terça-feira, novembro 06, 2007

Humor e devoção.

Têm surgido comentários assinados por vários «Metralha». Julgo serem todos Parente parentes. O «Gonçalinho Metralha» comentou assim o meu post sobre o humor dos devotos (1):

«O problema com o humor religioso e anti-religioso é muito simples de explicar.
Um ateu não entende que para um crente "Alguém" deve merecer um enorme e profundo respeito. Se assim não fosse, o crente não seria crente. [...]
Mas como pode um crente fazer humor com um ateu se ele não tem quaisquer referências com que se possa gozar? Só gozando com o próprio ateu»


A questão não são as piadas acerca da religião. É a capacidade humorística de quem leva a religião a sério. Pode fazer piadas acerca da política, do futebol ou de legumes. Pode gozar com outras religiões. Há milhares. Se algum deus se ofende por um Cristão gozar com Shiva não será o deus do Cristão, e os outros para o Cristão não contam. Além disso, podemos sempre fazer piadas acerca de nós próprios. Eis um exemplo (2):



Mas talvez o maior problema seja ver o humor como uma falta de respeito. Pôr a mão à frente do nariz e dizer «nha nha nhanha nha» é falta de respeito. Mas isso não é humor. Uma piada com graça faz nos ver as coisas de uma forma diferente. Concordemos ou não com a perspectiva sempre dá que pensar, e pensar criticamente acerca de algo é mais respeitoso que ficar-se pela crença.

1- Correlação ou causalidade?
2- Via 31 da Armada

22 comentários:

  1. "Têm surgido comentários assinados por vários «Metralha». Julgo serem todos Parente parentes".

    A julgar pela reacção machista quando adiantei essa hipótese há uns blogues atrás, se não é, imita muito bem ou disfarça muito mal ;-)

    Cristy

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  2. Perante uma piada sobre religião muitas pessoas acharão piada, outras ficarão escandalizadas. Depende do sentido de humor de cada um e não da sua religiosidade.
    Muitas vezes tem um lado provocador. E se o crente responde a essa provocação então o autor da piada atingiu os seus objectivos. Mas se o crente responder na mesma moeda, desarma o suposto provocador.

    Há humor bem feito e humor mal feito, que pode ser considerado de mau gosto.

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  3. Será o João César das Neves?

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  4. Ainda não vi o IP do BPI...
    Pode não ser o tal parente próximo.

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  5. Não é verdade, eu sou crente e não me pico nada com esse tipo de humor.
    Antes pelo contrario, se tiver piada rio, se não tiver passa-me ao lado.
    Mas isso não é só com piadas religiosas é com todo o tipo de humor.

    Se calhar o problema de alguns crentes não é falta de humor, mas falta de capacidade de encaixe como se costuma dizer.

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  6. Krippahl

    Belíssimo post! A família Metralha ficou lisonjeada com a referência! E não somos um Parente, somos muitos parentes:

    Joãozinho
    Huguinho
    Gonçalinho
    Chiquinho
    Mariazinha
    Belinha
    Luisinho
    Nandinho and so on!

    E não precisas de te referir a nós com letra maiúscula! Somos gente boa e humilde!

    Aqui fica um vídeo como oferta nossa:

    http://www.youtube.com/watch?v=-MW4TgdKoYo

    Família Metralha

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  7. Joaninha,

    Eu acho que a crença em si não será o mais importante. Penso que o que faz diferença é a devoção. Ou seja, levar a sério os pormenores. A tal coisa do respeito...

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  8. Ludwig e comentaristas,

    O meu blog, o Pugnacitas, completa hoje seu primeiro ano.
    Clique aqui para ler o Post onde faço uma pequena avaliação do período.

    E visite nosso fórum de novembro: Jesus também salvou os neandertais?

    Um grande abraço!
    Catellius

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  9. Caro Ludwig:
    A propósito de humor e religião, já viste o Zeitgeist?
    Vê sem falta! É impagável! Mesmo que não tenhas duas horas para o ver todo, os primeiros dez minutos vão-te pôr a rebolar de riso, prometo!
    Para já o filme só pode ser visto online. Daqui a quatro dias estreia nas salas, num festival em Los Angeles, e todos, mas mesmo todos, vão estar a falar dele.
    Abraço.

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  10. José Luiz,

    Só vi um bocadinho, mas promete :)

    Obrigado pela sugestão.

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  11. Ludwig,
    ainda não percebi qual a razão pq identificas estes metralhas como Parentes. É uma pura consideração ad hominem sem fundamento algum. Não quer dizer que não estejas certo, só não avançaste fundamento nenhum para essa afirmação.
    Mas o melhor é estar calado senão ainda passo a parente. Ou primo de parente, que é quase a mesma coisa.

    Quanto à tua consideração sobre o humor parece-me perfeitamente gratuita, mas isto de humor cada um toma o que quer. Há para aí imensos palhaços sem piada nenhuma apesar de apenas crerem na sua graça.

    Quanto ao texto do JCN, não me parece que asua intenção seja fazer humor. Parece-me que está a argumentar ad absurdum, sobre algum dos problemas que temos e teimamos em ignorar, preocupados que andamos com os Criacionistas - são uma enorme ameaça! - e com o futebol - que apesar de tudo é um pouquito mais importante que os criacionistas.

    Por esta altura devo estar definitivamente admitido à família dos parentes... afim!

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  12. Ludwig,

    Explica-te.
    OU seja devoção como?
    Devoção tipo beata de sacristia?

    Por falar nisso conheces aquela.
    "tira-me os pregos, Tira-me os pregos"
    É lindo!!

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  13. NCD,

    Se eu quero apresentar um argumento persuasivo tenho que justificar as conclusões com inferências válidas assentes em premissas que julgue serem aceitáveis para aqueles a quem me dirijo.

    Mas nem tudo o que escrevo aqui precisa de estar nessa categoria. Por isso, com ou sem a tua autorização, de vez em quando vou mandar umas bocas só porque me apetece. Faz de conta que este é o meu blog e eu faço isto para me entreter, OK?

    Quanto á minha consideração sobre o humor é completamente gratuita, em todos os sentidos da palavra.

    «Quanto ao texto do JCN, não me parece que asua intenção seja fazer humor. Parece-me que está a argumentar ad absurdum, sobre algum dos problemas que temos e teimamos em ignorar,»

    Talvez. Mas acho que não se conseguir saber se está ou não a tentar ter graça é tão revelador como tentar e não ter...

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  14. Dada a confusão gerada em volta do pseudónimo que uso e a imputação a terceiros de uma identidade que me pertence, voltarei a utilizar o anonimato completo em futuros comentários. Pedirei o mesmo aos meus primos.

    Gonçalinho Metralha

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  15. Joaninha,

    Tenho que pensar melhor no assunto (até para não desiludor o NCD ;) mas parece-me que a diferença principal está entre acreditar ou acreditar que se deve acreditar.

    Há quem acredite porque acha que é verdade, ou porque gosta, ou porque se habituou ou seja o que for, mas que não se preocupa se os outros acreditam ou não.

    E há quem ache que é mau não acreditar. Que temos o dever de seguir esta religião, cumprir estes mandamentos, adorar este deus, etc.

    E penso que para os segundos o humor é mais dificil porque exige que se brinque com aquilo que julgamos ser verdade. E se é um dever julgar que algo é verdade já não se pode brincar...

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  16. Metralha,

    Um comentário anónimo não é problema. Alguém quer criticar uma coisa ou mandar uma boca qualquer e não quer que se saiba quem foi, tudo bem.

    Mas quando conversamos com alguém incomoda se essa pessoa está encapuçada, não diz o nome, ou usa uma identidade descartável. Parece que só quer gozar conosco e que não vai querer assumir responsabilidades pelo que diz. Ou então tem alguma razão para que não a reconheçamos.

    Não exijo saber onde mora, ou a sua profissão ou algo do género. Mas preciso saber que o que escreve é sincero e não algo que possa vir mais tarde com outro nome dizer que não foi você que escreveu aquilo. Penso que é um mínimo de consideração para encetar um diálogo com alguém.

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  17. Ludwig,

    Não o querendo aplicar a este caso em particular, porque não me pareceu ser essa a realidade, ultimamente alguns "iluminados" comentam em anonimato, para poderem repetir os argumentos que já viram refutados noutras conversas. Sendo anónimo (ou como se julgam) assobiam para o lado e rejeitam as rejeições argumentativas a que se sujeitaram anteriormente. É mais uma hipocrisia, e outra forma de desonestidade intelectual. Estranhamente este estereotipo de anonimato bate sempre no mesmo grupo de comentadores.

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  18. Ludwig

    Digo eu que estás a fazer uma tempestade num copo de água. Simplesmente o tema não é grande coisa para humor! Mas os Monty Python, por exemplo, são excelentes! Mais: geniais! Mas o tema da "vida de Brian" não é só a religião (não estou a defender nada: só a dizer que como tema é limitativo). Estou-me a lembrar, por exemplo, da parte em que o grupo do Brian discute se o vão salvar ou não e o que os romanos fizeram pelos judeus: genial! De cair para o lado de rir, mesmo se algumas das piadas até doem de tão cortantes!

    Apesar de tudo (e fora um cinema queimado por outro, um protesto por outro) acho que os cristãos vão tendo tolerância às críticas, ao humor. Como bónus, uma anedota:

    Estavam dois marcianos a discutir onde iam de férias.

    - Vénus?
    - Vénus não: é muito quente

    - Saturno?
    - Pá, não me apetecia, é muito longe!

    - Terra?
    - Oh, carago, Terra não mesmo!

    - Então porquê? Clima ameno, não é muito longe nem nada, o que é que tens contra os terrestres?
    - Porra, há 2000 anos dei umas voltas com a mulher de um carpinteiro e ainda hoje falam nisso!

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  19. Ludwig

    Em relação aos Metralhas, podes sempre configurar para não aceitar comentários anónimos. É preferível isso à verificação de palavras, que é uma seca valente!

    Dito isto, acho piada à profusão de nicks! Se bem que eu escolheria qualquer coisa como "je sui Avrel" ou "Avrel Dalton". Ou "Barbatana", que baptisei há um tempo, mas não aceitou o nick (será o mesmo?).

    Eu mesma já estou cansada de Abobrinha!

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  20. E o David Lodge? É católico, assume-se como escritor católico, e tem carradas de piada.

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  21. Só tenho uma vaga ideia das coisas do David Lodge... nem sequer conhecia o nome.

    Mas é católico devoto ou católico só?

    A definição operacional é se ele defende algum dogma católico como absolutamente superior às alternativas.

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