Nós, chimpanzés e vírus.
O leitor J.H. recomendou este vídeo que agradeço e recomendo também. É de notar o contraste com a “interessante teoria” que o abacate faz bem às grávidas porque se pode desenhar bébés lá dentro (1).
1- Este não é a gozar
Há tretas que me incomodam. É aqui que desabafo.
O leitor J.H. recomendou este vídeo que agradeço e recomendo também. É de notar o contraste com a “interessante teoria” que o abacate faz bem às grávidas porque se pode desenhar bébés lá dentro (1).
1- Este não é a gozar
Por Ludwig Krippahl às 10:42 da tarde
Pode conter vestígios de: ciência, criacionismo
2 ^138? Gosto dessas hipóteses para uma intervenção divina.
ResponderEliminarFoi milagre de certeza.
Ver outros vídeos do mesmo autor também é interessante. Gostei de todos os que vi, mas especialmente do
ResponderEliminarWhat Every Creationist Must DENY
.
No, no, not at all!!!
ResponderEliminarOu ainda... not so fast, please!!!
Right premises, but quite the WRONG conclusion!!!
A evolução é uma coisa e a "teoria da evolução" é outra, sendo que a 1ª não implica a 2ª, óbvio. Deveras, o evolucionismo teísta é também uma visão filosófica que explica teologicamente a evolução.
Mas claro que o vídeo se referia ao moribundo neodarwinismo, ao mesmo tempo que se servia de uma das mais importantes descobertas da biologia de finais do século XX que refutam precisamente a sua base teórica!
É por isso que os defensores do velho paradigma gostam tanto de debater com os criacionistas radicais, ou seja, os que interpretam a Bíblia literalmente. O ID já é um osso mais difícil de roer, mas como se consegue meter a Bíblia e Deus lá dentro, ainda vão conseguindo combatê-lo, pelo menos impedindo o seu debate no campo da ciência e remetendo-o para a teologia, claro.
Os factos são explicados por teorias, mas estas devem ser constantemente aperfeiçoadas, ou mesmo abandonadas, para se poderem adaptar correctamente aos factos que pretendem descrever.
O irónico deste vídeo é que ele termina triunfalmente, fingindo falaciosamente igualar evolução - facto provado - a teoria da evolução, leia-se, neodarwinismo - teoria em crise ou estado terminal - recorrendo precisamente a um mecanismo com o qual a moderna Biologia refuta justamente o evolucionismo clássico!!!
Bem, não se pode dizer que os defensores do velho paradigma ultrapassado não tenham sentido de oportunidade... ou sejam uns belos oportunistas! O que até é lógico, parasitam o trabalho alheio, já que em tudo vêem a luta pela sobrevivência e prestam de facto pouca atenção à simbiose ou mecanismos de integração dos vírus nos genomas já existentes, que é disso que este vídeo deveras trata.
O resto é só para enganar papalvos, utilizando as probabilidades impossíveis da mesmíssima maneira que os criacionistas detractores das mutações aleatórias o fazem em sentido inverso... e com igual razão, claro! Ou seja, mero fogo de vista superficial que esconde o facto fundamental que a moderna Biologia agora revela sem rodeios.
A configuração do genoma NÃO é o resultado da mutação aleatória e da selecção natural, nem tem a ver com nenhum hipotético e não comprovável comportamento "egoísta" dos genes - deixando a sua parte não codificadora no ADN - mas sim resulta da inserção dos vírus em genomas mais simples, assim explicando o número enormíssimo... quase CEM MIL!!!... de retrovírus presentes no genoma humano. E o mesmo se passa com os outros organismos, claro.
Por fim, isto só prova como não é possível fazer ciência unicamente com números e mais nada. Sem um vasto enquadramento filosófico muito mais geral não se chega a lado nenhum. Porque a questão do genoma viral não se fica só por aqui, há ainda que responder à importante questão das relações entre os retrovírus e os seres vivos assim "infectados". Ou seja, não representará tal facto antes uma relação simbiótica, como Margulis sustentou durante décadas a fio perante a oposição cega dos neodarwinistas para os quais a evolução só pode resultar da tal luta pela sobrevivência e NÃO de relações simbióticas?!
E atenção que Lynn Margulis, embora ridicularize a ideia de facto totalmente ilógica e estapafúrdia das mutações aleatórias como mecanismo da selecção natural, não rompeu definitivamente com o darwinismo, o qual, como se vê no vídeo, se aproveitou todo feliz da vida da teoria que durante uns bons 20 anos refutou!!!
É caso para dizer... "antes tarde que nunca" ou "se não os podes vencer, junta-te a eles"!
Estes episódios dizem-nos também muito acerca do modo como (não) se faz ciência e da impossibilidade de se poder confiar em qualquer teoria da moda, já que as novas ideias revolucionárias são sempre abafadas o mais possível e nem todas por certo conseguem sobreviver a esse tipo de bullying anti-científico e irracional.
De acrescentar ainda que outros biólogos consideram inteiramente irreconciliável a sua nova visão dos mecanismos da evolução, com o velho "lixo" darwinista do qual não se aproveita nem um bocado! Radicais e de sangue na guelra, como se vê... e muitos dos mais destemidos falam espanhol e estão aqui ao lado!!!
Por último, é importante salientar as vastas implicações filosóficas deste abandono do ingénuo e absurdo mecanismo teórico das mutações aleatórias. Mas esse é já o próximo passo na elaboração de uma nova teoria da evolução, que assente em factos biológicos comprováveis e não simples especulações que, durante quase século e meio, não passaram de meros actos de fé sem qualquer base factual.
Vamos então ao futuro mais real! :)
Leperchaun.
ResponderEliminaracredite que os seus argumentos terão mais peso no dia em que alguém tiver a pachorra para os ler. Para isso basta tentar uma síntese, que é coisa que nos meus tempos se aprendia no liceu. Prometo que se não ultrapassar dois ou três parágrafos, tentarei voltar a lê-lo. Até lá terá que escrever para os outros.
Ah, é verdade, e deixe a Abobrinha em paz. Vá antes chatear as lagartinhas, que estão a precisar.
Cristy
admiro a tenacidade destes criacionistas ou neo-criacionistas ou retro-criacionistas ou lá o raio que os parta, acho que eles só se convencem no dia em que deus descer à terra e lhes disser que não foi ele que fez isto
ResponderEliminarLOL LOL LOL
Cristy
ResponderEliminarNão só o tipo não me deixa em paz como foi chatear mais uma pessoa que me visita.
Isto está a tomar proporções estranhas.
Caro Satanucho,
ResponderEliminarVocê é um optimista.
Tenho uma pergunta, se alguém quiser ter a gentileza: como é que se distingue o ERV do restante genoma?
ResponderEliminarPara mim a questão do criacionismo não é questão. Já quanto à hipótese de uma pangermia viral que causasse saltos evolutivos não tenho tanta certeza, nem informação que me faça colocar de fora qualquer das opções.
Ludwig, posso pedir-te para nos dizeres alguma coisa sobre este tópico?
Prometo que se não ultrapassar dois ou três parágrafos, tentarei voltar a lê-lo.
ResponderEliminarBem, se os parágrafos forem à Saramago... até dá! :)
Mas não é possível condensar assim tanto, e claro que aquilo que aqui escrevo já é mesmo um simples resumo. Até porque nem eu sou biólogo ou investigador em qualquer área científica, e não é possível sequer tratar de nada disto de forma exaustiva, já que tal está por certo fora das competências de quem por aqui comenta.
Deveras, mesmo as 4 pessoas ligadas à Biologia que conheço - 2 finalistas e 2 licenciados - estão a leste desta contestação que muitos biólogos fazem àquilo que consideram como simples fábula, a saber, o improvável mecanismo das mutações aleatórias para explicar a macro-evolução. Para a micro intra-espécies ainda vá que não vá, mas mais além disso é que não dá!
Este é o tema fascinante dos paradigmas ou das velhas teorias longamente aceites em ciência e que têm o (mau) condão de impedir o conhecimento autêntico e real, substituindo por mitos inverificáveis aquilo que é testável e demonstrável.
É essa a lição do vídeo, mas claro que isso não se vê à 1ª vista... é preciso cavar um pouco mais fundo! :)
Quanto a outros temas... esses não pertencem aqui, deixemo-los de parte! Ainda assim, até servem para ilustrar o facto de que, a nível do nosso comportamento, a tal racionalidade científica pode estar mesmo tantas vezes a milhas e milhas!
Ou ainda, não basta saber e pôr o tal córtex a funcionar, quando é o famoso rinencéfalo que mais nos faz actuar!
Logo, ontem como hoje e sempre...
Know Thyself! :)
É por isso que opto por ser evolucionista e não jogadora.:)
ResponderEliminarE ser parente próxima dos chimpanzés não me desagrada nada.
Talvez com o tempo e com a ciência mais gente venha a respeitar os animais e conceder-lhes a vida e o espaço a que teem direito.
Karin
Karin
ResponderEliminarA questão põe-se mais desta forma: quer queiras quer não, és parente próxima dos símios e dos outros animaizinhos. É um pouco como aquele primo teso, caloteiro e filho da mãe: pode-se tentar negar que é da nossa família, mas a verdade é que é tão da família como o "doutor"... coisas!
Outra coisa completamente foi algo que disse o Jónatas Machado em Braga e que ainda não tive tempo de confirmar. Ele disse que um grupo de austríacos (ou belgas?) iam propor ao parlamento europeu a classificação dos chimpanzés (ou gorilas?) no género "homo". Os detalhes estão falheiros, a embirração do Jónatas é uma parvoíce, mas uma coisa é certa: o a ser verdade, o Parlamento Europeu percebe o quê de Biologia? Agora a Biologia é política? Isto é... uma treta! E das gordas! A ser verdade, naturalmente!
admiro a tenacidade destes criacionistas ou neo-criacionistas ou retro-criacionistas...
ResponderEliminarÓ Satanucho... magro ou gorducho! ;)
O famoso papão do "criacionismo" já era! É certo que ainda vai servindo para inglês ver quando não há mais argumentos, e definitivamente estes vão escasseando aos defensores dos mitos erigidos à condição de teoria assente em falácias e não factos.
Schopenhauer tem um livrinho satírico e bastante divertido, "Como vencer um debate sem precisar de ter razão", onde também demonstra como nos debates ditos científicos, quando os argumentos escasseiam uma belíssima táctica de último recurso é equiparar a posição contrária a alguma teoria abstrusa ou há muito refutada. Ora aqui, o filão do criacionismo... ou agora ID... tem sido uma autêntica mina de ouro para os neodarwinistas, já que tudo aquilo que saia dos seus sagrados dogmas - nunca provados, claro! - é assim apodado e pronto, resolve-se tudo de uma penada!
O problema é que contra factos não há argumentos e muito menos teorias aldrabadas e construídas em bases fantasistas e ilógicas, no fundo, a mesma coisa que se critica aos criacionistas, afinal. Já que de ambos os lados falamos de simples afirmações de fé, pois assim deve ser sempre tomado aquilo que não é possível de verificar na observação ou experimentação prática ou não é apoiado por dados concretos.
E isto aplica-se também a outros campos muito problemáticos da ciência actual, como é obviamente o caso da física quântica que assenta grande parte do seu edifício em modelos puramente matemáticos e não totalmente verificáveis.
Olha, encontrei agora um excerto delicioso da tal obra do filósofo alemão... nem de propósito!!!
Uma maneira rápida de eliminar ou, pelo menos, pôr em dúvida uma afirmação do adversário consiste em reduzi-la a uma categoria geralmente detestável, mesmo quando a relação seja pouco precisa e tão somente de vaga semelhança. Por exemplo: "isso é maniqueísmo", "é arianismo", "é pelagianismo" (...). Assim supomos duas coisas: 1) que aquela afirmação é efectivamente idêntica a essa categoria ou está compreendida nela e estamos a dizer: "ah, isso já o sabemos!"; e 2) que esta categoria já está de todo refutada e não pode conter nenhuma palavra verdadeira.
São as famosas "etiquetas", os tais "rótulos" que servem para tudo e assim evitam muito comodamente que se possa debater uma ideia de forma séria, cordata e racional.
O problema aqui é que Margulis ou Maturana ou Varela ou Sandín e tantos outros não podem ser enquadrados nessa categoria, claro. Behe ainda se consegue encurralar, lá com o ID, mas mesmo isso não deve impedir que o seu argumento da "complexidade irredutível" seja discutido em bases científicas, naturalmente. Ora aí é que a porca neodarwinista torce o rabo, já que as objecções do bioquímico americano, aqui inteiramente secundadas pelos biólogos acima, não conseguem ter resposta cabal, pelo menos no actual estado do conhecimento científico.
O paradigma... sempre o paradigma!... é este o grande cisma e a má sina!!! :)
Talvez com o tempo e com a ciência mais gente venha a respeitar os animais e conceder-lhes a vida e o espaço a que têm direito.
ResponderEliminarSerá que isto quer dizer que temos uma 3ª vegetariana cá no espaço?! :)
Eu posso enquadrar-me perfeitamente no género feminino ou hermafrodita... Gnomos são pau p'ra toda a obra! :D
Anyway... foi agora reeditado em Portugal a obra emblemática de Peter Singer, "Libertação Animal". Livro obviamente polémico e com algumas partes dispensáveis, diga-se, mas está visto que ele gosta de ser provocador... será que também aprendeu isso em fóruns e blogs?! ;)
Logo, para um trio amante de gatinhos, como nós, é sem dúvida uma leitura obrigatória, ainda que seja importante conhecer a filiação ética utilitária e ateísta do autor.
De facto, a sua posição em temas delicados como o aborto, a eutanásia, o infanticídio e a zoofilia têm-lhe valido críticas nada meigas de todos os quadrantes.
Mas eu aqui de há muito sigo o Schopenhauer e importo-me pouco com rótulos, sempre vazios e inúteis num debate autêntico e frontal.
Há, de facto, bastantes considerações de que não gosto desse livro, mas sem dúvida merece ser conhecido, divulgado e lido!!!
PS: Ah... e tentei ser breve e de leitura leve!!! ;)
Olha, algo mais consensual, da sua obra "Practical Ethics":
If we can prevent something bad without sacrificing anything of comparable significance, we ought to do it; absolute poverty is bad; there is some poverty we can prevent without sacrificing anything of comparable moral significance; therefore we ought to prevent some absolute poverty.
Um ponto muito importante na refutação das mutações aleatórias como mecanismo para a evolução dos seres vivos tem justamente a ver com o argumento da microevolução que já por várias vezes surgiu durante este tipo de debates.
ResponderEliminarCreio, aliás, que a mais simples lógica deveria bastar para ver como é um simples disparate considerar que a adaptação - fenotípica ou genotípica - do organismo ao seu meio ambiente é fruto de alguma mutação às cegas, até aparecer uma que sirva um propósito útil. Este é o tipo de raciocínio... bem metafísico, por sinal!... que envergonharia qualquer criança da pré-primária, mas parece que muitos ilustres cérebros não se coibem de o fazer, mesmo que noutras circunstâncias.
O famoso exemplo das mariposas que mudaram de cor ou das bactérias que adquiriram resistência aos antibióticos e ainda os insectos resistentes aos insecticidas são todos demonstrações claras dessa interacção dos organismos vivos com o seu meio ambiente. E o mesmo se diga dos microrganismos comedores de nylon e petróleo e por aí.
Para a moderna biologia, essa adaptação bem sucedida nada tem a ver com mutações aleatórias e sem sentido num indivíduo isolado que assim perpetuaria a sua descendência, mas antes com a capacidade de comunicação entre o organismo e o meio, o qual proporciona um guia, por assim dizer, para as tais modificações genéticas favoráveis à sobrevivência da espécie.
Ora acontece que isto é diametralmente oposto ao velho mito do aleatório e cego, ainda que para já até se possa dispensar qualquer consideração quanto à inteligência da natureza ou dos organismos envolvidos nesta interacção mútua. E, ainda assim, se a inteligência é a capacidade de adaptação para a resolução de problemas, é óbvio que tal qualificação ficaria aqui muito bem.
Logo, a questão NÃO tem a ver com a evolução dos organismos de per si, isso é pretender desviar o problema para terrenos esconsos. Aquilo que o novo paradigma propõe é tão simplesmente o abandono de proposições metafísicas impossíveis de provar, em favor de uma nova teoria da evolução assente naquilo que é efectivamente o fruto da observação concreta nos seres vivos onde ocorre o fenómeno da microevolução.
Afinal, se os darwinistas ou seus primos neos tanto defendem os "pequenos passos", por que não começar por explicar aquilo que pode ser mesmo comprovado antes de avançar para generalizações muitíssimo mais problemáticas e inconsistentes?!
Esta é a investigação de ponta na Biologia já do séc. XXI, a cobra vai largando a pele velha... mais um bocadinho e já está... deixa p'ra lá!!! :)
Abobrinha
ResponderEliminara questão o que define um ser humano já é antiga. Escritores e cientistas como I.Asimov e A.C.Clarke já analisaram esta questão em romances onde se discute direitos iguais para robots sofisticados, extra-terresres e mesmo grandes símios.Para mim a questão de direito à vida não passa só por termos um ADN muito semelhante a seja quem for (parece que o ADN duma árvore também não é assim tão diferente do nosso), mas por uma questão de ética e respeito. Se um extra terrestre que não tivesse rigorosamente nada a ver com o genoma humano, mas que fosse inteligente, existisse, não se teria de dar-lhe os mesmos direitos humanos que reenvindicamos só para nós?
Karin
Não Leprechaun, não sou vegetariana, nem eu nem os meus gatinhos. Meus gatnhos são carnívoros e eu sou ominívora, como os ursos.:)Tento ser moderada e criteriosa na escolha dos meus alimentos, mais nada.
ResponderEliminarKarin
Karin
ResponderEliminarUma coisa é o que é a ética humana e a ética animal. Outra é o que faz de nós humanos em TODAS as vertentes (biológicas, filosóficas, éticas, ...). Outra é... aquele ramos da Biologia que me falha o nome e que classifica os animais... taxo... bolas... eu sabia isso!
O que eu quero dizer é que o Parlamento Europeu não é formado por biólogos, pelo que não pode pronunciar-se sobre isso: seria ridículo e nem sequer seria válido. Dito isto, teria que ser verdade o que eu disse que o Perspectiva disse.
Acho que uma tendência que se verifica com a evolução do conhecimento, da liberdade de pensamento e do desafogo económico é que cada vez mais tratamos o resto dos animais com dignidade e ética (e sobre isso é legítimo que legisle o Parlamento Europeu). Sentimo-los mais como nós. DNA à parte.
Os gatinhos não podem MESMO ser vegetarianos, senão morrem. Os cães, estranhamente, podem ser vegetarianos.
NCD,
ResponderEliminarNão é a minha àrea, por isso só posso dar umas luzes. Uma forma de identificar sequências de retrovirus é pelas transcriptases reversas. É uma classe de enzimas que sintetiza ADN a partir de uma cadeia de ARN. Nenhuma célula precisa disso, porque nas células só se faz ADN de sequências de ADN (para duplicar as cadeias) ou ARN de ADN (para expressão dos genes). Só os retrovirus, que têm o genoma codificado em ARN, é que carregam genes de transcriptase reversa para se inserir no genoma dos hospedeiros.
Outra forma é por comparação com genomas virais conhecidos.
Quanto «à hipótese de uma pangermia viral que causasse saltos evolutivos», não é essa a ideia de forma nenhuma.
O que se passou é que os nossos antepassados apanhavam viroses. Ao longo de milhões de anos apanharam muitas que lhes deixaram marcas no ADN. Isso não causou saltos evolutivos nem teve nada que ver com a evolução das características dos mamíferos, primatas, hominideos, etc. Só que as marcas persistiram e agora dão mais uma de muitas evidências de ancestralidade comum.
Abobrinha,
ResponderEliminar«Agora a Biologia é política? »
A política é que sempre foi, em parte, biologia. Somos animais, seres vivos, o que fazemos faz parte da biologia.
Quanto aos direitos dos animais, não têm que ser biólogos para proibir lutas de cães, o circo romano onde matavam girafas à espadeirada e coisas desse género. E se os primatólogos podem afirmar com confiança que há primatas auto-conscientes, parece-me que é um dever de todos (biologos ou não) conceder uma protecção especial a essas vidas.
É claro que quem defende touradas vai dizer que o touro não tem direitos e quem acha que o mundo foi criado para nós subjugarmos vai pensar que isto é uma parvoice...
Ludwig,
ResponderEliminarobrigado pela resposta.
Não me referia a este vídeo, mas sim por exemplo à hipótese avançada por Fred Hoyle no Universo Inteligente e as críticas que aí são colocadas quanto teoria da evolução.
Nota que esta é muito menos a minha área do que a tua. Não estou a defender aquela hipótese, quero apenas recolher mais informação antes de descartá-la.
Uáu!!! Um vídeo sarcasticamente divertido da mui jovem e sagaz Jessica! Veio atrás de outros que estava a agora a ver no YouTube sobre a evolução, mas este sim, é claramente muito mais informativo... para além de ser apresentado por um belíssimo produto evolutivo que vale mesmo a pena ver, ouvir e então crer!!! :)
ResponderEliminarEvolution Revealed
Abobrinha
ResponderEliminarfaço minhas as palavras do Ludi.Não sei se estás a confundir o parlamento europeu com o conselho europeu. Não faz mal: ambos são compostos por seres humanos, não precisam de ser biólogos.
Na minha opinião a tendência de respeitar os animais não é de todo consequência do desafogo económico.Civilizações bem mais pobres, como a indiana, respeitam muito mais os animais do que nós. Parece-me que comparando a filosofia base dessas civilizações (p.ex. o budismo) com a nossa (p.ex. o cristianismo) é que encontramos a resposta.
Karin
Karin
ResponderEliminarConselho Europeu ou Parlamento Europeu, os biólogos é que têm que se decidir. A Biologia pode dar dicas e/ou respostas à política, mas a política não pode dar respostas à Biologia... é um perfeito disparate se assim for!
Em relação ao respeito pelos animais acho que ambas temos alguma razão: religiosamente o oriente iniciou a tendência, mas no ocidente acho que foi as condições econónicas. Whatever! Acho que temos que ser mais próximos da Natureza... sem chegar ao extremo do Pato Donald, como no meu último post!
Leprechaun,
ResponderEliminarDiz-me só duas coisas, qual é o sentido dos teus comentários? qual ou quais as teses que defendes; só as headlines please.
Tocastes em muitos assuntos e, confesso, perdi completamente o fio condutor (quero crer que existe:)), é que num momento pareces defender um ponto de vista e, logo mais à frente pareces defender o contrário.
"Quanto aos direitos dos animais, não têm que ser biólogos para proibir lutas de cães, o circo romano onde matavam girafas à espadeirada e coisas desse género. E se os primatólogos podem afirmar com confiança que há primatas auto-conscientes, parece-me que é um dever de todos (biologos ou não) conceder uma protecção especial a essas vidas."
ResponderEliminarAparentemente e pelo que mostram os estudos os chimpanzés são efectivamente auto-conscientes. OU seja tem consciencia do seu ser e reconhecem-se ao espelho. Mas pelo que sei que já me afastei disso há algum tempo, outros primatas menos evoluidos não tem essa consciencia.
Parece-me é que por não a terem não deixam de ter o direito de serem protegidos da brutalidade humana...
- com -,
ResponderEliminar«perdi completamente o fio condutor (quero crer que existe:))»
Você é um optimista:)
Joaninha,
ResponderEliminar«Parece-me é que por não a terem não deixam de ter o direito de serem protegidos da brutalidade humana...»
Concordo que a auto-consciência não é condição necessária para que os animais tenham protecção legal contra actos crueis. Para isso parece-me suficiente a capacidade de sentir dor.
Mas proponho que a auto-consciência é suficiente para justificar a protecção legal da vida desses animais, independentemente de questões de sofrimento, crueldade, etc.
Ludwig e Joaninha
ResponderEliminarUma coisa não tira a outra, mas os humanos ainda não têm proteção legal suficiente na prática.
Dito isto, concordo com vocês. A humanidade tem que ser mais ética para com o resto dos bichos. Ao ser vegetariana eu sei que sou exagerada: matar para comer faz parte da nossa natureza (e não tem nada de fundamentalmente errado). Mas usar a crueldade animal para entretenimento e mercantilismo excessivo parece-me simplesmente mal e todos ganharíamos em mudar essa situação.
Ó Leprechaun,
ResponderEliminarEntão não sabes que não podes ter duvidas?
Não sabes que o ultra-dogmatismo científico não admite desvios?
Mau mau, vamos lá ver se organizas essas ideias, ou nunca mais lemos os teus comentários.
Karin, abobrinha, fica aqui um link interessante para a vossa discussão
ResponderEliminarhref="http://ec.europa.eu/research/rtdinfo/special_ms/04/article_2314_de.html">aqui
Cristy
Cristy
ResponderEliminarAlguns de nós já não sabem ler mais alemão que "olá, tudo bem"!
Estou a brincar contigo (vira-se facilmente para inglês). Tenho que ler com calma. Obrigada pela sugestão.
Abobrinha,
ResponderEliminarpeço desculpa. A verdade é que li a entrevista em alemão. Fui ver se existia em português para pôr aqui - mas nem na Europa nós conseguimos dar duas para a caixa - depois procurei pela versão inglesa, encontrei-a, e no final fiz o copy-paste errado: devem ser todas estas auras negativas contra mim neste blogue :-)Não que reivindique o estatuto de mártir já devidamente preenchido por outros
Cristy
Cristy
ResponderEliminarnão consigo abrir, faltam-me letras no blog do Ludi
Bjs Karin
Olá Shaqtale,
ResponderEliminar«Então não sabes que não podes ter duvidas?
Não sabes que o ultra-dogmatismo científico não admite desvios?»
Pode dar um exemplo concreto?
«Mau mau, vamos lá ver se organizas essas ideias, ou nunca mais lemos os teus comentários.»
Isso não tem a ver com ciência mas com paciência...
Karin,
ResponderEliminarVai aqui para a versão inglesa e aqui para a alemã.
Mesmo depois de 3 emails a explicar como pôr os links ela aínda conseguiu engatar tudo :)
thanks Ludi.
ResponderEliminarCristy, o artigo é interessante mas não traz nada de novo, pelo menos para quem lê sobre o assunto. É talvez uma maneira de mais pessoas, que de outro modo nunca leriam nada sobre o tema, se informarem num site idónio (que confesso que não conhecia)
Bjs Karin
Ludi,
ResponderEliminarou então as tuas instruções são arte com "m" grande? :-)
Beijos
Cristy
"Mas proponho que a auto-consciência é suficiente para justificar a protecção legal da vida desses animais, independentemente de questões de sofrimento, crueldade, etc."
ResponderEliminarE propões bem!
Então não sabes que não podes ter dúvidas?
ResponderEliminarNão sabes que o ultra-dogmatismo científico não admite desvios?
Que remédio tem ele senão admitir as evidências... mas só mesmo depois de elas entrarem bem pelos olhos dentro!!!
O problema com todos os dogmatismos e profissões de fé... racionais ou irracionais, tanto dá!... é que atrasam fortemente o conhecimento, ao serem incapazes dessa simples e natural adaptação que reside na interacção sempre necessária entre as hipóteses teóricas e as observações experimentais.
Ora isso é especialmente caricato no caso da Teoria da Evolução onde tão pouco e dificilmente se evolui, ao que se vê! Ou talvez nem seja, é o tal gradualismo lento... lento... lento... do homo sapiens preguiça... mexa-se um bocadinho mais, chiça! Pois, se o conhecimento fosse por geração espontânea ou mutação aleatória estávamos bem arranjados, sem dúvida!
Voltando ainda a Lynn Margulis, há que notar não apenas que o neodarwinismo cego conseguiu retardar por 20 (!) anos o reconhecimento científico das descobertas da eminente bióloga, como já tinha conseguido remeter para as calendas gregas o mesmíssimo princípio das teorias assentes na simbiose entre organismos vivos, o qual fora formulado meio século antes das observações microbiológicas de Margulis! Ou seja, ainda ela nem sequer tinha nascido e isto diz tudo!!!
All in all... aquilo que podia ter sido logo aceite algures no início do séc. XX só o foi já em finais do século, isto é, a cegueira dogmática daqueles que põem a teoria à frente dos factos conduziu a um monumental atraso superior a 6 dezenas de anos!!!
Ora bem, um nanosegundo na eternidade evolucionária... de facto nada, só brincadeira pegada!
Aliás, há que realçar até a coerência dessa cegueira, sejamos justos! Pois é perfeitamente natural que quem defende o mito absurdo, ilógico e inverificável de uma evolução lenta e gradual através de mutações cegas e aleatórias, dê o exemplo daquilo que afirma! Mais a mais, não sendo clericais, é óbvio que não convinha nadinha a tais doutas sumidades seguir o mau exemplo do Frei Tomás, óbvio! Assim, fazem mesmo o que dizem: são cegos e andam às cegas e precisam mesmo de um grande milagre biológico para abrirem os olhos, o que já vai acontecendo, século e meio volvido... eureka! :)
Mas há ainda que deixar a poeira assentar, pois as ilações sociais e filosóficas do novo rumo que a teoria da evolução... aquela assente em factos reais e observáveis e não em meros mitos que em nada se distinguem dos criacionistas: fé é fé!... está a tomar colocam a questão da vida na Terra noutro plano diametralmente oposto àquele que durante demasiado tempo nos quiseram fazer ver.
E é isso que caracteriza um novo paradigma: uma visão fresca e clara, um outro caminho e uma rica sina! :D
Ao ser vegetariana eu sei que sou exagerada: matar para comer faz parte da nossa natureza (e não tem nada de fundamentalmente errado). Mas usar a crueldade animal para entretenimento e mercantilismo excessivo parece-me simplesmente mal e todos ganharíamos em mudar essa situação.
ResponderEliminarMuitíssimo bem, ó Alma nobre!!!
E isso nada tem a ver com opções vegetarianas ou não, como correctamente afirmas. Afinal, as plantas também possuem sensibilidade e são igualmente seres vivos. As tais culturas a que, na nossa pomposa ignorância enfatuada, chamamos de "primitivas" ou tribais, sempre souberam que o alimento é uma dádiva... seja da natureza ou dos deuses, não importa. E os rituais de caça, por exemplo, nada mais eram senão essa funda magia da gratidão pela sobrevivência que, por vezes, tem também de ser feita à custa de outra espécie que se sacrifica para a nossa própria necessidade.
Ver essas manifestação de espontânea religiosidade natural como simples superstição é uma prova de brutal ignorância, mil vezes mais funda do que a desses seres gentis mas corajosos, que sabiam ser gratos por aquilo que a vida generosamente lhes dava.
Deveras, é inteiramente verdade que só possuímos mesmo aquilo que agradecemos. O simples acto de beijar o pão ou dizer uma oração antes das refeições é um ritual absolutamente maravilhoso que nos põe em comunhão com essa natureza que nos é tão superior na sua magnífica imensidão!
Irmão Lobo... Irmão Sol... Irmã Lua... Irmã Morte... este panteísmo natural é a expressão dessa vivência de união da Alma com o Todo... o Homem e a Natureza nesta ínclita Beleza! :)
And YOU ARE that Beauty too...
Rui leprechaun
(...learn to see IT within YOU! :))
qniktEsse topico muito me surpreende...
ResponderEliminarOs retrovirus são muito semelhantes aos retro-transposons; no que diz respeito aos mecanismos de inserção ( arbitraria ) e mobilidade ( arbitraria ) [:D]