Extremismo, só com moderação.
Foi marcado o julgamento do casal Neumann, do Wisconsin (1). Cristãos dedicados, sempre trataram a sua filha Kara com oração em vez de medicação. Infelizmente, a criança tinha diabetes e morreu em Março do ano passado. Tinha 11 anos de idade e nenhuma culpa pelos genes e pais que o deus dos seus pais lhe dera. Se condenados, os devotos Neumann podem cumprir até 25 anos de prisão. Não ajuda a Kara mas talvez evite que façam o mesmo a outro filho.
Felizmente, a maioria dos crentes não é idiota e a maioria das crianças não tem doenças mortais. Por isso a conjunção dos dois é rara. Mesmo assim, só nos últimos 25 anos a estupidite religiosa matou trezentas crianças nos EUA. É muito menos rara do que devia ser.
Mas também é preocupante que as crenças dos fundamentalistas e dos moderados sejam as mesmas. Ambos crêem que os filhos nascem com a religião dos pais, que as coisas acontecem segundo a vontade divina, que um livro sagrado é a palavra do seu deus e assim por diante. A grande maioria de crentes sensatos distingue-se da minoria de doidos apenas por levar as mesmas crenças menos a sério.
Pode bastar. Há muita gente que bebe bagaço ou fuma haxixe sem ser alcoólico ou drogado. Mas tem que ser pouquinho de cada vez. Também as crenças religiosas são para consumir com moderação por serem tão fortes. Há poucas religiões light. Um deus algo-poderoso que dê uns toques aqui e ali não satisfaz. Os crentes querem um Deus Todo-Poderoso, com maiúsculas e tudo, capaz de controlar todo o universo. Uma crença que os aqueça por dentro. Mas disso só se pode tomar um calicezinho aos domingos e dias de festa. E nunca quando se tem crianças doentes em casa.
1- New York Times, Trials for Parents Who Chose Faith Over Medicine
Genial, Ludwig. Grande post!
ResponderEliminarSó posso imaginar o que é que os fundamentalistas da casa têm para responder.... em dois,... um...
é por estas e por outras que eu penso que se deveria era tentar regulamentar a religião.
ResponderEliminarEste caso pode ser apenas duns pais com perturbações mentais que por sua lavra decidiram fazer aquilo como poderiam ter imolado a criança pelo fogo, ou, terem sido incentivados por uma igreja.
Se foi o primeiro caso há pouco a fazer. Não foram diagnosticados e deu no que deu. Se foram incentivados seria possível, se houvesse legislação para tal, controlar antes a prática religiosa.
Isto não me parece uma coisa transcendente de fazer.
E se calhar este tipo de legislação até conseguiria reunir o apoio de alguns crentes.
Nada mais simples que impedir aos menores de idade o acesso a cultos que afirmem praticar curas pela fé, curandeiros bruxas e quejandos.
Aos maiores há pouco a fazer, não é ?
Se eu quero abandonar um tratamento e tentar outra coisa, ou mesmo nada, é um problema meu.
Também não me parecia difícil criar um código de conduta para quem quer exercer profissões que mexam com o sobrenatural.
A exemplo das bebidas alcoólicas ou do tabaco que tem de ter as menções que tem, os locais de culto deveriam ser obrigados a afixar em local visível e em placa com medidas regulamentares avisos do conteúdo.
Do tipo:
A cura pela fé não está demonstrada que tenha qualquer eficácia. Em caso de dúvida ou persistência dos sintomas consulte o seu médico ou
farmacêutico.Muita doenças tem uma fase em que parecem regredir levando os doentes ao abandono dos tratamentos o que diminui muito a possibilidade de cura. Consulte sempre o seu médico.
Qualquer quantia ou bem entregue a esta instituição tem de ser obrigatoriamente declarada no impresso próprio e o doador deverá receber obrigatoriamente uma cópia.
Não são permitidas doações anónimas.
Se sentir que de alguma forma estão a exercer qualquer tipo de pressão ou manipulação sobre si ou sobre alguém nesta instituição, ou que de qualquer modo alguma prática lhe pareça contrária à lei denuncie, seguido duma linha azul.
A contabilidade e o historial de coimas e contra-ordenações fiscais desta instituição está disponível no endereço electrónico www.xxxx.com
Coisas muito simples e que se calhar resolviam a maior parte dos problemas.
Não era ?
McVeigh e a KKK = extremistas "moderados"....
ResponderEliminarTanto quanto sei, o Hinduismo é uma dessas religiões light. Pelo menos é o peixe que me vemndem todos os meus colegas hindus.
ResponderEliminarDe resto os idiotas do post estão ao nível das testemunhas de jeová com a aversão que estes últimos têm ás transfusões.
Wyrm... já que eles são hindus, como fica a questão da suástica ? Este símbolo é importante no hinduísmo, porém existe o tabu do nazismo. Hindus residentes na GB pedem a legalização da suástica, porém as autoridades locais hesitam porque poderia dar espaço pros neonazis.
ResponderEliminarConcordo com o comentário de Sousa da Ponte, mas saliento que a questão de regular a religião é dizer que não deve ser discriminada. Ou seja, as organizações religiosas e religiosos devem ser tratados como outras organizações e pessoas. Deve haver neutralidade religiosa na Justiça.
ResponderEliminarOs exemplos que Sousa deu são bons. Mesmo nos maços de cigarros existem avisos, apesar de supostamente todos saberem que os cigarros fazerem mal. As instituições de solidariedade social devem declarar as doações que recebem e podem ser investigadas em caso de suspeita. Numa coluna sobre legislação de uma revista Sábado, é suposto que um funcionário possa ser despedido se não cumpre as funções do seu emprego, nomeadamente por motivos religiosos - quer dizer, é tratado como os que têm outras religiões ou que não têm religião.
Se os pais impedem tratamento médico a uma criança porque acredita no poder da oração ou por qualquer outra superstição, não se deve discriminá-los positivamente (ie: de acordo com o que os pais querem) - devem ficar sem o poder de paternalidade e, no caso em questão, punidos como qualquer outro pai que leve à morte do seu filho por negligência.
Não sei se tem filhos ou não. Mas se tiver, já viu se porventura algum se descuidar e lhes acontecer alguma coisa? Também poderia que foi por causa do seu "deus Ateu" que isso aconteceu, e que merce a punicção máxima? Espero que não isso não aconteça. Mas coloque-se na pele daqueles pais que, por ignorância sim, tal como acontece com muitos pais que não têm os cuidados mínimos com os seus filhos, deixaram que isso acosntecesse? O filho do actor John Travolta como é que morreu? não terá sido descuido dos pais, e alguém colocou isso em causa? É um exemplo..
ResponderEliminarNão sei se tem filhos ou não. Mas se tiver, já viu se porventura algum dia se descuidar e lhes acontecer alguma coisa? Também poderia dizer que foi por causa do seu "deus Ateu" que isso aconteceu, e que merece a punição máxima? Espero que isso não aconteça. Mas coloque-se na pele daqueles pais que, por ignorância sim, tal como acontece com muitos pais que não têm os cuidados mínimos com os seus filhos, deixaram que isso acontecesse? O filho do actor John Travolta como é que morreu? não terá sido descuido dos pais, e alguém colocou isso em causa? É um exemplo..
ResponderEliminarPedro,
ResponderEliminar«Mas coloque-se na pele daqueles pais que, por ignorância sim, tal como acontece com muitos pais que não têm os cuidados mínimos com os seus filhos, deixaram que isso acosntecesse?»
A criança fica doente, acaba incosciente, e eles nem falam com um médico. Ficam a rezar. Isso está para além de ignorância...
«O filho do actor John Travolta como é que morreu? não terá sido descuido dos pais, e alguém colocou isso em causa? É um exemplo..»
Sim, esse pode ter sido outro exemplo. Mas neste momento não tenho informação que chegue para concluir isso.