segunda-feira, maio 26, 2008
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Há tretas que me incomodam. É aqui que desabafo.
Esta noite a Phoenix aterrou (amartou, melhor dizendo) sã e salva. Até já mandou postais e tudo.
Para celebrar deixo uma graçola que vem só um pouco a propósito mas que encaixa noutras discussões deste blog.
Por Ludwig Krippahl às 10:35 da manhã
Estive a ver as outras imagens, sabes porquê é que não são a cores?
ResponderEliminarBjs Karin
PS. se calhar é por causa dos dragões.:)
ResponderEliminarBjs Karin
Karin,
ResponderEliminarOs sensores (CCD) apenas indicam a intensidade da luz. Para fotografar a cores as máquinas normais usam um sensor com filtros para as várias cores "pintados" no próprio sensor (imagina um tabuleiro de xadrez a várias cores). Isso é prático mas não é muito bom porque reduz a resolução e a eficiência do sensor.
Máquinas a sério como esta usam um CCD sem filtros pintados e, para fotografar a cores, usam vários filtros na objectiva para tirar várias fotos a diferentes cores e depois juntam-nas numa só.
Isto está um bocado confuso, mas o bottom line é que são todas a PB mas umas são tiradas a cores diferentes e algumas pode-se juntar para criar imagens a cores.
Aqui já há alguns exemplos.
Ludwig
ResponderEliminarDizes tu que eles dizem que a sonda amartou! E tu, estavas lá para ver? Não, pois não? Ninguém estava lá para ver!
A graçola está absolutamente linda. :-)
ResponderEliminarAbobrinha:
ResponderEliminare mais: alguém viu lá gaivotas? Não, pois não? Então está tudo dito ...
Cristy
As fotos são lindas.
ResponderEliminarJá agora, essas cores são mais ou menos o que nós veríamos se estivessemos lá ou não?
Bjs Karin
O Dragão vai ter uma cãibra só de tentar apagar estes dois últimos posts. Só ao fim de várias horas é que se aperceberá que só no blog dele é que isso é possível, ofendendo de seguida a tua família até à 15.ª geração; periquitos, gatos e porquinhos-da-índia incluídos
ResponderEliminarKarin,
ResponderEliminarNão sei se essas são preliminares ou se já estão calibradas, mas a Phoenix está preparada para que se possa calibrar as cores com bastante rigor. Vê aqui
obrigada. Não me mates, mas agora não entendí como é que os ímans vão evitar a poeira.Custa-me acreditar que todo o pó em Marte é ferroso.
ResponderEliminarSe isso resultar vou encher a casa de ímans e nunca mais limpo o pó.
Bjs Karin
Karin,
ResponderEliminarNão te mato, mas dou-te isto para ler. Há coisas piores que a morte BWAHAHAHAHAHA! :)
Cristy
ResponderEliminarQueres com isso dizer que não há gaivotas em Marte? É isso que queres dizer? E como é que sabes? Já lá estiveste para ver por acaso?
Na volta Marte não existe para começar! É que eu nunca a vi!
A piadinha tem muita piada, mas cá para mim essas fotos são de um deserto qualquer nos estates :)
ResponderEliminarJá agora convém ver a imagem da sonda a descer na atmosfera marciana, tirada por uma sonda orbital. Está no Bad Astronomy e noutros blogs também.
ResponderEliminarSomos nós a chegar lá!! De facto compreendo o espanto do Phil Plait. Os cientistas do projecto devem sentir-se pais babados a olhar para o pára-quedas.
A vida pública é hoje ateia ou agnóstica. Ouve-se muito criticar a tolice e o delírio das religiões, mas raramente se refere a fragilidade intelectual da própria atitude ateísta que, com todo o respeito, é muito inconsistente.
ResponderEliminarRecusar Deus é uma crença como as outras. No fundo trata-se de ter fé na ausência divina. Mas esta crença considera-se a si mesma lógica e natural. A Antropologia e Sociologia sérias mostram o oposto: a religiosidade é o normal em todas as culturas e épocas. O ateísmo é uma construção tardia e artificial de elites, sobretudo desde o Iluminismo. Mantido em ínfima minoria, agora está em clara decadência. Vendo- -lhe a lógica interna, percebe-se porquê.
O agnosticismo, hoje variante dominante, justificar-se-ia se a existência de Deus fosse inconsequente e negligenciável. Mas ignorar a possibilidade de Deus é como desinteressar-se da existência do pai, benfeitor ou patrão, senhorio ou polícia. E se Ele aparece? Os verdadeiros agnósticos, com reais dúvidas, são poucos porque a maioria assume a resposta negativa implícita, vivendo um ateísmo disfarçado. O disfarce evita as dificuldades conceptuais e empíricas do ateísmo aberto, superiores a qualquer religião ou ideologia.
A dificuldade mais visível vem da existência da realidade. Porque há algo em vez de nada? Porque existe ordem, não caos? A resposta ateia era recusar a questão, porque o universo sempre existira assim, mas a teoria do Big Bang explodiu essa certeza e deu solidez científica ao facto da Criação.
Eu e o mundo, as coisas, pessoas e outros seres não existiam e passaram a existir. E existem de forma harmónica e coerente. A realidade é um infinito mosaico de minúcia e complexidade incompreensíveis. A ciência demonstrou que variações infinitesimais de parâmetros fundamentais, das forças do núcleo atómico à densidade do universo, torná-lo-iam impossível. Uma obra supõe um autor. Falar em leis da natureza apenas recua a questão para a origem dessas leis. Seria supina tolice supor um relógio surgindo perfeito das forças fortuitas da geologia e erosão. Um cérebro, muito mais complexo, quem o fez?
A resposta ateia tem de ser que o acaso de milhões de anos conduziu de uma explosão ao sorriso da minha filha. Ou o acaso é Deus, e o ateísmo nega-se, ou essa explicação é muito mais frágil que supor um Autor para a cosmos. Não tem certamente motivos científicos, ou até razoáveis, a recusa da hipótese plausível de um Criador inteligente. Muito inteligente.
Uma segunda dificuldade vem de dentro. Todos os humanos sentem em si uma ânsia de justiça e verdade, um sentido de bem e mal. Os actuais direitos universais apenas corporizam essa herança original e nela se justificam. Alguns valores são comuns, na enorme variedade de culturas e hábitos. Essa mesma variedade confirma que tal não pode vir de construções históricas e sociais, porque subjaz a todas.
A violação da lei moral apenas confirma a sua existência. Muitos conseguem suprimir em si esta busca da justiça (embora a sintam quando vítimas), mas o trabalho que dá apagá-la revela a inscrição na própria identidade da raça. Uma lei implica um legislador. Como podem meros atómos de carbono, aglomerados em aminoácidos e evoluindo pela selecção natural, gritar que salário digno é valor universal?
O terceiro e pior obstáculo do ateísmo é a ausência de finalidade. Para o ateu este universo, sem origem nem orientação, também não tem propósito. Bons e maus têm o mesmo destino vazio. Saber que vivemos num mundo que se dirige à morte e ao nada faz de nós os mais infelizes dos seres. Se Deus não existe não existem o bem, a moral, a própria razão. Esta crueldade ontológica é tão avassaladora que poucos que a afirmam a enfrentam com honestidade.
A fragilidade lógica do ateísmo é pouco relevante por ser um fenómeno elitista ocidental contemporâneo que, exportado à força pelo marxismo, está em extinção. A única questão interessante é saber porque coisas tão simples foram escondidas aos sábios e inteligentes e reveladas aos pequeninos.
João César das Neves
professor universitário
naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt
http://dn.sapo.pt/2008/05/26/opiniao/a_fragilidade_uma_crenca.html
"Se Deus não existe não existem o bem, a moral, a própria razão."
ResponderEliminarPlatão refutou a ideia de que Deus é o fundamento da moral no diálogo Êutífron. Hoje não há filósofos que defendam tal coisa, mesmo entre os filósofos religiosos. Mas o João é que sabe, claro. Em terra de cegos.
Um filósofo murcho
ResponderEliminar20 Maio 2008 | por João Galamba
Desidério Murcho gosta de falar em nome daquilo que ele considera que a filosofia realmente é. E tem por hábito achar que umas expressões avulsas de certos filósofos chegam para descredibilizar todo o seu pensamento. Na sua homilia de hoje (no P2 do Público), Desidério começa com uma definição, que não questiona e que para ele é auto-evidente. Se há algo que trai a tradição iniciada por Sócrates são estas certezas dogmáticas e nada dialécticas, sobretudo quando vindas de alguém que se apresenta como filósofo. O resto do artigo são umas diatribes sem sentido, em que Desidério transforma uma maneira paroquial e redutora de encarar a filosofia no seu paradigma fundador. Para Desidério a filosofia é uma espécie de método preciso e rigoroso que nos permite chegar desapaixonadamente à verdade. Ele acha que a filosofia sempre foi aquilo que sugere, não percebendo que aquilo que a sua posição pressupõe tem uma história e, grosso modo, não existia antes de Descartes. Mas nada disto interessa, porque Desidério acha que a filosofia e a história da filosofia são disciplinas autónomas (algo que ele repete abundantemente nos seus escritos).
Sem nomear o autor que critica, Desidério atira-se a Heidegger, não se preocupando verdadeiramente em tentar perceber o que Heidegger entende por Ser ou o que significa o ser-humano enquanto Ser para a morte. Em relação à palavra Ser, Desidério descontextualiza (como filósofo analítico que é) o termo e acha o Ser é um objecto que substituiu Deus, ignorando que Heidegger foi dos filósofos que mais criticou o paradigma objectivista que a crítica de Desidério necessariamente pressupõe. Quanto ao ser-humano Desidério acha que Heidegger defende uma mistificação e diz que ser para a morte é uma “intrujice”. Para Desidério, Ser para a morte não é diferente de um ser que morre, revelando toda a sua ignorância do significado e dimensão existencial da filosofia Heideggeriana.
Desidério Murcho é um filosofo analítico empedernido e cego que acha que a filosofia é uma disciplina preocupada com o saber e a verdade, objectivos alcançáveis recorrendo a algo inspirado na lógica e nos métodos das ciências. Mas ele esquece que este caminho pressupõe noções de verdade, razão, sujeito, objecto, que, ao contrário do que ele assume, não são auto-evidentes e têm sido criticadas por diferentes autores.
A filosofia que Desidério Murcho representa pretende suprimir qualquer elemento inspirador, esquecendo-se que, desde os seus primordios, o eros é um elemento constitutivo da actividade filosófica. A sua defesa de uma filosofia desapaixonada transforma-a numa disciplina árida, preocupada com a validade argumentativa e fascinada pela lógica. Este paradigma não só ignora a maioria das questões a que a filosofia tradicionalmente se dedicou, como se torna cúmplice com nosso tempo, traindo o elemento crítico que o próprio Desidério diz ser fundamental na filosofia.
http://5dias.net/2008/05/20/um-filosofo-murcho/#comments
Caro anónimo do copy-paste,
ResponderEliminarPedia-lhe, por gentileza, que se identificasse nem que fosse por um pseudónimo para sabermos se é o mesmo nos dois comentários e se é algum dos autores do material que copiou para aqui. É fundamental num diálogo saber se o nosso interlocutor está a falar por si ou apenas a copiar o que os outros dizem.
Obrigado.
A minha imagem favorita de Marte é esta de 2006, do Opportunity fotografado pela MRO. Mas a Phoenix a descer está lá perto...
ResponderEliminarDesidério,
ResponderEliminarPlatão refutou a ideia de que Deus é o fundamento da moral no diálogo Êutífron. Hoje não há filósofos que defendam tal coisa, mesmo entre os filósofos religiosos. Mas o João é que sabe, claro. Em terra de cegos.
O Platão usou argumentos lógicos para fazer isso? E esses argumentos são absolutos, o são apenas relevantes para o Platão? E são absolutos, o que é que os faz absolutos?
O Platão disse a verdade, ou mentiu? Se disse a verdade, essa verdade tem que ser absolutamente seguida, ou é só uma verdade relativa e relevante para o Platão?
etc, etc
O Platão até pode ter usado "argumentos" qeu mostrem que sem Deus é possível fazerem-se regras morais. O problema é que essa nunca foi a questão. A questão é que sem Deus, toda a moralidade que tu fizeres, é apenas relevante para ti (pessoal, emotiva, pragmática, relativa, utilitária, etc,etc)
Além disso, sem Deus, o uso da lógica perde o seu carácter absoluto. Portanto, sempre que os ateus usam lógica para "refutar" a Deus, eles estão a provar que Deus tem que existir.
Oh, que ironia!
A ciência pode não conduzir ao Céu mas Marte está ali ao virar da esquina.
ResponderEliminarÓ Católicos,
ResponderEliminarNão vos parece ofensivo chamar a um planeta que o vosso deus fez, um nome de outro deus? Ainda por cima sabendo perfeitamente as birrinhas que o vosso deus faz com essas coisas?
Uf, ainda vivo.Afinal o pó tem mesmo ferro.(O de Marte).
ResponderEliminarDeus não gosta mesmo das donas de casa.
Bjs Karin
Kripp.
ResponderEliminar1) Não.
2) Não.
Olá AP,
ResponderEliminardizer que Marte está ao virar da esquina ou é um isulto para a ciência ou é muita falta de informação.:)
Bjs Karin
mats,
ResponderEliminarA questão é que sem Deus, toda a moralidade que tu fizeres, é apenas relevante para ti (pessoal, emotiva, pragmática, relativa, utilitária, etc,etc)
E...?
No entanto acho que também é relevante para a espécie na medida em que fomenta a inter ajuda e a cooperação. Até grupos de animais ajem nesse sentido, logo, a moralidade talvez seja mais um factor surgido da evolução.
Bjs Karin
Falar em leis da natureza apenas recua a questão para a origem dessas leis.
ResponderEliminarCorrectíssimo! Deveras, mais ainda do que leis que assentam na regularidade do comportamento da matéria, a tendência para a auto-organização desta, tanto a nível das estruturas inorgânicas - de partículas para átomos e moléculas e objectos - como mais ainda das orgânicas, logo a partir dos organismos unicelulares, é a evidência mais simples para a existência de uma "mente" ou "inteligência" inerente às partículas materiais.
Depois, é muito fácil inferir o resto... se não se for racionalmente cego, claro! :)
Logo, os "como" são fáceis, os "porquê" é que são o bico de obra:
Wny those laws? Why that regularity... even in chaos? Why that self-organization nature of matter?
A very easy answer...
Rui leprechaun
(...Intelligence! :))
mats,
ResponderEliminarEstás completamente equivocado.
A tua moral, que crês absoluta, não passa de uma opinião.
Lembras-te de tu dizeres que uma coisa são os factos, e outra são as interpretações? E lembras-te do Ludwig referir que nós só temos acesso às interpretações?
Da mesma forma, uma coisa é a Bíblia e outra são as interpretações. E nós só temos acesso às nterpretações que fazemos ou outros fazem da Bíblia, que não passam de opiniões.
Por exemplo: a Bíblia diz claramente que os escravos devem obedecer aos seus amos cristãos. Tu dizes que a Bíblia, pelo que diz aqui e ali, tem de ser contra a escravatura. Mas isso é uma mera opinião. Podes achar que está muito bem fundamentada, mas não passa de uma opinião.
Os cristãos lêm todos a Bíblia e concordam em muito pouco. E nas questões morais isso não é excepção. Há cristãos que acham que o aborto devia ser permitido, que Deus não tem nada contra a homossexualidade, que Jesus queria repartir a riqueza entre ricos e pobres. Tu podes achar que todas estas opiniões são disparatadas, mas isso é a TUA opinião.
No fim de contas, aquilo que achas que é o bem e o mal não passa de uma opinião.
Mas sem Deus há bem e mal, e ultrapassa as opiniões pessoais. Porque o nosso cérebro é real, o sofrimento e a felicidade são concretas - ao contrário do teu Deus. Se um acto traz sofrimento sem trazer felicidade ou sem evitar sofrimento, esse acto é mau, independentemente das opiniões das pessoas.
Elas podem não saber que esse acto é mau, e ser até da opinião que é bom. Mas o acto não deixa de ser mau. Nenhum "Deus" pode dizer que é bom, nem nenhuma interpretação de nenhum livro sagrado pode fazer com que esse acto passe a ser bom.
Crês que tens valores morais absolutos, mas foste novamente enganado pela religião.
Muitos religiosos hoje não têm a ilusão que tu tens a esse respeito.
Caro Luís:
ResponderEliminar1- Acha mesmo que tudo deve ter um nome?
2- Sim, fiz copy%paste por puro gozo e mera provocação. Gosto de vos ver à bulha por questiúnculas fúteis.
3- A boca "... e se é algum dos autores do material que copiou para aqui" é muito foleira!
4- Aprecio imenso a sua sabedoria, o seu conhecimento, a forma habitualmente lúcida e clara como expõe o seu pensamento; não aprecio a vaidosa superioridade moral que deixa transparecer em alguns dos seus comentários.
5- Sou confortavelmente agnóstico.
Olá KK
ResponderEliminarNão foi insulto nenhum. Foi, pelo contrário, um tributo à ciência. Vcs, amigos da ciência, é que olham para a ciência como os fundamentalistas religiosos olham para a religião.
Bj,
AP
Caro Inominável,
ResponderEliminar1- Não me chamo Luís, mas é melhor que nada. Não acho que tudo tenha que ter nome mas peço a quem fala comigo me dê uma maneira de o identificar quando fala comigo outra vez. Não acho que seja pedir muito.
2- Faça copy-paste por gozo à vontade, mas se é só para nos ver à bulha tenha a decência de explicar a intenção. Até podemos bulhar à mesma se nos apetecer.
3- Não era boca foleira. O copy-paste sem mais nada deixa na dúvida se foi o autor do trabalho ou outra pessoa que o fez.
4- Aprecie o que quiser. Aqui só come quem gosta :) Pessoalmente, não acho superioridade pedir um pouco de civismo. Afinal, não lhe estou a pedir mais do que aquilo que eu próprio faço...
5- Então desejo-lhe as melhoras. ;)
olá AP,
ResponderEliminargostei de ser chamada amiga da ciência, mas não sou fundamentalista. A ciência, ao contrário da fé, ensina-nos a ser cépticos.Só preciso de acreditar na ciência após esta ter me dado provas concretas.p.ex.: graças à ciência não tenho que lavar a roupa à mão.As máquinas de lavar existem. E funcionam. Experimenta rezar para que algum santo te lave a roupa...
Bjs Karin
Olá KK
ResponderEliminarA ciência não nos ensina a ser cépticos, dá-nos certezas. Tem mais dúvidas sobre a existência de Deus durante a sua vida um religioso do que um biólogo tem sobre a teoria da evolução (e esta tem alguns "buracos" como o Ludwig te explicará melhor do que eu).
Quanto à lavagem da roupa, respondo como respondeu uma vez Saul Bellow:
"Sei que Deus existe mas não lhe peço nada, não o incomodo..."
Bj,
AP
«Quanto à lavagem da roupa, respondo como respondeu uma vez Saul Bellow:
ResponderEliminar"Sei que Deus existe mas não lhe peço nada, não o incomodo..."»
Em todas as liturgias católicas que assisti existia sempre uma «oração dos fieis» que contradizia aquilo que o António afirma.
João Vasco
ResponderEliminarOs fiéis pediam lavagem de roupa?
António:
ResponderEliminarO Saul Bellow estava a falar da lavagem da roupa?
João Vasco
ResponderEliminarNão só mas também.
Na oração dos fieis não se segue a máxima do Saul Bellow de não pedir nada a Deus, para não incomodar o senhor.
ResponderEliminarDe resto, que ele também se estivesse a referir à lavagem de roupa é uma surpresa para mim. Enfim, espero que não tenha tido problemas de maior com a lavagem.
Felizmente existe a ciência que alguns "fundamentalistas" acreditam poder ajudar a resolver estes problemas mais prosaicos...
João Vasco
ResponderEliminarEu percebi a sua referência mas concordará comigo, sem dificuldade, que é muito diferente a "oração dos fiéis" daquilo que eu e a KK estávamos a discutir.
A citação de Saul Bellow vem num livrinho em português com o título "Acreditas? Conversas sobre Deus e a religião", edição Lucerna, onde são entrevistadas personalidades como Saul Bellow, Salman Rushdie ou Paul Auster.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarNão concordarei consigo não.
ResponderEliminarOu bem que os fieis devem pedir ajuda a Deus para resolver os problemas terrenos, ou bem que não devem.
Estar de acordo com ambas as coisas é que não faz muito sentido...
João Vasco
ResponderEliminarNão me parece que a finalidade da oração de petição seja a resolução das tarefas domésticas quotidianas. Esse parece-me mais o trabalho da ciência.
A torradeira, a máquina de lavar, o antibiótico, o xarope para a tosse, a pastilha elástica, o spray para o mau hálito, tudo isso é ciência.
Para lá da ciência existe Deus. A Ele devemos pedir tudo o que a ciência não pode oferecer.
«Não me parece que a finalidade da oração de petição seja a resolução das tarefas domésticas quotidianas.»
ResponderEliminarConcordo.
Eu pensava o mesmo em relação ao que disse o Saul Bellow, mas pelos vistos aqui o António já discorda.
Parece que na opinião do António a fé de Saul Bellow era muito condicionada pelas tarefas domésticas do mesmo. Surpreendeu-me bastante, porque eu pensei que fossem outras as questões a que ele aludia.
João Vasco
ResponderEliminarComo lhe procurei explicar (sem sucesso) a minha referência a Saul Bellow surgiu contextualizada pela lavagem da roupa da KK. Não fosse isso e o Saul não teria sido envolvido nesta embrulhada argumentiva.
António:
ResponderEliminarNesse caso, admitindo que não acha a sua própria citação completamente desadequada para o assunto que estava a discutir com a "kk", imagino que considere que Saul Bellow reflectia bastante sobre a relação entre Deus e a lavagem da roupa...
João Vasco
ResponderEliminarPenso que não. Nunca me passou pela cabeça tal coisa. Vejo mais o João Vasco e a KK a estabelecerem essa relação do que o Saul Bellow.
Julgo que a referência à liturgia, feita pelo João Vasco, surgiu mais desadequada no contexto da discussão doméstica com a KK do que a minha citação do Bellow.
António:
ResponderEliminarA menção à liturgia referia-se às palavras de Saul Bellow. Se esta lhe pareceu desadequada, isso diz muito sobre a pertinência da citação que fez...
João Vasco:
ResponderEliminarLeia a entrevista de Saul Bellow. Concluirá que era uma referência íntima, pessoal, que nada tinha a ver com liturgia mas apenas com a sua relação com Deus.
Sendo a lavagem da roupa desligada da liturgia, a minha apropriação da citação de Bellow justificou-se pelo grau intimista que escorria no meu diálogo com a KK.
Foi o João que acoplou Saul Bellow à liturgia de um modo que eu considero não adequado, tendo em vista que o diálogo decorria virtualmente na lavandaria de um apartamento, um espaço privado, e não num estabelecimento 5 a sec.
Limitei-me a recolocar o tema central: a lavagem de roupa e a relação individual de um cidadão crente com Deus. Mantive o assunto no âmbito privado, não lhe acrescentei o carácter comunitário inerente ás observações do João Vasco.
António:
ResponderEliminarSarcasmos e brincadeiras à parte, o António citou alguém a dizer o seguinte: «Sei que Deus existe mas não lhe peço nada, não o incomodo».
Este alguém, para ser coerente com o que afirma, não pode participar na oração dos fieis. Se participa, não é coerente.
E o António, se aprova o que é dito e participa na oração dos fieis, também não está a ser coerente.
Se isto veio a propósito da lavagem de roupa ou da segunda guerra mundial é irrelevante. O que eu estou a assinalar é uma contradição o acto de dizer que não devemos pedir nada a Deus, e a participação num ritual que consiste em pedir isto ou aquilo a Deus.
Off Topic:
ResponderEliminarSó a partir deste ano é que os virus existem, afinal é a primeira vez que os vimos nascer.
Aqui
"Kripp.
ResponderEliminar1) Não.
2) Não."
Tem razão António. Ele até é um tipo fixe. Os planetas com nomes de outros deuses são como os padres pedófilos, mais um ou menos um é igual ao litro.
Desde que não lhe comam as maçãs tá tudo bem.
O Sam Bellows pode ter a sua razão, mas eu acho que o Emo Phillips é que acertou:
ResponderEliminar«When I was a kid I used to pray every night for a new bicycle. Then I realised that the Lord doesn't work that way so I stole one and asked Him to forgive me.»
João Vasco
ResponderEliminarUma coisa é a oração pessoal. Outra é a oração comunitária.
Kripp
ResponderEliminarDiscordo do que afirmou. Para mim um padre pedófilo a mais ou a menos não é igual ao litro. Lamento que para si o seja. Todos, ateus ou crentes, devíamos ser contra a pedofilia.
Kripp
ResponderEliminarDiscordo do que afirmou. Para mim um padre pedófilo a mais ou a menos não é igual ao litro. Lamento que para si o seja. Todos, ateus ou crentes, devíamos ser contra a pedofilia.
Ludwig
ResponderEliminarTeria sido perdoado o Elmo Filips?
Parece-me mais justo que fosse arder no Inferno por toda a eternidade por ter roubado uma bicicleta.
ResponderEliminarAntónio:
ResponderEliminar«Sei que Deus existe mas não lhe peço nada, não o incomodo».
Tem toda a razão. Fui eu que entendi mal a frase, pois não reparei que está na primeira pessoa do singular.
Obviamente o mesmo já não se aplica se for na primeira pessoa do plural.
«Sabemos que Deus existe, e não há mal em pedirmos nada, ele não se incomoda» é uma frase que não contradiz em nada a primeira que citei.
Pessoal e comunitário são coisas diferentes, e justificam esta diferença.
Esclarecendo toda a gente, Saul Bellow não refere nenhuma máquina de lavar, pois era um pouco antiquado, presumo. Refere no entanto a pia "There´s water in the sink", no final da obra "Herzog".
ResponderEliminarApesar destes factos serem verídicos, espero que ninguém tenha necessidade de reflectir sobre os mesmos.:)
Bjs Karin
João Vasco,
ResponderEliminarEstás completamente equivocado.
A tua moral, que crês absoluta, não passa de uma opinião.
Isso é a tua opinião ou é um facto absoluto?
Lembras-te de tu dizeres que uma coisa são os factos, e outra são as interpretações? E lembras-te do Ludwig referir que nós só temos acesso às interpretações?
Então tudo são interpretações? Não há factos?
Da mesma forma, uma coisa é a Bíblia e outra são as interpretações.
Essa é a tua interpretação, ou é um facto?
E nós só temos acesso às nterpretações que fazemos ou outros fazem da Bíblia, que não passam de opiniões.
O que tu diseste agora mesmo, usando a tua própria "lógica" é uma opinião, e não um facto, certo?
Por exemplo: a Bíblia diz claramente que os escravos devem obedecer aos seus amos cristãos.
Não diz isso de certeza. Repara bem com quem o Apostolo Paulo está a falar. Ele está a escrever AOS CRISTÃOS para obedecer aos seus senhores, Depois diz aos senhoroes para tratar bem aos seus escravos/servos.
Porque é que mentes ao citar a Bíblia? Achas que não podemos ir lá e vÊr que o que citas é mentira?
Eu sei que como ateu, não te sentes na obrigação de estar do lado da verdade absoluta, mas ao menos quando citas, cita correctamente. Não és tu que te insurges contra as minhas supsotas citações "fora do contexto"? Então porque é que não segues aquilo que pregas?
Tu dizes que a Bíblia, pelo que diz aqui e ali, tem de ser contra a escravatura. Mas isso é uma mera opinião.
Tal como aquilo que acabaste de dizer é uma mera opinião, certo?
Podes achar que está muito bem fundamentada, mas não passa de uma opinião.
Tal como quando tu dizes que o que eu digo é uma opinião, é só ua, opinião.
Os cristãos lêm todos a Bíblia e concordam em muito pouco. E nas questões morais isso não é excepção. Há cristãos que acham que o aborto devia ser permitido, que Deus não tem nada contra a homossexualidade, que Jesus queria repartir a riqueza entre ricos e pobres. Tu podes achar que todas estas opiniões são disparatadas, mas isso é a TUA opinião.
Mais um pouco da lógica do ateísmo:
"Como há pessoas que interpretam uma passagem ou outra de forma diferente, ENTÃO o que eles discutem não é objctivo"
Eu posso usar a mesma lógica contigo:
Uma vez que os evolucionistas até hoje discutem ENTRE SI a melhor forma de explicar o registo fóssil, as mutações, o ADN, a Bíblia e tudo o mais, isto significa que o ateísmo é falso. Se o ateísmo fosse verdade, os ateus estariam de acordo EM TUDO.
(Repara que esta é a tua lógica, não a minha)
No fim de contas, aquilo que achas que é o bem e o mal não passa de uma opinião.
Pelo menos essa é a tua opinião.
Mas sem Deus há bem e mal, e ultrapassa as opiniões pessoais.
Ai é? E como é que sabes disso?
Porque o nosso cérebro é real, o sofrimento e a felicidade são concretas - ao contrário do teu Deus.
Isso é a tua opinião, ou é um facto? Ve l´como respondes, porque a tua reposta pode refutar o que o Ludwig vos ensinou.
Se um acto traz sofrimento sem trazer felicidade ou sem evitar sofrimento, esse acto é mau, independentemente das opiniões das pessoas.
Essa é a TUA opinião. TU é que decidiste isso. O Stalin, por exemplo, que era da mesma religiãoque tu, não se importava minimamente com o sofrimento individual. O mais importante era o aparelho de estado. O importante era o TODO e não o INDIVIDUAL.
Portanto, o que tu acabaste de dizer é só a TUA versão pessoal de "certo e errado".
Elas podem não saber que esse acto é mau, e ser até da opinião que é bom. Mas o acto não deixa de ser mau.
Dizes tu.
Nenhum "Deus" pode dizer que é bom, nem nenhuma interpretação de nenhum livro sagrado pode fazer com que esse acto passe a ser bom.
Isto, claro, é a tua opinião. Eu digo que Deus pode definir o que é bom e o que é mau.
Crês que tens valores morais absolutos, mas foste novamente enganado pela religião.
É a tua opinião, claro.
Muitos religiosos hoje não têm a ilusão que tu tens a esse respeito.
Muitos ateus pensam de maneira diferente daquilo que tu pensas, PORTANTO, usando a tua lógica o ateísmo deve estar errado.
"Apesar destes factos serem verídicos, espero que ninguém tenha necessidade de reflectir sobre os mesmos.:)"
ResponderEliminarKarin
Pelo contrário: vir aqui um dos autores mais judeus que eu conheço à baila numa discussão sobre o Catolicismo é mesmo motivo de preocupação. Não tarda nada, vais ver, começam as tiradas anti-semitas :-)
Cristy
"Apesar destes factos serem verídicos, espero que ninguém tenha necessidade de reflectir sobre os mesmos.:)"
ResponderEliminarKarin
Pelo contrário: vir aqui um dos autores mais judeus que eu conheço à baila numa discussão sobre o Catolicismo é mesmo motivo de preocupação. Não tarda nada, vais ver, começam as tiradas anti-semitas :-)
Cristy
Cristy,
ResponderEliminarse calhar a máquina de lavar não é kosher.
Daí a importância da pia na cultura judaica?:)
Seja como for, nenhom deus me lava a roupa, e o primeiro que o fizer faz de mim uma crente.
Bjs KArin
PS, eu nem sequer gosto do Saul Bellow.
Mats:
ResponderEliminarTudo aquilo que escrevi é a minha opinião. Se eu fosse da opinião oposta, não escrevia.
Mas eu sou da opinião que a terra é redonda. Sou da opinião que isso é um facto.
Nós não temos acesso senão a interpretações. Se eu fosse da opinião que a terra não existe, e que tudo o que estamos a viver é uma simulação de computador num planeta qualquer, tu não terias forma de desmentir a minha opinião. É possível que essa opinião estivesse certa e a tua opinião de que a terra existe estivesse errada.
Se tu entenderes que tudo aquilo a que tens acesso são meras crenças percebes que não faz sentido alegares que tens acesso a factos puros.
Mas se é verdade que ninguém tem acesso a factos puros, isso não quer dizer que eles não existam. Existe um mundo real, exterior a nós, que funciona como funciona independentemente da nossa opinião.
Assim sendo, nós só temos crenças, mas as crenças podem ser verdadeiras ou falsas. Nós nunca podemos saber que uma crença é verdadeira ou falsa, mas podemos ter boas razões para suspeitar.
Por exemplo: temos excelentes razões para dizer que a crença de que o Sol anda à volta da terra é falsa.
Tal como temos excelentes razões para dizer que o criacionismo é falso.
Nisto tudo, tu achas que estás noutro plano e tens acesso a factos .
Depois dizes que a minha moral são meras opiniões. Mas tudo aquilo que tu pensas que sabes, tudo aquilo em que acreditas, não passam de meras opiniões.
Podes dizer "essa é a tua opinião". Pois é. Mas parece-me uma opinião tão boa como a minha opinião de que a terra gira à volta do sol. E a tua opinião de que aquilo em que acreditas são mais do que crenças parece-me tão disparatada como o geocentrismo.
Emo Phillips é que acertou:
ResponderEliminar«When I was a kid I used to pray every night for a new bicycle. Then I realised that the Lord doesn't work that way so I stole one and asked Him to forgive me.»
Excelente esse Emo Phillips... seja lá ele quem for!!! Mesmo que nem tenha alguma vez lido ou ouvido esse outro conto do menino que olhou no fundo do poço onde diziam que Deus se escondia e se viu a si mesmo, ele também sabe... my humble respects to him! :)
Bem, é certo que roubar não é um acto lá muito social e espero que o Emo se tenha perdoado a si próprio, já que de facto não existe outro poder mais alto do que esse Deus oculto no interior...
Rui leprechaun
(...manifestação máxima do mais sublime Amor! :))
Seja como for, nenhum deus me lava a roupa, e o primeiro que o fizer faz de mim uma crente.
ResponderEliminarÓ mui divinal Senhora... mira-te e vê essa Deusa que em TI mora!!!
A roupa-deus é lavada pela água-deus na máquina-deus com o detergente-deus, mai-la energia-deus... acredita aqui no Zeus!!! :)
E TU ÉS a Altíssima Ísis Imaculada...
Rui leprechaun
(...pelos séculos dos séculos adorada! :))
PS: Ora repara, Ísis e Zeus... o Par Divino dos céus!!! :)*
(Ui! mas o mano que não leia... ignora ainda que és Deia! :))
Leprechaun,
ResponderEliminarthanks, mas deusas não lavam roupa.
Bjs Karin