A entrevista ficou aquém do que nos tem habituado aqui no blog. Os argumentos apresentados na rádio poderiam ter sido mais estruturados e dirigidos ao central da questões da entrevistadora. Desejo que aqui no blog continue com a argumentação a que nos tem habituado. abraço
Ludi, com essa de cada um ter que asumir as suas responsabilidades lixáste para todo o sempre o ateísmo em Portugal ;-). Conhecendo eu as limitações de uma entrevista de rádio e a necessidade de falar de modo que todos - e não apenas os «insiders» - compreendam, discordo do Pedro Saraiva e dou-te os parabéns objectivos de profissional e subjectivos de mana. Cristy
comunidade catolica: visa normalizar a crença, como hão-de ser catolicos. associação ateísta: vai perguntar aos ateus o que é ser ateu.
A mim nunca ninguem me perguntou se não preferia conduzir pela esquerda nas estradas de portugal. Porque é que nos hão de obrigar a respeitar e a levar a cabo as regras de transito? Não seria melhor, em nome da liberdade, perguntar a cada cidadão o que pensa sobre as regras de transito? eu acho que sim, que se deveria fazer isso.
«A entrevista ficou aquém do que nos tem habituado aqui no blog.»
Concordo, e espero que continue a ser assim. Penso que quando não conseguir ser mais claro e focado num texto ponderado do que que numa resposta rápida a uma pergunta do momento será uma boa altura de desistir do blog :)
Cristy,
Obrigado pela avaliação objectiva e parcial ;)
Anónimo,
«Porque é que nos hão de obrigar a respeitar e a levar a cabo as regras de transito? Não seria melhor, em nome da liberdade, perguntar a cada cidadão o que pensa sobre as regras de transito? eu acho que sim, que se deveria fazer isso.»
É precisamente esta confusão que temos que combater. As regras de trânsito devem ser normas aplicadas a todos para reduzir os problemas de trânsito. Mas nenhuma religião deve ser vista como um conjunto de regras a aplicar a todos, e é triste que haja crentes a fazer esta confusão.
ludwing, eu não fiz confusão nenhuma. Ora veja como termina o meu comentário: "eu acho que sim, que se deveria fazer isso." Ou seja, acabar com as regras para todos.
No site há links para fazer download do Mp3 (parte 1, parte 2). Mesmo que não tenhas o software necessário para o streaming deve dar para descarregares os ficheiros e ouvir offline.
Já o fiz. Resolveu o problema. Ainda só houvi a primeira parte mas acho que correu muito bem.
Mas não tenho a certeza que o ateismo seja uma opção. Pelo menos não sempre, e nem em relação ao agnosticismo. Acho que pode ser uma conclusão, inevitavel para alguns.
Estiveste bastante bem, Ludwig! Parabéns por uma boa entrevista.
Ah, o que pensaste quando a entrevistadora tentou demarcar-te dos ateístas "radicais", como o Dawkins, que "é radical"? Eu achei piada e senti que houve para ali ou um preconceito a priori para com o Dawkins, ou um resquício do "respeitinho é muito boniiito" que no fundo se encontra em todos os agnósticos. (Há quem diga que um dos grandes problemas das questões polarizantes são sempre os agnósticos "neutros" a promover o respeitinho e o politicamente correcto... perpetuando a treta, mas isto já é outra discusão)
Mas não tenho a certeza que o ateismo seja uma opção.
João, não concordo, e acho que o Isaac Asimov disse-o muito melhor do que eu posso alguma vez fazer:
“I am an atheist, out and out. It took me a long time to say it. I've been an atheist for years and years, but somehow I felt it was intellectually unrespectable to say one was an atheist, because it assumed knowledge that one didn't have. Somehow, it was better to say one was a humanist or an agnostic. I finally decided that I'm a creature of emotion as well as of reason. Emotionally, I am an atheist. I don't have the evidence to prove that God doesn't exist, but I so strongly suspect he doesn't that I don't want to waste my time.”
«Há quem diga que um dos grandes problemas das questões polarizantes são sempre os agnósticos "neutros" a promover o respeitinho e o politicamente correcto... perpetuando a treta, mas isto já é outra discusão»
A questão só é polarizante precisamente se houver mais do que agnósticos neutros. Julgo que estás ao contrário na identificação "do problema". Por enquanto sou indiferente à opção emocional do Asimov, que a certa altura se terá fartado de não ter a certeza certezinha sendo que isso o levou a ter a certeza certezinha. Mea culpa.
Mas não sejas injusto quanto à questão do politicamente correcto... Nunca me senti impedido de apreciar e comentar as boas virtudes da fé, a farta dignidade do sacerdócio, a bondade geral do ser religioso e - sobretudo - a inveja que os velhos catatólicos sentem pelos novos IBAN-gélicos nas novas formas de extorquir dinheiro aos rebanhos que ninguém imaginava tão volúveis e desesperados como estes últimos vieram a descobrir.
Sem dúvida que é possível rir na bancada dos agnósticos, principalmente porque a religião nada tem a ver com a hipótese de um criador do universo, que lamento não ter condições para recusar. (virá com a idade?)
Bruce, não me compreendeste porque houve aqui uma ambiguidade semântica (culpa da língua!). Não defini um agnóstico como um PC para logo depois os atirar ao inferno, mas sim afirmei que aquilo que me irrita mais são os agnósticos que defendem o PC, ou seja, um sub-grupo dos agnósticos, e não os agnósticos em geral.
No fundo são pessoas que são ateus na prática e no seu íntimo, mas que evitam a todo o custo partilhar isso com a sociedade em nome do PC, e se intimidam com qualquer crítica à religião ou afirmação ateísta mais social.
Esta gentinha existe. Lembro-me de uma discussão em 2007 na conferência "Beyond Belief" (Googla, tem vídeos e tudo e é bastante "entertaining") em que dois agnósticos se sentiram emocionalmente revoltadíssimos com as posições de Dawkins e Harris, e as suas argumentações, quando esprimidas ao sumo central, baseavam-se basicamente no "respeitinho" pelas crenças das outras pessoas. Esta censura automática e imprimida em tantas pessoas irrita-me profundamente.
Nada tenho contra agnósticos, muito pelo contrário, não só acho que um período alargado (os meses, anos ou décadas necessários) de reflexão do assunto deve ser assumido como o agnosticismo que é, como também acho que se o mundo fosse composto apenas por eles, também eu não tinha problemas alguns em ser um, e seria um mundo ideal. Nesse ponto sobre a polarização tens toda a razão. Tecnicamente, no fundo, também eu o sou. (sou agnóstico em relação a imensas coisas) Mas tal como Asimov, sinceramente já não tenho paciência para aturar a possibilidade.
Então de acordo. É que se me acusasses de "perpetuar a treta" isso seria para mim tão grave que me dispunha a sacrificar o Perspectiva pelo meu pecado.
A entrevista ficou aquém do que nos tem habituado aqui no blog.
ResponderEliminarOs argumentos apresentados na rádio poderiam ter sido mais estruturados e dirigidos ao central da questões da entrevistadora.
Desejo que aqui no blog continue com a argumentação a que nos tem habituado.
abraço
Ludi,
ResponderEliminarcom essa de cada um ter que asumir as suas responsabilidades lixáste para todo o sempre o ateísmo em Portugal ;-).
Conhecendo eu as limitações de uma entrevista de rádio e a necessidade de falar de modo que todos - e não apenas os «insiders» - compreendam, discordo do Pedro Saraiva e dou-te os parabéns objectivos de profissional e subjectivos de mana.
Cristy
comunidade catolica: visa normalizar a crença, como hão-de ser catolicos.
ResponderEliminarassociação ateísta: vai perguntar aos ateus o que é ser ateu.
A mim nunca ninguem me perguntou se não preferia conduzir pela esquerda nas estradas de portugal.
Porque é que nos hão de obrigar a respeitar e a levar a cabo as regras de transito? Não seria melhor, em nome da liberdade, perguntar a cada cidadão o que pensa sobre as regras de transito?
eu acho que sim, que se deveria fazer isso.
Pedro Saraiva,
ResponderEliminar«A entrevista ficou aquém do que nos tem habituado aqui no blog.»
Concordo, e espero que continue a ser assim. Penso que quando não conseguir ser mais claro e focado num texto ponderado do que que numa resposta rápida a uma pergunta do momento será uma boa altura de desistir do blog :)
Cristy,
Obrigado pela avaliação objectiva e parcial ;)
Anónimo,
«Porque é que nos hão de obrigar a respeitar e a levar a cabo as regras de transito? Não seria melhor, em nome da liberdade, perguntar a cada cidadão o que pensa sobre as regras de transito?
eu acho que sim, que se deveria fazer isso.»
É precisamente esta confusão que temos que combater. As regras de trânsito devem ser normas aplicadas a todos para reduzir os problemas de trânsito. Mas nenhuma religião deve ser vista como um conjunto de regras a aplicar a todos, e é triste que haja crentes a fazer esta confusão.
ludwing,
ResponderEliminareu não fiz confusão nenhuma.
Ora veja como termina o meu comentário:
"eu acho que sim, que se deveria fazer isso."
Ou seja, acabar com as regras para todos.
Anónimo,
ResponderEliminar«eu não fiz confusão nenhuma.»
Se quer acabar com as regras de trânsito e acha que isso tem algo a ver com o ateísmo não só fez confusão como quer fazer ainda mais...
Ludwig:
ResponderEliminarNão consigo ouvir a tua entrevista. :(
João,
ResponderEliminarNo site há links para fazer download do Mp3 (parte 1, parte 2). Mesmo que não tenhas o software necessário para o streaming deve dar para descarregares os ficheiros e ouvir offline.
GHHHHHHHHH!
ResponderEliminarEu adoro o meu MAC mas esta merda é uma leeeeeesma!
Pronto...já passou, já desabafei...
Se.Prof. Dr. Gostei de ouvir a primeira parte, falou bem.
Ainda não consegui ouvir a segunda, mas como o Sr. Prof. Dr. é inteligente não há necessidade de lhe dizer porque...Certo?
Beijos
Ludwig:
ResponderEliminarJá o fiz. Resolveu o problema. Ainda só houvi a primeira parte mas acho que correu muito bem.
Mas não tenho a certeza que o ateismo seja uma opção. Pelo menos não sempre, e nem em relação ao agnosticismo. Acho que pode ser uma conclusão, inevitavel para alguns.
Estiveste bastante bem, Ludwig! Parabéns por uma boa entrevista.
ResponderEliminarAh, o que pensaste quando a entrevistadora tentou demarcar-te dos ateístas "radicais", como o Dawkins, que "é radical"? Eu achei piada e senti que houve para ali ou um preconceito a priori para com o Dawkins, ou um resquício do "respeitinho é muito boniiito" que no fundo se encontra em todos os agnósticos. (Há quem diga que um dos grandes problemas das questões polarizantes são sempre os agnósticos "neutros" a promover o respeitinho e o politicamente correcto... perpetuando a treta, mas isto já é outra discusão)
Mas não tenho a certeza que o ateismo seja uma opção.
ResponderEliminarJoão, não concordo, e acho que o Isaac Asimov disse-o muito melhor do que eu posso alguma vez fazer:
“I am an atheist, out and out. It took me a long time to say it. I've been an atheist for years and years, but somehow I felt it was intellectually unrespectable to say one was an atheist, because it assumed knowledge that one didn't have. Somehow, it was better to say one was a humanist or an agnostic. I finally decided that I'm a creature of emotion as well as of reason. Emotionally, I am an atheist. I don't have the evidence to prove that God doesn't exist, but I so strongly suspect he doesn't that I don't want to waste my time.”
Ainda bem que ficaram agradavelmente supreendidos. Só espero que não tenha sido por as expectativas serem muito baixas :)
ResponderEliminarBarba Rija:
ResponderEliminar"but I so strongly suspect he doesn't"
...é aqui que a liberdade de escolha diminui...
Barba,
ResponderEliminar«Há quem diga que um dos grandes problemas das questões polarizantes são sempre os agnósticos "neutros" a promover o respeitinho e o politicamente correcto... perpetuando a treta, mas isto já é outra discusão»
A questão só é polarizante precisamente se houver mais do que agnósticos neutros. Julgo que estás ao contrário na identificação "do problema". Por enquanto sou indiferente à opção emocional do Asimov, que a certa altura se terá fartado de não ter a certeza certezinha sendo que isso o levou a ter a certeza certezinha. Mea culpa.
Mas não sejas injusto quanto à questão do politicamente correcto... Nunca me senti impedido de apreciar e comentar as boas virtudes da fé, a farta dignidade do sacerdócio, a bondade geral do ser religioso e - sobretudo - a inveja que os velhos catatólicos sentem pelos novos IBAN-gélicos nas novas formas de extorquir dinheiro aos rebanhos que ninguém imaginava tão volúveis e desesperados como estes últimos vieram a descobrir.
Sem dúvida que é possível rir na bancada dos agnósticos, principalmente porque a religião nada tem a ver com a hipótese de um criador do universo, que lamento não ter condições para recusar.
(virá com a idade?)
Tens voz de rádio puto! Muito bom.
ResponderEliminar... a babe era gira?
eu gostei da entrevista :)
ResponderEliminarastrozombie
Bruce, não me compreendeste porque houve aqui uma ambiguidade semântica (culpa da língua!). Não defini um agnóstico como um PC para logo depois os atirar ao inferno, mas sim afirmei que aquilo que me irrita mais são os agnósticos que defendem o PC, ou seja, um sub-grupo dos agnósticos, e não os agnósticos em geral.
ResponderEliminarNo fundo são pessoas que são ateus na prática e no seu íntimo, mas que evitam a todo o custo partilhar isso com a sociedade em nome do PC, e se intimidam com qualquer crítica à religião ou afirmação ateísta mais social.
Esta gentinha existe. Lembro-me de uma discussão em 2007 na conferência "Beyond Belief" (Googla, tem vídeos e tudo e é bastante "entertaining") em que dois agnósticos se sentiram emocionalmente revoltadíssimos com as posições de Dawkins e Harris, e as suas argumentações, quando esprimidas ao sumo central, baseavam-se basicamente no "respeitinho" pelas crenças das outras pessoas. Esta censura automática e imprimida em tantas pessoas irrita-me profundamente.
Nada tenho contra agnósticos, muito pelo contrário, não só acho que um período alargado (os meses, anos ou décadas necessários) de reflexão do assunto deve ser assumido como o agnosticismo que é, como também acho que se o mundo fosse composto apenas por eles, também eu não tinha problemas alguns em ser um, e seria um mundo ideal. Nesse ponto sobre a polarização tens toda a razão. Tecnicamente, no fundo, também eu o sou. (sou agnóstico em relação a imensas coisas) Mas tal como Asimov, sinceramente já não tenho paciência para aturar a possibilidade.
Barba,
ResponderEliminarEntão de acordo. É que se me acusasses de "perpetuar a treta" isso seria para mim tão grave que me dispunha a sacrificar o Perspectiva pelo meu pecado.
Boa entrevista, Ludwig.
ResponderEliminarDeverias referi-la no Diário Ateísta.