Batrachomyomachia.
Um post convidado da autoria do Dr. Aragão Lacerda, palavrólogo. Obrigado ao Francisco Burnay que me ajudou a contactar o ilustre Doutor.
«Physignathus retirou-se da batalha e todos os Bathrakoi teriam sido mortos não tivesse Zeus, olhando lá do alto, dito “O que podemos fazer para os salvar?”»
(Batrachomyomachia, de autor desconhecido mas tradicionalmente atribuída a Homero)
Esta terrível batalha, descrita num belo poema épico, mostra-nos de forma clara como já os antigos Gregos se preocupavam com os problemas da poluição, degradação de habitates naturais e perda de biodiversidade. A história começa, como muitas tragédias, com uma traição. A cobardia do rei Physignathus causa a morte do seu hóspede, o honrado herói Psicharpax, leva os dois povos à guerra e quase extermina os Bathrakoi. Só a intervenção do filho de Cronos salva da extinção os súbitos de Physignathus. E o tema não está evidente apenas na história em si mas, e principalmente, no profundo simbolismo dos termos.
O termo “bathrakoi”, que designa o povo de Physignathus, remete à origem Grega da nossa palavra “batráquio” e ainda hoje reflecte algo da sua riqueza original. Os batráquios são seres metamórficos, transformistas, que perdem a sua liberdade de girino transformando-se em sapos disformes. É uma clara alusão aos malefícios da cientolice. O prurido do cientinhoso comicha-o e consome-o por dentro, rouba-lhe a autonomia e tira-lhe o sangue da guelra. O príncipe transforma-se em sapo. Por outro lado, a raiz romana desta palavra, rana, alude também aos mais diversos significados, como em “ranhoso”, “ó rana da oliveira” e, como nunca deixa de invocar, Ranunculus, o género de plantas perenes herbáceas caracterizado por singelas flores brancas ou amarelas.
Vemos neste simbolismo a luta do humano consigo próprio. Por um lado, a cientinha infecta a alma, leva à traição, à degeneração, à fealdade, à comichão e até à extinção se não for a intervenção salvítica do Divino. Por outro, na natureza e na beleza frágil das flores vemos os valores espirituais espezinhados pela cientolice impiedosa. Esta batalha épica entre bathrakos e mus não é mais que a batalha que hoje travamos para resgatar a pureza do simbolismo espiritual humano aos dejectos arremessados pela correria cega dos cientinhosos tecnorreicos.
A ignorância do simbolismo é a fonte de todo o mal social. Da degeneração moral, do imperalismo capitalista, do ateísmo desenfreado e da falta de respeito pela Pátria e Nação. Cheira-se-lhe o miasma por todo o lado. As rodas dos carros são circulares, mas o círculo simboliza o regresso à origem e a repetição infinita. Daí termos carros com cem mil quilómetros estacionados no mesmo sítio que ocupavam há anos. Na construção civil usa-se o aço para dar resistência ao betão ignorando o simbolismo desta amalgama de carbono e ferro, o primeiro representando cinzas e destruição e o último a guerra, a violência e a morte.
Só restaurando o respeito pelo valor simbólico das coisas se pode corrigir estes males. Fazer rodas em forma de cruz, um símbolo mais auspicioso, ou usar como material de construção folhas de louro e flores de laranjeira. É abrindo a janela à nossa espiritualidade, e a mente à meta-existencia do supra-empírico que os antigos tão bem conheciam, que podemos desabafar, no sentido de tirar do abafo, e livrarmo-nos do cheiro pestilento da tecnorreia desenfreada. Só assim podemos voltar aos tempos áureos do simbolismo e habitar de novo uma Terra plana assente sobre quatro elefantes e uma tartaruga, simbolicamente mais rica que este pobre ateísmo de viver numa esfera de rocha pendurada do nada.
Não me sinto digna de comentar tão brilhante exposição feita por tão ilustre e sublime figura.
ResponderEliminarRemeto-me pois ao silêncio com profunda reverencia.
Com os mais humildes e cordias cumprimentos.
:)
(...) «ignorando o simbolismo desta amalgama de carbono e ferro, o primeiro representando cinzas e destruição e o último a guerra, a violência e a morte.» (...) «Fazer rodas em forma de cruz, um símbolo mais auspicioso, ou usar como material de construção folhas de louro e flores de laranjeira. É abrindo a janela à nossa espiritualidade» (...)
ResponderEliminarComo Ben Stein disse (recorrendo à minha memória): «Uma mulher aborta a sua criança. É isso - é apenas a minha opinião - que faz a Ciência. Porque o amor a Deus, a compaixão e empatia leva-nos a um lugar glorioso. A Ciência leva-nos à matança de pessoas.»
Mas tenho de confessar uma coisa. Quando jogo o "FreeCiv" (open&free-source baseado no "Civilization") passei a militarizar as minhas cidades para poder ter tecnologia mais evoluída e para que outras nações não destruíssem as minhas construções que foram caras (era o que acontecia quando tentava logo descobrir a navegação e descobriam que estava fraquinho a nível militar). Para conseguir o "trabalho de ferro", a "construção de pontes", a "pólvora", a "metalurgia", a "electrónica", etc. preciso primeiro de conseguir o "código de guerreiro", o "feudalismo", a "cavalaria"... até para ter o "sindicato" preciso de ter antes uma "guerrilha". Por outro lado preciso de "cerimónias fúnebres" e "Misticismo" para conseguir a "Filosofia" e a "Medicina". E de vez enquando decido construir uns templos para apaziguar o povo. Será que é disso que pessoas como o Ben Stein falam?
Dr. Aragao? Dr-a(ra)gao?
ResponderEliminarQuem estiver interessado poderá inclusivamente consultar o blog de Roland Wiegran inteiramente dedicado ao assunto.
ResponderEliminarpalavrólogo?
ResponderEliminarTambém quero!!! :D
Puxa, se isso me der para pagar as malditas facturas... e que não são nadinha simbólicas, ai!... está encontrada a profissão ideal cá prò ser elemental!
É que, como aliás o insigne autor do texto me explicou, houve aí uns malvados... esses tais toinos cientinhos renegados... que roubaram o arco-íris, arrancaram-me a raiz!
Pois agora, sem o pote do tesouro... aqui peno feito mouro... e prà desgraça ser total... 'té a Sininho me quer mal! :o)
Salve-me o Homero ou Zeus...
Rui leprechaun
(...o Batráquio ou Prometheus! :))
PS: E viva a mitologia... sete mil cores só magia!!! :D
Still...
The Paradise is within
True Beauty lies inside
Happiness opens its arms
To embrace Me all the time!
um mundo sem
ResponderEliminarA'Tuin,Berilia,Tubul,Great T'Phon e Jerakeen? Inconcebível!
Karin
Dr. Aragão
ResponderEliminarIsto é tudo muito bonito e simbólico e palavroso, mas continua a não explicar porque é que as gaivotas dão gaivotas. E porque é que a cunhada do Prof. Dr. Ludwig De Krippahl achou que os filhos do referido Prof. Dr. deveriam ter gaivotas de estimação.
Ou isso ou eu entendi tudo mal e afinal eram uns porquinhos da Índia que se reproduzem como as "tubaronas" e as "dragoas" de Komodo...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarCaro Aragão,
ResponderEliminar«[...]devia poder apagar a ***** destes comentários *******! Porque raio não posso fazer isso? O Ludvigaro, apaga lá tu essa *****!»
Lamento, mas por princípio não apago comentários nem dou autorização aos convidados neste blog para o fazer. A única excepção que posso considerar é esse tipo de comentários como o seu, que até para os padrões deste blog é demasiado...
Ludwig
ResponderEliminarAndas a aprender umas coisas comigo! Foi mesmo só asneira ou foi resposta ao que alguém escreveu? Dado o contexto, vou particularizar: foi resposta ao que eu escrevi? É mesmo só por curiosidade.
Acho que devias registar os nomes dos teus personagens (acho que consegues fazer isso com o mesmo e-mail) para não responderem por ti.
Abobrinha,
ResponderEliminar:)
(olha para as horas dos comentários)
Ludwig
ResponderEliminarEu olhei, mas pensei que tinhas sido tu a ser muito rápido.
OK, foi piada 2 em 1! Got it!
Perfeitamente expectável esse comentário do "Sr. Lagartixa" (Dr. é elogio desnecessário). O seu tiquezinho que não suporta a crítica, exerça-o no seu casebre, ou será mais adequada a designação de gueto bafiento e calcificado? Ainda bem que esse tipo de pessoas estão, pelo menos na maior parte da Europa, arredadas do poder. Tanta candura e religiosidade/espiritualidade, mas no concreto só sai arrogância e prepotência em formato insultuoso. Contradição pura que não indicia bom carácter. Desnorteio fraudulento, que pelo sua inconsequência (felizmente) é risível. Julga que tudo pode, mas não pode nada. Pois é: e dizia a Lagartixa que não comentava fora do
ResponderEliminarseu caixote do lixo. Em cada duas afirmações, quatro são vómito mentiroso. Não passa de um verboso ordinário.
Epá, este Dr. Aragão parece-me uma besta armada ao pingarelho. Parafraseando o Rei D. Juan Carlos II, «Porqué no te callas, coño?»
ResponderEliminarCai no engodo. Mas o essencial mantém-se.
ResponderEliminarCaro Siegfried,
ResponderEliminarÉ perfeitamente compreensível...
Creio que o principal ensinamento que podemos retirar deste texto do Prof. Aragão Lacerda é a de que uma análise etimológica rigorosa e historicamente fundamentada pode aumentar o nosso conhecimento do mundo físico.
ResponderEliminarProf., digo, Dr.! Teses não lhe faltam certamente.
ResponderEliminarum mundo sem
ResponderEliminarA'Tuin,Berilia,Tubul,Great T'Phon e Jerakeen? Inconcebível!
By Jove! Mas quem são esses deuses que não conheço só um?!
Que mitologia é essa do fundo Cafarnaum?!
Ou quem me faz sombra assim... te quer arrancar de mim?!
Serás Deusa de outra brana... a milhares de anos-luz... e só o teu holograma... em meu ser assim reluz?!
Uma existência irreal... criada na fantasia... de um Gnomo irracional... que crê na tua magia?!
Unicórnio ou Sereia... ninfa nas águas do Tejo... a ET princesa Leia ... ou a Sita que almejo?!
Mas se és Real em Mim...
Rui leprechaun
(...me telefona... trrim, trrim!!! :))
Eu tenho um coração maior que o mundo,
tu, formosa Karin, bem o sabes:
Um coração, e basta,
onde tu mesma cabes.
Tomás de Gonzaga
(ie, eu no Brasil, séc. XVIII)
olá Leprechaun,
ResponderEliminarA'Tuin é a grande tartaruga da qual o Ludi fala, e os outros são os elefantes que carregam o mundo nas costas, isto no universo mágico de Terry Pratchett.:)
bjs Karin
Ah! O tal do Discworld!!! :)
ResponderEliminarPois, mas confesso que agora me virei mais para o "brainworld"... sou amante inconstante, sempre meio delirante!
Mas que importa a ignorância... ser tapadinho de todo... se o saber em abundância... a Karin me dá a rodos! :)
Yes! Estou na fase da engorda...
Rui leprechaun
(...'inda magro, dá mais corda!!! :))
Ludwig:
ResponderEliminarChorei a rir. O Dr.Aragão ultrapassa o réptil em verborreia, raciocínios toscos acompanhados por citações desadequadas, relacionamentos disparatados.
Só não o ultrapassa na quantidade de insultos por parágrafo, visto que não foi mais longe que "ranhoso".
Talvez nos comentários o Dr.Aragão possa enriquecer os debates com alguns palavrões, ou então a sua amiga Mazie entra em sua defesa com uma fúria avassaladora e ameaças de violência física ;)