.

    Proibir descrições é censura. E isso, se vires o copyright como um subsídio ou incentivo, é fácil ver que é mau negócio.

    Por isso defendo que as leis de propriedade se apliquem a coisas, não a conceitos ou descrições. Que a censura se guarde para casos em que vale a pena, como a protecção da privacidade, e não se use como um subsídio às empresas. E que se use a regulação comercial da forma que for mais benéfica para a sociedade. Se virmos que é melhor proibir a Ms de usar os icones da Apple, porreiro. Se for melhor não meter a lei nisso, por mim também está bem.

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  58. Mais leis não por favor, que já existem demasiadas!

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  59. mama eu quero20/04/09, 23:17

    Tive o dia fora por isso só agora consegui vir aqui.

    "[...]é apenas justificável pela vantagem de incentivar o investimento e não porque o criador é "dono" da ideia. Concordamos nisso?"
    CLARO! É para ter uma cenoura que permita alguém dedicar o tempo a inovar. Mas as restrições ao uso da inovação, para mim, deverão existir para empresas comerciais. Posso ter a opção de dizer que durante determinados anos só eu ou as empresas que fizerem contratos comigo podem COMERCIALIZAR a inovação. Mas não posso proibir ali o Zé da esquina a fazer exactamente o mesmo para uso pessoal (se tiver a capacidade técnica etc.).

    "O importante aí é ver a coisa do ponto de vista daquilo que nos interessa, como sociedade[...]"
    E é aqui que as opiniões (as nossas e as de muitos entre muitos) divergem.
    E aqui entram questões políticas de fundo. O que eu penso que nos interessa como sociedade é muito diferente do que, por exemplo, o PCP pensa. E aqui é que a questão é importante. O que nos interessa como sociedade é criar riqueza e bem-estar e cada um tem opinião diferente do outro de como conseguir isso.
    Não concordo que são questões entre as empresas. São questões que têm de ser reguladas na sociedade e as empresas têm de "jogar" com essas regras (já existem mas são manhosas, aí concordo ctg). Se não era a selva e não havia empresa que conseguisse fazer um plano de negócios logo a sociedade como a conhecemos desmoronava-se.


    "Isso são coisas abstractas que tu descreves, exprimes, transmites ou copias, mas não dás."
    Aqui também temos uma divergência de fundo. Eu não dou os 0 e 1 que não servem para nada. eu dou um serviço. Não me interessa se esse serviço tem por base 0 e 1 ou o que for. A electricidade também é só electrões a passear e não te vejo a dizer que não se deve cobrar pelo serviço. Sim tem cabos e centrais mas o software tem homens/hora a trabalhar. Essas horas são riqueza logo propriedade. TUDO o que envolve trabalho homem/hora é riqueza logo propriedade. O resto é treta. Aqui nunca iremos concordar.

    "O CD é um objecto físico, é passível de ser propriedade[...]"
    Não. Não é o físico que é propriedade. É a riqueza. Já nem o dinheiro é físico puto! Tens de abandonar essa ideia do físico.
    O que é propriedade é o homem/hora. Não é só o plástico do CD que é propriedade, é também o homem/hora que o criou. A riqueza não está no móvel que compras mas sim no homem/hora que o criou. Repara que podes ter dois móveis com a mesma quantidade da mesma madeira mas um custa 100 euros e o outro pode custar 10.000! Essa diferença está na ideia que cada criador levou à prática bem como na vontade que criou nos clientes de possuir aquele produto/serviço. Seja madeira ou electrões ordenados.


    "Estou a *descrever* o que está no CD."
    Treta. Estás a tocar uma música, a ver um filme ou a correr um software. Que custaram em homens/hora uma riqueza substancial. Estás a ter emoções ou a produzir trabalho com base neles.
    E não concordo quando dizes em posts anteriores que as regras não estão decididas à partida antes do gajo fazer o filme. Porque estão. O gajo fez o filme para vender. Depois de pronto não o deu a ninguém. Po-lo à venda. Pôs as emoções que o filme cria à venda. Não são os bytes que estão à venda nem a modulação na fita VHS nem a descrição que podes fazer dela (WMV, AVI, MOV) mas sim o filme que é resultado disso.

    Não é pelo facto de o copyright original se aplicar a coisas físicas (não havia outras) que não o temos de adaptar aos produtos/serviços de hoje em que nem o dinheiro é físico.
    Não é a formula do WMV que está em questão. São as emoções que esse produto te dá descodificado. E o autor pediu-te um preço para as teres com o seu produto/serviço. Podes sim argumentar que por as cópias serem a custo 0 então o produto/serviço tem de ser mais barato.


    "[...]
    e não se use como um subsídio às empresa"
    Apesar do que tenho dito acima concordo que as leis de hoje são manhosas e super protectoras dos interesses de alguns. Por isso uso os torrents e estou desiludido com o desfecho do julgamento na Suécia.

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  60. mama eu quero20/04/09, 23:38

    A minha mulher diz-me que não te deves de importar que a descrição do saldo da tua conta bancária passe para a descrição do saldo de uma conta nossa.
    Ela diz que tu dizes que isso não é propriedade por ser fácil copiar e por estar representada numa fórmula matemática propriedade de todos.

    ;)

    Queres o numero de conta do BES ou do TOTTA?

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  61. E eu aqui a pensar que ninguém queria mais alguma coisa do BES...

    Concordo contigo, mama eu quero.

    Aliás, como o Lessig, que o Ludwig costuma linkar.

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  62. Mama eu quero,

    «Mas as restrições ao uso da inovação, para mim, deverão existir para empresas comerciais.»

    Eu acho que só deverão existir quando o custo de manter essas leis for compensado por benefícios que essas restrições tragam para a sociedade. Assim que o custo ultrapasse os benefícios deve-se acabar com isso. Podes querer mama, nas não é por isso que temos de ta dar :)

    «Eu não dou os 0 e 1 que não servem para nada. eu dou um serviço.»

    Exacto. O músico presta um serviço ao criar a música. Ou é pago porque prestou esse serviço ao abrigo de um contrato ou prestou esse serviço em regime de voluntariado (porque lhe apeteceu) e ninguém lhe deve nada. Seja como for, será pago pelo serviço. O que se faz com os bits que descrevem a música já não é com ele.

    «Não. Não é o físico que é propriedade. É a riqueza. Já nem o dinheiro é físico puto! Tens de abandonar essa ideia do físico.
    O que é propriedade é o homem/hora.»


    O home/hora é uma grandeza física. Tem unidades. O 2 já não. É adimensional. E o dinheiro é mais uma promessa de propriedade que propriedade em si. Quando as coisas dão para o torto, vale tanto como qualquer outra promessa. Como se viu recentemente...

    «Treta. Estás a tocar uma música, a ver um filme ou a correr um software.»

    Lê o que eu escrevi. Se tenho aqui um mp3 e to envio por email, aquilo que eu envio não é nem música nem horas/homem. É uma descrição numérica da música.

    O que sai das tuas colunas é música, sim, mas não foi esse som que te enviei. O que te enviei foi uma descrição numérica do som. É como enviar-te a receita e fazeres o bolo. Não te enviei o bolo.

    «A minha mulher diz-me que não te deves de importar que a descrição do saldo da tua conta bancária passe para a descrição do saldo de uma conta nossa.»

    À parte da questão da privacidade não, não me importava com a descrição. É como mandar-te um jpg da escritura da minha casa.

    Mas nota que mandar um jpg da escritura é diferente de pôr a casa em teu nome, e penso que foi essa a confusão da tua mulher.

    Supõe que ias ao banco e copiavas para um pendisk toda a informação da minha conta. Essa era a descrição. E isso podes pôr no teu PC que não me tira um cêntimo.

    Bem diferente é alterares o registo no banco para atribuir esse dinheiro à tua conta, ou o registo predial para pôr a minha casa em teu nome, etc.

    «Ela diz que tu dizes que isso não é propriedade por ser fácil copiar e por estar representada numa fórmula matemática propriedade de todos.»

    Explica-lhe então que o que eu digo é que a *descrição* em si não é propriedade. Por exemplo, "Ludwig Krippahl" é o meu nome no sentido de ser o nome que uso mas não no sentido de ser eu o proprietário desta sequência de caracteres. Tal como o meu número de BI, os meus dados bancários, etc.

    «Não é pelo facto de o copyright original se aplicar a coisas físicas (não havia outras) que não o temos de adaptar aos produtos/serviços de hoje em que nem o dinheiro é físico.»

    O dinheiro é um bom exemplo. Supõe que eu tenho 12345 euros na conta. Isto quer dizer que o banco tem registado 12345 euros em meu nome. Se fores lá alterar o registo estás a roubar-me euros.

    Mas se usares o numero 12345 não me estás a roubar nada. Esse número não é meu; é simplesmente a descrição da quantia que eu tenho no banco.

    Se tu compões a música és autor da música. Mas não és autor, nem muito menos donos, de qualquer sequência de números que possa ser usada para indicar a variação da pressão do ar ao longo do tempo quando a tua música está a tocar.

    É essa diferença fundamental que te está a escapar.

    PS: por alguma razão marada, o blogspot agora não converte os linebreaks depois dos tags. Se usas um itálico tens de acrescentar os linebreaks com html para funcionar...

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  63. Download Artlatis Studio 2.1.0.4. Full version!

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