domingo, abril 12, 2009

Treta da semana: Impor o quê?

«Não há regime democrático sem a protecção daqueles que não pensam de acordo com a maioria.»

Começa assim o artigo do Francisco Vieira e Sousa* no Público de ontem. Mas não é contra a censura, a prisão de dissidentes políticos, a discriminação de minorias ou algo do género. É contra a educação sexual. Como é costume em quem defende tretas, o Francisco Vieira exige que se proteja uns das ideias dos outros. E o raciocínio é tortuoso. «Ninguém tem o direito de impor a todos os pais qual é forma como deve a escola ensinar aos seus filhos a "melhoria dos relacionamentos afectivo-sexuais dos jovens" ou o que é a "noção de família".» A educação é dos filhos. O que está em causa aqui não é o que o estado impõe aos pais mas sim as restrições que os pais querem impor à educação dos filhos.

Concordo que haja limites para o que a escola ensina e como o ensina. Não deve traumatizar as crianças. Numa aula sobre a segunda guerra mundial ou a inquisição deve-se evitar imagens ou descrições gráficas que não sejam adequadas à idade dos alunos. E também na televisão pública. Ontem deu na RTP a história do senhor crucificado. É sempre a mesma mas, se há quem goste, compreendo que a passem todas as páscoas. Só não é razoável fazê-lo às quatro da tarde. O homem a gritar e espernear de dor enquanto lhe pregam os braços à cruz, com jorros de sangue e closeups dos pregos, é coisa para dar à noite quando as crianças estiverem a dormir. Essa forma de ensinar deve ser evitada.

E a escola não deve mentir. Como faz na treta da educação religiosa que temos, onde cada aluno leva com a fábula preferida dos pais em vez de aprender os factos acerca de quem acredita no quê. E o que motiva esta oposição à educação sexual é o mesmo que motiva a oposição a uma educação religiosa adequada. Há pais que pensam que educar é vedar o acesso a certos factos para melhor manipular opiniões. Por isso não querem que os filhos aprendam que há muitas religiões e que cada uma se diz mais verdadeira que as outras. E é por isso que querem ser só eles a dizer aos filhos o que é uma família, um “relacionamento afectivo-sexual” ou que formas de contracepção existem.

Este projecto-lei não impõe nada aos pais. Os pais continuam livres de ensinar que só se pode ter sexo depois do casamento, que só o casamento católico é que conta e que uma família é sempre um homem, a “sua” mulher e as crianças que deus mandar. O propósito da educação sexual é mostrar que nem todos pensam o mesmo. É mostrar os factos. Que há famílias sem filhos, ou com pais divorciados ou casais do mesmo sexo. Que há pessoas que usam contraceptivos ou que têm relações sexuais antes do casamento. E talvez seja este o papel mais importante da escola. Mostrar às crianças que há mais coisas que aquilo que os pais julgam, sabem, aprovam ou querem que elas aprendam.

Aos pais continua a competir educar os filhos, mas educá-los não é moldar-lhes o cérebro. É prepará-los para compreender a realidade e para formarem as suas próprias opiniões. Esta liberdade, naturalmente, preocupa os pais. Eu também não quero um filho padre ou criacionista. Mas não é “protegendo-os” destas ideias que os vou educar. É um facto que há pessoas que discordam de mim, e importante que os meus filhos saibam disso.

Num regime democrático não temos só de reconhecer o direito daqueles «que não pensam de acordo com a maioria». Temos também de reconhecer o direito dos que não pensam de acordo com qualquer minoria, seja os pais dos alunos ou o Francisco Vieira. E é o direito de discordar que temos de reconhecer, e não o suposto direito de vedar a alguém o acesso à informação de que não gostamos. Porque também os filhos têm direito de discordar dos pais e porque a educação é muito diferente da ignorância selectiva.

* Francisco Vieira e Sousa é secretário-geral do Fórum para a Liberdade e Educação. O artigo citado foi reproduzido em vários blogs. Por exemplo, aqui.

56 comentários:

  1. Nuno Gaspar12/04/09, 14:42

    O Ludwig deve preocupar-se com a educação que dá aos seus filhos.
    Era o que faltava... Querer impôr aos filhos dos outros aquilo que julga que é melhor para os seus. Não vai gostar se outros pais lhe tentarem fazer o mesmo.
    É esta arrogência que faz adivinhar nuvens negras no horizonte. Por enquanto, é apenas uma anedota que motiva o riso. Não sei se continuará por muito tempo assim.

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  2. Boa tarde, sou ateu e quero dar uma educação ateia aos meus filhos. Nós sabemos que são como esponjas, por isso convém começar logo cedo. Alguns dos pais religiosos podem-me ajudar com algumas sugestões, já que têm tanta prática na doutrinação?
    Cumprimentos

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  3. I'm a creationist father and my children have their science lessons at home. No evolution and secularism for them, I say. Keep your filthy mindset away from my children.
    Ludwig, you wouldn't like if creationist parents tried to teach your children. That arrogance predicts dark clouds on the horizon. Meanwhile, it's just a joke that make us laugh. I don't know if it will keep that way for a long time.

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  4. Nuno Gaspar,

    «O Ludwig deve preocupar-se com a educação que dá aos seus filhos.»

    Claro. Mas numa sociedade democrática não podemos esquecer que os filhos dos outros também vão votar. Por isso, se bem que me preocupe mais com a educação dos meus, não me posso alhear por completo da educação de todos.

    «Querer impôr aos filhos dos outros aquilo que julga que é melhor para os seus. Não vai gostar se outros pais lhe tentarem fazer o mesmo.»

    Não quero impor o que julgo melhor. Quero que sejam informados. Mesmo acerca daquilo que não concordo. Desde que seja verdade e não seja apresentado de forma incómoda para as crianças, que lhes ensinem.

    A minha oposição é à ignorância selectiva a mando dos pais.

    «É esta arrogência que faz adivinhar nuvens negras no horizonte.»

    Assusta-lhe tanto que as crianças tenham acesso à verdade? Que saibam o que é a pílula e o preservativo? Que lhes digam que há famílias diferentes da sua? Porquê? A mim faz-me sempre desconfiar quando, em nome da "educação", querem vedar o acesso a verdades que lhes incomodam...

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  5. Anónimo,

    «Ludwig, you wouldn't like if creationist parents tried to teach your children.»

    Desconfio que isto seja a gozar, mas faz-me lembrar algo relevante. Segundo os meus filhos, a professora de Inglês deles às vezes põe-se a falar como Jesus criou o mundo e essas coisas. Não me preocupa que os miudos sejam expostos a estas crenças. Até porque apesar de terem só sete anos já têm bom faro para detectar tretas.

    O que me incomoda neste evangelismo é a desonestidade de fazer passar por conhecimento aquilo que é apenas crença sem justificação. Objectivamente, ela não tem dados que justifiquem concluir que foi Jesus quem criou o mundo.

    Além disso, devia estar a ensinar-lhes Inglês. Mas reconheço que na segunda classe passe mais tempo a entretê-los que a ensinar.

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  6. «É esta arrogência que faz adivinhar nuvens negras no horizonte.»

    Quero acrescentar à resposta do Ludwig uma experiência minha. Tinha eu cerca de treze anos e um padre nosso vizinho abordou-me na rua para me perguntar ipsis bérbis:

    - Não tens bergonha de não ir à mixa como os teus amigos?

    Eu há muito me decidira pelo divórcio com a Santa Madre Igreja, coisa que (modéstia à parte) alguns dos meus amigos vieram a fazer bastantes mais tarde, por isso respondi ao senhor padre com igual franqueza nas palavras. Imagino hoje a quantidade de vezes que este tipo de abordagem ande por aí a dignificar alguns dos que agora esperneiam contra a educação sexual nas escolas ou contra qualquer outro "obstáculo" à educação neutra que desde sempre lhes assistiu como prioridade...

    «Por enquanto, é apenas uma anedota que motiva o riso.»

    São gostos, Gaspar. Eu achei muito mais graça àquela da sharia em Portugal.

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  7. ensino religioso na escola?? Nem morto!! Basta de mitologia na escola!!

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  8. Nuno Gaspar12/04/09, 18:43

    Ludwig,
    "Não quero impor o que julgo melhor. Quero que sejam informados"

    Então porque é que não quer que sejam informados das doutrinas criacionistas ou dos versículos do alcorão?

    "Assusta-lhe tanto que as crianças tenham acesso à verdade?"

    A mim assusta-me que às crianças sejam ministrados conhecimentos sob a forma de verdade. Acho mais importante que se lhes ensine a desconfiar de quem se arroga a chegar à verdade mais cedo do que os outros. As verdades são provisórias. Por isso devemos respeitar as dos outros, sempre que elas não colidam com o nosso direito a viver as nossas. Aí acontece um problema.

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  9. mama eu quero12/04/09, 18:57

    "Por enquanto, é apenas uma anedota que motiva o riso. Não sei se continuará por muito tempo assim."

    Importa-se de desenvolver?

    Já sei que para os cristãos a fé e a visão de deus depende de cada um e de como cada um interpreta a bíblia.
    Mas como compatibilizar o deus do amor, da tolerância e dos cafonés com essa frase?

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  10. mama eu quero12/04/09, 19:00

    Ah!
    O Nuno é Judeu?
    É que se acreditar no deus psicopata do antigo testamento então entendo a frase.
    Agora se acreditar no deus do amor do novo testamento já fico todo baralhado.

    (sem ofensa para os Judeus com um palmo de testa que os há muitos)

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  11. Nuno Gaspar12/04/09, 19:07

    Mama eu quero (que raio de nome):

    Já tinha dado este exemplo. Neste caso a anedota deixa de ter graça.

    http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1373559&idCanal=11

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  12. mama eu quero12/04/09, 19:47

    :)
    É verdade, o pessoal mais religioso não gosta deste nick.

    Não vou começar aqui a despejar exemplos que sabemos já quem tem a lista maior.

    Verdade?

    Aliás a sua frase das aspas ilustra bem o tema.

    Cumpts

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  13. Nuno Gaspar12/04/09, 20:21

    "Não vou começar aqui a despejar exemplos que sabemos já quem tem a lista maior."

    Sabemos?

    Dê lá exemplos actuais de atentados reivindicados por cristãos contra organizações ateístas!

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  14. Nuno Gaspar,
    a mãe de Barack Obama ofereceu-lhe vários livros religiosos, como a Bíblia e o Corão. Eu tenho três traduções da Bíblia, um Livro de Mórmon, um livro sobre o Corão e o Islão (mas não tenho o Corão), uma colecção de literatura de Testemunhas de Jeová, livros sobre deuses extraterrestres ("Eram os deuses astronautas"), etc. Não me assusta se crianças tiverem acesso a isso tudo. Eu tive. O problema não é o acesso à informação.

    * Greece Riots

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  15. Nuno Gaspar,

    «Então porque é que não quer que sejam informados das doutrinas criacionistas ou dos versículos do alcorão?»

    Não sei onde foi buscar isso. Eu não tenho nada contra que ensinem aos meus filhos que os criacionistas acreditam que a Terra tem seis mil anos, que os muçulmanos acreditam que Allah falava com Maomé e que os astrólogos acreditam que Júpiter regula uma treta qualquer da nossa vida. É um facto que há muitaq crença disparatada por aí, e penso que é útil que as crianças se apercebam disso.

    O que sou contra é que a escola me deixe escolher um conjunto de tretas destas e depois as ensine aos meus filhos como se essas fossem mais verdade que as outras. É essa desonestidade que oponho no ensino religioso que temos agora.

    «As verdades são provisórias. Por isso devemos respeitar as dos outros,»

    Quando consideramos algo verdade, esse juízo deve ser encarado como provisório. Nisso estou de acordo. Mas a consequência é que devemos respeitar tais juízos em proporção ao fundamento objectivo que lhes dão. Não segue daí que todos os juízos de verdade sejam equivalentes. A tese que a Lua é feita de queijo não merece qualquer consideração, com os dados que temos, mesmo que a tese que a Lua é feita de rocha e poeira seja susceptível de eventual refutação.

    Nenhuma afirmação de verdade é 100% certa, mas isso não quer dizer que sejam todas equivalentes. Tal como nenhum médico é infalível, mas se precisar de cirurgia cardíaca não recomendo que a encomende ao barbeiro.

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  16. Stefano,

    «ensino religioso na escola?? Nem morto!! Basta de mitologia na escola!!»

    A religião, e a mitologia em geral, são partes importantes da nossa história e cultura.

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  17. mama eu quero12/04/09, 21:01

    Nuno,
    os cristãos são os mais bem comportadinhos.

    Esperemos que os "Nunos" não queiram mudar isso.

    Podia começar pela Irlanda e acabar no maluco que deu uns tiros no JP2 mas referia-me às pessoas que usam os Mitos em geral.

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  18. Nuno Gaspar12/04/09, 21:26

    Ludwig,
    Parece-me que você não se importa que ensinem os versículos do Alcorão ou o criacionismo aos seus filhos enquanto não lhe digam que essas são a base das leis morais por que devem reger as suas vidas ou os últimos avanços da biologia.
    Da mesma maneira, não vejo mal em que se ensine que o fenómeno ateísta vive de combater a religião procurando através da sua retórica elaborar tretas sobre a existência ou não de Deus. Já se dão a esse movimento uma denominação ambígua como "Pensamento Crítico" e o tratam com a única forma de aceder ao conhecimento, aí o caso muda de figura.

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  19. Nuno, na América ateus são expulsos de escolas e casas. Isso deu nas notícias dos USA. Uma comentadora disse que os ateus deviam calar-se. Um cristão é que foi convidado para estar do lado dos ateus contra uma judia e uma cristã.

    No dia 30 de Dezembro do ano anterior um empregado de 24 anos (Derik Bonestroo) de um centro de esquiagem em Eldover matou a tiro colegas que não eram cristãos, como no Columbine: "If you’re not Christian, you’re going to die". No dia 6 de Fevereiro um cristão radical provocou uma matança ao tentar matar o governador de Colorado: "God is preparing me mentally to kill thousands of police officers".

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  20. Pedro, EUA são 1 teocracia disfarçada. Não vejo surpresa alguma na notícia.

    Este Derik merecia ganhar o prêmio "Ante Pavelic" por ser uma pessoa tão cristã e tolerante....

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  21. Herr Ludwig:
    tudo bem..

    que se ensine religião.. mas mostrando o lado mentiroso dela... mostrar a corrupção que ela produz...

    ah... A insistência da cristianismo sobre sua exclusividade tem permanecido tão graniticamente firme agora, como sempre tem sido. São as mesmas exigências que produziram a Inquisição e a Croácia de Pavelic.
    Se o passado é um indicador das coisas porvir, dando as oportunidades certas e apropriadas ao clima político, novas Inquisições e novas Croácias serão criados novamente. Quando, onde e como, somente o futuro nos dirá.

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  22. Nuno Gaspar,

    «Parece-me que você não se importa que ensinem os versículos do Alcorão ou o criacionismo aos seus filhos enquanto não lhe digam que essas são a base das leis morais por que devem reger as suas vidas ou os últimos avanços da biologia.»

    Certo. É verdade que o Corão tem aqueles versículos e que os criacionistas acreditam naquelas coisas. Não me oponho a que ensinem verdades. Mas não é verdade que o criacionismo seja biologia nem que se deva reger a vida pelo Corão, por isso não devem ensinar isso às crianças como se fosse verdade. Isso seria desonesto.

    «Já se dão a esse movimento uma denominação ambígua como "Pensamento Crítico" e o tratam com a única forma de aceder ao conhecimento, aí o caso muda de figura.»

    O pensamento crítico é estar atento à possibilidade de errar, e disposto a corrigir os erros, tomando conta dos processos pelos quais se julga ter chegado ao conhecimento. Qualquer pessoa que seja infalível não precisa disto, mas aos restantes faz muita falta...

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  23. Nuno Gaspar12/04/09, 23:44

    É nos nomes que se dão às coisas que está o problema. O Ludwig comporta-se como ares de mais infalibilidade do que aqueles a quem prejorativamente a atribui. É preciso um pouco mais de humildade.

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  24. Mário Miguel12/04/09, 23:50

    LK,

    «nem que se deva reger a vida pelo Corão»

    A questão aqui pode ser complicada, pois imagina uma comunidade, pequena, que vive feliz com esse livro...

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  25. Mário Miguel12/04/09, 23:54

    Assumi um grupo pequeno, pois é mais provável ocorrer o que referi num grupo reduzido de pessoas.

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  26. Um pouco de mais humildade, Ludwig, ou vais para um sítio reservado para os que não a têm.

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  27. Mário Miguel13/04/09, 00:15

    Deus,

    Tanto tempo calado, tantas oportunidades boas para falar, para dizer disparates...

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  28. Mário Miguel,
    o que parecem disparates para o mundo, é sabedoria para Mim. Não é com a sabedoria do mundo que é ganho o tesouro que há no Alto, pois Eu tornei tolos os sábios.
    Acata com humildade o que ensino ou estarás destinado ao lugar reservado a Ludwig. Eu sei o que irás fazer. Usa o dom do livre-arbítrio que te dei para te salvares. Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o Reino do Céu. Ajoelhou, agora tem de rezar.

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  29. "Era o que faltava... Querer impôr aos filhos dos outros aquilo que julga que é melhor para os seus. "

    Nuno,
    explique-me se debita opiniões antes mesmo de ler os blogues, ou se é mesmo absoluta falta de capacidade de compreender aquilo que lê?

    Cristy

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  30. A teoria da evolução é muito anterior a Darwin.

    Ela é uma expressão da filosofia naturalista.

    Na Grécia antiga o evolucionismo naturalista era muito popular entre os filósofos.

    Encontramos bons exemplos em Platão (que defendia a grande cadeia do ser) e em Epicuro, um caso paradigmático de naturalismo evolucionista ateu.

    Isto, evidentemente, se esquecer nomes como Xenofanes, Anaxágoras, Heraclito, Empédocles, Lêucipo Demócrito, entre outros.

    O filósofo Epicuro seguiu em boa medida o pensamento de Aristóteles, que morreu quando este era ainda jovem, e de Demócrito.

    O mesmo teve em Lucrécio, um romano, um importante seguidor, por sinal o autor do famoso poema Rerum Natura, que dá o nome a este bloque.

    Lucrécio também ia ao ponto de imaginar um número infinito de universos (algo hoje ainda muito em moda entre os naturalistas) em estágios diferenciados de desenvolvimento e decaimento, todos formados a partir de colisões aleatórias de partículas.

    Como se pode ver, blogue Rerum Natura é essencialmente ideológico e filosófico.

    Curiosamente, ele critica aqueles que se apoiam na Bíblia, por ser um livro da antiguidade, mas não hesitam e apoiar-se num poema de um homem que nunca reclamou qualquer revelação ou inspiração divina, como se fosse o Alfa e o Ómega do Universo, do Mundo e da Vida.

    A Bíblia faz inúmeras afirmações que têm sido validadas arqueológica e cientificamente.

    O poema Rerum Natura limita-se a imaginar colisões de átomos e a tentar algumas acrobacias argumentativas para tentar extrair alguma racionalidade humana dessas colisões.

    Este blogue visa propagar uma visão naturalista materialista e evolucionista do mundo e da vida, procurando encaixar todas as observações científicas dentro deste quadro ideológico e descartando tudo o que não caiba nele.

    Esta filosofia pode ser bem dogmática e autoritária, com impulsos censórios sobre tudo o que possa constituir uma ameaça séria à sua subsistência.

    A mensagem cristã, pura e dura, é uma ameaça séria.

    Só assim se compreende que auto-proclamados liberais se transformem, subitamente, em censores sistemáticos.

    No entanto, este materialismo não passa no teste da realidade.

    Por exemplo, o DNA tem um elemento imaterial (informação; código) e um elemento material (compostos químicos).

    Ele é inteiramente congruente com a ideia de que um Deus imaterial é o Criador do mundo material.

    A vida, tendo sido criada por Deus, tem um elemento imaterial (informação) e um elemento material, de natureza física e química.

    Ora isto refuta decisivamente qualquer reducionismo materialista.


    Simples colisões de átomos não criam códigos nem informação codificada. Sempre que temos uns e outra os mesmos têm sempre uma origem inteligente.

    Não se conhece qualquer processo natural ou sequência de eventos que crie informação codificada sem inteligência.

    É claro que a Palmira Silva não quer que ninguém saiba isto.

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  31. AS CHARLATANICES DA PALMIRA SILVA

    1) Ao tentar conciliar a lei da entropia com a evolução, e pensando com isso desferir um golpe letal nos criacionistas, defendeu a analogia entre a estrutura ordenada dos cristais de gelo e a informação complexa e especificada do DNA.

    Esqueceu-se apenas que se tivéssemos DNA do tamanho de um cubo de gelo de um refrigerante vulgar teríamos aí possivelmente armazenada a informação genética suficiente para especificar cerca de 50 biliões de pessoas, coisa que, nem de perto nem de longe se passa com um cubo de gelo, o qual é sempre um cubo de gelo, pelo menos até se derreter ou, partindo-se, dar origem a dois ou mais cubos de gelo.

    O DNA contém é um sistema optimizado de armazenamento de informação codificadora de estruturas e funções que não são inerentes aos compostos químicos do DNA.

    Essa informação pode ser transcrita, traduzida, executada e copiada com sucesso para criar e manter múltiplos e distintos organismos plenamente funcionais.

    O DNA codifica os 20 aminoácidos necessários à vida, de entre os 2000 existentes.

    Sequências precisas de aminoácidos darão, por sua vez, origem às cerca de 100 000 proteínas necessárias à realização das mais diversas e complexas funções biológicas.

    O DNA contém informação susceptível de ser transcrita, traduzida, executada, copiada e replicada, permitindo aos diferentes seres vivos reproduzir-se de acordo com a sua espécie, tal como a Bíblia ensina.

    As letras da molécula de DNA representam aminoácidos que só seram fabricados numa fase posterior, a fim de serem subsequentemente incorporados numa proteína.

    Assim, a informação não é uma estrutura material, mas sim uma grandeza imaterial capaz de representar de forma abstracta relações conceituais ou estruturas materiais.

    Essa representação é feita através de um sistema de codificação de informação, sendo que essas relações ou estruturas podem ser físicas, químicas ou biológicas.

    A realidade que é representada através do código (v.g. GCA GCC GCG GCU) é um aminoácido (Alanina) que não está presente como estrutura material no momento em que é representada.

    O aminoácido é fabricado mais tarde, através de um conjunto de instruções contidas na informação genética que o precede.

    Num cristal não existe a representação codificada de qualquer realidade para além do próprio cristal.

    A questão fundamental aqui nem sequer é a entropia, mas a origem da informação codificada no DNA.



    A teoria da informação diz-nos que toda a informação codificada tem uma origem inteligente.

    Diferentemente, os cristais de gelo são estruturas arbitrárias sem qualquer informação codificada.

    Ou seja, eles não conseguem codificar a sua estrutura e garantir a respectiva reprodução num momento ulterior.

    2) Tem criticado os criacionistas por os mesmos terem certezas absolutas.

    Para ela, não existem certezas absolutas, o que põe o problema de saber como é que ela pode ter a certeza absoluta de que as suas críticas ao criacionismo estão certas.

    Para a Palmira todo o conhecimento começa na incerteza e acaba na incerteza.

    As premissas são incertas e as conclusões também. Mas a Palmira parece ter a certeza de que isso é assim.

    Diferentemente, os criacionistas entendem que o conhecimento baseado na revelação de um Deus omnisciente e omnipotente é um excelente ponto de partida e de chegada para o verdadeiro conhecimento.

    Para a Bíblia o mundo foi criado por um Deus racional, de forma racional para ser compreendido racionalmente por pessoas racionais.

    Os criacionistas propõem modelos científicos falíveis, mas, partindo da revelação de Deus, estão convictos de que existe a possibilidade de certeza no princípio e no fim. Jesus disse: eu sou o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim.

    3) Criticou a noção de dilúvio global (presente na bíblia e corroborada por relatos semelhantes em praticamente todas as culturas da antiguidade) com a ideia de que a água nunca chegaria a cobrir o Everest, esquecendo que é uma catástrofe das proporções do dilúvio que melhor permite explicar a origem do Everest e o facto de nos seus diferentes estratos e no seu cume se encontrarem fósseis de moluscos.

    Ainda recentemente, a revista on line Sciende Daily, de Junho de 2008, reportava que foram encontrados, no plateau dos Himalaias, 4,5 Kms acima do nível do mar, fósseis de plantas, peixes e animais próprios de zonas mais quentes e menos elevadas.

    Para os cientistas envolvidos, isso constituía evidência de grandes movimentações tectónicas, que os modelos actuais não conseguem explicar.


    Na altura, Wang Yang, Geólogo da Florida State University, afirmou:

    “A nova evidência coloca em questão a validade dos métodos normalmente usados pelos cientistas para reconstruir a história das elevações da região”

    É por estas e por outras que os geólogos criacionistas têm desenvolvido modelos de tectónica de placas catastrófica e de hidroplacas, a partir do testemunho histórico do dilúvio, para explicar o que a tectónica de placas não consegue explicar.

    De resto, existe ampla evidência de que o nível do mar se elevou no passado.

    Na verdade, ainda em Fevereiro de 2009 foi noticiado, pela Science Daily, que os cientistas descobriram, nas Bermudas, evidência fóssil e geológica inequívoca de que os oceanos se elevaram no passado muito acima do actual nível do mar.
    Nada que surpreenda os criacionistas bíblicos. A resposta está em Génesis.

    4) Apelou à introdução de uma suposta “Lei de Darwin”, para tentar “ilegalizar” as críticas a Darwin, esquecendo que as leis naturais descrevem em termos simples e incisivos regularidades observadas empiricamente, sendo em princípio cientificamente falsificáveis.

    Pense-se na lei da conservação da massa e da energia, na lei da entropia, na lei da gravidade, etc.

    Diferentemente, nunca ninguém observou a vida a surgir por acaso e uma espécie mais complexa a surgir de outra menos complexa.

    Se existe uma lei que podemos afirmar é esta: os processos naturais não criam informação codificada.

    Esta lei sim, nunca foi empiricamente falsificada. A mesma corrobora a criação, se pensarmos que o DNA é o sistema mais eficaz de armazenamento de informação.

    As leis naturais foram criadas por Deus, podendo por isso ser descobertas e formuladas pela ciência.

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  32. AS CHARLATANICES DO LUDWIG KRIPPAHL

    1) Há uns meses atrás, defendeu que a mitose e a meiose são modos de criação naturalística de DNA.


    A verdade, porém, é que apenas se trata aí de processos de cópia da informação genética pré-existente no DNA quando da divisão das células.

    Uma divisão de células adequada depende da máxima precisão na separação dos materiais genéticos contidos na célula mãe, os cromossomas, bem como na partição do conteúdo celular para as células filhas.

    Por sinal, trata-se de uma cópia extremamente rigorosa, equivalente a 282 copistas copiarem sucessivamente toda a Bíblia e enganarem-se apenas numa letra.

    Se o processo corre mal, existe risco sério de cancro ou de outras doenças.

    De resto, o processo de meiose corrobora a verdade bíblica de que todas as criaturas se reproduzem de acordo com a sua espécies, tal como Génesis 1 ensina.

    A mitose e a meiose não criam informação nova, capaz de criar estruturas e funções inovadoras. Elas limitam-se a recombinar informação genética pré-existente.

    Os erros aí ocorridos introduzem ruído na informação existente, assim se compreendendo o risco de doenças.

    A meiose e a mitose existem porque o DNA as torna possíveis.

    As investigações mais recentes sobre a mitose mostram que se trata de um processo extremamente complexo, complicado e dinâmico, inteiramente regulado por proteínas cuja existência depende da sua codificação no DNA.

    Por explicar fica a origem naturalística do DNA, enquanto sistema mais eficiente de armazenamento de informação que se conhece, e da informação codificada nele contida.

    2) Defendeu a evolução comparando a hereditariedade das moscas (que se reproduzem de acordo com a sua espécie) com a hereditariedade da língua (cuja evolução é totalmente dependente da inteligência e da racionalidade.)


    Em ambos os casos não se vê que é que isso possa ter que ver com a hipotética evolução de partículas para pessoas, já que em ambos os casos não se explica a origem de informação genética por processos naturalísticos.

    3) Defendeu que todo o conhecimento científico é empírico, embora sem apresentar qualquer experiência científica que lhe permitisse fundamentar essa afirmação.

    Assim sendo, tal afirmação não se baseia no conhecimento, segundo os critérios definidos pelo próprio Ludwig, sendo, quando muito, uma profissão de fé.

    Na verdade, não existe qualquer experiência ou observação científica que permita explicar a causa do hipotético Big Bang ou demonstrar a origem acidental da vida a partir de químicos inorgânicos.

    Ora, fé por fé, os criacionistas já têm a sua fé: na primazia da revelação de Deus.

    Se o naturalismo se baseia na premissa de que todo o conhecimento é empírico e se essa premissa não consegue satisfazer o critério de validade que ela mesma estabelece para o conhecimento, vê-se bem que o naturalismo não se baseia no conhecimento, mas sim na ignorância.

    4) Defendeu a incompetência do designer argumentando com o sistema digestivo das vacas e os seus excrementos.

    Esquece porém que esse argumento, levado às últimas consequências, nos obrigaria a comparar o cérebro do Ludwig com o sistema digestivo das vacas e os pensamentos do Ludwig com os excrementos das vacas.

    E poderíamos ter dúvidas sobre qual funciona melhor, já que para o Ludwig todos seriam um resultado de processos cegos e destituídos de inteligência.

    Apesar de tudo os criacionistas têm uma visão mais benigna do cérebro do Ludwig e dos seus pensamentos.

    As premissas criacionistas partem do princípio de que o Ludwig é um ser racional porque foi criado à imagem e semelhança de um Deus racional.

    As premissas criacionistas afirmam que a vida do Ludwig tem um valor inestimável, porque o Criador morreu na cruz para salvar o Ludwig do castigo do pecado.

    Segundo a Bíblia, todos pecámos e estamos separados da glória de Deus, podendo obter vida eterna mediante um dom gratuito de Jesus Cristo.

    5) Defendeu que a síntese de betalactamase, uma enzima que ataca a penicilina destruindo o anel de beta-lactam, é uma evidência de evolução.

    Nesse caso, o antibiótico deixa de ser funcional, pelo que os microorganismos que sintetizam betalactamase passam a ser resistentes a todos os antibióticos.

    A betalactamase é fabricada por um conjunto de genes chamados plasmidos R (resistência) que podem ser transmitidos a outras bactérias.

    Em 1982 mais de 90% de todas as infecções clínicas de staphylococcus eram resistentes à penicilina, contra perto de 0% em 1952.

    Este aumento de resistência ficou-se a dever, em boa parte, à rápida transferência por conjugação do plasmido da betalactamase.

    Como se pode ver, neste exemplo está-se perante síntese de uma enzima de banda larga com perda de especificidade e, consequentemente, com perda de informação.

    A rápida obtenção de resistência conseguiu-se por circulação de informação.

    Em caso algum estamos perante a criação de informação genética nova, codificadora de novas estruturas e funções.

    Na verdade, na generalidade dos casos conhecidos em que uma bactéria desenvolve resistência a antibióticos acontece uma de três coisas:

    A) a resistência já existe nos genes e acaba por triunfar por selecção natural, embora não se crie informação genética nova;

    B) a resistência é conseguida através de uma mutação que destrói a funcionalidade de um gene de controlo ou reduz a especificidade (e a informação) das enzimas ou proteínas;

    C) a resistência é adquirida mediante a transferência de informação genética pré-existente entre bactérias, sem que se crie informação genética nova (o que sucedeu no exemplo do Ludwig).

    Nenhuma destas hipóteses corrobora a criação naturalista da informação codificada necessária à transformação de partículas em pessoas.

    6) Defendeu que o código do DNA, afinal, não codifica nada.

    Isto, apesar de o mesmo conter sequências precisas de nucleótidos com as instruções necessárias para a construção de aminoácidos, cujas sequências, por sua vez, conduzirão ao fabrico de cerca de 100 000 proteínas diferentes, com funções bem definidas para o fabrico, sobrevivência e reprodução dos diferentes seres vivos.

    Existem 2000 aminoácidos diferentes e o DNA só codifica os 20 necessários à vida.

    O DNA contém um programa com informação passível de ser precisamente transcrita, traduzida, executada e copiada com sucesso para o fabrico de coisas totalmente diferentes dos nucleótidos e representadas através deles.

    Curiosamente, já antes dos trabalhos de Crick e Watson, já Gamow, por sinal o mesmo cientista que fez previsões acerca da radiação cósmica de fundo, previu que o DNA continha informação codificada e armazenada.

    E acertou.

    De resto, é universalmente reconhecido que o DNA contém informação codificada.

    O Ludwig, por ter percebido que não existe código sem inteligência, viu-se forçado a sustentar que o DNA não contém nenhum código, apesar de ser óbvio que contém.

    Para ele, tudo não passa de uma metáfora.

    O problema para o argumento do Ludwig é que mesmo aqueles cientistas, citados no KTreta, que sustentam que só metaforicamente se pode falar em código a propósito do DNA, afirmam que melhor se faria em falar em cifra, isto, é, em linguagem cifrada e em decifração do DNA.

    Só que, longe de refutar o argumento criacionista sobre a origem inteligente da informação, estes cientistas acabam por corroborá-lo inteiramente, na medida em que sustentam que se está aí diante de informação encriptada.

    Refira-se que, em sentido não técnico, uma cifra é um verdadeiro código.

    Também aí tanto a informação, como a cifra (ou o código) usada para a sua transmissão, têm que ter uma origem inteligente.

    Recorde-se que o código Morse é, em sentido técnico, uma cifra, i.e., linguagem cifrada.

    Ora, o código Morse e a informação que ele pode conter nunca poderiam existir sem inteligência.

    Como demonstra a teoria da informação, e como o Ludwig reconhece, não existe informação codificada ou cifrada (como se quiser) sem uma origem inteligente.

    Daí que, tanto a origem acidental da vida, como a evolução de partículas para pessoas por processos meramente naturalísticos sejam uma impossibilidade científica.

    A abiogénese e a evolução nunca aconteceram.

    Assim se compreende que a origem acidental da vida nunca tenha sido demonstrada (violando inclusivamente a lei científica da biogénese) e que mesmo os evolucionistas reconheçam que o registo fóssil não contém evidências de evolução gradual.

    Por outras palavras, a partir da linguagem codificada ou cifrada do DNA, as conclusões são óbvias:


    a) o Big Bang é impossível, na medida em que a matéria e a energia não criam informação codificada;

    b) a origem casual da vida e a evolução de espécies menos complexas para mais complexas são impossíveis, na medida em que dependem intensivamente de informação codificada ou cifrada e esta depende sempre de uma origem inteligente.

    A esta luz, as mutações e a selecção natural diminuem a quantidade e a qualidade da informação genética pré-existente, pelo que nada têm que ver com a hipotética evolução de partículas para pessoas.

    Tudo isto pode ser empiricamente corroborado. Basta olhar para o mundo real do DNA, das mutações e da selecção natural.

    As mutações causam toda a espécie de doenças e a morte. A selecção natural elimina informação, mas não explica a sua origem.


    7) Defendeu que a ciência evolui como os organismos vivos supostamente evoluem.

    Sucede que a ciência evolui graças à inteligência dos cientistas e à informação por eles armazenada, sendo que nem aquela inteligência nem esta informação conseguem abarcar e compreender a quantidade e a qualidade de informação codificada contida nos organismos vivos, sendo que estes só podem existir e reproduzir-se se a informação necessária para os especificar existir antes deles e codificada dentro deles.

    A ciência e a tecnologia são um domínio por excelência do design inteligente, onde as experiências e os mecanismos são desenvolvidos com um fim preciso em vista, por cientistas inteligentes e com base em informação acumulada ao longo de séculos.

    Os cientistas não deixam os seus departamentos ao acaso, nem deixam que as experiências científicas sejam conduzidas por pessoas sem a mínima preparação.

    A produção de milhões de espécies altamente complexas e especificadas, funcionalmente integradas, num sistema solar e num universo sintonizados para o efeito, corrobora a presença de uma quantidade incompreensível de inteligência e poder.

    No registo fóssil não existe nenhuma evidência de que as espécies realmente evoluíram gradualmente.

    Nem se vê como as mutações aleatórias poderiam criar quantidades inabarcáveis de informação codificada altamente complexa.

    Nunca tal foi observado nem explicado por ninguém.

    8) Autodefiniu-se como “macaco tagarela”.

    Para os criacionistas, o Ludwig é simplesmente um tagarela. Mas, por mais que lhe custe, não é macaco.

    E ainda bem, porque senão teríamos um problema epistemológico muito sério, como já Charles Darwin suspeitava quando se interrogava:

    “the horrid doubt always arises whether the convictions of man's mind, which has been developed from the mind of the lower animals, are of any value or at all trustworthy.

    Would any one trust in the convictions of a monkey's mind, if there are any convictions in such a mind?”

    Ao auto descrever-se como "Macacus Tagarelensis" o Ludwig mete-se num beco sem saída epistemológico.

    9) Defendeu que a cebola é um exemplo de mau design, quando se trata de um prodígio terapêutico como tal reconhecido por todos os cientistas.

    10) Defendeu que a origem da vida é como atirar um balde de berlindes para o chão!!!


    Esqueceu-se de que esse método não cria sequências de berlindes codificadoras de informação para criar seres complexos, integrados e funcionais ou mecanismos de conversão de energia em matéria.

    Ora, o DNA é um sistema que codifica informação, capaz de ser lida, transcrita, traduzida, copiada e executada.

    O Ludwig opta por comparar alhos com bugalhos, o que é um disparate à potência mais elevada.


    Se lançar berlindes para o chão é a melhor explicação que Ludwig conseque explicar para a origem de códigos, informação e informação codificada, coitado dele.

    Ele pensa como um charlatão.

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  33. perspectiva,
    sugiro que leias "Philosophy for Laymen" de Bertrand Russel.
    Tem por exemplo essas duas frases:
    «In Greek times, and down to the time of Newton, planetary theory belonged to 'philosophy', because it was uncertain and speculative, but Newton took the subject out of the realm of the free play of hypothesis, and made it one requiring a different type of skill from that which it had required when it was still open to fundamental doubts. Anaximander, in the sixth century BC, had a theory of evolution, and maintained that men are descended from fishes. This was philosophy because it was a speculation unsupported by detailed evidence, but Darwin's theory of evolution was science, because it was based on the succession of forms of life as found in fossils, and upon the distribution of animals and plants in many parts of the world.»

    No meu primeiro teste de Filosofia que tive era questionado o que é a Filosofia. Ao responder relacionei-a com a Ciência. Mas uma coisa é verdade: nem o Criacionismo nem o Design Inteligente está a ser ensinado nas aulas de ciências. Só aparecem em análises das aulas de Filosofia. Se o ADN é realmente código e a experiências com, por exemplo, as moscas-do-vinagre, pombos, bactérias, etc. são verdadeiras, então demonstrou-se que afinal os códigos surgem por meio de um processo não inteligente (excepto numa visão como o panteismo). Se o código depende de inteligência, então tens um problema. É por isso que o DI fica confinado em análises filosóficas e na religião.

    Já agora, o que isso tem a ver com o artigo?

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  34. AS CHARLATANICES DO PAULO GAMA MOTA


    1) Defendeu há alguns meses atrás a teoria da evolução com o argumento de que sem ela não haveria telemóveis!

    É verdade!

    Não se percebe neste argumento o que é que os telemóveis têm que ver com a hipotética criação de informação genética nova através de mutações e selecção natural.

    Por outro lado, esquece-se que os telemóveis são o produto de design inteligente, nunca podendo ser utilizados para tentar legitimar a evolução aleatória do que quer que seja, e muito menos de seres cuja complexidade excede largamente a dos telemóveis ou de qualquer outro mecanismo criado pela inteligência humana.

    A “evolução” dos telemóveis, produto de design inteligente e informação acumulada, não tem nada a ver com a suposta origem acidental da vida (nunca observada) e a suposta evolução aleatória de espécies menos complexas para outras mais complexas (também nunca observada).

    Os telemóveis confirmam a dependência da informação codificada de inteligência.

    Eles são um poderoso comprovativo de que sem inteligência não existe informação codificada.


    2) Apresentou a especiação dos Roquinhos nos Açores como um exemplo de evolução.

    No entanto, a especiação, alopátrica ou simpátrica, consiste na formação subespécies partir de uma população pré-existente, mediante especialização de informação genética, em que cada nova “espécie” tem apenas uma fracção da informação genética existente na população inicial.

    A especiação não é mais do que a divisão do “gene pool” de uma população, dando lugar partir daí a duas sub-espécies que eventualmente deixam de se reproduzir entre si.

    Mas tudo se passa dentro da informação genética existente na população original, sem que se acrescente informação genética nova ou surjam estruturas e funções inovadoras e mais complexas.

    A especiação em caso algum constitui uma transmutação capaz de transformar um determinado tipo noutro tipo completamente diferente e mais complexo.

    Assiste-se, na especiação, a uma diminuição da quantidade e qualidade de informação disponível para cada uma das novas “(sub)espécies”, o que é exactamente o oposto do aumento quantitativo e qualitativo da informação genética que existiria se a evolução fosse verdade.

    A evolução de um sapo para um príncipe requer a expansão do “pool” genético e não a sua contracção.

    A especiação pode ser observada e tem sido observada em muitos casos.

    Porém, a evolução de organismos simples para organismos totalmente diferentes e mais complexos, essa nunca foi observada nem dela existe qualquer evidência concludente no registo fóssil.

    Longe de ser ignorada ou negada pelos criacionistas, a especiação é até essencial dentro do modelo criacionista.

    Na verdade, a especiação permite explicar como é que, depois do dilúvio, um casal de cada tipo de animais deu lugar a tanta variedade de sub-espécies, a partir da região montanhosa de Ararat e das posteriores migrações dos animais pelos continentes e ilhas.

    A especiação dos Roquinhos (que nunca serão outra coisa que não uma variação a partir da informação genética da população inicial) é apenas mais um episódio desse processo de diversificação das formas de vida depois do dilúvio.

    No entanto, sabemos que isso nada tem que ver com a evolução, porque em caso algum é codificada informação genética nova, codificadora de estruturas e funções inovadoras e mais complexas.

    A especiação não acrescenta nada à informação genética existente na população original.

    3) Defendeu recentemente que a existência de homologias genéticas e morfológicas entre animais prova a existência de um antepassado comum a partir do qual as diferentes espécies evoluíram.

    Na verdade, trata-se de um argumento frequentemente utilizado como “prova” da evolução nos manuais escolares e textos científicos.

    Muitas vezes, desde Richard Owen e Charles Darwin, as homologias têm sido apresentadas como a principal “prova” da evolução.

    No entanto, a ingenuidade infantil deste argumento é imediantamente visível.


    As homologias tanto podem ser usadas como argumento a favor de um antepassado comum como de um Criador comum.


    E na verdade, a opção por um Criador comum faz mais sentido. Sendo os pressupostos para a manutenção da vida (v.g. alimentação, respiração, locomoção, reprodução) idênticos nos vários seres vivos, não admira que existam importantes homologias entre eles.


    Isso faz todo o sentido à luz do Génesis, que diz que Deus criou todas os seres vivos na mesma semana para enfrentarem condições ambientais semelhantes, com nutrientes semelhantes.


    Na verdade, se não existisse qualquer homologia genética, morfológica ou funcional entre os vários seres vivos seríamos levados a duvidar da existência de um Criador comum.


    Por outro lado, o hipotético ancestral comum não teria muitas das características que os seres vivos que dele descendem têm (v.g. esqueleto, músculos, coração, sistema nervoso, sistema digestivo), pelo que não consegue explicar o seu desenvolvimento e a grande diversidade de design.


    Existem muitos casos em que seres vivos têm órgãos funcionalmente semelhantes (v.g. olhos, asas, garras) sem que os mesmos tenham qualquer homologia genética que demonstre uma proximidade evolutiva.


    Nestes casos (v.g. asas de aves, insectos e morcegos) os evolucionistas, como não conseguem interpretar as homologias funcionais para provar um antepassado comum evolutivo directo, dizem que houve evolução convergente ou paralela destes órgãos, usando a expressão “analogia” em vez de homologia.


    Existem outros casos em que homologias genéticas muito significativas conduzem a grandes diferenças morfológicas (v.g. o tenreco e o elefante).

    Estes casos também não são facilmente explicados por modelos evolucionistas.


    À medida que se vão acumulando novos estudos sobre os genomas, vão surgindo numerosos casos de homologias funcionais que nada têm que ver com homologias genéticas.

    A inversa também é verdadeira.


    Em muitos casos os estudos morfológicos contrariam os estudos da genética molecular.

    Eles mostram, em grande medida, que diferentes tipos, com um grande potencial genético, se foram desdobrando em diferentes (sub)espécies a partir da especialização de informação genética pré-existente.


    É por essas e por outras que a própria “árvore da vida” evolucionista (já tão duvidosa do ponto de vista paleontológico) tem vindo a ser posta em causa pela genética molecular.


    Um outro problema com o uso das homologias como argumento a favor da evolução a partir de um antepassado comum é que as conclusõesa que se chega estão inteiramente dependentes das premissas de que se parte.


    As homologias só funcionam (e mesmo assim muito mal!) como argumento a favor da evolução para quem aceite, à partida, premissas evolucionistas, uniformitaristas e naturalistas.


    Elas só podem ser usadas para “provar” a evolução (e mesmo assim com muitas falhas) se se partir do princípio que houve evolução.


    Quem não partir dessas premissas interpreta os dados de forma substancialmente diferente.

    Para os criacionistas, as homologias moleculares, morfológicas e funcionais traduzem apenas o grau de semelhança e diferença entre as várias espécies criadas por um mesmo Criador, para viverem no mesmo planeta.

    Em última análise, o modo como uma pessoa interpreta dos dados observáveis depende muito das premissas adoptadas à partida.

    E estas dependem da sua visão do mundo.

    As homologias são uma poderosa mensagem biótica a favor de um Criador comum.


    4) Usou os supostos órgãos vestigiais como "prova" da evolução.

    Por vezes fala-se da existência de órgãos vestigiais, atrofiados, degenerados ou destituídos de função, como evidência de uma hipotética evolução ocorrida no passado.

    O apêndice ou o cóccix são frequentemente mobilizados como exemplo, juntamente com outros.


    Porém, os alegados órgãos vestigiais não servem a causa da evolução, pelas seguintes razões:


    a) Não é em princípio possível provar que um determinado órgão de função desconhecida é inútil, porque é sempre possível descobrir mais tarde a sua função.


    b) Na verdade, foi isso mesmo que aconteceu. No século XIX (em 1890) dizia-se existirem 180 órgãos vestigiais no corpo humano e agora sabe-se (desde 1999) que não existe nenhum.


    c) Esses supostos órgãos vestigiais são, afinal, plenamente funcionais e, nalguns casos, vitais para o desenvolvimento embrionário e para uma vida confortável e normal.


    d) Mesmo que um determinado órgão já não seja necessário isso provaria a degenerescência (resultante da corrupção da Criação) e não a evolução.

    e) Supostos órgãos vestigiais, como o apêndice ou o cóccix, servem, afinal, importantes funções. Basta ler as mais recentes edições da Anatomia de Grey, entre outras obras de referência.

    f) O apêndice é parte integrante do desenvolvimento do sistema imunológico, por sinal com uma localização estratégica.

    g) O cóccix é um ponto âncora para a fixação dos músculos que estruturam todo o diafragma pélvico. O facto é apenas esse.

    h) Só quem acredita na evolução é que pode dizer que o cóccix é uma modificação de uma estrutura óssea caudal. Mas isso pura especulação evolucionista.


    i) Sem a prévia adesão a pressuposições evolucionistas, a afirmação de que o apêndice ou o cóccix são provas da evolução mostra-se totalmente destituída de qualquer evidência empírica.


    j) A evolução de partículas para pessoas necessita de exemplos de novos órgãos, com estruturas e funções mais complexas, e não da degenescência de órgãos pré-existentes.

    k) A perda de funções é inteiramente consistente com a doutrina bíblica da queda e da corrupção da natureza.


    l) A aquisição de novas estruturas e funções através da criação de informação genética nova é impossível, nunca tendo sido observada por ninguém.


    m) A teoria dos órgãos vestigiais foi responsável por múltiplos casos de erro médico.


    Trata-se, acima de tudo, de um argumento vestigial em favor da evolução que só convence os menos informados.

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  35. ADEUS DAVID HUME! ADEUS BERTRAND RUSSELL!

    O EX-ATEU ANTHONY FLEW DESPEDE-SE DO ATEÍSMO.

    Para os ateus deve ter interesse a trajectória pessoal e intelectual de Anthony Flew.

    Embora nascido e criado numa família cristã (o seu pai era um dos mais conhecidos pastores Metodistas do Reino Unido) Anthony Flew desde cedo se mostrou desconfortável com o ensino cristão, tendo abraçado uma visão do mundo naturalista e ateísta.

    Durante a sua vida de estudante e professor de filosofia privou com alguns dos mais célebres filósofos, cientistas e intelectuais (v.g. Ludwig Wittgenstein, Bertrand Russell, C. S. Lewis) ateus e cristãos, em diálogo com os quais desenvolveu os seus argumentos ateístas.

    Ao longo de cerca de seis décadas defendeu ferozmente o ateísmo em livros, artigos, palestras e debates.

    Ele conhecia os argumentos de ateístas tão diversos como David Hume ou Bertrand Russell, argumentos esses que desenvolveu, aprofundou e sofisticou.

    Recentemente, porém, algo aconteceu.

    Anthony Flew, que teve sempre o mérito de manter uma mente aberta e seguir a evidência onde ela conduzisse, disse adeus ao ateísmo.

    O que é interessante, considerando que se estava perante um defensor empedernido do ateísmo.

    Como ele próprio diz, a sua mudança não se ficou a dever a uma experiência religiosa de qualquer tipo, antes foi um evento exclusivamente racional.

    Anthony Flew explica, no seu recente livro “There is a God” (existe um Deus), as razões que o fizeram reconsiderar a sua posição.

    Sem quaisquer desenvolvimentos, podemos sintetizá-las em alguns pontos:

    1) a existência de leis naturais no Universo corrobora uma criação racional;


    2) a sintonia do Universo para a vida corrobora uma criação racional;

    3) a estrutura racional e matemática do Universo corrobora uma criação racional;

    4) a existência de informação semântica codificada nos genomas corrobora uma criação racional.

    Com base nestes argumentos, e principalmente no último, Anthony Flew considera agora não apenas que a posição teísta é verdadeira, mas que ela é cientifica e racionalmente irrefutável.

    Embora Anthony Flew não se tenha convertido a Jesus Cristo, ele confessa que se há alguma religião digna de consideração séria, é o Cristianismo, com as figuras centrais de Jesus Cristo e do Apóstolo Paulo.

    Se Anthony Flew ousasse considerar seriamente a mensagem cristã, iria ver que ela tem muito a dizer sobre astronomia, astrofísica, biologia, genética, geologia, paleontologia, etc., e que em todas essas disciplinas abundam evidências que a corroboram.

    Para Anthony Flew a busca ainda não acabou.

    É interessante o percurso de Anthony Flew.

    Ele chegou a uma conclusão a que muitos outros já haviam chegado antes: a presença de informação codificada no genoma é evidência clara da existência de uma realidade imaterial, espiritual e mental para além da matéria, da energia, do tempo e do espaço.

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  36. PAC,

    Julgo que o Perspectiva começou a usar esta ferramenta informática. Descobre as diferenças:


    BREAKING NEWS: OS MARMELOS NÃO SÃO FRUTA

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  37. É uma espécie de Pendulo de Faulcoult versão criacionismo.
    O problema é que deve ter uma função mal escrita e está sempre a repetir o mesmo.
    Mas como todos fazemos parte desse plano divino: não há nada de novo debaixo do céu.

    Mas que cansa....

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  38. Pedro Ferreira13/04/09, 14:21

    perspectiva,

    "O mesmo teve em Lucrécio, um romano, um importante seguidor, por sinal o autor do famoso poema Rerum Natura, que dá o nome a este bloque."

    Tem de afinar os "spams". Suponho que este comentário seria para outro blogue e não para este (este blogue é o "Que Treta!).

    A sua avidez de "copy-paste" é tão grande que se confunde todo.

    É por estas e por outras similares que ninguém lhe dá crédito algum. Em vez de estar a defender o criacionismo está, efectivamente, a torná-lo ainda mais patético do que o que ele já é.

    Boa continuação...

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  39. Creio que no essencial a análise do Ludwig está certa.
    Mas há pelo menos um problema: aquilo que na Escola (programas, manuais, acções de formação, conferências e palestras, a maioria dos professores) se diz sobre a família, o sexo e os relacionamentos afectivos não é uma informação objectiva acerca dos factos. É uma conversa ideológica e tendenciosa de sinal contrário à conversa ideológica e tendenciosa de Francisco Vieira e Sousa.
    Estamos mal servidos com ambas.

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  40. Carlos Pires,

    Penso que se sobrestima muitas vezes a influência da ideologia na escola. Não me preocupa que os meus filhos apanhem uma professora que lhes explique o uso e fins profiáticos do preservativo dizendo que é pecado ou que lhes diga que usar aquilo é o que está a dar. Isso tanto faz. É como a professora de Inglês dizer-lhes que Jesus criou o mundo.

    O importante é que dêm os factos. Expliquem aos miudos a partir de que idade podem ter consultas com o médico de família sem terem que estar lá os pais também. Onde podem obter preservativos, que cuidados podem ter para evitar infecções, a quem se podem dirigir se tiverem dúvidas, etc.

    Acerca da família e do casamento o mais importante é transmitir-lhes uma ideia da diversidade de opções que convivem na nossa sociedade. É esse conhecimento que importa, e face a isso penso ser irrelevante a ideologia do professor. Por exemplo, quando o professor diz que em 20% dos casamentos celebrados pelo menos um dos conjuges já tinha sido casado antes tanto faz se o professor é contra ou a favor do direito ao divórcio.

    Preocupa-me que mintam aos alunos em nome da ideologia, ou que omitam informação em nome da ideologia. Mas desde que se garanta honestidade e acesso à informação tanto faz a ideologia que o professor tente transmitir. Aliás, é precisamente por isso que muitos pais querem vedar aos filhos o acesso a certa informação...

    ResponderEliminar
  41. Nuno Gapar disse:
    "O Ludwig comporta-se como ares de mais infalibilidade do que aqueles a quem prejorativamente a atribui. É preciso um pouco mais de humildade."

    Esqueces-te que "aqueles a quem prejorativamente a atribui" têm a "humildade" de achar que detêm a verdade absoluta e imutável, revelada por um ser omnipotente que fez um universo só pra eles e que os ama tanto que os criou à sua imagem e lhes planeou a existência toda zelando por eles e preparando-lhes um céu pra toda a eternidade. É essa a humildade a que te referes? A essa chama-se pretensiosismo desmesurado. A humildade do Ludwig é a outra.

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  42. OFF TOPIC:

    ÚLTIMA HORA: "A Teoria da Evolução não é capaz de explicar a existência dos criacionistas", admite Dawkins

    Num golpe na credibilidade da ciência evolutiva, o biólogo Richard Dawkins admitiu hoje que a teoria da evolução de Darwin não oferece nenhuma explicação racional para a continuação da existência dos criacionistas. O processo de seleção natural "vê" os genes que oferecem uma vantagem na batalha pela sobrevivência sendo preservado através das gerações, mas os cientistas não conseguem encontrar um propósito útil para o gene que leva as pessoas a acreditar que a Terra foi criada, em apenas seis dias à cerca de 10.000 anos atrás.

    "É de certeza uma falha na nossa argumentação", disse Dawkins hoje. "Em qualquer leitura da teoria evolutiva, os criacionistas já deveriam estar extintos há muito tempo atrás. Eles não tem qualquer função no ecossistema do planeta, e nenhuma outra espécie sobreviveu tanto tempo, em fundamental desacordo com a realidade observável. Se eu não fosse um fervoroso crente no materialismo secular, apostaria que isto é realmente preocupante para Darwin, no Além."
    Apesar desta concessão de Dawkins, os cientistas são rápidos a apontar que nos últimos anos foram observados avanços significativos na nossa compreensão da história evolutiva dos criacionistas. Não faz muito tempo que a biologia era incapaz de detectar o aparecimento desta espécie no registo fóssil, mas aparentemente uma correlação estreita entre os criacionistas americanos contemporâneos e os membros da American National Rifle Association sugere que descendem de um grupo de caçadores-recolectores que cedo começaram a explorar outro sub-grupo ingênuo o suficiente para pensar que uma pessoa não poderia usar força letal para proteger a sua propriedade, um grupo que está praticamente extinto, salvo em pequenos enclaves britânicos onde Democratas Liberais continuam a prosperar.

    Porém nem todos os biólogos estão convencidos desta explicação, e um número de cientistas rebeldes citam a existência dos criacionistas como prova de um processo de "aberração natural" em que a natureza por vezes fica espetacularmente distorcida, uma teoria popularizada como "desenho ininteligente". E, tal como os seus parentes mais próximos: as avestruzes, os criacionistas beneficiam consideravelmente dos esforços dos ambientalistas. Um vasto programa de construção que remonta de há séculos atrás tem lhes prestado grandes refúgios não aquecidos na maioria das cidades ocidentais, e alguns destes criacionistas têm formado comunidades fechadas para reforçar a sua resistência aos avanços da modernidade. Os cientistas também suspeitam que o grande desprezo pelo aborto e a homossexualidade sentido por estes tem provavelmente ajudado a manter altos os seus níveis populacionais.


    Nota: Esta é uma tradução livre minha do original que está aqui:

    http://newsbiscuit.com/2009/04/13/evolution-cannot-explain-existence-of-creationists-concedes-dawkins/

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  43. Nuno Gaspar13/04/09, 22:45

    Krippmeister,
    "...têm a "humildade" de achar que detêm a verdade absoluta..."

    Quem é que acha o quê?

    Você preocupe-se em dizer (se estiver interessado) as coisas em que acredita ou não acredita.
    Deixe os outros falar nas convicções que têm. Não é você que sabe aquilo em que outros acreditam ou deixam de acreditar.
    A humildade de que o Ludwig e os seus quatro companheiros do apocalipse necessitam também lhe fazia jeito.

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  44. Nuno Gaspar,
    «Deixe os outros falar nas convicções que têm.»

    Que eu saiba pode falar das suas convicções aqui. Pode falar mal nós em particular, dos ateus em geral, do ateísmo. Ninguém diz que precisa de respeitar ideias - o mundo não é feito com respeito de ideias, pelo contrário. O problema que eu vejo, é que está a negar-nos o direito de falar das nossas convicções, que nem sequer são exclusivas dos ateus. Os mais óbvios: agnósticos. Também os deístas. E também existem cristãos que pensam o mesmo sobre a religião. Também existem cristãos anarquistas, niilistas, humanistas, deístas, etc. Podemos também falar das convicções que temos, ou é demasiada arrogância da nossa parte fazê-lo? O que é ser arrogante? O que é ser humilde? Se eu aceitar o que disseres, o que o Papa disser, se ajoelhar-me e disser que um Deus existe, que esse Deus é Jesus e que tem sempre razão, deixo de ser arrogante? OU pelo menos é o requisito mínimo?

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  45. perspectiva,
    faz-nos um favor: faz copy-paste da fonte do último Anónimo para o teu SPAM e para fazer-nos rir aqui ainda mais, no Rerum Natura.

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  46. Ante Pavelic14/04/09, 00:20

    Defendo ferrenhamente o ensino do catolicismo nas escolas. Os alunos devem aprender os santos ideais da Igreja.

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  47. “O propósito da educação sexual é mostrar que (…) há famílias sem filhos, ou com pais divorciados ou casais do mesmo sexo. Que há pessoas que usam contraceptivos ou que têm relações sexuais antes do casamento (…) que há mais coisas que aquilo que os pais julgam, sabem, aprovam ou querem que elas aprendam.”Agora é que eu fiquei preocupado.

    É que não estamos a falar da educação sexual para alunos de 12, ou 13 1nos e por aí fora. Se a função é ensinar estas matérias, estamos a falar de alunos de 5 ou 6 anos. Ora, nessas idades, algumas forma de ensino são criminosas.
    Tenho um exemplo na família, vindo da liberal e avançada França: um miúdo que, após as aulas de educação sexual na escola primaria ficou traumatizado o que tem acarretado elevados encargos para os pais, e ninguém se quer responsabilizar por isso.

    Estes dias, tive acesso a um estudo particular onde se conclui que, o número de gravidezes na adolescência, nos países ocidentais é tanto maior quanto mais precoce é a educação sexual (trata-se de um estudo particular, não publico, e sem a finalidade de responder ou acusar ninguém, e não será dado a conhecer ou usado pelo seu autor).

    Ora. Sendo as meterias que o LK aqui traz para o reportório, apetece-me perguntar se ele já sabe que inventaram uma coisa chamada Internet. Os nossos alunos e 12 ou 13 anos dominam toda esta informação e são excelentes em trabalhos desse tipo com a ajuda da Internet.

    Recentemente vi uns trabalhos do 6º ano sobre o casamento e o casamento homossexual. Se o LK tivesse a noção da profundidade com é tratado este assunto, não falaria desta forma desta forma.

    Uma coisa que muito me espanta é o “coitadismo” com que se tratam os jovens de hoje, tentando reduzi-los a perfeitos imbecis, a parvos absolutos e a incapazes de obter, compreender e assimilar informação por si próprios.

    Há, isso sim, é uma legião de interessados em explorar mais um sector que pode dar um “aérios” para os finórios dos costume… aí está a questão.

    Acho que esta compreensão lenta do LK e seus escudeiros, mais do que pretender fazer pensar que eles não entendem de que se fala, denuncia uma má-fé incontestável: os pais que se preocupam com as aberrações do ensino em Portugal, são católicos, os outros não – nada tem a ver uma coisa com a outra (os regimes comunas radicais, são bem piores)

    Isto nada tem a ver com religião, quem liga as duas coisas de forma inseparável, só pode ser um cérebro de patetice híbrida – meio fanatismo, meio cegueira intelectual.

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  48. Fiquei a saber que aquele que eu tinha dito que é o mais malcriado que conheci na Internet matou uma rapariga e suicidou-se na sexta-feira: Tony48219 commits suicide after killing female classmate. Comentários num canal que assinei e de onde tive conhecimento disso: VenomFangX & Tony48219.

    Zeca, não precisei de estatísticas que ninguém pode ver, de casos de família que ninguém pode averiguar, de inventar associações de determinados grupos a outros, nem de tabuinhas de ouro que diz que os ascendentes dos índios eram hebreus. O homem aparecia várias vezes no YouTube para dizer que os ateus são imorais, pedófilos, estúpidos, etc. e há pouco tempo nas notícias cometeu um homicídio e suicidou-se. E aquele que seguia (Shaw, aka VenomFangX), não faz menção do caso, nem para lamentar o sucedido.

    Por cada vez que pretenderes acusar alguém, sugiro que estejas preparado para provar as tuas acusações. Antes de chamares os outros de estúpidos, sugiro que tenhas provas preparadas para que não sejas tomado por mentiroso. Não vale a pena excitares-te por achares que estou a atacar-te, a desesrespeitar-te, ou seja lá o que for. Se achares que há uma melhor maneira de criticar a tua atitude aqui, gostaria de conhecê-la. Se não existe qualquer maneira de fazê-lo sem que te sintas ofendido e exaltado, lamento.

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  49. perspectiva, Sabino, Mats, Zeca e companhia: Youtuber Murder / Suicide: The Tragedy Of Asia McGowan And Anthony Powell (Tony48219). O canal é de um ateu e evolucionista que indica dados para doações que ajudem no pagamento do funeral: HFCC Foundation, 5101 Evergreen Rd., Dearborn, MI 48128-1491. No vídeo coloca comentários sobre a intolerância religiosa. Se fosse um ateu, o que vocês fariam. Eis o que os ateus fizeram no YouTube, para além daquele que já indiquei:
    * Asia and Tony R.I.P.* Murder/Suicide of Anthony Powell- Proof Christianity is bad?* VenomFangX & Tony48219* Tony* how the world sucks. Anthony Powell-Asia McGowan tragedyNota para o Nuno Gaspar: o responsável pelo vídeo critica a religião, tem vídeos de Dawkins, Harris, Dennet, Hitchens e do The Atheist Experience. Até tem um vídeo chamado Teaching Critical Thinking Skills In Schools - The Atheist Experience #560. Ele fez comentários sobre a intolerância em relação a ateus, cristãos, judeus, muçulmanos, hindus, etc. Se não sabes o que são intolerância e falta de liberdade de expressão, podes perguntar. Com a informação que puderes recolher sobre Tony, quais são os factores que achas que o levaram àquele acto?

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  50. Nuno Gaspar

    "Você preocupe-se em dizer (se estiver interessado) as coisas em que acredita ou não acredita.
    Deixe os outros falar nas convicções que têm. Não é você que sabe aquilo em que outros acreditam ou deixam de acreditar.
    A humildade de que o Ludwig e os seus quatro companheiros do apocalipse necessitam também lhe fazia jeito."

    Claro que sei aquilo em que os outros acreditam. As crenças cristãs estão bem documentadas e divulgadas há mais de 2000 anos.

    Mas se calhar não me fiz entender. O que eu queria perceber é como é que um crente, que acredita que o universo foi feito para si por um Deus que o ama e que lhe revelou toda a verdade num livro, tornando-o detentor da verdade absoluta. Que acredita ser o objecto de afecto interminávél por parte do ser mais poderoso da existência, que o fez à sua própria imagem. Que acredita que será para toda a eternidade acolhido num local de absoluta paz e alegria, feito especialmente para si. Como é que esta pessoa acusa um cientista de falta de humildade, quando a verdadeira essência do pensamento científico assenta precisamente na humildade de aceitação da possibilidade de erro, na cedência de mudança do paradigma face a novas informações, e na abertura ao escrutínio e à critíca de terceiros?

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  51. Nuno Gaspar15/04/09, 02:41

    Krippmeister,
    o seu comentário é outro bom exemplo de falta de humildade e também de ignorância. Dirige a sua pergunta a algum crente que se julga "detentor da verdade absoluta revelada num livro". Quando encontrar um pergunte-lhe. É precisamente essa presunção de que os crentes vivem a sua Fé todos da mesma maneira (e da maneira que mais convém ao argumentário ateísta) e a pretensão de esgotar toda a dimensão religiosa em clichés ou primitivos ou fora de contexto que causa uma certa repugnância.

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  52. Nuno Gaspar15/04/09, 03:09

    Ó PAC, quase não sei qual a maior demência; se a do infeliz que se suicidou se a de quem tenta associar as suas perturbações psiquiátricas à religião.
    Mas aceito que às vezes vemos coisas que nos fazem perder a cabeça.

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  53. "Estes dias, tive acesso a um estudo particular onde se conclui que, o número de gravidezes na adolescência, nos países ocidentais é tanto maior quanto mais precoce é a educação sexual (trata-se de um estudo particular, não publico, e sem a finalidade de responder ou acusar ninguém, e não será dado a conhecer ou usado pelo seu autor)."
    LOL
    Zéquinha,
    desconfio que caso do miúdo traumatizado vem de fonte parecida.

    Cristy

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  54. Nuno G.
    "o seu comentário é outro bom exemplo de falta de humildade e também de ignorância. Dirige a sua pergunta a algum crente que se julga "detentor da verdade absoluta revelada num livro". Quando encontrar um pergunte-lhe."

    Bom, se o Nuno acha que estou errado, então explique-me exactamente em quê, ponto por ponto. Por exemplo, pode começar por explicar se é ou não verdade que para o crente (em geral) o homem é uma criação especial de Deus, que o fez à sua prórpia imagem. E clarificar de que modo é humilde viver convencido de que se é a criação especial de Deus.

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  55. O Nuno confunde arrogância com convicção.

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  56. Nuno,
    eu não associei pertubações psiquiátricas à religião. Se quiseres, relê o comentário que escrevi para o verificares. Vou assumir que a tua resposta foi "um dos factores foi uma pertubação psiquiátrica".

    O que achas que se devia ter feito quando se soube que ele tinha pertubações psiquiátricas?

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