E a diferença?
Em fevereiro deste ano reuniu-se a Select Committee on Science and Technology do Reino Unido. A esta comissão Kate Chatfield, representando a associação de homeopatas, respondeu que a única forma de distinguir preparações homeopáticas é pelo rótulo. À diluição a que são preparadas não há outra diferença:
«Q538 Lord Broers: I have a simple, technical question about homeopathy and drugs. Is it possible to distinguish between homeopathic drugs after they have been diluted? Is there any means of distinguishing one from the other?
Ms Chatfield: Only by the label.»(1)
Imaginem agora o drama na França quando os laboratórios Boiron anunciaram uma troca acidental dos rótulos nas preparações homeopáticas de Gingko bioba e Equisetum arvense. A Agence Française de Sécurité Sanitaire des Produits de Santé mandou recolher os lotes afectados, mas assegurou o público que este erro não trazia riscos para a saúde (2). O incidente mostra a dificuldade de fiscalizar tretas. Por muito controlo que se tenha continuam a ser tretas. E se a única diferença é no rótulo todo o cuidado é pouco quando se cola as etiquetas, não vá alguém tomar gotinhas de água a pensar que são gotinhas de água.
Teria mais piada se não houvesse tanta gente a gastar dinheiro nisto. Mais detalhes no DC’s Improbable Science e na James Randi Foundation. E para quem quiser comentar em defesa da homeopatia, peço a paciência de ler primeiro «The End of Homeopathy?», do Ben Goldacre.
1-Select Committee on Science and Technology, 21-2-07, Examination of Witnesses (Questions 520-539)
2- AFSSAPS, 10-10-07 Retrait de lots de Gingko biloba et Equisetum arvense
Ludwig,
ResponderEliminarTendo em conta que um medicamento homeopatico é apenas uma diluiçao infinitesimal de um principio activo, fazes ideia como é possivel transformar isso em comprimidos? É que se retirares a água da diluição ficas sem nada...
No caso dos comprimidos a diluição é feita no excipiente. É uma mistura de compostos sem efeito farmacológico que dão gosto e volume ao comprimido.
ResponderEliminarMais estranho na homeopatia é que é suposto ser a «memória da água» que retém o valor terapêutico... se põem num comprimido e a água evapora lá se vai a memória. Mas acaba por não fazer diferença :)
Eu aquerdito na memóira da áuga. Se não foçe a memóira da áuga cumé que sabríamos que a mesma áuga não se paça duas vezes debaicho da mesma ponte? Ãe? E mais, é puriço que mesmo ca áuga se vá plas núvães não descança incuanto não regreça ó mar. Lá tá, memóira! Eu trátume semper com merdicamentos ómiopáticos e como pódãe ver sou cãopletamente sódável. O meu ómãeópata é dôturado ãe fízica nucliar e como não á cá sentrais a não ser no futrebol e não arranjava imprego passousse a izersser esta útil purfissão. Mazultimamente tãe andado pirocupado com a falta dáuga putável. Um primo meu quinda não foi despdido da Uniçer disseme que aiáuga com dezodurizante que lá fázãe tamãe é merdicinal e ómiopática e tudo. Mazisso eu já não axo bãe. As peçoas que bebãe eças áugas não tão duentes. A bãe da nassão.
ResponderEliminarJakim,
ResponderEliminarCom o número de vezes que a agua que bebemos já passou por bexigas alheias, espero que não tenha memória...
a treta desta treta é que tenho uma amiga que é acumpunturista (ou lá comék se chama a coisa) o que até resulta bem e tal , e já exprimentei e a coisa correu bem , mas depois mistura isso com a homeopatia e ai é que a porca torce o rabo e a discussão começa grossa e depois junta o vegetarianismo e então a coisa azeda mesmo. a força desta malta é k mistura verdades com semi-verdades e tretas completas e ainda se gaba, e mais importante: OS GAJOS ACREDITAM MESMO NISTO, que treta...
ResponderEliminarComo tenho uma amiga homeopata perguntei-lhe uma vez como é que soluções tão diluídas como as de homeopatia poderiam ter algum efeito, visto que na maioria das vezes estaríamos a beber só água.A resposta dela ainda foi mais gira do que a da memória: perguntou-me se eu queria a explicação científica. Eu disse que sim, e ela respondeu-me se eu precebia alguma coisa de física quântica, no sentido que não valeria a pena explicar-me uma coisa que eu nunca iria compreender.É verdade, não pesco nada de física quântica, e foi o que lhe disse, mas acrescentei que sabia a parte dos electrôes na fotosíntese e mesmo assim não precebia o que uma coisa tinha a ver com a outra. Aí ela optou por zangar-se comigo, a opção típica da incompetência em qualquer profissão.
ResponderEliminarKarin
Satanucho,
ResponderEliminarO problema está mesmo no «experimentei e a coisa correu bem». Eu experimentei ter alhos cá em casa e nunca tive problemas com vampiros...
Ludwig,
ResponderEliminarIsso lembra-me uma história, não sei se é bem assim, mas pelo menos é aproximada.
Um individuo, acho que indiano, que na sua aldeia procedia com um dado ritual para afastar os leões. Um dia os aldeões perguntaram-lhe:
- Porque fazes isso, se não temos cá leões.
Ao que ele responde.
- Aí está!
ludwig:
ResponderEliminarNão considero a acunpuntura uma treta, longe disso. Fiz em tempos um tratamento especifico a um problema num ombro e fiquei curado, o meu pai a mesma coisa e a medicina e a ciencia em geral não a consideram uma treta, antes pelo contrario, o problema é que a acumpuntura andas em muito más companhias e frequentemente é associada erradamente a homeopatias e tretas do genero
abracios
Mas olha que a água tem propriedades medicinais que são conhecidas desde a antiguidade. Combate a desidratação, promove a remoção das toxinas e ajuda a regular a temperatura do corpo.
ResponderEliminarO ideal até era diluirem água em água para "potenciar" estes efeitos.
Satanucho,
ResponderEliminarO que relata é que teve um problema no ombro e esse problema resolveu-se. Além disso, enquanto teve o problema recorreu à acumpunctura. Esses dados são insuficientes para concluir a relação causal que está a inferir.
Mais que espetar agulhas, a acumpunctura é uma teoria acerca da saúde. Na sua origem estão coisas como 12 meridianos e 365 pontos (as luas e dias do ano), a noção que as veias transportam o chi, a energia da respiração, e muitas outras coisas que só podem ser caracterizadas como treta.
É uma prática com alguns riscos (furar a pele tem sempre riscos; mesmo que as agulhas estejam esterilizadas a pele não está) e sem efeitos demonstrados.
Mas posso guardar o resto para um post... :)
Você conhece a lista de 3.500 doenças incuráveis dos cientistas da alopatia.
ResponderEliminarCiência química é tecnica, saber, conhecimento para manter o doente sem nunca normalizá-lo. Como a homeopatia curas as pessoas, os cientistas da química ficam invocados porque ela contraria os seus métodos de trabalho: ou seja vivem da ciência das doenças incuráveis. tudo que gera a cura é anticiência. Devemos respeitar este conceito, mas não atrapalhar os homeopatas fazerem as suas curas. Jose Alberto.