sexta-feira, janeiro 09, 2009

Evolução: Por toda a parte.

É comum, e errado, pensar a evolução como progredindo para um fim. A sequência do peixe que se transforma em anfíbio, réptil, mamífero e finalmente em homem sugere que o peixe já planeava unhas e cabelo. Mas a evolução é mais como um balde de berlindes despejado contra a parede. Em retrospectiva, cada encontrão e ressalto parece ter servido para pôr aquele berlinde exactamente ali. Mas ia parecer o mesmo qualquer que fosse o sítio ou o berlinde. O filme de cada berlinde faz parecer que havia um plano a seguir mas a visão do conjunto desengana-nos.

Assim, podemos distinguir dois problemas. Um é compreender as nossas origens sabendo já que existimos. É traçar, em retrospectiva, o trajecto que o berlinde percorreu. A física e a teoria da evolução explicam o que levou aquele berlinde ou aquela espécie a estar ali e a ser como é. Bem diferente é ponderar o que temos de especial para que a evolução conspirasse criar-nos. Esse é um falso problema. É como perguntar o que tem o berlinde azul de especial para que todos os outros o empurrassem exactamente para onde calhou. Nada. Se repetíssemos a experiência nem aquele berlinde ia parar ali nem nós seriamos como somos.

Isto não reduz a física e a teoria da evolução à narrativa do passado. A curto prazo podemos prever com detalhe as trajectórias dos berlindes ou as variações das características nas populações. O que faz a incerteza eventualmente dominar as estimativas é a complexidade dos sistemas, não a natureza das teorias. E há aspectos previsíveis mesmo a longo prazo. Podemos prever aproximadamente a distribuição dos berlindes pela sala em função da altura a que despejamos o balde, da espessura da alcatifa ou dos obstáculos que há no chão. E como olhos, pernas, asas e mandíbulas evoluíram independentemente várias vezes, podemos prever que se repetíssemos a evolução da vida na Terra, essas características iriam surgir de novo*.

Outro falso problema é haver seres vivos cada vez mais complexos. A vida surgiu com microorganismos simples que se juntaram em organismos multicelulares e eventualmente deram florestas, baleias e nós. Parece que uma tendência misteriosa os empurrou para a complexidade. Mas a tendência, tal como nos berlindes que se espalham pela sala, é apenas que a vida se espalhe pelas configurações que se reproduzem com sucesso. E a vida também começou contra a parede, encostada ao mínimo de complexidade abaixo do qual não é possível competir como ser vivo. Dali só havia um lado para onde se espalhar. De qualquer forma, ainda hoje quase todos os seres vivos são bactérias. Salvo raras excepções, a vida continua encostada à parede.

A evolução não conduz a vida a um destino ordenado. Espalha-a caoticamente por todos os cantos e feitios em que esta prolifere, revelando que, contrariamente ao que se acreditou durante muito tempo, o universo não foi feito a pensar em nós. E isto incomoda alguns. Como ao berlinde que desse graças pela posição privilegiada que supunha merecer, também a muita gente incomoda saber que somos o que nos calhou pelo entornar do balde. Além disso, a evolução não é só algo que aconteceu. Está a acontecer. Os berlindes espalham-se com o balanço da queda e param em pouco tempo, mas a evolução é empurrada pela energia de uma estrela com cinco mil milhões de anos pela frente.

Por isto, a teoria da evolução é incompatível com um propósito inteligente para a nossa origem. Alguns tentam conciliar a teoria da evolução com um plano divino propondo que a evolução foi apenas o mecanismo que o criador escolheu para nos criar, mas isto não faz sentido. Estamos a meio do processo e não é coisa a que recorra quem sabe o que quer e como o obter. Para pôr o berlinde azul exactamente naquele canto não se despeja o balde do outro lado da sala. A evolução, como método de criação inteligente, só faria sentido se o criador não soubesse bem o que queria e pusesse tudo a mexer a ver se dava alguma coisa interessante.

Mas o pior em tentar conciliar a teoria da evolução com uma criação inteligente é não perceber uma parte importante do que a teoria nos diz. Que não é preciso inteligência nem propósito para a vida surgir, evoluir e tornar-se inteligente. Basta herança com modificação e tempo para que, mais cedo ou mais tarde, a vida se espalhe o suficiente para encontrar um canto de onde possa compreender a sua origem.

* Assumindo que já havia triploblastos (quase todos os animais excepto alguns como alforrecas, esponjas e corais). A evolução é mais complexa que um balde de berlindes, e pode ter sido uma grande sorte terem surgido certas coisas como eucariontes e embriões com três camadas.

53 comentários:

  1. Os criaccionistas falam, o Perspectimeister responde.

    É o próprio Ludwig que reconhece que a evolução é como um balde de berlindes. Se se recordam de lições anteriores, a ciência já nos mostrou que:

    1) Os baldes de berlindes contêm berlindes.

    2) Os berlindes são fruto de uma inteligência superior e intenção de fazer berlindes.

    3) A evolução, por envolver baldes de berlindes, é fruto de uma inteligência e vontade superiores.

    A força deste argumento é que as premissas 1) e 2) (e 3) são copiadas e coladas incessantemente em todos os meus comentários.

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  2. Aaaarhg! A forquilha! A forquilha!

    :)

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  3. :)

    Além disso eu vejo que as gaivotas dão gaivotas.

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  4. Ludwig

    dizes

    "A evolução não conduz a vida a um destino ordenado"

    Isto é uma proposição de fé. Como sabes?

    Dizer que os átomos existem a granel como os homens existem a granel, como a vida existe a granel, tudo sem sentido, é uma proposição de fé (que me parece fortemente contraditada pela realidade).

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  5. Bah! isso é velha ciência feita sem inteligência!

    E a nova já aparece... onde o design acontece!

    O plano é inerente... TUDO é inteligente!

    Só o nega a vã razão...

    Rui leprechaun

    (...ó mas que cega ilusão! :))


    Dogs have masters, Cats have stuff... nice!!! :D

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  6. Timshel,
    «"A evolução não conduz a vida a um destino ordenado"

    Isto é uma proposição de fé. Como sabes?»


    Pelas características do processo. Por exemplo, o latim transformou-se em português, galego, francês, castelhano, italiano, etc. Apesar destas linguas e todas as intermédias serem faladas por seres inteligentes, mesmo assim podemos ver que não havia um plano ordenado para transformar o latim nestas linguas em particular. Se repetíssemos a experiência de começar com uma população que fala latim e separá-la por várias regiões íamos acabar com várias linguas mas certamente que não seriam iguais a estas.

    É isso que se passa com a evolução, só que muito mais (muito mais tempo, muito mais individuos, muito mais diversidade).

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  7. Leprechaun,

    «O plano é inerente... TUDO é inteligente!»

    «All things dull and ugly
    All creatures short and squat
    All things rude and nasty
    The Lord God made the lot

    Each little snake that poisons
    Each little wasp that stings
    He made their brutish venom
    He made their horrid wings

    All things sick and cancerous
    All evil great and small
    All things foul and dangerous
    The Lord God made them all

    Each nasty little hornet
    Each beastly little squid
    Who made the spiky urchin?
    Who made the sharks? He did

    All things scabbed and ulcerous
    All pox both great and small
    Putrid, foul and gangrenous
    The Lord God made them all, Amen»

    (Dos grandes filósofos e teólogos Idle, Chapman, Cleese, Palin e Jones)

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  8. Ludwig

    Fizeste uma interessante analogia mas continuo sem saber quais os elementos em concreto em que te baseias para afirmar que a evolução não conduz a vida a um destino ordenado.

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  9. Timshel,

    O mecanismo baseia-se na acumulação de alterações pequenas e aleatórias, ao longo de muitas gerações, sob pressões selectivas do ambiente que tendem (mas não determinam totalmente) a favorecer aquelas características que se propagam mais facilmente.

    Não é razoável inferir daqui que havia intenção, há quatro mil milhões de anos atrás, de criar-nos a mim e a ti nesta altura.

    Se quiseres outro processo com estas características, considera a recombinação do ADN na meiose e a competição entre espermatozóides para fecundar o óvulo. O mais razoável é assumir que se alguém implementou deliberadamente este processo não estava preocupado em que nascesse a pessoa X em vez da pessoa Y. Se foi de propósito é porque qualquer pessoa lhe servia o propósito.

    Estendendo este raciocinio para a evolução, se alguém a implementou deliberadamente então não se estava a ralar com o que organismos iriam surgir, e bastava-lhe o sucesso reprodutivo para os seus propósitos.

    Seja como for, nem num nem noutro caso é razoável assumir que foram implementados deliberadamente porque uma grande virtude destes mecanismos é não precisar de deliberação ou inteligência para funcionar.

    No fundo, dizeres que a evolução é consistente com um plano divino é como dizer que o electromagnetismo é consistente com o éter. É verdade, mas só porque tanto a hipótese do plano divino como a hipótese de um éter invisível podem ser moldadas de forma a que se tornem compatíveis com qualquer coisa. Mas em ambos os casos é um erro tentar compatibilizá-las porque se perde uma parte importante do electromagnetismo e da teoria da evolução, que é dizerem que não precisamos desses apêndices como deuses ou éter.

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  10. De facto a evolução existe e é anárquica, não inteligente. Todos nós o sabemos mas, mesmo assim, explico: As características da transmissão dos caracteres depende de redes de base proteica, cadeias essas extremamente lábeis. É certo que, por exemplo, numa população de unicelulares (sejam "berlindes") as contingências a que se sujeitam as podem destribuir. Retemo-nos um momento para frisar que as ditas "bolas" ou "contas" são de matéria orgânica! Como podem existir milhões de "sacos de berlindes", diria, de populações, o "azar" é múltiplo. Os "sacos" estão sempre a ser destribuídos (redistribuídos). Se houver alterações do núcleo (matéria orgânica, repito, estruturas muito susceptíveis) só subsistem (resistem) aquelas alterações que sejam válidas. Em milhões de hipóteses algumas podem ser expressas como melhoria da "espécie". Mas juntam-se outros "azares" (absolutamente ocasionais) e desses, de quando em quando, a reprodução se fazer "sexualmente", mistura dessas redes proteicas, 2 a duas, resultando capacidade de selecção de novos caracteres e eventualmente outra contingância de "erros"... E porquê novos caracteres? Porque o material genético modificado eventualmente dará indivíduos algo diferentes e esses "novos" podem ser, por exemplo, mais resistentes. Terão maior capacidade de reprodução, resistência ao meio ambiente, etc. Claro que o azar citado é uma página muito vasta… Basta sabermos que as cadeias genéticas podem ser alteradas por radiações (e na nossa vida teremos milhões de hipóteses de sermos atingidos por raios cósmicos (num unicelular isso serã dramático (?) mas se contarmos com milhões de seres unicelulares teremos biliões e biliões de "chances"... Mas se soubermos que uns seres podem parasitar outros, copulando a sua massa orgânica, entre esses "invasores" podem-se contar alguns que são essencialmente material genético (tipo virus) que podem-se incluir (total ou parcialmente) no núcleo. Essas oportunidades de alterações (duradouras) e do caminhar para a diferença é enorme. A selecção, no entento, como está dito, só persiste se válida naquela forma de vida. A mão dum deus é irrisória e, de facto, que interessaria a um ser super inteligente estar preocupado com isso? Se se preoocupa-se não haveria patologia genética e alterações desse tipo. Deus ou é liberal ou, com maior probabilidade, não existe nesta barafunda em dinâmica constante. O que é periigoso é invocar deus para depois encravar a maturação da inteligância (humana e outra...) ameaçando e amordaçando!


    Atentamente, solidarizando-me

    G Tavagueiro [Franco]

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  11. Ludwig e Tavagueiro

    Obrigado pelas explicações. Contudo, o que eu pedi foi elementos concretos que permitissem legitimar a afirmação nos termos da qual a evolução não conduz a vida a um destino ordenado.

    Vi as vossas descrições de processos observados e observáveis mas nenhum elemento de prova da não intencionalidade da evolução.

    Parece-me que a única coisa que é possível dizer com relativa probabilidade de acertar é que tudo parece passar-se aleatóriamente e que é a adaptação a outras variáveis que permite "canalizar" a evolução.

    Contudo, esta afirmação não permite afirmar a não intencionalidade da evolução (nem o seu contrário).

    Suponhamos que eu tenho uma moeda e a atiro ao ar uns milhares de vezes. Estatisticamente os resultados são aleatórios pois em 50% das vezes (+/-) a moeda caiu cara e outras tantas coroa.

    Contudo, baseado em tais resultados posso afirmar científicamente que as moedas foram construídas de um modo tal que a cara tem 50% de probabilidades de sair.

    Não é acaso. Resulta do modo como as moeadas foram concebidas.

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  12. "Espalha-a caoticamente por todos os cantos"

    A única coisa que "se espalha" com estes posts é a lógica do Ludwig. :-)

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  13. ..... Lógica essa, que, segundo o que os químicos dentro do cérebro do Ludwig lhe programaram para "pensar", são o resultado de incontáveis acidentes durante de milhões de anos de evolução.

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  14. Timshel:


    Faça de conta que se inscreveu num curso de biologia e está a estudar o capítulo referente à evolução. Acha compatíveis as suas ideias com a teoria da evolução? Acha que face a uma avalição em teoria da evolução têm argumentos suficientemente sólidos para refutar a teoria?

    Facilmente pode compreender que num teste ou exame de biologia ía ser chumbado, por que de facto demonstra não possuir os conhecimentos básicos da teoria. A teoria pode estar errada mas, não é com toda a certeza o Timeshel que tem competência na matéria para a refutar. Pode de facto argumentar tudo o que quiser mas pelo forma como elabora os seus comentários é fácil de entender que não domina a teoria. Assim o mais sensato da sua parte é estudar em profundidade o assunto, abandonar os seus preconcentos na matéria mesmo que temporariamente, e depois sim tente refutar a teoria. Se conseguir refutar a teoria da evolução de forma convincente, não tenha dúvida que tem o seu futuro garantido como cientista.

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  15. Quanto à evolução só um reparo:

    Segundo Herbert Spencer, o esforço individual era essencial à sobrevivência do mais apto. Ora, para Darwin, a luta era ganha pelos indivíduos que "por acaso" (variabilidade) possuíam características favoráveis naquele ambiente, independentemente da sua iniciativa - o esforço individual era irrelevante.

    Além disso, sendo as variações não dirigidas e a selecção dependentes de contingências, não podia haver qualquer objectivo final a não ser a melhoria local. Por fim nem sempre os menos aptos morrem, simplesmente não se reproduzem (logo não transmitem as suas características)!

    Portanto a frase de Spencer deveria ser reformulada para:O sucesso reprodutor dos mais aptos (anulamdo, assim, a tautologia apontada por Popper à afirmação de Spencer e não de Darwin).


    Nem nós nem o nosso planeta gozamos de uma posição privilegiada na natureza.Vivemos num mundo insignificante de um sistema solar que ocupa a periferia da Via Láctea.
    O Universo nem parece benigno nem hóstil; simplesmente indiferente aos problemas de criaturas tão insignificantes e convencidas como nós.

    Temos de entender o cosmos como ele é e não confundir aquilo que ele é, com aquilo que gostaríamos que ele fosse.

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  16. António,

    "Se conseguir refutar a teoria da evolução de forma convincente, não tenha dúvida que tem o seu futuro garantido como cientista."

    Não somos nós que temos que refutar o que nunca foi evidenciado. Vocês (evolucionistas) é que tem que oferecer ao mundo evidências que confirmem o mecanismo darwinista.

    Tens alguma evidência que confirmem a tese que milhões de mutações aleatórias (filtradas pela sempre atenta selecção natural)tem a capacidade de gerar uma unica célula completamente funcional, não falando de todos os outros sistemas existentes numa forma de vida? Não te esqueças que o corpo humano tem milhões delas, sendo que cada uma é vastamente mais específica e complexa que qualquer coisa que nós humanos criamos.

    Usando os berlindes do Ludwig (salvo seja), se alguém (que não eu) os atirar ao chão várias vezes (ouch), achas que mais cedo eles se vão auto-organizar de forma a produzir uma palavra e, mais cedo ou mais tarde, uma frase com algum sentido? Ou será que a aleatoriedade gera mais aleatoriedade e assim sucessivamente? Porque é que a teoria da evolução de alguma forma viola a forma como o resto do mundo e a ciência fucionam?

    Portanto vocês evolucionistas ainda tem muito que trabalhar até que a vossa fé em Darwin esteja cientificamente confirmada.

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  17. Timshel,

    «Vi as vossas descrições de processos observados e observáveis mas nenhum elemento de prova da não intencionalidade da evolução.»

    Não exijo que escrevas tudo de forma a ser sempre interpretável à letra. Mas preciso que se perceba o que queres dizer com o que escreves, senão não nos entendemos.

    Se por "prova" entendes uma demonstração lógica ou matemática que partindo de axiomas chega inevitavelmente a uma conclusão, então não tenho nenhuma para dar nem teria qualquer utilidade se a tivesse porque dependia sempre dos axiomas.

    Se por "prova" entendes testar uma hipótese em conjunto com a sua complementar, confrontando ambas com os dados e seleccionando aquela que melhor os explica, então tenho tanta prova que a evolução do homem não foi intencional como tenho que as gripes que apanhamos não foram castigo de Deus. Essas hipóteses adequa-se muito melhor aos dados que as hipóteses complementares que propõem que isso ocorreu de propósito.

    «Não é acaso. Resulta do modo como as moeadas foram concebidas.»

    Estás a confundir os parâmetros da distribuição de probabilidades (os tais 50% de cara e coroa) que foram deliberadamente escolhidos com o acontecimento aleatório (cada vez que sai cara ou coroa) que não foi deliberadamente escolhido.

    Se fazes uma mesa de roleta que dá sempre os números que tu escolhes é ilegal usares isso num casino. Mas se fazes uma mesa de roleta propositadamente para que haja as mesmas probabilidades de sair qualquer número então já tens um jogo de sorte em vez de uma aldrabice.

    Se achas que o teu deus fez a evolução, então estás a dizer que ele criou uma roleta enorme, atirou a bolinha e calhou sairmos nós. Mas isto além de ser teologicamente insatisfactório é cientificamente desnecessário. Deus faz na evolução o mesmo efeito que um éter indetetável pode fazer no electromagnetismo.

    Citando o Ricardo Alves:

    «E?... E nada.»

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  18. Mats,

    «Não somos nós que temos que refutar o que nunca foi evidenciado.»

    Que o vosso deus criou o mundo em 6 dias?

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  19. Lourenço,
    «Portanto a frase de Spencer deveria ser reformulada para:O sucesso reprodutor dos mais aptos»

    Darwin também chamava à selecção natural de a persistência do mais apto.

    Mats,
    argumentos de incredulidade pessoal são falaciosos:
    Tu acreditas em X - isso é ridículo. Nem consigo imaginar como X poderia acontecer. X vai contra o senso comum.
    Isso é o como dizer: "eu não percebo nada do assunto, por isso não deve ser verdadeiro". Se fosse assim, Einstein nem ganhava o Nobel.
    Volto a colocar o vídeo "VenomFangX joking", com uma resposta a esse tipo de argumentos.

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  20. Mats,

    O Ónus da prova cabe a crente e não ao descrente. Tal é claro em advocacia; aconselho a leitura da parábola do bule celeste de Bertrand Russel.
    O evolucionismo baseia-se em provas (paleontológicas, biológicas, geológicas), o que o torna uma teoria; já o criacionismo, baseia-se numa crença:

    "Durante milhares de anos, os Homens foram oprimidos - e alguns continuam a sê-lo - pela ideia que o universo é uma marioneta cujos fios são puxados por entidades mágicas, invisíveis e inescrutáveis."

    Cordialmente

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  21. Antonio

    eu estou a tentar refutar a teoria da evolução?

    Ludwig

    Penso não teres percebido o exemplo das moedas (ou então eu não compreendi a tua resposta)

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  22. Lourenço,
    "O Ónus da prova cabe a crente e não ao descrente."

    Concordo. Os crentes darwinistas tem o ónus da prova.

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  23. Ludwig,
    «Não somos nós que temos que refutar o que nunca foi evidenciado.»

    Que o vosso deus criou o mundo em 6 dias?


    Que o mundo criou-se a si próprio.

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  24. No meu comentario anterior:

    O segundo parágrafo é a "minha" prova - evidências;

    O último paragrafo é a "prova" dos criacionistas - magia, invisibilidade, inescrutabilidade!

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  25. Caro ludwing,
    sempre que possivel acompanho este blog...mas nao consigo acompanhar os comentarios e portanto a pregunta que lhe faço talvez já a tivesse respondido.
    Na sua maneira de pensar, quais serão os critérios para determinar a validade ou falsidade da proposição "Deus existe"? Que lugar ocupam os vestigios da duvida para poder invalidar a existencia de alguma coisa?
    Obrigado pela atenção
    Cesar

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  26. Mats:

    «Não somos nós que temos que refutar o que nunca foi evidenciado. Vocês (evolucionistas) é que tem que oferecer ao mundo evidências que confirmem o mecanismo darwinista.»

    Não sou evolucionista, nem darwinista, nem newtoniano, nem einsteiniano, nem marxista. Todavia é muito fácil pelos comentários que são feitos ver quem trata os assuntos com ou sem fundamento. Nalguns comentários é gritante a falta de bases com que alguns comentadores abordam as questões (tipo aqueles alunos muito chatos que estão sempre a intervir nas aulas mas nada têm para dizer), muitas vezes com prejuízo para aqueles que como eu procuram neste blog aprender alguma coisa. A sua pergunta obviamente não precisa da minha resposta o autor do blog já a explicou muitas vezes e de forma muito clara.

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  27. Timshel:

    «eu estou a tentar refutar a teoria da evolução?»

    Eu suponho que sim as suas intervenções claramente vão nesse sentido. Mas se o seu objectivo é compreender a teoria evolucionista, então, está a dar a entender que está a deixar para trás muita matéria, assim talvez seja interessante da sua parte fazer uma revisão de todos os textos anteriores.

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  28. Cesar (e timshel, et al)

    É verdade que já escrevi sobre isso várias vezes. Mas parece que não consegui explicar-me bem ainda, por isso não me importo de tentar outra vez.

    «Na sua maneira de pensar, quais serão os critérios para determinar a validade ou falsidade da proposição "Deus existe"? Que lugar ocupam os vestigios da duvida para poder invalidar a existencia de alguma coisa?»

    Note primeiro que há uma diferença entre as duas perguntas. Estamos aqui a decidir qual a opinião que vamos formar acerca de hipóteses (primeira pergunta). Não vamos fazer nada à existência em si seja do que for (uma possivel intepretação da segunda, talvez não a pretendida). Independentemente da opinião que fizermos acerca de "existe algo tal que...", ou existe ou não existe.

    Por isso devemos pôr de parte logo à partida todas as considerações de valor, tais como "se não existisse nada faria sentido" ou semelhantes. Mesmo que fosse verdade não era relevante.

    O segundo passo é perceber que a nossa opinião acerca da proposição "existe algo tal que..." vai ser determinada apenas pelo que vem a seguir. Ou seja, dizer que algo existe é dizer que as suas propriedades estão realmente instanciadas. Por isso só faz sentido opinar acerca da existência de algo quando especificamos esse "tal que...".

    Por isso, para formar uma opinião acerca de deus(es) temos que especificar quais os atributos que esses deuses têm acerca dos quais possamos opinar. Isto exclui necessariamente tudo o que for misterioso, para além da razão, ou demasiado vago. Exige também algum cuidado na expressão da hipótese. Dizer que deus é amor, que amor quer dizer caridade mas que caridade aqui não se refere ao que nós humanos compreendemos como sendo caridade é o mesmo que não dizer nada, mas perdendo mais tempo.

    Uma vez cumpridos estes requisitos temos uma hipótese concreta para avaliar: "existe algo tal que" seguido de um número de atributos acerca dos quais podemos formar uma opinião fundamentada.

    E esse é outro ponto importante. O objectivo é ter na nossa mente uma ideia que corresponde à realidade, que é o que afecta todas as nossas mentes (áquilo que afecta só a mente de alguns chammos fantasia, para distinguir do resto que é mais pertinente). E para isso precisamos ter algum fundamento para julgar que certa ideia corresponde à realidade.

    Um dado útil é que "existe algo tal que" permite gerar muito mais hipóteses do que aquelas que correspondem à realidade. Por exemplo, "existe algo tal que está enterrado na Lua a 10 metros da Apollo 11 e é", um elefante, um pote de barro, rocha vulcânica, um chupa-chupa de sabor a morango, etc. Mesmo sem saber o que está enterrado na Lua, posso garantir-lhe que quase todas as hipóteses que possamos especular acerca disso vão estar erradas.

    O que nos traz finalmente ao critério de avaliação. Vamos considerar a nossa hipótese "existe algo tal que...", suficientemente detalhada, em conjunto com a hipótese complementar que diz não existir tal coisa. E agora vamos ver se há indícios que favoreçam a primeira e que contradigam a segunda. Só nesse caso é que consideramos que tal coisa existe. Se nada indicar que existe, então o mais seguro é assumir que não existe.

    Isto vale para tigres na sala, tijolos invisiveis voadores (que não pode provar não existirem, mas não vai andar de capacete só por causa disso) e para deuses (onde cada deus só pode ser considerado se devidamente preenchido o espaço a seguir a "tal que...").

    Para dar um exemplo concreto, que este texto além de chato e comprido deve estar um bocado confuso, se me disserem que existe um deus inteligente que criou o universo eu digo que não porque:

    - Tanto quanto sei não se consegue criar um universo. Ou aparece sozinho ou não há nada a fazer (e se há algo para o criar, então o universo é isso)

    - Mesmo que eu esteja enganado, resta o facto importante que nada distingue esta hipótese de uma infinidade de outras, tais como:
    1- nada criou o universo
    2- outro universo criou este, e assim por diante numa sequencia infinita
    3- uma lontra sem pelos criou o universo
    4- uma garrafa de coca-cola criou o universo
    5...

    Resumindo, e respondendo à sua pergunta: aceito uma hipótese do género "existe algo tal que..." quando os dados contradizem a hipótese complementar que o que sege o "tal que" é mera especulação. Aceito que tenho um tigre na sala quando algo tornar inaceitável a hipótese complementar. Até lá, assumo que não há tigres na sala. O mesmo para tigres em marte, unicórnios invisíveis ou deuses criadores de universos.

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  29. Mats:

    “Que o mundo criou-se a si próprio.”

    Acha sinceramente que a tentiva de explicar a criação do mundo por si próprio é pior do que por em deus todo poderoso e sumamente bom? E porque não por um demónio todo poderoso e sumamente mau?

    Que venha o diabo e escolha uma das três.

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  30. ludwing,
    obrigado antes de mais pela paciencia e pela resposta. Li o seu comentario com atenção, embora por dificuldade minha continue com dúvidas sobre o que disse.
    Pelo que percebi a proposição "Deus existe" seria falsa uma vez que um dos atributos de Deus seria a inteligencia criada e dado que não temos nenhuma informação que me certifique esse atributo, eu nego a sua existencia. certo?
    E se por exemplo, eu não tiver a capacidade ou a lucidez suficiente (motivada por várias razões, não porque eu não seja inteligente ou não seja lucido, mas muitas vezes a propria inteligencia poderá ter ocasiões de falta de lucidez) para captar, ler, encontrar e reconhecer a presença inteligente e criadora de Deus?

    "Aceito que tenho um tigre na sala quando algo tornar inaceitável a hipótese complementar." Percebo onde quer chegar com a comparação. Mas, pergunto se os atributos de identidade ontológica do tigre e de deus são os mesmos, para ser tomados em pe de igualdade na comparação. Porque eu tenho poder (meus atributos de ser, inteligencia) sobre a figura do tigre, mas Deus caso exista (terá atributos superiores aos meus, certo?) Então, eu por esta "inferioridade" terei a capacidade de negar a sua existencia?
    Talvez me pergunte e terá a capacidade de afirmá-lo? Mas, julgo que afirmar a existencia de Deus é uma resposta e não uma capacidade individual ou ascética. Penso que a chegar à conclusão da existencia de Deus, será porque Ele se revela e não porque eu consegui afirmá-lo. Porque como disse os meus atributos serão inferiores à qualquer imagem que tenhamos de Deus.
    Obrigado
    cesar

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  31. Cesar,

    «Pelo que percebi a proposição "Deus existe" seria falsa uma vez que um dos atributos de Deus seria a inteligencia criada e dado que não temos nenhuma informação que me certifique esse atributo, eu nego a sua existencia. certo?»

    A proposição ser falsa ou não está fora do nosso controlo. O que decidimos é apenas a opinião que formamos acerca dela.

    E aos deuses são atribuidas características que parecem contradizer o que sabemos. Por exemplo, bondade, poder e caridade infinitas.

    «E se por exemplo, eu não tiver a capacidade ou a lucidez suficiente para captar, ler, encontrar e reconhecer a presença inteligente e criadora de Deus?»

    Nesse caso, mesmo que ele exista, não terá justificação para afirmar que ele existe. Por exemplo, mesmo que existam bactérias em Plutão, por falta de capacidade para o saber eu não tenho justificação para afirmar que existem.

    Mais importante ainda, é irracional que eu use a minha incapacidade para determinar se há ou não bactérias em Plutão para dizer que, por isso, se justifica concluir que há. Isso é mesmo um disparate. Mas é isso o que muitos crentes defendem: como não se pode provar que Deus não existe, então Deus existe. Não faz sentido.

    «Mas, pergunto se os atributos de identidade ontológica do tigre e de deus são os mesmos, para ser tomados em pe de igualdade na comparação.»

    Não, mas o problema não é ontológico. Não importa se os atributos do tigre e dos deuses são, alegadamente, os mesmos (até podem ser; afinal "deus" é um termo infinitamente flexivel...). O que importa é que o problema epistemológico é o mesmo: decidir se vou considerar como existente um "algo tal que...".

    E esse problema resolve-se especificando a hipótese e averiguando se os dados contradizem a hipótese complementar (porque, à partida, "existe algo tal que..." é muito menos provavel que a sua negação, visto haver muito mais hipóteses do que coisas que existem mesmo).

    «Então, eu por esta "inferioridade" terei a capacidade de negar a sua existencia?»

    Se por "negar a existência" quer dizer a capacidade de, existindo um deus, nós fazermos com que ele deixe de existir, então diria que não.

    Mas se por "negar a existência" quer dizer chegar à conclusão que a hipótese que se justifica tomar como verdadeira (até evidências em contrário) é a que ele não existe, então claro que sim. A hipótese que Zeus existe pode enumerar poderes muito superiores aos meus, mas mesmo assim é razoável concluir que não existe Zeus. Nem Odin, Osiris, Isis, Quetzalcóatl, etc.

    Lembre-se que o problema é decidir a nossa opinião, não a existência da coisa. Isso está para além da nossa capacidade de decidir. Tal como as bactérias em Plutão, ou existem ou não existem seja qual for a opinião que formemos acerca disso.

    «Penso que a chegar à conclusão da existencia de Deus, será porque Ele se revela e não porque eu consegui afirmá-lo.»

    Essa é outra hipótese que tem que ser avaliada confrontando-a com alternativas. Por exemplo, que se chega à conclusão que um deus existe em consequência daquilo que nos ensinaram e da cultura em que crescemos. E esta está mais de acordo com os dados, que indicam que as pessoas chegam cada um à conclusão que o seu deus existe mas os dos outros já não, o que é inconsistente com a hipótese da revelação divina (a menos que existam mesmo muitos deuses e uma grande confusão por entre as divindades...)

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  32. Ludwig:

    Perfeitamente de acordo. Mas por isso é que não acredito na hipotese multicentrica. Sei que estou um pouco off topic mas até vem a calhar. O que pensas?

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  33. João,

    Qual é essa hipótese? (da evolução humana? dos efeitos de vários genes na mesma doença? de ensaios clinicos entre vários centros? ocorre-me alguns usos do termo mas nenhum faz sentido óbvio :)

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  34. caro ludwing,
    1-“A proposição “Deus existe” ser falsa ou não está fora do nosso controlo.”
    Não está necessariamente, caso contrário o Ludwing nunca poderia afirmar a inexistencia de Deus. Se se refere unicamente a opiniões. De que vale o Ludwing ter a opinião de que Ele não existe, havendo a possibilidade de Ele existir.
    2-“Mais importante ainda, é irracional que eu use a minha incapacidade para determinar se há ou não bactérias em Plutão para dizer que, por isso, se justifica concluir que há.”
    Não disse isso no comentário anterior e muito menos o dei a entender. É melhor reler o comentário.
    3-“Mas é isso o que muitos crentes defendem: como não se pode provar que Deus não existe, então Deus existe. Não faz sentido.”
    Claro que não faz sentido. Estou absolutamente de acordo consigo neste aspecto. Mas, não compreendi o ter-se desviado do central do meu comentário anterior em que dizia que o crente poderá afirmar a existência porque Ele se revelou primeiro.
    Abraço,

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  35. «De que vale o Ludwing ter a opinião de que Ele não existe, havendo a possibilidade de Ele existir.»

    Corvos brancos não existem. Aliás, todos os corvos são negros. Pronto, eu disse-o. Há alguém que não concorda comigo nisto?
    Existe a possibilidade de existirem corvos brancos. Há alguém que não concorda nisto? Isso é epistemologia do mais básico que há.

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  36. «Os crentes darwinistas tem o ónus da prova.»
    Por isso é que dedicam-se a explorar o mundo e provaram o que afirmam.

    Os criacionistas ficam numa cadeira com uma Bíblia na mão e um molho de literatura sobre a Teoria da Evolução numa mesa à procura de citações e ideias. E basicamente reutilizam o argumento do relojoeiro, que agora é chamado de design inteligente, e queixam-se do que os outros fazem. Tal como estás a fazer.

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  37. Antóni,
    "A sua pergunta obviamente não precisa da minha resposta o autor do blog já a explicou muitas vezes e de forma muito clara."
    Acho que não. O Ludwig nunca nos mostrou qual é a lei ou força da natureza que tem capacidade de gerar seres vivos a partir da matéria morta, nem mostrou força natural capaz de transformar um inossauro numa áve, e muito menos mostrou qual é a força natural capaz de gerar por si só informação codificada. O que ele disse em relação ao último ponto é que não existe informação nenhuma dentro dos seres vivos, e que a vida não é, portanto, regida por informação codificada.

    "Acha sinceramente que a tentiva de explicar a criação do mundo por si próprio é pior do que por em deus todo poderoso e sumamente bom?"

    Nem tem comparação possível. Se não fossem as ramificações, ninguém haveria de acreditar na teoria da evolução.

    "E porque não por um demónio todo poderoso e sumamente mau?"

    Porque não mesmo? Talvez por falta de evidências?

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  38. Ena! Belas quadras, ainda que a rima não seja sempre perfeita... bah! não me consultaram! :)

    So what have I learned from the master plan?!

    LIVE, LOVE and GIVE:

    a santíssima trindade...

    Rui leprechaun

    (...da humana divindade :))

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  39. And remember Novalis:

    Quanto mais poético, mais verdadeiro!

    There is a song that has been written, but has never been sung.
    There is a symphony that has been composed, but has never been played.
    There is a poetry that been written but never been recited.
    And each one of us, within us, we carry this song, this poetry, this symphony.
    Listening to itself, first time - to dance to this song. This song, its origin comes from within.
    To be mesmerized by this poem whose words come from within.

    That's clarity - the sweetest angel that can come in your life, the angel of clarity. When she comes, the darkness leaves. It's expelled. Because now you can see!
    To feel love, when the reason is this breath. To fall in love with this gift of life. It comes and it touches you in this miracle of life. This is "his" work of art!

    Prem Rawat


    Bem, eu prefiro este poema, mas o outro dos filósofos e teólogos não é falso, apenas incompleto...

    Rui leprechaun

    (...tudo obra do Artista predilecto! :))

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  40. Mats,

    « O Ludwig nunca nos mostrou qual é a lei ou força da natureza que tem capacidade de gerar seres vivos a partir da matéria morta, nem mostrou força natural capaz de transformar um inossauro numa áve, e muito menos mostrou qual é a força natural capaz de gerar por si só informação codificada.»

    Isso é fácil.

    As leis da natureza são descrições que nós inventamos. Essas não fazem nada; apenas dizem o que acontece.

    A força responsável por transformar matéria inanimada em matéria viva é o electromagnetismo. É essa a força que domina as reacções químicas e transforma espaguete com queijo em células humanas vivas.

    Nenhum dinossauro se transformou em ave. As aves descendem dos dinossauros por um processo que não exige de qualquer individuo que se transforme numa espécie diferente daquela em que nasceu.

    E a informação codificada não tem nada a ver com o assunto, pois só se começou a codificar informação depois de evoluirem mecanismos atribuir significados por convenção.

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  41. Mas estou preocupado com o Jónatas. Será que lhe aconteceu alguma coisa...? Ou será que agora só faz comentários criacionistas quando não tiverem a ver com o post?

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  42. “Se repetíssemos a experiência nem aquele berlinde ia parar ali nem nós seriamos como somos.” (kripal)
    Onde foi o Kripal buscar tal certeza?

    “A evolução não conduz a vida a um destino ordenado.” (Kripal)
    Outra afirmação cientificamente absurda. Caso contrário nem seria “evolução”, seria “mutação”.
    “o universo não foi feito a pensar em nós” (kripal)
    O que é o universo?
    Quem somos nós? Será que o universo nos é adverso?
    “a evolução foi apenas o mecanismo que o criador escolheu para nos criar, mas isto não faz sentido.” (kripal)
    Isso não faz sentido para o Kripal. Não pode afirmar que isso não faz sentido para ninguém (que é falso). Não pode afirmar que isso é errado, só porque não lhe agrada. Pode dizer: não está provado. Mas, também não está provado o contrário.

    “Estamos a meio do processo” (kripal)
    A meio? Como chegou a essa conclusão? Como foi o princípio? Como será o final?

    Como ainda não conhecemos vida extraterrestre, pergunto-lhe:
    Porque razão não apareceu outra forma de vida inteligente? Outro ser dotado de inteligência, mas de características fisionómicas e fisiológicas diversas?

    Por que razão o homem é tão igual em todos os lugares da terra?
    É apenas por selecção natural?
    Então, por que razão não temos homem-girafa, homens-marinhos, etc?
    A generalização das linguas é um argumento muio fraco. O latim é invasor e imposto, não é uma sequência natural de línguas. Isso intriga alguns investigadores. Porque razão desapareceram as nossas línguas vernáculas?
    A língua muda pelo contacto de culturas, mas a espécie não munda pelo mero acto cultural.


    ”O mecanismo baseia-se na acumulação de alterações pequenas e aleatórias, ao longo de muitas gerações, sob pressões selectivas do ambiente que tendem (mas não determinam totalmente) a favorecer aquelas características que se propagam mais facilmente. “(kripal)
    Se assim fosse tínhamos mesmo “homens-das-neves”.

    ”De facto a evolução existe e é anárquica, não inteligente” (Tavagueiro).
    Onde foi buscar tal certeza. Esforçou-se por justificar, embora não o conseguisse, mas apenas como se a evolução fosse somente genética.
    Mesmo assim, tudo tenderia para um marasmo. A ciência não pode afirmar tais redundâncias. Há uma ordem de evolução cientificamente aceite no sentindo do progresso. Para alguns, não há evolução mas resposta ao meio.
    Isto intriga a comunidade científica: por que razão as espécies não evoluíram no sentido de se tornar imunizadas a determinados agentes, se lhe foram resistindo?
    Por que razão determinadas anomalias genéticas tem a o mesmo índice de ocorrência desde há milhares de anos?
    (o meu amigo Hakim justifica isso com a perda de biodiversidade, a mim não me parece!)

    Há uma convicção (nada de cientificamente provado) entre os homens da ciência de que “a natureza” responde a uma ataque, criando um mecanismo de defesa. Para uns demonstra uma “ordem inteligente”, para outros um acaso.
    Porém, recentemente, a comunidade científica tem estado muito mais de acordo sobre essa “ordem inteligente”. Na base de tudo isso estão conhecimentos que se avolumam sobre mecanismo que desconhecíamos. Por exemplo: é possível que o escurecimento global contrarie o aquecimento global. Ou seja, ante uma ameaça, a natureza defende-se.
    Chamar acaso a uma “resposta” da natureza que se repete para n situações, demonstra demasiada confiança no acaso, ou vontade de não ver.

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  43. Caro Anónimo,
    faça lá um esforço para escrever correctamente o nome do bloguista, é uma questão rudimentar de educação.
    Obrigada
    Cristy

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  44. Anónimo,

    «Onde foi o Kripal buscar tal certeza?»

    Há 65 milhões de anos um asteroide bateu na Terra. O asteroide tinha vagueado pelo espaço durante milhares de milhões de anos e o impacto causou a extinção de cerca de metade das espécies de animais neste planeta.

    Face a isto, não se justifica crer que o asteroide foi criado exactamente com a velocidade e posição para que o impacto matasse precisamente aqueles organismos e desencadeasse uma sequência de encontros amorosos, mortes e nascimentos tais que, 65 milhões de anos depois eu nascesse exactamente como sou.

    "Certeza" não sei se é. Depende do que quer dizer a palavra. Mas tenho mais confiança que, à escala cósmica, o meu nascimento foi um acidente do que tenho nos malefícios do tabaco. Se acha que se justifica ter certeza que o tabaco faz mal então sim, tenho a certeza que eu não fui planeado pelo deus de ninguém.

    «Será que o universo nos é adverso?»

    Não. Se o universo nos fosse especialmente adverso poderia justificar-se assumir que tinha sido feito a pensar em nós por alguém que nos queria mal.

    O que se passa é que o universo é indiferente a nós. Se amanhã a humanidade se extinguir não vem ninguém ao funeral.

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  45. Mats:

    «Porque não mesmo? Talvez por falta de evidências?»


    Tem razão de facto não há evidências para pensar que o mundo foi criado por um demónio omnipotente.

    Mas para um criador omnipotente e bom também não há evidências embora muita gente as veja em toda a parte. Assim talvez não seja de excluir à partida a hipótese de demónio omnipotente e mau criador do inferno, e do céu para respeitar o livre-arbítrio. Porque não?

    Uma oração possível: Meu demónio todo poderoso e mau, como és tremendamente vaidoso suplico-te que faças com que eu não seja atropelado, durante toda a minha vida de joelhos afirmarei a tua omnipotência, maldade e vaidade, amem.

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  46. Não foi minha intenção ofender. Os diminutivos servem para facilitar: Zé, Tó, etc.

    “A força responsável por transformar matéria inanimada em matéria viva é o electromagnetismo.” (Krippal)

    Afinal isto sempre é tudo na brincadeira. Ninguém, em conversa séria diria isso.

    Impulso eléctrico e electromagnetismo são coisas diferentes

    Só se for para justificar a criação de Adão a partir do “barro”.

    Esta afirmação pode levar a pensar que uma rocha pode tornar-se um ser vivo sob a influência de uma boa dose de energia electromagnética. Isso é absurdo.

    Sendo a energia electromagnética a mais abundante do universo, deveria existir vida em todos os cantos.

    ”Há 65 milhões de anos um asteroide bateu na Terra. “ (Krippal)

    Trata-se de uma teoria. Não há certezas científicas desse facto.

    ” Mas tenho mais confiança que, à escala cósmica, o meu nascimento foi um acidente do que tenho nos malefícios do tabaco.” (Krippal)

    Como põe o tabaco em causa… não exclui o contrário.

    “não vem ninguém ao funeral.” (Krippal)
    Agora baralhou-me: então os ateus também ligam a isso de “funeral”?
    (Estou aqui, porque estou doente, com uma maldita gripe que não me deixou trabalhar. Ora, este vírus do “acaso gripe”, é muito incómodo. Por que não combater o “acaso” que nos prejudica muito mais do que Deus?)

    “um demónio omnipotente” (António)
    Seria um Deus do mal. Voltávamos à estaca zero.

    Por acaso, aprende-se aqui umas coisas.
    Talvez o mais interessante seja a forma aparentemente séria como se escreve.

    Têm um certo jeito para este tipo de humor “científico e filosófico”.

    Por favor, não deixem que alguém vos leve a sério. Isso poderia ser perigoso.

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  47. Anónimo,

    «Afinal isto sempre é tudo na brincadeira. Ninguém, em conversa séria diria isso.»

    Não é fácil ter uma conversa séria quando o nosso interlocutor nem sequer o nome quer revelar, possivelmente para poder voltar com outra identidade ou mais facilmente dar o dito por não dito.

    Mas era a sério. A força electromagnética é a que governa a química, e a diferença entre a matéria viva e não viva é simplesmente química. Não há mais nada.

    «Esta afirmação pode levar a pensar que uma rocha pode tornar-se um ser vivo sob a influência de uma boa dose de energia electromagnética. Isso é absurdo.»

    É absurdo, mas apenas porque não se trata da dosagem. Tal como o seu computador, que funciona a electricidade mas se lhe espetar com o dobro da voltagem não passa a funcionar duas vezes melhor. Estraga-se. É preciso interacções mediadas pela força electromagnética (toda a química) mas é preciso que sejam as interacções certas na altura certa.

    «Não há certezas científicas desse facto.»

    No sentido absoluto, não há certezas científicas. Ciência é conhecimento e certezas mera ilusão criada pela ignorância.

    Quem sabe, duvida.

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  48. Anónimo:

    «Seria um Deus do mal. Voltávamos à estaca zero»


    Em matéria de deus, demónio etc nunca saímos da estaca zero. Não precisamos deles nem para entender o mundo nem para o melhorar.

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  49. Ludwig

    referia-me à evolução humana. Sim, não tem directamente a ver com o teu post, mas pelo que escreveste parcece-me que também não deves ser grande fã da teoria. Por causa de um certo tempero de predestinação que ela traz e que tu bem repudias... ou nºaO?

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  50. A EVOLUÇÃO POR TODA A PARTE, MAS NEM UMA ÚNICA EVIDÊNCIA DELA


    “É comum, e errado, pensar a evolução como progredindo para um fim. A sequência do peixe que se transforma em anfíbio, réptil, mamífero e finalmente em homem sugere que o peixe já planeava unhas e cabelo. Mas a evolução é mais como um balde de berlindes despejado contra a parede.”

    É por isso que ela não funciona. A evolução aleatória não cria códigos nem informação codificada.


    “Em retrospectiva, cada encontrão e ressalto parece ter servido para pôr aquele berlinde exactamente ali. Mas ia parecer o mesmo qualquer que fosse o sítio ou o berlinde. O filme de cada berlinde faz parecer que havia um plano a seguir mas a visão do conjunto desengana-nos.”

    Adiante…


    “Assim, podemos distinguir dois problemas. Um é compreender as nossas origens sabendo já que existimos. É traçar, em retrospectiva, o trajecto que o berlinde percorreu.”

    Ou seja, reconstrução de uma história que não foi nem pode ser observada e repetível. Há muita especulação e interpretação à mistura…


    “A física e a teoria da evolução explicam o que levou aquele berlinde ou aquela espécie a estar ali e a ser como é.”

    A física não explica a origem da matéria e da energia e muito menos a origem da vida. A teoria da evolução é especulação sobre porque é que uma espécie está ali.

    A única coisa que podemos afirmar é que uma espécie está ali e é como é.


    “Bem diferente é ponderar o que temos de especial para que a evolução conspirasse criar-nos.”

    Está a partir do princípio de que houve evolução. Mas não houve. A vida depende de informação codificada, e esta só pode ter tido uma origem inteligente.

    “Esse é um falso problema. É como perguntar o que tem o berlinde azul de especial para que todos os outros o empurrassem exactamente para onde calhou. Nada. Se repetíssemos a experiência nem aquele berlinde ia parar ali nem nós seriamos como somos.”

    Continua a partir do princípio de que houve evolução. Mas não pode ter havido, porque a evolução aleatória não cria informação codificada.

    “Isto não reduz a física e a teoria da evolução à narrativa do passado.”


    É especulação naturalista sobre o passado, feita por pessoas que vivem no presente e que fazem observações limitadas no presente.

    “A curto prazo podemos prever com detalhe as trajectórias dos berlindes ou as variações das características nas populações.”

    Variações na populações diminuem a quantidade e a qualidade de informação nos genomas. Elas não criam informação que codifique novas e mais complexas estruturas e funções. Tal nunca foi observado.

    “O que faz a incerteza eventualmente dominar as estimativas é a complexidade dos sistemas, não a natureza das teorias.”

    O problema não é só a complexidade, mas sim a informação codificada. Esta só pode ter tido uma origem inteligente.


    “E há aspectos previsíveis mesmo a longo prazo. Podemos prever aproximadamente a distribuição dos berlindes pela sala em função da altura a que despejamos o balde, da espessura da alcatifa ou dos obstáculos que há no chão. “

    Adiante…

    “E como olhos, pernas, asas e mandíbulas evoluíram independentemente várias vezes, podemos prever que se repetíssemos a evolução da vida na Terra, essas características iriam surgir de novo*.

    Nada disso evoluiu. Isso é pura especulação o que sabemos é que existem diferentes olhos, pernas e mandíbulas, com características totalmente diferentes. Dizer que evoluíram independentemente é pura interpretação.

    O Ludwig confunde factos (v.g. diferentes olho) com interpretação (v.g. evolução paralela ou independente). Mas a interpretação criacionista faz mais sentido. Diferentes tipos de olhos , sem qualquer relação entre si, mostram que os olhos não evoluiram, antes foram criados.


    “Outro falso problema é haver seres vivos cada vez mais complexos.”

    E dependentes de informação codificada”


    “A vida surgiu com microorganismos simples que se juntaram em organismos multicelulares e eventualmente deram florestas, baleias e nós.”

    Isso é uma afirmação científica? Qual a evidência? Quem observou isso?

    Ludwig. Não diga disparates. Não existe vida simples. Os cientistas nem sequer fazem a mais pequena ideia de como a vida surgiu ou de como é que organismos unicelulares poderia ter evoluído para multicelulares.


    “Parece que uma tendência misteriosa os empurrou para a complexidade.”

    O que se sabe é que a vida é irredutilmente complexa e dependente de informação codificada.

    “Mas a tendência, tal como nos berlindes que se espalham pela sala, é apenas que a vida se espalhe pelas configurações que se reproduzem com sucesso.”

    Isso é pura especulação, sem evidência alguma. A vida depende de informação codificada e esta depende sempre de inteligência.


    “E a vida também começou contra a parede, encostada ao mínimo de complexidade abaixo do qual não é possível competir como ser vivo.”

    Toda a vida é complexa. Toda a vida depende de informação codificada. O resto é tagarelice sem qualquer fundamento.

    “Dali só havia um lado para onde se espalhar. De qualquer forma, ainda hoje quase todos os seres vivos são bactérias. Salvo raras excepções, a vida continua encostada à parede.”

    As bactérias não se transformam em bacteriologistas, apesar das rápidas taxas de reprodução e mutação. Elas desmentem a evolução.

    “A evolução não conduz a vida a um destino ordenado. Espalha-a caoticamente por todos os cantos e feitios em que esta prolifere, revelando que, contrariamente ao que se acreditou durante muito tempo, o universo não foi feito a pensar em nós.”

    Fala, fala, fala e não apresenta qualquer evidência de evolução. É como se falar de evolução provasse a evolução.

    A ingenuidade do Ludwig não tem paralelo.

    O problema é que

    1) toda a informação codificada tem origem inteligente

    2) o DNA tem informação codificada


    “E isto incomoda alguns.”

    Não incomoda nada, porque simplesmente não existe qualquer evidência de evolução, para além da afirmação de que ela se verificou. Mas uma coisa é pressupor a evolução. Outra, bem diferente, é prová-la.


    “Como ao berlinde que desse graças pela posição privilegiada que supunha merecer, também a muita gente incomoda saber que somos o que nos calhou pelo entornar do balde.”

    Pura conversa fiada, sem qualquer base científica.

    “Além disso, a evolução não é só algo que aconteceu. Está a acontecer.”

    As mutações e a selecção natural diminuem a quantidade e qualidade dos genomas. Nada têm que ver com a evolução.

    “Os berlindes espalham-se com o balanço da queda e param em pouco tempo, mas a evolução é empurrada pela energia de uma estrela com cinco mil milhões de anos pela frente.”

    Que disparate completo!!! Pura conversa fiada.

    “Por isto, a teoria da evolução é incompatível com um propósito inteligente para a nossa origem.”

    Primeiro é preciso demonstrar a evolução. Mas isso é impossível, na medida em que a vida depende de informação codificada e esta de inteligência.

    “Alguns tentam conciliar a teoria da evolução com um plano divino propondo que a evolução foi apenas o mecanismo que o criador escolheu para nos criar, mas isto não faz sentido.”

    Concordo inteiramente. Não faz sentido.


    “Estamos a meio do processo e não é coisa a que recorra quem sabe o que quer e como o obter.”

    Continua com fantasias e suposições.

    “Para pôr o berlinde azul exactamente naquele canto não se despeja o balde do outro lado da sala. A evolução, como método de criação inteligente, só faria sentido se o criador não soubesse bem o que queria e pusesse tudo a mexer a ver se dava alguma coisa interessante.”

    Os berlindes não criam nada para além de berlindes. E é necessário saber de onde é que eles vieram e quem criou o balde.

    “Mas o pior em tentar conciliar a teoria da evolução com uma criação inteligente é não perceber uma parte importante do que a teoria nos diz.”

    A teoria da evolução é pura conversa fiada naturalista. Sempre que foi testada cientificamente foi refutada.

    “Que não é preciso inteligência nem propósito para a vida surgir, evoluir e tornar-se inteligente.”

    Como é que a vida surgiu? Quem viu isso? Que processos naturalistas criam informação codificada? Quem observou isso?

    “Basta herança com modificação e tempo para que, mais cedo ou mais tarde, a vida se espalhe o suficiente para encontrar um canto de onde possa compreender a sua origem.”

    Para haver herança com modificação é necessário existir seres vivos funcionais e extremamente complexos e dependentes de informação codificada.

    Por aí se vê que a evolução não explica a origem das espécies, já que precisaria sempre da prévia existência de seres vivos complexos e funcionais.

    Além disso, a hereditariedade recombina informação pré-existente, não criando novas estruturas e funções mais complexas.

    Ou seja,

    O Ludwig fala, fala, fala, mas afinal não diz nada.

    Tanta conversa fiada e nem uma única evidência de evolução!!!

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  51. A procura da origem da vida no espaço, na Terra, na lama, nas rochas, nas fontes hidrotermais, no gelo, etc., está votada ao fracasso.

    Assim é, na medida em que descura um elemento fundamental da vida que só pode ser encarado partindo da Palavra de Deus.

    Isto, porque a vida foi criada pela Palavra de Deus.

    A Bíblia diz que a vida foi criada de forma inteligente por um Deus que se autodefine como Razão/Palavra.

    Embora, não possamos fazer experiências com Deus num laboratório, podemos corroborar essa afirmação bíblica procurando por sinais de inteligência na vida.

    Um dos sinais de inteligência por excelência é a presença de informação codificada.

    Sempre que temos informação codificada (v.g. em livros, computadores, naves espaciais, aviões, robôs, telemóveis, ATM’s) temos evidência de inteligência.

    Não existe informação codificada sem inteligência.

    Ora, no DNA encontramos, em múltiplos códigos paralelos, informação codificada.

    Por sinal encontramos aí informação codificada em quantidade, qualidade, complexidade e densidade que transcende a capacidade de compreensão de toda a comunidade científica junta.

    Essa informação codificada, uma vez transcrita, traduzida e executada, conduz, de forma extremamente precisa, à produção e reprodução dos seres mais complexos que se conhece, estabelecendo entre si relações de interdependência igualmente complexas.

    Isso, para os criacionistas, é a maior evidência de criação inteligente.

    Essa observação científica corrobora totalmente o ensino bíblico.

    Diferentemente, as mutações, que na generalidade dos casos são deletérias e provocam doenças e por vezes a morte, são evidência da corrupção que afectou toda a natureza depois da queda em pecado.

    Assim como no caso da informação codificada nos computadores, telemóveis, etc., a origem não pode ser cabalmente explicada sem a inteligência criadora da informação e do código, o mesmo também se aplica (e por maioria de razão) à vida e à informação codificada de que ela depende.

    Para os criacionistas não existe nenhum conflito entre as observações científicas propriamente ditas e as doutrinas bíblicas.

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  52. Perspectiva disse:
    "Tanta conversa fiada e nem uma única evidência de evolução!!!"

    Jóni, um ponto de exclamação é o suficiente. Assim parece que te estás a querer convencer de uma treta que começa a já não pegar.

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