Perguntem ao Sr. Harry Buttle...
O Supremo Tribunal dos EUA decidiu há duas semanas que são admissíveis em tribunal provas obtidas por erro nas bases de dados da polícia. O motivo foi a prisão de um homem do Alabama por um mandato de captura que não devia constar na base de dados. Quando a polícia o prendeu encontrou uma arma ilegal e anfetaminas, o que lhe valeu vinte e sete meses de prisão. O argumento da maioria de cinco juizes, contra quatro dissensores, foi que excluir provas obtidas indevidamente só serve para dissuadir a polícia de agir propositadamente em desrespeito da lei. Segundo estes juizes não se deve aplicar o princípio da exclusão quando o erro é não é intencional. Mas este é o problema de sempre. Os polícias são gente.
Em ciência sabemos bem disso. Muitas pessoas que se sentem incomodadas com alguns resultados da ciência, como a Terra ter mais que um punhado de milénios de idade, por exemplo, apontam que os cientistas são pessoas falíveis. Que cometem erros, que são teimosos e que alguns até chegam a ser aldrabões. Com se isso fosse novidade. Quem trabalha com eles, quem é um deles, sabe bem que são pessoas como outras quaisquer, com todas as virtudes e defeitos. É por isso que em ciência nos torcemos todos para que o erro não compense. Mesmo que seja sem intenção. Detalhamos os procedimentos, revemos os artigos uns dos outros, tentamos reproduzir os resultados independentemente e assim por diante para que ninguém beneficie com erros ou aldrabices. É a única forma de desencorajar a bandalheira.
Esta regra que o Supremo Tribunal americano aprovou é perigosa porque faz o contrário. Incentiva o desleixo. Desde que não pareça propositado, cometer erros é vantajoso à polícia. E sabe-se lá quantos “erros informáticos” vão acontecer quando um polícia se chateia com um vizinho ou quando lhe falta prender meia dúzia para preencher a sua quota anual.
Não sei como as coisas funcionam por cá mas, pelo tenho ouvido, parece-me que também precisamos desencorajar os erros nas investigações. É certo que isto dificulta o trabalho da polícia, que acaba por apanhar menos meliantes. Mas não podemos esquecer que somos todos da mesma espécie; nós, os meliantes e os polícias. O que nos distingue são as circunstâncias e, quase sempre, é a ocasião que faz o ladrão.
Acerca deste caso:
Electronic Privacy Information Center, Herring v. US.
New York Times, 14-1-09, Supreme Court Eases Limits on Evidence.
Via Schneier on Security.
E cá voltamos nós ao problema das intenções e consequencias.
ResponderEliminarMas para complicar as coisas, aqui a intenção não pode mesmo ser uma medida. Porque, tratando-se de algo importante como uma base de dados, ao erro por lapso chama-se negligencia. Ou poderia chamar-se.
Se se admite a falta de intenção como justificação, está se a admitir que as bases de dados podem ter erros e que ninguem é responsavel por eles.
"Em ciência sabemos bem disso."
ResponderEliminarEm ciência sabemos que a presença de informação codificada num sistema é sempre evidência de inteligência, sendo que os sistemas biológicos dependem de informação codificada.
Em ciência sabemos que a vida só pode ter surgido por intervenção de uma causa inteligente.
Isso não é acreditar em milagres, porque a informação codificada é sempre evidência de inteligência.
Acreditar em milagres é acreditar que a informação codificada no DNA pode surgir sem inteligência. É que nunca se viu informação codificada sem inteligência.
"Muitas pessoas que se sentem incomodadas com alguns resultados da ciência, como a Terra ter mais que um punhado de milénios de idade, por exemplo,"
A esmagadora maioria da evidência aponta para uma Terra recente:
1) a origem recente das civilizações
2) os níveis de crescimento demográfico
3) a quantidade de sal nos oceanos
4) a quantidade de sedimentos nos oceanos
5) as taxas de erosão dos continentes
6) a redução e degradação nos genomas
7) a quantidade de hélio na atmosféra
8) a quantidade de hélio nas rochas,
9) a quantidade de C-14 em diamantes, rochas, fósseis, carvão, etc.
10) o decaimento do campo magnético da Terra
11) a velocidade de recessão da Lua, etc.
12) A evidência de deposição rápida dos sedimentos
13) A evidência de contaminação dos isótopos
14) A existência de rochas recentes datadas de milhões de anos
15) A evidência de catastrofismo na coluna geológica
16) A proliferação de fósseis vivos
17) A descoberta de ossos e tecidos moles de dinossauros não fossilizados
Sinceramente, não sei em que é que alguém se pode basear para afirmar uma Terra antiga.
Mesmo os modelos sobre a origem antiga do Universo são todos os dias desmentidos pelas observações.
"...apontam que os cientistas são pessoas falíveis. Que cometem erros, que são teimosos e que alguns até chegam a ser aldrabões. Com se isso fosse novidade."
Isso é verdade. Recordemos as recentes fraudes do antropólogo Reiner Protsch von Zieten, que aldrabou totalmente as idades dos alegados homens antigos.
Alguns crâneos com 200 anos foram datados por ele e por outros cientistas como tendo 40 000 anos.
"Quem trabalha com eles, quem é um deles, sabe bem que são pessoas como outras quaisquer, com todas as virtudes e defeitos."
Claro. Pessoas que interpretam a evidência consoante as suas próprias visões do mundo e descartam a evidência quando ela não interessa.
Só assim é que se pode compreender que um pretenso cientista possa negar a existência de informação codificada nos genomas, só para concluir, um pouco mais tarde, que essa tarefa é simplesmente impossível.
"É por isso que em ciência nos torcemos todos para que o erro não compense."
Infelizmente, muitos têm sido induzidos em erro.
Durante algum tempo pensava-se que existiam órgãos vestigiais, apenas para se descobrir que eles têm funções.
Durante algum tempo pensava-se que a maior parte do DNA é junk, apenas para se descobrir que afinal tem códigos epigenéticos.
Durante algum tempo acreditava-se na existência de uma árvore da vida evolucionista construída com base num ancestral comum, para se descobrir que afinal existe o surgumento (criação) paralelo das diferentes espécies.
Durante muito tempo pensava-se que os processos geológicos sempre se mantiveram constantes, para agora se compreender o papel da catástrofe na formação de fósseis e rochas.
Durante muito tempo pensava-se que as mutações e a selecção natural favorecem a evolução das espécies, para se compreender que diminuem e degradam os genomas.
Emfim, o erro não compensa. A verdade é que nos pode afastar do erro. A Palavra de Deus é a verdade.
Todas as teorias que a contrariam à partida estão erradas à chegada.
"Mesmo que seja sem intenção. Detalhamos os procedimentos, revemos os artigos uns dos outros, tentamos reproduzir os resultados independentemente e assim por diante para que ninguém beneficie com erros ou aldrabices."
É graças a essa metodologia que os erros da teoria da evolução têm vindo a ser expostos.
Sempre que as hipóteses origem acidental da vida ou a evolução do simples para o complexo têm sido testadas e investigadas, em laboratório ou no registo fóssil, têm-se mostrado erradas.
"É a única forma de desencorajar a bandalheira."
Bandalheira é o que tem caracterizado a teoria da evolução.
Na verdade, um modelo que supõe a origem acidental da vida e das espécies só pode pretender elevar a bandalheira a princípio cósmico e existencial.
É para acabar com a bandalheira que os criacionistas propõem um Universo criado de forma racional por um ser racional, para ser compreendido racionalmente por seres racionais.
É para acabar com a bandalheira que os criacionistas alertam para o pecado e as suas consequências físicas e morais e para a necessidade de restauração de todas as coisas pelo Criador.
Essa restauração começou com a vida, milagres, morte e ressurreição de Jesus Cristo, que pagou o castigo pelos nossos pecados, oferece-nos vida eterna num corpo incorruptível e promete novos céus e nova Terra, onde não haverá pecado, morte, doenças, sofrimento e... bandalheira.
IBAN-gélico.
ResponderEliminareh eh! Fui eu que inventei! Fui eu.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar@perspectiva
ResponderEliminarSegundo o ponto de vista antropocêntrico do universo, TUDO tem informação codificada, à espera de ser lida. É assim que os nossos cérebros funcionam, procuramos padrões, informação, em tudo quanto é sítio. Quantas vezes não vemos formas ocultas nas nuvens? Mera ilusão causada pelos mecanismos intelectuais que possuímos.
A nossa tendência para encontrar padrões não implica necessariamente a existência de uma ou mais entidades divinas com qualquer tipo de influência sobre o universo.
E não é por repetir o seu ponto de vista primitivo que conseguirá convencer quem é capaz de raciocinar e perceber que o que diz é falso e demagógico. Pelo amor de Yog-Sothoth, vá evangelizar (IBAN-gelizar? :) outros.
meqif
ResponderEliminarÉ isso.
Meqif,
ResponderEliminar"Quantas vezes não vemos formas ocultas nas nuvens? Mera ilusão causada pelos mecanismos intelectuais que possuímos."
Nããããão! não me digam que aquele elefante branco que eu vi o outro dia a avoar, avoar sobre os céus de lisboa era uma ilusão!
vou chorar....
"IBAN-gélico!!"
ResponderEliminarNão percebi.
E Ludwig, tens de pesquisar sobre se existe algum tipo de comentários em blogues em que se possa fechar qualquer comentário como se fecham pastas no Finder do Mac, e assim só precisava de clicar uma vez "click" cada vez que vejo um nome a começar por "pers..", ou duas ou três vezes (depende dos dias, não é verdade?), e escusava de passar uns bons minutos da minha vida a fazer scroll para baixo.
Just sayin...
Ah pera, mas isto é possível no Blogger!!! Olha que fixe! De repente a caixa de comentários parece tão mais razoável... :)
ResponderEliminarBarba Rija,
ResponderEliminarSim, dá para fechá-los. Mas porreiro era pô-los todos fechados por default e só se abria os que se queria ver... infelizmente, não encontrei como fazer isso. Se alguém souber de uma maneira fácil de o fazer, agradecia :)
Barba Rija,
ResponderEliminar"IBAN" é para International Bank Account Number. A razão de ser mais doutrinária do multibando IBANgélico. Tá entendendo?
hi hi hi hi hi
ResponderEliminarIBAN-gélico! Fui eu, Perspectiva.
Num raro clarão de consciência apercebi-me de que é um bocado foleiro dizer gracinhas sobre IBANs na internet, de utilizadores da internet. Má prestação na ludwiki.
ResponderEliminar(estão a ver? é a forquilha criacionista)