quinta-feira, agosto 23, 2007

Simular o desemprego.

A discussão com o João Vasco sobre o ordenado mínimo (1) e a inércia das férias levaram-me a simular o problema com um modelo estocástico. Vamos a ver se o meu desemprego simulado não se torna real por andar a perder tempo com isto em vez de trabalhar...

A simulação considera 1000 candidatos que competem por 900 empregos. Cada candidato tem uma formação escolhida ao acaso entre 0 e 120, e cada emprego exige um mínimo de formação entre 0 e 100. Estes valores são fixos e iguais em todas as simulações abaixo.

A cada «dia» é escolhido ao acaso um desempregado para cada vaga por preencher. Se o candidato tem a qualificação mínima o empregador oferece um ordenado de valor igual à qualificação exigida mais 0.5 por cada dia que passa sem preencher a vaga. Quanto mais difícil for preencher a vaga mais o empregador está disposto a pagar, até um máximo de 150% do valor inicial. Assumi que a certo ponto já não é economicamente viável pagar mais. Por seu lado, o candidato só aceita um ordenado igual ou superior à sua qualificação menos 2 por cada dia que passa desempregado. Isto simula a necessidade de ganhar para comer. Se o que o empregador oferece pelo menos aquilo que o candidato exige a vaga é preenchida e o ordenado é aquilo que o empregador ofereceu.

Cada empregado tem uma probabilidade de 1% por dia de ser despedido, voltando à lista de desempregados e reabrindo a vaga que ocupava. A simulação decorreu durante cinco mil dias para atingir o equilíbrio, e os resultados são a média dos mil dias que se seguiram. Os gráficos apresentam o rendimento médio em função da formação dos trabalhadores.

O primeiro gráfico mostra como o rendimento varia com o aumento do ordenado mínimo, que impede a contratação abaixo do valor indicado pelo traço encarnado. Como o rendimento é a média dos 1000 dias considerados há quem fique com rendimento médio inferior ao ordenado mínimo por estar desempregado parte do tempo. O efeito é eliminar as vagas para as quais não é rentável pagar o ordenado mínimo. A tolerância de 150% da oferta inicial beneficia um pouco quem está próximo do valor do ordenado mínimo, mas os menos qualificados ficam claramente prejudicados pela redução da procura pelo seu trabalho. Nesta animação o ordenado mínimo varia entre 0 e 60 unidades.

O segundo gráfico mostra o efeito de redistribuir o rendimento com um imposto e subsídio. Uma percentagem do salário é cobrada a cada trabalhador e o total é dividida igualmente por todos. Isto simula educação gratuita, serviço público de saúde ou qualquer subsidio a que todos tenham igual direito. Além afectar o rendimento, descontando o imposto e adicionando o subsidio, leva também a que ninguém trabalhe a não ser que o ordenado seja superior ao subsidio. Assumi que todos são tão preguiçosos que só trabalham se o esforço duplicar o seu rendimento. O traço encarnado indica o subsidio recebido, e ninguém tem um rendimento inferior a esse valor.

Ordenado Minimo Imposto

O ordenado mínimo inviabiliza alguns postos de trabalho, aumenta a competição entre os trabalhadores e prejudica os menos qualificados. O subsidio cria preguiçosos que não querem trabalhar, mas o impacto é reduzido porque afecta principalmente os postos menos qualificados. Aumentar o imposto de 0% para 60%, nesta simulação, reduziu o rendimento médio em apenas 5%. E além de garantir um rendimento mínimo a todos favorece mais os que querem trabalhar por reduzir o numero de candidatos mantendo o numero de vagas. Se o objectivo é ajudar os menos favorecidos continuo a achar que o ordenado mínimo é uma treta.

Para quem quiser, incluí o código fonte na segunda imagem. Gravem o gif, mudem a extensão para zip, e extraiam o conteúdo com o Winrar (o zip do Windows não funciona, que surpresa...). Fiz isto assim para usar o serviço de hosting de imagens, para dar um exemplo de como os ficheiros digitais são um conceito arbitrário, e porque sou um nerd.

1- 21-8-07, Com o pé no velocímetro.

24 comentários:

  1. Agora não tenho tempo para comentar com muita profundidade, mas, já calculaste o resultado na economia de uma receção de 5%?!

    :-)

    Acabava-se muita coisa, e o efeito disto em cascata é catastrófico. Eu não quereria viver nessa economia por muitos anos...
    Existem efeitos psicológicos de desemprego e rendimento minimo garantido que estás a escamotear.

    O dinheiro representa trabalho, horas de trabalho! É uma aberração utópica dar dinheiro a quem não trabalha. Sendo uma prestação temporária, assegura o bem estar, como prestação permanete é um incentivo ao ócio!

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  2. Dou-te um exemplo claro.

    Eu vivo com 199 Euros por mês. É o que sobra depois de paga a casa. :-) Se obtiver alojamento gratuito e 500 Euros por mês sem trabalhar, diz-me adeus do mercado de trabalho.

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  3. António,

    Os 5% não é um decréscimo anual, mas a diferença no rendimento de equilíbrio entre 0% e 60% de taxas. E um rendimento mais baixo não é necessariamente mau -- é uma forma de controlar a inflação. Modelar o crescimento económico é um problema muito diferente.

    O dinheiro não representa trabalho. 10€ pagam um bilhete de cinema, um CD de plástico, um corte de cabelo ou vinte quilos de arroz. Que raio de unidade de trabalho é essa para ser equivalente nestas coisas?

    Eu não me iludo. O que eu faço de mais importante para a economia não é as aulas que dou ou a investigação que faço, e pelo qual me pagam. É o dinheiro que eu gasto. Produzir e trabalhar é cada vez mais com as máquinas. O nosso papel na economia é consumir, escolher para mostrar o caminho a seguir, e gozar que é para isso que a economia serve. Se fosse só para trabalhar também se trabalhava bem à borla.

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  4. Olá Ludwig,

    Então essas férias? Já se nota a marca do biquíni?
    Isto deve-se às bocas do Benfica:)

    O dinheiro é sempre o valor do nosso "trabalho", no sentido em que representa a estratégia associada a forma como o ganho, independentemente se ele é intensso fisicamente ou intelectualmente, e trabalhos diferentes implicam valores diferentes por hora (taxas diferentes). Não entendo onde possa estar a dúvida.

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  5. O dinheiro não representa trabalho mas sim valor.

    Se o trabalho tiver valor, o trabalho dá dinheiro, mas se eu decidir passar o dia a encerar o ecrã do meu computador e a lavar a minha gata com pasta de dentes, duvido que alguém me pague por isso (a menos que seja uma pessoa muito estranha).

    Por outro lado, se alguém descobre que no teu terreno tens imensos diamantes, isso pode não te ter dado trabalho nenhum, mas certamente que vai aumentar a tua riqueza.


    Dinheiro é valor. Como o trabalho "pode" produzir valor, pode dar dinheiro. Mais ou menos dinheiro consoante o valor que lhe é dado pelo comprador.

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  6. Ludwig:

    Este artigo está muito interessante.

    Só comete um erro: é o de considerar o rendimento mínimo como uma estratégia alternativa ao salário mínimo.
    Eu acho que pode ser uma estratégia complementar.

    Eu não acho que o salário mínimo deva ser sempre implementado. Tal como esclareço no artigo que escrevi, acho que há vários casos em que é útil.
    Talvez com os parâmetros que tenhas utilizado, isso não seja assim, não sei - na verdade ando às aranhas porque a tua animação passa muito rápido.
    De qualquer forma, creio que o erro é apenas esse: ver o salário mínimo como uma alternativa e não como uma estratégia complementar.

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  7. É que não se vê o primeiro gráfico!

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  8. Vasco,

    Sim, é o valor... Do meu trabalho.

    Sobre a tua gata. Sabes que há quem seja pago para cantar para cães ou mesmo passeá-los.

    No caso dos meus diamantes, o meu trabalho, mínimo que seja, ficou valorizado de forma exponencial, pois eu teria que fazer "algo" para vender

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  9. João,

    Eu vejo os dois gráficos, e o gif passa a animação em contínuo. Talvez seja o host das imagens que está lento...

    Eu contrastei as duas alternativas para salientar as diferenças. Como me parece que o salário mínimo só tem desvantagens, não vejo como pode ser melhor em combinação com um rendimento garantido. Mas se quiseres, é só alterares os parâmetros e experimentar. Posso te enviar o executável para Windows.

    Finalmente, e também para o Mário Miguel, o dinheiro é uma medida do preço. Nem é valor nem é trabalho nem é tempo. O valor é subjectivo e muda de pessoa para pessoa, e o dinheiro queremos que seja algo mais estável. Não faz sentido transaccionar horas de trabalho porque também não são uniformes.

    E nunca compramos ou vendemos o que quer que seja pelo valor que o bem tem para nós. Isso seria disparate. Sempre que compro algo faço-o porque para mim essa coisa vale mais que o dinheiro que dou, e sempre que vendo algo é porque o que vendo vale para mim menos que o dinheiro que recebo. Se não fosse isso não valia o esforço da transação.

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  10. Ludwig,

    «O valor é subjectivo e muda de pessoa para pessoa, e o dinheiro queremos que seja algo mais estável»

    O que é subjectivo, é o valor que eu dou a uma dada unidade monetária, numa troca ou numa avaliação, em fução do bem ou serviço. A unidade monetária, em sí, é objectiva, 50 cêntimos no LIDL dá para comprar um litro de leite, quer eu compre, quer eu não compre porque ache que não vale esse preço. Quem é muito rico, e for ao LIDL, podrerá comprar o mesmo leite, e de certeza que não vai pedir para pagar mais do que os 50 cêntimos na altura em que for à caixa, mesmo sabendo que ele os pagaria.

    E a instabilidade do dinheiro há, mas não é a que tu referes, isso chama-se inflação, fora isso
    o dinheiro é estável, se não o fosse minimamente a coisa era caótica.

    «Não faz sentido transaccionar horas de trabalho porque também não são uniformes.»

    A não uniformidade é um problema e em certos casos é uma injustiça.

    Trabalhaste um mês para receberes 1000 euros, digamos, 20 dias de trabalho: 50 euros dia.
    Contratas um canalizador que te leva por meio-dia de trabalho 50 euros (só mão de obra),
    posso com toda a calma afirmar que cada hora dele (do meu ponto de vista) vale o dobro das tuas.
    Do teu ponto de vista não, porque tu, "largaste o guito". Mas objectivamente vê-se que as horas do canalizador valem mais do que as tuas bem como a de um cirurgião de renome, valerá mais.

    Eu, objectivamente, já troquei horas de trabalho, por horas de trabalho, por isso, sei na primeira pessoa do que falo.
    Antes de haver dinheiro havia a troca directa, bens, e de serviços, isso inclui trabalho por trabalho.

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  11. Mário Miguel:

    «O que é subjectivo, é o valor que eu dou a uma dada unidade monetária, numa troca ou numa avaliação, em fução do bem ou serviço. A unidade monetária, em sí, é objectiva»

    Precisamente. O valor é independente do dinheiro. O mesmo dinheiro pode valer mais ou valer menos. E o trabalho é independente do dinheiro. O mesmo trabalho pode fazer-se por pouco dinheiro, muito dinheiro, ou por dinheiro nenhum.

    E é por isso que eu digo que o dinheiro é simplesmente o preço. Nem é o valor, nem é o trabalho.

    E é por isso que não vejo problema em cobrar impostos a quem trabalha e a pagar tratamentos médicos, educação, ou outras coisas essenciais a quem não trabalha nem faz nada que eu considere de valor. O dinheiro não tem nada a ver com trabalho nem com valor.

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  12. Ludwig,

    Acho que estás errado.
    E fazes uma grande confusão entre valor e dinheiro.

    Da Wikipédia temos.

    O dinheiro tem as seguintes características:

    1. Deve ser um meio de troca;
    2. Deve ser uma unidade contábil;
    3. Deve servir para acumular valores.


    Pelo ponto 3, e não só, vemos que não é só o preço.

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  13. Ludwig,

    Preço é o valor...


    Da Wikipédia temos:

    «[...]o preço é o valor monetário expresso numericamente associado a uma mercadoria, serviço ou patrimônio. O conceito de preço é central para a microeconomia, onde é uma das variáveis mais importantes na teoria de alocação de recursos (também chamada de teoria dos preços).»

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  14. Ludwig:

    Dinheiro representa valor.

    Se os morangos podem ser facilmente adquiridos por Xe o kg, é porque é esse o valor que têm nesse mercado. Se para ti têm mais valor, vais comprar. Se para ti têm menos valor, e tu tens morangos, vais vender. Porque é que fazes isso? Porque abdicas de algo menos valioso (o dinheiro ou os morangos consoante o caso), em troca de algo mais valioso (o dinheiro ou os morangos consoante o caso).

    (Falo sobre os parâmetros em breve)

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  15. Primeiro: «valor» é uma palavra com uma data de significados diferentes, por isso temos que ter cuidado a ver se nos entendemos. Por valor quero dizer aquilo que determina uma escolha. Se tenho que escolher entre A e B e escolho B, é porque B para mim tem mais valor que A.

    Neste sentido, é falso afirmar que se os morangos têm um preço de mercado de X então têm um valor de X. Se tivessem um valor de X ninguém ia se incomodar em trocar morangos por X ou X por morangos porque ia ficar na mesma.

    O preço de X quer dizer que as pessoas que têm morangos acham que X vale mais que os morangos, e por isso querem vende-los, e as pessoas que compram morangos acham que os morangos valem mais que X, e por isso julgam ser um bom negócio dar X para ter morangos.

    E X nem sequer denota a média destes valores, porque tanto pode estar no meio como num dos extremos, dependendo do poder com que cada interveniente negoceia o preço.

    Finalmente, os morangos não têm um preço. Têm uma data deles, quando o agricultor os vende ao grossista, quando o grossista faz preços diferentes para o hipermercado e a frutaria do bairro, quando alguém se lembra de fazer uma promoção e baixa o preço à segunda feira, etc.

    O dinheiro tem valor. Tem o valor daquilo que usamos como dinheiro (conchas, penas, moedas de metal, etc), e tem valor por aquilo que fazemos com ele, por podermos trocá-lo por outras coisas. Tem o valor de uma promessa, por assim dizer, ou de uma nota de dívida.

    Mas este valor não é o valor daquilo que o dinheiro compra. O dinheiro tem valor, mas não representa o valor de nada.

    A esta hora não consigo explicar bem isto, e o comentário já está a ficar repetitivo, por isso deixo só mais uma achega:

    Uma nota de cinco euros tem valor.

    Um saco de bananas tem valor.

    Mas o saco de bananas custar cinco euros apenas indica o preço naquela transação. Não quer dizer que o valor das bananas seja o valor da nota, nem que cinco euros seja um valor. E a prova disso, como vocês já disseram, é que para uns a nota vale mais, para outros vale mais a banana, e o euro não representa valor mas é algo ao qual atribuimos valor(es) por convenção. Como podiamos fazer com conchas ou seixos.

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  16. Ora estamos neste momento na fase do valor... Mas, eu estou atravessado com o salário minimo. Tentemos uma conjugação.

    Quando alguém trabalha a produzir sapatos pelo salário minimo, porque não sabe fazer mais nada e só há uma fábrica na zona, o que é que temos? Temos alguém que está preso a uma profissão, e com falta de opções... Mas faz sapatos e muito bem. O dono da fábrica tem um Ferrari, veste-se em grande, casa de luxo, e obtem rendimento apenas a vender sapatos. Paga em salários a 100 trabalhadores 40300 por mês e saca 20000 para ele. Se o salário minimo for 200 euros, limita-se a mudar a factura dos salários de 40300 para 20000 e passa ele a receber 40300 por mês.
    Há sempre uma pool de desgraçados lá na terra a querer um lugar na fábrica pois têm necessidades e falta de dinheiro. Se a terra não tiver mais alternativas viáveis de emprego, está numa posição em que ninguém consegue contrariar a posição do proprietário, e niguém levanta ondas pois a deslocalização para um pais Asiático é barata e o custo de mão de obra lá é melhor. Por isso, sem o salário minimo e sem modo de obter qualificações, alguém paga 20000 para lhe produzirem uma receita de 60300 por mês, quando o real valor desse trabalho é mais próximo dos 60300 do que dos 20000. A força negocial permite estas posições de força e de sub-avaliação do trabalho, que o salário minimo ajuda a evitar. Por isso, é algo de inestimável. No dia em que for demasiado elevado, é quando as empresas vão à falência, enquanto a produção desse trabalho for maior que o custo, o salário minimo apenas impede o abuso de posição de ser maior. Quando se vê a deslocalização, não é para evitar falências, mas, para aumentar os lucros indo explorar o trabalho infantil ou menos regulado de outros países.

    Quanto ao rendimento mínimo que pressupões no teu modelo, tem um inconveniente. O valor certo deste é algo que é perigoso, pois depende de demasiados factores. Se for demasiado alto, provoca a falência do sistema, pois desmotiva o trabalho de demasiados trabalhadores, que preferem não trabalhar pois têm tudo garantido, e se for baixo demais, não serve de nada! Se for muito alto pode ainda ter outros efeitos prejudiciais, dado ser universal e per capita, pode levar a o aumento de "capitas" seja encarado como solução para alguns... E parece-me mais crueldo que deixar alguém sem rendimento por falta de habilitações... As habilitações e a capacidade aprendem-se e treinam-se, e isso corrige o problema, nascer filho de dois irresponsáveis não tem cura!
    O mundo não é fácil, viver não é fácil, pagar a preguiçosos é tentar passar a ilusão de facilidade. Até a porcaria das reformas estão em risco, quanto mais pagar a quem não quer fazer nenhúm!


    Estás num processo de deslizamento para o absurdo que estranho muito Ludwig! :-) Menos do que o que propões já os nordicos tentaram todos e estão agora aflitos pois é confortável demais ter tudo garantido, e quem trabalha não está disposto a perder mais de metade do seu trabalho para sustentar hordas de preguiçosos.

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  17. Seria possível simular o que aconteceria quando o nº de horas diário de trabalho não fosse fixo mas inversamente dependente da taxa de desempregados? (o rendimento seria claro proporcional ao nº de horas efectivamente trabalhadas)
    Podia-se mesmo considerar que o potencial máximo de riqueza a produzir não fosse atingido, em termos de que a procura de trabalhadores fosse mais proactiva.

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  18. António,

    O ordenado mínimo não aumenta o valor do trabalho no mercado. O que faz é desvalorizar o dinheiro nessa transacção, pelo que torna mais apetecível aplicá-lo noutra.

    Osvaldo,

    Julgo que seria possível, mas não percebom bem o que simular nesse caso, e o mais importante seria criar um modelo. Incluir na negociação as horas de trabalho? Transaccionar horas de trabalho em vez de vagas? Não como seria...

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  19. Ludwig,

    Dinheiro mais trabalho, ou qualquer acção que o produza (o dinheiro) parece-me ser similar à energia mecânica.

    Aqui o dinheiro, parece-me similar à energia potencial, e o "trabalho" à energia cinética.


    Não me parece que o «trabalho é independente do dinheiro», mas sim exactamente o contrário, dinehiro=preço, é que não.

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  20. Miguel,

    Então quantos euros vale um joule? E um astrólogo ganha mais que um bombeiro porque produz mais energia, ou porque a sua energia é mais útil para a sociedade?

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  21. Ludwig,


    «Então quantos euros vale um joule?»

    A EDP dá a resposta no contador da tua casa.

    «E um astrólogo ganha mais que um bombeiro porque produz mais energia, ou porque a sua energia é mais útil para a sociedade?»

    Lembra-te que a energia mecânica conserva-se se não houver dissipação, sistema fechado (trabalho+dinheiro).
    O que referes diz respeito a um sistema aberto, neste caso, como é óbvio, está associado ao valor que quem adquire o serviço está disposto a dar. Mas o que ele recebe, o Astrólogo, é sem dúvida proporcional ao seu trabalho (podes medir em horas se quiseres), bem como o do Bombeiro, assim sendo nos
    sistemas deles a "Em" conserva-se.

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  22. Ludwig,

    Se possível, gostaria que me dissesses, se o que eu escrevi no comentário anterior, para ti, é um disparate, ou não.

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  23. Mário,

    Acho que a ideia do dinheiro equilvaler a energia está errada, e tu próprio o demonstras quando dizes:

    «está associado ao valor que quem adquire o serviço está disposto a dar.»

    O preço é função, entre outras coisas, do valor que cada interveniente dá ao dinheiro que gasta ou recebe e ao bem que está a dar ou receber. Mas o valor do dinheiro e o valor do bem varia de pessoa para pessoa (e é por isso que há comércio), por isso não podemos dizer que o preço é um valor.

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  24. Ludwig,

    Claro que «está associado ao valor que quem adquire o serviço está disposto a dar.»
    Mas isso não invalida em nada que o dinheiro equivalha a energia, até porque ele, de alguma forma traduz a energia despendida a ganha-lo.

    O que eu disponho a dar por um serviço, faz parte da minha opção de usar a energia acumulada da forma que eu acho mais conveniente.

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