Darwin e Deus
já têm blogs.
Charles Darwin's blog, onde ele explica, entre outras coisas, as razões para ter regressado.
E Stuff God Hates, onde Ele nos revela as coisas que Lhe desagradam. Como ser crucificado e uma data de outras coisas.
Há tretas que me incomodam. É aqui que desabafo.
já têm blogs.
Charles Darwin's blog, onde ele explica, entre outras coisas, as razões para ter regressado.
E Stuff God Hates, onde Ele nos revela as coisas que Lhe desagradam. Como ser crucificado e uma data de outras coisas.
Por Ludwig Krippahl às 8:44 da tarde
Pode conter vestígios de: gozo
O post #21 do Stuff God Hates fez com que a minha bexiga se esvaziasse de urina.
ResponderEliminarOh Lord!!
"Science"? Desde quando é que Deus "detesta" que as pessoas descubram como é que o universo que Ele fez funciona?
ResponderEliminarA ciência só é possível porque o universo tem Uma Causa Inteligente. Se o universo tivessed sido o efeito de forças randômicas, sem propósito, sem direcção, sem ordem, e sem inteligncia, tal como os ateus acreditam, a ciência seria impossível.
Esta reflexão, que me ocorreu já quando regressava a casa do meu habitual passeio nocturno, nem tem muito a ver com este tema, mas já que de certa forma ele parece pôr em oposição ciência e religião, talvez não seja de todo inapropriado deixá-la então aqui.
ResponderEliminarHoje, estive a ver esses vídeos do site Mind and Life Institute, que já referi antes. Todos eles têm a ver com cuidados de saúde e possíveis aplicações clínicas da meditação, visualização e técnicas que direccionam a atenção ou o fluxo da consciência. Em suma, aquilo que agora se chama Mind-Body Medicine.
Numa das palestras, "Compassionate and Mindful End-of-Life Care", a Dra. Joan Roshi disse algo que continua ainda a ser uma tristíssima verdade na imensa maioria dos hospitais, embora felizmente, e já desde há quase meio século, os cuidados com doentes terminais começassem a ter vida própria, passe a ironia.
What I discovered in that medical setting was that the most marginalized population in the hospital happened to be not people of colour but people who were dying. That was a a wake of call.
O contraste com esta infeliz e terrível realidade e o respeito que as grandes civilizações da Antiguidade, mormente no Oriente, tinham pela morte e pelos moribundos é enormíssimo e chocante. Deveras, se até trouxermos ainda à tona essa questão agora discutida dos direitos animais e como, desde há menos de um século, a industrialização agro-pecuária passou a maltratar os animais que servem para a alimentação humana, temos um contraste impensável entre a barbárie do séc. XX-XXI e a humanidade de há muitos milénios atrás!
A este respeito, não tem sido a ciência a devolver dignidade à vida e à morte, porque são mesmo a filosofia e a religião quem se insurge, felizmente com algum sucesso, contra uma tal desumanização que deve envergonhar qualquer Ser Humano.
Já agora, nesse exemplar do "Time Magazine" sobre o cérebro e a consciência, que estive a ver hoje à tarde, há um gráfico ou timeline "Five Paths to Understanding the Brain":
From gruesome ancient rituals to modern pharmacology, mankind had been trying to discover what's really going on inside our heads.
E não é surpresa que só se comece no Egipto e na Grécia Antiga, para além de 2 referências anteriores não localizadas.
O conhecimento ancestral da mente humana nas filosofias do Oriente, só a partir do século XIX, com James Braid (hipnotismo) e Freud, começou a ter algum paralelo no Ocidente. E, apesar de toda a enorme parafernália na investigação dos fenómenos da consciência, os praticante de técnicas antiquíssimas continuam ainda um passo à frente e a partilhar conhecimentos preciosos com a moderna ciência médica.
E o mesmo se diga em relação à ciência em geral, cujo avanço teórico é muito facilitado pelo estudo das reflexões filosóficas de há milhares de anos. Felizmente, há quem o saiba e comprove o modo como o progresso do conhecimento se faz em espiral, regularmente revisitando o passado mas de uma forma cada vez mais enriquecida
pelo progresso do presente.
Mats
ResponderEliminarNo primeiro parágrafo ias bem. No segundo meteste um bocado de água...
Espectáculo. Como descobres esses blogs?
ResponderEliminarO post de deus versus gatos é uma delícia.
Bjs Karin
Bem! Só agora é que soube desta Presidente da Microsoft recebe chuva de ovos em Budapeste.
ResponderEliminarPena que em Portugal ninguém tenha feito o mesmo quando nos vieram vender formação em Excel aos desempregados do Vale do Sousa. Vai daqui um abraço para o mancebo que se exprimiu com adequação, eloquência e vigor magiar. Um verdadeiro tretoclasta.
A esquadra de racionalistas que viça na internet (ex: os blogues que indicas) devia rever urgentemente os seus inimigos de estimação, ou cedo se cobrirá de patine pombalina sem passar pela utilidade.
NOTA: isto não é uma tentativa de Blogjacking, é só uma opinião
Bruce Lóse,
ResponderEliminarlol
No primeiro parágrafo ias bem. No segundo meteste um bocado de água...
ResponderEliminarHummm... olha que talvez não! Mas é um ponto mais de ordem metafísica do que científica, essa afirmação do Mats.
Cá por mim, penso que ele está correcto, sim. Embora, e fora do âmbito propriamente teológico, seja possível fornecer outras explicações para essa tal inteligência ou consciência ou substância imaterial de cuja manifestação proveio o Universo material.
Dito de outra forma, a matéria-energia é simplesmente a condensação da consciência primordial... o Tao original! :)
Olha, e por falar nele... Ying-Yang... Suribashi... I might go there again this saturday afternoon!
bruce lóse:
ResponderEliminarToma Steve Balmer! Não percebi bem o que o húngaro disse (qualquer coisa sobre a Microsoft roubar dinheiro ao povo húngaro), mas estou com ele.
Mats:
vamos supor que a vida surgiu de um ser inteligente. Os seres humanos já desenvolveram DNA artificial, células artificiais e olhos biónicos. É interessante que na literatura criacionista usam a ideia de que os cientistas não fizeram ainda olhos artificiais para argumentarem que foi uma divindade que os fez, mas no site da NASA podemos ler documentação sobre olhos artificiais que permitem os cegos passarem a ver. Os seres humanos não demoraram biliões de anos para fazer isso, porque são inteligentes e obtiveram o conhecimento sobre a natureza e deram um empurrão, colocando a matéria nas posições certas. Supostamente o Criador tivera o conhecimento à partida, por isso não teve de perder tempo nisso. Aliás, se é omnipotente, poderia fazer tudo em meros sete dias, ou em apenas um, ou num segundo.
Se eu tiver um baralho de cartas ordenado, procurar uma determinada carta é relativamente rápido. Se quiser ter uma sequência de um número determinado de determinadas cartas, com a nossa inteligência podemos fazer essa tarefa relativamente rápida. Mesmo se o baralho tivesse desordenado, podiamos procurar uma-a-uma, ficar com as que queremos e colocá-las imediatamente nas posições que queremos. No máximo teríamos de fazer 52 tentativas para encontrar as cartas todas, e depois é só ordenar - até podemos facilmente fazer um programa informático para isso.
Mas... e se isso for feito por mero acaso?! Segundo os criacionistas isso é completamente impossível por causa das probabilidades muito baixas. Fiz dois programas em Python para demonstrar como estão errados. Para executá-lo chamo-o com "python cards.py", parecido como no DOS.
«
N. of cards in deck: 52
N. of cards to pick: 1
Picked cards:
[40]
Press ENTER to continue»
(cada número representa uma carta diferente)
Depois aparece uma lista de tentativas que são feitas aleatoriamente. Output:
«N. of cards in deck: 52
N. of cards to pick: 1
Picked cards:
[43]
Press ENTER to continue»
No output são mostradas 41 linhas, sendo a última: «41 [43]». Isto em menos de 0.09 segundos.
Agora tento com uma sequência de duas cartas. Agora vai procurar por "[27, 2]". Conseguiu em 3975 tentativas e em cerca de 0,15 segundos.
Agora com três. As cartas a procurar são: «[14, 13, 39]». Conseguiu obter essa sequência em 89538 tentativase o em cerca de 3,7 segundos.
Com quatro: «[3, 29, 31, 47]». 2722376 tentativas em cerca de 138,51 segundos! Eu, que sou um ser inteligente, conseguia fazer em menos tentativas e em menos tempo.
Com 5 cartas, demora uma imensidão de tempo que desisti... Podemos fazer uma estimativa do tempo que podia levar se o número de tentativas fosse igual à permutação das cartas. Por exemplo, se for uma tentativa, seriam 52 tentativas. Se forem 2, seriam 52*51 = 2652 tentativas. Se forem 3, seriam 52*51*50 = 132600 tentativas. Se forem 4, seriam tentativas 6497400. Se forem 5, seriam 311875200 tentativas. Isso dá uma probabilidade de 0,000000003, ou seja, 0,0000003%, para conseguir a sequência à primeira.
Para 2722376 tentativas, demorou-se cerca de 138,51 segundos (uma média de 0,000050878 segundos por tentativa). Para 89538 tentativas demorou-se cerca de 3,7 segundos (0,000041323 segundos por tentativa). E em 3975 demorou-se cerca de 0,15 segundos (0,000037736 por tentativa). Nota: apesar de próximos é variável, porque usei o relógio do processador para calcular o intervalo de tempo, e quando demora mais tempo, fico a fazer outras coisas que influenciam o processamento. De qualquer modo a média é de cerca 0,000433123 segundos por tentativa. Logo para obter uma determinada sequência de cartas espera-se levar cerca de 135080,3222496 segundos para isso. Ou seja, cerca de 2251,33870416 minutos. Ou seja, cerca de 37,80577934 horas para isso.
Para uma sequência de 13 cartas, seria 0,05 bilião de anos. E com 14 cartas, seria cerca de 12 biliões de anos.
Pelas evidências conclui-se que vida na Terra surgiu um bilião anos depois da sua formação. A questão é essa:
1) Deus esperou um bilião de anos para fazer o primeiro sinal de vida, como alguém que decide esperar muito tempo para obter a sequência de cartas? Os seres humanos conseguiram em menos de 200.000 anos, e tendo de adquirir conhecimento e transmitir para tudo... Se fosse para contar desde o momento em que tiveram o conhecimento para isso, seria reduzida a uma mísera fracção desse tempo.
2) Deus demorou um bilião de anos a fazer o primeiro sinal de vida, como alguém que escolhe à aleatoriamente um determinado número de cartas de um baralho e volta, e repete outra vez até ter a sequência que espera?
3) Reacções químicas deram origem à vida como passado algum tempo, como em 2) mas sem um Deus a intervir?
Ó PAC... mas que grandes cálculos e tudo tão direitinho... puxa vida, que beleza embevecida! :)
ResponderEliminarMas olha que esse conceito de aleatório começa já a ser rejeitado pela moderna biologia, não parece fazer assim muito sentido. Isto como mecanismo evolutivo principal, note-se, já que pode continuar a ser visto como acessório sem problemas. Porém, o simples facto da matéria ter uma notável capacidade de auto-organização - algo muitíssimo interessante e intrigante! - remete a aleatoriedade para um plano secundário.
Ou seja, a teoria da evolução está a ser reescrita de uma forma que filosoficamente é muito significativa.
Contudo, se o criacionismo postula uma entidade - Deus - exterior ao Universo, é claro que aí não há pontos de contacto com a ciência. Mas o mesmo já não se passa no conceito bem mais simples e realista do Deus imanente ou o Universo consciente.
É por isso que insisto que a progressiva descoberta dos mecanismos que envolvem a consciência nos irá trazer muitas e grandes surpresas.
Por fim, esse conceito de aleatório e, mais ainda, do acaso tem muito que se lhe diga em termos filosóficos e mesmo até matemáticos. Especulativamente, pode dizer-se que se trata tão somente do livre arbítrio da natureza, que não é determinística, logo escapa ao conhecimento perfeito. É também por isso que a física quântica tem de facto implicações filosóficas profundas, as quais estão notavelmente próximas das antiquíssimas concepções orientais sobre a realidade última.
Bem, chamam-me de outro lado. Alguém que lê o que se escreve aqui mas não participa e me diz que é precisa uma grande dose de paciência para filtrar o que dizes.
And I surely do agree...
Rui leprechaun
(...I'm so Self-centered on Me! :))
Confesso, estou com o Sgt, ri-me que nem uma perdida com o blog Stuff God hates
ResponderEliminarRaios te partam, mano, como se não perdesse já imenso tempo com o teu blogue, agora perdi(me)horas a ler este. Nada de sugestões pelos próximos tempos, está bem?
ResponderEliminarCristy
Olha o Leprechaun aqui!
ResponderEliminarSerá que Deus podia evitar ser sacrificado e conseguir o que queria?
ResponderEliminarleprechaun,
ResponderEliminarpelo que sei a suposta parte aleatória está na descendência com modificações; dito de outra forma, nas mutações. Pelos menos chamamos aleatório a tudo o que não controlamos ao ponto de saber o que é que vai sair dali. Se podermos calcular todas as forças aplicadas num dado ao ponto de saber qual vai ser o resultado, então deixa ser aleatório. O conceito depende da imprevisibilidade. Se a natureza tem um livre-arbítrio e não é determinística - pelo menos em parte -, então é aleatória, tal como as partículas atómicas. Parecem não ter uma causa, pelo menos no sentido clássico, e
assim as suas trajectórias não podem ser calculadas - daí o Princípio da Incerteza. Apenas podemos contar com probabilidades. O espectacular é que para explicarem os fenómenos estranhos surgiram uma imensidão de hipóteses, como a ideia que podes construir uma máquina em que permite nuns mundos suicidares-te, e noutro mundo seres potencialmente imortal. Mas a Teoria Quântica ainda é uma criança...
As mutações podem ser aleatórias - pelo menos nunca vi alguma regra para prevê-las -, mas a selecção natural não é, tal como a selecção artificial e uma parte dos Algoritmos Genéticos não são aleatórios (tecnicamente, em geral na computação diz-se que são pseudo-aleatórios, mas isso não é muito relevante).
Anyway... a questão não estava em explicar como funciona a evolução. Isso é irrelevante para o argumento. A questão está na ideia de um Deus a quem bastava estalar os dedos para fazer uma coisa que os seres humanos conseguem em relativamente pouco tempo, mas que pelos vistos demorou um bilião de anos a acontecer. O problema não existe num Deus alheio ao mundo, mas a quem acha que os seres vivos surgiram por geração espontânea por um Criador omnipotente usando pó. Aliás, começando por um homem, depois as plantas, a seguir os animais para serem "ajudadores" do homem - mas que não serviram para isso - e finalmente uma mulher. Mas pensando bem, isso explicaria porque pastores entretêm-se com as ovelhas...
Amar All
PAC-man
Produção Agrícola Comum
Personal Computer
Aliás, o "Pedro" é porque é rijo como uma pedra; "Amaral", é porque deve-se amar todos. Ah, e há uma gralha no "Couto".
Leprechaun e Pedro Amaral,
ResponderEliminarVocês até podem falar bem, mas falam muito. Muito do que vocês dizem passa-me ao lado porque é tão longo. Não estou a dizer que não seja verdade, mas devido ao facto de ser tão longo, a maior parte nem é lido como deve ser.
Este blog não é meu portanto nem tenho o direito de dizer isto, mas se forem a comentar algo que eu disse, ao menos tentem pôr algo mais curto.
God blezs
Mats,
ResponderEliminaro que disse pode ser resumido a isso:
1) seres humanos já fizeram DNA artificial, células artificiais, olhos biónicos, etc. (coloquei referências);
2) desde a formação da Terra, foi levado cerca de 1 bilião de anos até surgir o primeiro vestígio de vida;
3) mostrei como com o puro acaso (no sentido de aleatório) pode-se chegar a um fim com tempo suficiente (foi a parte demorada);
4) portanto, se existe algum Deus:
a) demorou mais tempo a fazer algo que os seres humanos fizeram em relativamente pouco tempo (mesmo contando com o tempo para adquirir o conhecimento para isso);
b) deve ter demorado o mesmo tempo a fazâ-lo igual ao que poderia ser feito por eventos aleatórios;
Podia ter feito só essa pergunta: por que é que Deus mais tempo do que humanos a fazer algo que nesse tempo poderia ter sido fruto de meros eventos aleatórios?
Mas é quase certo que não ia ser entendida nem analisada por quem me dirigi...
Ah, e Mats,
ResponderEliminarcoloquei uma pergunta muita simples: "será que Deus podia evitar ser sacrificado e conseguir o que queria?" Coloquei-a por causa disso (...) "Ele nos revela as coisas que Lhe desagradam. Como ser crucificado" (...)