quarta-feira, agosto 25, 2010

Pela boca morre o peixe.

Não têm mais nada em comum que isso, mas assim ponho um dois em um e poupo um post.

Este é o vídeo que a Google produziu em 2006 para persuadir legisladores e a opinião pública da importância da neutralidade da Internet. Isto foi antes de se meterem nos telemóveis e decidirem que a neutralidade só é importante para a rede fixa, não para as ligações à Internet pela rede móvel. Obrigado ao Barba Rija pela referência ao Vooglewilreless.



E este é uma argolada da Fox News, que tem feito um grande alarido acerca da mesquita no sítio do World Trade Center. Que na verdade é um centro cultural islâmico a vários quarteirões de distância. Segundo a Fox News, o projecto é financiado por uma organização islâmica, Kingdom Foundation. Esquecem-se de mencionar que a Kingdom Foundation é dirigida por um príncipe saudita chamado Alwaleed bin Talal, o segundo maior accionista da empresa detentora da Fox News. Obrigado pelo email com a ligação para o vídeo.

8 comentários:

  1. Artigo da zdnet sobre o que anda o android a fazer ao estado de coisas nos telemóveis.

    ... e ainda há gente que "come" a propaganda da "abertura", do "open", etc. e tal. É só treta.

    http://www.zdnet.com/blog/btl/the-dirty-little-secret-about-google-android/38260?tag=nl.e550

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  2. Barba,

    A abertura é um objectivo pelo qual temos de pressionar (os consumidores, que as empresas não têm interesse nisso). E o Android é um sistema aberto. O problema que esse artigo aponta, apesar da forma como está escrito, não é a abertura do Android mas o pessoal agora andar a fechá-lo.

    De resto, parece-me um bocado treta dizer que fazer um sistema open source é mau porque o pessoal depois fecha o código. O pior que pode acontecer é depois fechá-lo e ficar como iPhone. Mas a culpa disso não é ter começado aberto...

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  3. O problema não é ficar "fechado como o iPhone". O problema é ficar pior do que o iPhone. Porque ao menos o iPhone conseguiu tornar o telemóvel independente das operadoras, o que seria excelente se todos seguissem o exemplo. O problema é que o android inverte este processo e volta a dar "poder" às operadoras de mexerem nos telemoveis como antes o faziam. O resultado é que o que compras não é "aberto". Aquilo que é "aberto" é o que chega à mão das companhias de telemóveis... o que chega às operadoras já não é bem "aberto" e o que sai delas é tudo menos isso.

    O pior é que sendo "aberto" o que sai da google, ela não ganha nada com isso. E então temos coisas como o que aconteceram com a Verizon, porque é a única maneira da Google comer algo da gamela, é aceitar as outras tretas destes vampiros.

    É por estas que prefiro a atitude da Apple, para quem pão é pão e queijo é queijo, e não se anda a apregoar que pão é queijo.

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  4. Com o Android 3.0 a Google já vai limitar algumas coisas. Segundo li as interfaces "personalizadas" das várias marcas vão deixar de ser suportadas. E mesmo agora, quem não estiver para aturar as tretas impingidas pelo fabricante do telemóvel ou operadora, pode sempre instalar um CyanogenMod ou outro firmware (completamente open-source e limpo). Não é uma coisa muito simples de se fazer, mas é possível. E se houver algum fabricante ou operadora que seja especialmente chata e limitadora, há sempre outros equipamentos e outras operadoras. Já a Apple tem um só telemóvel, e nos EUA nem a operadora se pode escolher.

    Acho mais triste e preocupante esta aliança da Google com a Verizon. Aquela proposta não é o fim do mundo, mas a ser tornada lei codificaria permanentemente o status quo (onde nas redes móveis há descriminações e bloqueios de certas coisas). Eu percebo que dadas as limitações das redes móveis actuais se bloqueie algumas coisas como P2P, mas qualquer proposta de regras para esse sector devia dizer explicitamente que também as redes móveis devem ser tendencialmente neutras a médio-longo prazo. O mais sensato seria desde já imporem limites de tráfego e manterem a rede completamente neutra, do que oferecerem tráfego "ilimitado" mas só para web, email e pouco mais.

    É óbvio que as operadoras de redes móveis vão lutar com unhas e dentes para evitarem tornar-se meros ISPs que vendem ligações de dados neutras e mais nada. As chamadas de voz são o trandicional ganha-pão, mas são uma burla cada vez mais evidente. O tráfego de voz são dados como outros quaisqueres. Videochamadas idem aspas (veja-se o Facetime do iPhone4 q só funcionam por wifi para não chatear a AT&T). O dia em que se puder escolher entre fazer chamadas pelo Skype, Google Voice, Facetime, etc, pagando-se apenas uma tarifa plana de dados, é um pesadelo enorme para as operadoras! Tanto a Google como a Apple querem isso, e sabem que as coisas vão caminhar para lá. Mas têm de levar as operadoras pela mãozinha, com cuidado e devagarinho para não as assustar. :)

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  5. Nelson,

    « Eu percebo que dadas as limitações das redes móveis actuais se bloqueie algumas coisas como P2P»

    Não é necessário. Basta que cobrem o tráfego e está o problema resolvido. Se cobrarem ao megabyte, tanto faz que pacotes enviam. Porque tudo o que passar será cobrado.

    O problema é cobrar ao minuto, ou taxas mensais fixas, contando que o pessoal usa pouco e distribuindo, injustamente, os custos de quem açambarca a rede pelos muitos que só vêem o email ou algo assim.

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  6. veja-se o Facetime do iPhone4 q só funcionam por wifi para não chatear a AT&T

    Certo, porque existem relatórios que indicam que o uso do iPhone contínuo inundou as redes da AT&T, e é óbvio que para colocar ainda por cima chamadas vídeo, das duas uma, ou punham uma tarifa de preços ainda maior, ou não sei. Seja como for, acho que a rede da AT&T não sobreviveria ao facetime.

    Mas sim, é esse o futuro, e pelo menos a apple ainda não sucumbiu às imposições das operadoras (o uso de wifi do facetime é uma chapada às operadoras, apesar de tudo). Gostava imenso de ver a Google a fazer o mesmo, mas parece que a sua bondade e generosidade tem um preço e um limite.

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  7. Ludwig Krippahl,

    "Basta que cobrem o tráfego e está o problema resolvido. Se cobrarem ao megabyte, tanto faz que pacotes enviam. Porque tudo o que passar será cobrado."

    Cobrar ao megabyte também não. Isso faria as pessoas pensarem "quanto me vai custar ver o email? Vejo agora ou em casa?" e coisas desse género. Teria um custo mental muito grande. Quantos veriam videos do youtube no telemóvel por exemplo?

    Os tarifários ilimitados são um descanso, pois eliminam todos esses custos mentais. Mas há esta questão de bloquearem certos protocolos.

    A solução intermédia é a praticada nas operadoras cá em portugal. Pacotes mensais (ou semanais) com diferentes limites conforme a mensalidade. E acredito que seria essa a opção das operadoras americanas se lhes fosse imposta a neutralidade (a AT&T parece q já acabou com o tarifário ilimitado que tinha para o iPad).

    Mas as operadoras preferem atrair o pessoal com o "ilimitado" e ter a liberdade de bloquear certas coisas... como o P2P e VoIP. E querem poder descriminar no trafego para depois vender acesso prioritário a quem quiser. Não esquecer que esta história do "net neutrality" começou quando os chefões da AT&T e outros ISPs começaram a dizer que o Google lhes devia pagar pela "largura de banda consumida" pelo youtube, etc. Cá na europa também o presidente da telefónica disse o mesmo, acrescentando a idiotice de que "o google não paga largura de banda a ninguém". Para além do youtube, lá nos EUA começam a aparecer os serviços (legais) de distribuição de filmes por download ou streaming, como o Netflix, que também estão a fazer grande "comichão" aos ISPs. Eles vêm o google e a netflix a "usarem" a sua largura de banda para ganhar muito dinheiro, e andam a ver se conseguem sacar uma fatia para si.

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  8. Nelson,

    Quando digo cobrar ao megabyte pode ser aos lotes de 100MB, de 1GB ou o que der mais jeito. A minha ideia é que cobrem utilização da rede e não tempo ou tarifas planas.

    Mas julgo que a tua preocupação com os cálculos não é pertinente. Porque as comunicações de voz são cobradas ao segundo, em alguns casos, e não me parece que isto coloque os clientes em situações difíceis sem saber se dizem "beijinhos" ou se desligam logo.

    Como é inevitável, os ISPs estão a mudar para um esquema em que se paga por um certo total mensal de tráfego. O problema é que, no caso da Netcabo, recusam-se a dizer oficialmente quanto é esse total. E nos outros continuam a dizer que é ilimitado, com o asterisco a dizer que ilimitado = 200GB ou algo assim.

    Nas redes móveis é uma treta. A última que usei pagámos 20 euros, ou coisa assim por mil e tal minutos. O que é um disparate porque estar com a ligação activa sem transferir dados não carrega muito a rede, e estão a premiar quem satura a sua ligação transferindo o máximo no tempo que lhe dão. Exactamente o contrário do que deviam fazer, que era vender 1GB ou algo assim em vez de minutos.

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