XX Jornadas Teológicas, actualização.
Já confirmei alguns detalhes com os organizadores. A entrada vai ser livre, por isso se estiverem em Braga sem nada para fazer na próxima quarta feira à noite dêem um salto à Faculdade de Teologia e venham assistir ao debate entre evolução e criacionismo.
Se não vierem perdem o espectáculo ao vivo mas o debate vai ser gravado. A publicação da gravação depende da autorização dos intervenientes mas penso que pelo menos a minha apresentação poderei disponibilizar.
O debate vai ser moderado pelo director da Faculdade de Filosofia da UCP, que nos sugeriu elaborar uma página resumindo os três pontos principais dos nossos argumentos. Achei a ideia excelente e deixou-me mais optimista. Apesar de violar o meu limite auto-imposto para o tamanho dos posts, decidi pôr aqui o meu resumo na integra.
Há séculos que a descoberta de explicações naturais tem criado conflitos entre a ciência e religiões que propõem explicações sobrenaturais alternativas. Saliente na nossa sociedade é o conflito entre a ciência e o criacionismo evangélico cristão, que defende uma interpretação literal da Bíblia. Esta doutrina alega que o “Darwinismo” é uma filosofia naturalista e propõe substituí-la pelo criacionismo ou design inteligente. O criacionismo assenta num entendimento incorrecto da ciência enquanto método, enquanto corpo de conhecimento e da forma como a teoria da evolução se insere na ciência moderna.
O naturalismo científico.
Não foi por dogmatismo ou premissa que a ciência rejeitou as explicações sobrenaturais. Pelo contrário, no passado a intervenção divina foi a explicação fundamental para muitos fenómenos e a teologia era a “rainha das ciências”. O criacionismo bíblico foi aceite pela biologia até ao século XIX e Newton explicou a gravitação universal pela acção de Deus. Sem esta, defendia Newton, a matéria inanimada nunca poderia atrair-se à distância.
Quando a relatividade de Einstein substituiu a teoria de Newton fê-lo por explicar fenómenos que a última não cobria e por fazer previsões correctas onde a teoria de Newton falhava. E, ao mesmo tempo, fez desaparecer o mistério que Newton explicava pela acção de Deus. Esta tem sido a norma na ciência dos últimos séculos. Novas teorias científicas vingam por prever melhor e com mais rigor gamas mais abrangentes de fenómenos e por se integrarem melhor umas com as outras. E sempre, até agora, as teorias melhores são as que têm menos de sobrenatural.
Nada obriga a ciência a rejeitar Deus a priori. Foi a sistemática demonstração que as teorias naturalistas são melhores modelos deste Universo fez cair da ciência o sobrenatural.
A evolução da teoria.
Darwin deu um contributo importante à biologia. A teoria da selecção natural elucidou o mecanismo que guia a variação de características numa população tornando os organismos mais aptos a prosperar no seu meio ambiente e substituiu a ideia de espécie como um arquétipo fixo pela noção de espécie como conjunto fluido de populações.
Mas em século e meio muito mudou. A selecção natural de Darwin é hoje uma pequena peça numa teoria da evolução que inclui genes, efeitos moleculares, deriva, mutações neutras e modelos matemáticos detalhados. Darwin não podia imaginar os enormes avanços na microbiologia, genética, bioquímica e biologia molecular que confirmaram e expandiram a sua teoria. Enquanto o criacionismo opõe um mito com vinte e cinco séculos a uma teoria com 150 anos, a teoria da evolução cresceu muito para além da ideia inicial e continua a expandir-se, a revelar novas questões e a desvendar novos mistérios.
A unidade da ciência moderna.
O progresso científico não tem dado apenas explicações melhores e mais detalhadas. Igualmente importante tem sido a unificação das várias áreas do conhecimento. A teoria atómica juntou a química à física. A síntese de compostos orgânicos e a biologia molecular mostraram que a matéria viva se rege pelas mesmas leis naturais que a matéria inanimada. A descoberta da radioactividade resolveu os conflitos entre a astronomia, a geologia e a biologia. São apenas alguns exemplos do encaixe firme entre as teorias científicas modernas. O criacionismo não se opõe apenas à teoria de Darwin mas a toda a biologia moderna, à bioquímica, à física que determina a idade das rochas, à geologia, até à astronomia que nos mostra estrelas cuja luz viaja à milhares de vezes o tempo que o criacionismo permite.
Este conflito desigual põe de um lado a interpretação literal de um mito antigo e, do outro, todo o edifício da ciência moderna, um edifício construído ao longo de séculos de investigação cuidadosa, análise crítica e testes rigorosos às hipóteses propostas.
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«O criacionismo não se opõe apenas à teoria de Darwin mas a toda a biologia moderna, à bioquímica, à física que determina a idade das rochas, à geologia, até à astronomia que nos mostra estrelas cuja luz viaja à milhares de vezes o tempo que o criacionismo permite.»
ResponderEliminarÉ correcto mas omisso. O criacionismo da terra jovem também se opõe à história, à antropologia, à linguística, à cosmologia, à demografia, à climatologia, ...
Enfim, por acaso ainda não encontrei nenhuma contradição entre o criacionismo da terra jovem e a economia. Não me lembro de nenhuma outra ciência que tenha tal sorte...
Eu acho que o argumento de 'eu acredito nisto porque está escrito na Bíblia' não é suficiente.
ResponderEliminarBasta trocar 'Bíblia' por outro qualquer texto religioso, que temos uma visão diferente de tudo... Porque é que o que está escrito na Bíblia é melhor do que o que está escrito no Alcorão?
ResponderEliminarEu acho que o argumento de 'eu acredito nisto porque está escrito na Bíblia' não é suficiente.
Eu acho que o argumento 'eu acredito nisto porque um barbudo inglês, desconhecedor da ciência, o disse' não é suficiente.
Mats
Pela milionésima vez, Ludwig, a ciência e o criacionismo não estão em oposição. O naturalismo e a criação, sim, é que estão em oposição. Tu não podes usar a TUA definição de ciência como ponto de partida para um debate.
ResponderEliminarJoão Vasco,
ouvi dizer que o criacionismo também se opõe à astrologia, radiofonia, culinária, pedagogia, e, muito importante, à pediatria. De facto, nenhuma outra ciência tem tal sorte.
Mats
Caro Mats,
ResponderEliminar«Eu acho que o argumento 'eu acredito nisto porque um barbudo inglês, desconhecedor da ciência, o disse' não é suficiente.»
mas eu não acredito simplesmente porque alguém disse que era assim. Houve alguém que olhou para as coisas e postulou uma hipótese para explicar como funcionam. Outras pessoas, independentemente, olharam e confirmaram, desmentiram, e refinaram a postulação, num processo incremental que deu origem a uma Teoria.
Não é no homem barbudo que acredito, é no método científico. Acredito nas conclusões que se tiraram até agora, e acreditarei nas que se tirarem no futuro, porque estas conclusões são derivadas de experimentação e verificação prática de que a teoria permite prever acontecimentos para além de explicar causas.
No caso da Bíblia, estamos a falar de um texto escrito há 2000 anos, cujas afirmações não podem ser contestadas, experimentadas, nem sequer servem para prever nada.
Mesmo assim, ainda falta dizer-me porque é que acredita na Bíblia e não no Alcorão ou noutro texto religioso qualquer, como este.
Ricardo Silva
«ouvi dizer que o criacionismo também se opõe à astrologia, radiofonia, culinária, pedagogia, e, muito importante, à pediatria. De facto, nenhuma outra ciência tem tal sorte.»
ResponderEliminar"outra" ciência?
Acho que em ser "outra" ciência o criacionismo está na mesma categoria que a astrologia. Quanto à culinária, nunca pensei que lhe chamassem ciência. Mas se há quem chame ciência ao criacionismo...
«Eu acho que o argumento 'eu acredito nisto porque um barbudo inglês, desconhecedor da ciência, o disse' não é suficiente.»
ResponderEliminarQuem lê isto poderia pensar que às citações Bíblicas dos criacionistas os "evolucionistas" costumam responder com citações da "evolução das espécies através da selecção natural".
No entanto, os criacionistas citam mais essa obra que os cientistas. Quando se encara a ciência como uma religiao, vai-se aos "livros sagrados" e vê-se qual é o melhor. Mas isso é tudo um disparate e por essas e por outras é que o criacionismo não é ciência, nem merece mais crédito que a astrologia.
A Astrologia, mesmo sendo ao calhas, acerta mais que o parvacionismo, digo... criacionismo!
ResponderEliminarMats:
ResponderEliminarNão consigo comentar no teu blogue. O que se passa?
Mats
ResponderEliminar«Eu acho que o argumento de 'eu acredito nisto porque está escrito na Bíblia' não é suficiente.»
O "não ser suficiente", mesmo no seu ponto de vista, não invalida, como de forma implícita parece querer fazer passar, que:
«Eu acho que o argumento 'eu acredito nisto porque um barbudo inglês, desconhecedor da ciência, o disse' não é suficiente.»
Mats,
ResponderEliminarIsto de ter pouco tempo para escrever é o que dá.
O que eu queria dizer era:
«Eu acho que o argumento 'eu acredito nisto porque um barbudo inglês, desconhecedor da ciência, o disse' não é suficiente.»
O "não ser suficiente", mesmo no seu ponto de vista, não implica directamente, como de forma implícita parece querer fazer passar, que:
«Eu acho que o argumento de 'eu acredito nisto porque está escrito na Bíblia' não é suficiente.»
Mats,
ResponderEliminarIrra! está é a que eu queria escrever.
«Eu acho que o argumento de 'eu acredito nisto porque está escrito na Bíblia' não é suficiente.»
A primeira expressão, não valida, como de forma implícita parece querer fazer passar, que:
«Eu acho que o argumento 'eu acredito nisto porque um barbudo inglês, desconhecedor da ciência, o disse' não é suficiente.»
Mats,
ResponderEliminar«Pela milionésima vez, Ludwig, a ciência e o criacionismo não estão em oposição.»
Pode ser pela ésima que quiseres que continua a ser falso...
O criacionismo diz-nos para acreditar na bíblia. A ciência é um método para mudar de opinião através da dúvida metódica.
O criacionismo diz que o universo tem 10 mil anos, que houve um dilúvio mundial e que os organismos só podem evoluir um bocadinho que a bíblia não os deixa evoluir mais.
A ciência diz que isso é um disparate, que o universo tem treze mil milhões de anos, que os seres vivos evoluiram de um ancestral comum e que não houve nenhum dilúvio que inundasse o planeta inteiro.
Se isto não é oposição, é o quê?
A síntese de compostos orgânicos e a biologia molecular mostraram que a matéria viva se rege pelas mesmas leis naturais que a matéria inanimada.
ResponderEliminarEla não se rege pelas mesmas leis inteiramente. A interação entre os átomos explica biologia celular perfeitamente, mas não dá um passo adianta quando tenta explicar distribuição geográfica de uma espécie.
Até então, a Biologia se resume a Teoria da Evolução. Não podemos reduzi-la, ainda, à física ou à química.
Douglas,
ResponderEliminarRege-se pelas mesmas leis no sentido em que a vida não faz nada que a química ou a física não permitam.
Não podemos reduzi-la a estas porque a vida não faz tudo o que a física e a química permitem.
Lidi,
ResponderEliminarTenho saudades do Mario Neto!
Acho que este assunto é mais a especialidade do Constâncio Ladaínha. :p
ResponderEliminarHá séculos que a descoberta de explicações naturais tem criado conflitos entre a ciência e religiões que propõem explicações sobrenaturais alternativas. (...)
ResponderEliminarNada obriga a ciência a rejeitar Deus a priori. Foi a sistemática demonstração que as teorias naturalistas são melhores modelos deste Universo fez cair da ciência o sobrenatural.
Volto a insistir que a noção do "sobrenatural" pode perfeitamente estar incluída nessas explicações ou causas naturais. Não existe necessariamente contradição nessa admissão, bastando para isso a simples reflexão metafísica sobre a natureza última da matéria.
Por exemplo, no conceito oriental de Maya, que postula a irrealidade do mundo fenomenal como uma ilusão dos sentidos e criação da mente - uma concepção absolutamente soberba e que se deverá revelar de extrema importância no futuro paradigma do conhecimento científico - não existe distinção entre a consciência e a matéria, já que esta está de facto englobada naquela, isto é, TUDO o que existe são distintos planos de consciência, tanto fora como dentro do espaço-tempo.
Este é o monismo idealista que Berkeley popularizou no Ocidente e que alguns modernos físicos também defendem, nomeadamente, Goswami, Alan Wolf, entre outros.
Eis como Amit Goswami o explica:
"Mystics, contrary to religionists, are always saying that reality is not two things - God and the world - but one thing, consciousness. (...) The problem with science has always been that most scientists believe that science must be done within a different monistic framework, one based on the primacy of matter. (...) quantum physics showed us that we must change that myopic prejudice of scientists, otherwise we cannot comprehend quantum physics. So now we have science within consciousness, a new paradigm of science based on the primacy of consciousness that is gradually replacing the old materialist science. (...) the new paradigm resolves many paradoxes of the old paradigm and explains much anomalous data.
Mas claro que isto já está um passo além da religiosidade exotérica tradicional com a qual uma certa ciência ilusoriamente ainda se bate.
Por fim, em termos de religião, o sobrenatural significa tão somente que Deus é imanente à própria matéria, enquanto ao mesmo tempo a transcende. Omnipresente, Omnipotente e Omnisciente: estes os atributos base que são pois inseparáveis e estão presentes na mínima manifestação material ou no vácuo... whatever!
Pois tanto o ser e o não-ser...
Rui leprechaun
(...consciência hão-de ter! :))
Ó Leprechaun, olhe que o Jõao estava a falar do Ladaínha original ...
ResponderEliminarCristy
Rui leprechaun,
ResponderEliminar«Volto a insistir que a noção do "sobrenatural" pode perfeitamente estar incluída nessas explicações ou causas naturais.»
Pode. Podemos dizer que o electrão tem carga eléctrica porque dentro de cada electrão vive um gremlin invisivel e sobrenatural que tem carga eléctrica. Isso seria perfeitamente compatível com a observação, visto que fosse qual fosse a observação bastava-nos alterar as propriedades do alegado gremlin em conformidade.
Mas o principal aqui é que o gremlin é um apêndice inútil à teoria. Não é incompatível mas não é necessário. Põe-se a carga no electrão e o gremlin vai se embora.
A primazia da matéria nas teorias presentes é consequência disto também. Tenta reformular a relatividade, a mecânica quântica, as teorias das ligações químicas ou a evolução com base na consciência em vez da matéria e não chegas a lado nenhum. Essa hipótese não tem ponta por onde se lhe pegue.
"Tudo é ilusão" pode ser muito bonito no misticismo mas como base para compreender o que se passa é completamente inútil.
Ardoric:
ResponderEliminar"Houve alguém que olhou para as coisas e postulou uma hipótese para explicar como funcionam."
Mas explicar como é que as coisas funcionam HOJE não serve de suporte para a teoria da evolução. Afinal, a teoria da evolução não veio pra explicar como é que as coisas funcionam, mas para explicar como é que as formas se vida originaram sem intervenção inteligente.
Da mesma forma, se eu explicar como é que funciona um computador, isto não serve de suporte à ideia que o computador se originou sem intervenção inteligente.
Infelizmente, os darwinistas não se apercebem do seu erro neste ponto.
O que tu tens que fazer é mostrar qual é a lei natural não-inteligente, não-direccionada que tenha o poder mágico de criar sistemas de informação, tal como encontramos nas formas de vida.
Mats
Ludwig,
ResponderEliminar«Pela milionésima vez, Ludwig, a ciência e o criacionismo não estão em oposição.»
Pode ser pela ésima que quiseres que continua a ser falso...
O criacionismo diz-nos para acreditar na bíblia. A ciência é um método para mudar de opinião através da dúvida metódica."
O criacionismo diz que s evidências não se interpretam a si mesmas, e que interpretando-as de acordo com Aquele que estava lá quando o mundo se formou, as evidências são consistentes com a criação.
O naturalismo rejeita à priori qualquer intervenção Divina. Isto é totalmente contrário ao espirito da ciência, uma vez que não é científico rejeitar hipóteses por motivos filosóficos.
Segundo, o naturalismo não é científico, por isso não há problemas em haver hipóteses que vão contra o naturalismo. Dito de outra forma, podemos estar dentro da ciência mas estar fora do naturalismo, uma vez que o naturalismo não é ciência.
"O criacionismo diz que o universo tem 10 mil anos"
Não, não diz. Pelos vistos não fizeste o trabalho de casa. O qeu a Bíblia calramente diz é que o universo tem cerca de 6,000 anos, e não 10.000 anos, Ludwig. Ao menos informa-te sobre aquilo que os cientistas criacionistas dizem.
Tu não podes criticar aquilo que não conheces.
"que houve um dilúvio mundial e que os organismos só podem evoluir um bocadinho que a bíblia não os deixa evoluir mais.
O criacionismo não diz que os organismos "podem evoluir um bocadinho". Se dissesse, então seriamos todos evolucionistas.
"A ciência diz que isso é um disparate"
A ciência ou o evolucionismo?
"que o universo tem treze mil milhões de anos"
Pelo menos até novas datas serem "encontradas".
que os seres vivos evoluiram de um ancestral comum
Agora só faltam as evidências que suportem essa posição filosófica
e que não houve nenhum dilúvio que inundasse o planeta inteiro.
Só é pena que as evidências suportem o dilúvio universal.
Tal como o Ken Ham diz, "Se tivesse havido um dilúvio universal, o que é que seria de esperar encontrar no registo fóssil? Milhões de coisas mortas enterradas em camadas rochas depositadas pela água. O que é que encontrámos no registo fóssil? Milhões de coisas mortas enterradas em camadas rochas depositadas pela água."
Há imensas linhas de evidências que suportam o catastrofismo geológico. De tal forma é assim que há evolucionistas que es´tão a começar a "incorporar" na teoria da evolução o catastrofismo! Ou seja, a evolução fica a "prever" o uniformitarianismo e o catastrofismo, duas coisas totalmente opostas.
Se isto não é oposição, é o quê?
Sim, a teoria da criação está em oposição ao naturalismo, mas como o naturalismo não é ciência, não há problema.
Nós sabemos pela nossa própria experiência que o naturalismo é falso.
Mts
Mats:
ResponderEliminarPorque razão é que não consigo escrever no teu blogue?
Escrever comentários, isto é.
ResponderEliminarCaro Mats,
ResponderEliminarA Biblia nunca erra pois não?
Mats,
ResponderEliminarO conflito principal é que enquanto o criacionismo é uma crença na bíblia a ciência é um método para mudar de crenças que já incluiu o criacionismo mas que acabou por rejeitá-lo porque há melhores explicações para as evidências.
Quanto aos 6000 anos, pode ser o que tu achas que a bíblia diz mas o limite máximo aceite pelos criacionistas que rejeitam a datação científica da Terra é 10000 anos. Mas há muitas versão se criacionismo. Alguns criacionistas cristãos aceitam a idade que a ciência nos dá, e há criacionismos em muitas religiões.
Ludwig:
ResponderEliminarAcho que na Wikipedia puseram "< 10000" apenas para não causar grande polémica com os detalhes: uns criacionistas consideram que foi 6012 e outros consideram que foi 6015 (só para dar um exemplo), cada um com igual certeza de que está certo e não existe qualquer forma de convencer o outro que o seu ponto de vista é o melhor.
Para o artigo não ficar pejado desta confusão, o autor preferiu pôr "< 10 000" e englobar assim todas as variantes do criacionismo da terra jovem.
Os cerca de 6000 são mesmo um espectáculo, pois significa que o império egípcio apareceu umas poucas centenas de anos depois da humanidade ter surgido. Foram rápidos, os sacanas.
Caro Mats, quando diz:
ResponderEliminar"Só é pena que as evidências suportem o dilúvio universal."
Não terá lido este completo estudo feito por um geólogo cristão evangélico, pois não?
João,
ResponderEliminar«Acho que na Wikipedia puseram "< 10000" apenas para não causar grande polémica com os detalhes: uns criacionistas consideram que foi 6012 e outros consideram que foi 6015 (só para dar um exemplo),»
É mais que isso. A datação a partir da bíblia depende de estimar os tempos de uma data de gerações de pessoas com uma longevidade mítica de centenas de anos. Isto dá um intervalo "aceitável" de 6 a 10 mil anos. Vê, por exemplo,
«the maximum possible ages are always much less that the required evolutionary ages, while the biblical age (6,000-10,000 years) always fits comfortably within the maximum possible ages.»
É ainda mais confuso quando se considera os métodos de datação "científica" que os criacionistas usam. Vê aqui alguns exemplos.
Finalmente, o número é tirado do chapéu só porque querem que seja aquele, por isso há muitas estimativas diferentes e todas igualmente (i)legítimas.
João,
ResponderEliminarTalvez tenhas razão relativamente ao Constancio, mas eu tenho um carinho especial pelo Dr Mario Neto ;)
Mats, é ardoRic (a capitalização interessa)
ResponderEliminare vamos lá separar as coisas...
Explicar como funciona um indivíduo (de qualquer espécie) não me elucida mais sobre que processos é que levaram ao aparecimento desse indivíduo do que explicar o funcionamento de um computador não te elucidará sobre como é que se pensou e construiu o primeiro computador.
O teu argumento para me contradizer foi falacioso (na melhor das hipóteses).
Explicar como os organismos interagem HOJE e os mecanismos que permitem o aparecimento de novas espécies (vide h5n1, hiv, afins) serve PERFEITAMENTE para extrapolar como é que as coisas têm funcionado (se é assim que funciona hoje, ontem também funcionava assim e, por indução, sempre funcionou assim), e se fizermos rewind, a teoria da evolução explica perfeitamente como é que foi possível passar de organismos unicelulares para organismos multicelulares cada vez mais complexos (até chegar ao mais "avançado" dos primatas, o Homem).
A teoria da evolução explica como é que uns organismos dão origem a outros organismos, sem necessitar em nenhum ponto da intervenção divina. Não explica como é que o primeiro organismo surgiu... MAS há outras postulações (já são teorias?) sobre como é que a vida pode ter surgido sem qualquer necessidade da mãozinha de Deus.
Ricardo Silva
Ludwig,
ResponderEliminar"Mats,
O conflito principal é que enquanto o criacionismo é uma crença na bíblia
....suportada pelas evidências...
a ciência
..ou, no teu léxico, "o naturalismo"...
"é um método para mudar de crenças que já incluiu o criacionismo"
A ciência empirica, testável, repetível nunca deixou de aceitar o criacionismo. A "ciência" ( = naturalismo) é que rejeita o sobrenatural por definição.
"mas que acabou por rejeitá-lo porque há melhores explicações para as evidências."
Não existem "melhores explicações" para a origem das formas de vida que a criação sobrenatural. Todas as teorias naturalistas propostas ou foram sendo rejeitadas cientificamente, ou ainda estão à espera de evidência confirmadora.
Francis Crick propôs que a vida foi enviada para a Terra por ETs. É uma explicação "lógica", mas, tal como a teoria da evolução, não tem evidências a favor. A diferençca entre a visdão do Crick e a evolução, é que a evolução já foi totalmente refutada pelas evidências.
Quanto aos 6000 anos, pode ser o que tu achas que a bíblia diz mas o limite máximo aceite pelos criacionistas que rejeitam a datação científica
Científica ou evolucionista?
da Terra é 10000 anos. Mas há muitas versão se criacionismo.
Há muitas versões da evolução, mas quando falo contigo, eu levo em conta aquilo em que tu acreditas. Do mesmo modo, quando se fala com um criacionista da Terra Jovem, é importante ter isso em conta.
Alguns criacionistas cristãos aceitam a idade que a ciência
nos dá,
A ciência ou o evolucionismo geológico?
Mats
João Vasco,
ResponderEliminarNão sei o que está acontecer, honestamente. Já tirei do modo "spam" as mensagens que tinhas lá. Tenta outra vez e depois diz alguma coisa.
Mats
Mats,
ResponderEliminare onde estão as tais evidências da criação inteligente?
onde estão os testes repetíveis e verificáveis pelos cientistas?
A primazia da matéria nas teorias presentes é consequência disto também. Tenta reformular a relatividade, a mecânica quântica, as teorias das ligações químicas ou a evolução com base na consciência em vez da matéria e não chegas a lado nenhum. Essa hipótese não tem ponta por onde se lhe pegue.
ResponderEliminarIncorrectíssimo, ó Sábio!!!
Em 1º lugar, não existe dualidade matéria vs. consciência. Isso é o velho dualismo religioso e cartesiano corpo-espírito, que era inexistente na superior concepção filosófica do Oriente.
O monismo, quer seja o materialista do velho (ainda actual) paradigma, quer seja o idealista do novo paradigma - que é também a concepção filosófica mais antiga do Homem como ser pensante - sustenta que existe apenas uma única substância ou que tudo é UM.
Logo, não há que reformular nada, mas tão simplesmente aprofundar mais ainda qual é a natureza do Real... tal e qual!
A questão é obviamente saber se essa unidade é material ou não. Em boa verdade, a ciência actual de há muito destruiu a concepção materialista ou fisicalista do monismo, a qual sustenta que só a matéria é real. Isto é um mito, tendo em vista as teorias mais avançadas sobre o aparecimento do universo fenomenal e mesmo a investigação da natureza última das partículas. Mas aqui ainda há mais trabalho a fazer, se bem que tudo pareça cada vez mais imaterial e etéreo... tudo se dilui na consciência, é esse o último mistério! :)
Mas lá está, para penetrar melhor no significado de tais teorias é necessário saber filosofia e religião, ou a evolução do pensamento humano. Caso contrário, sem haver a tal reflexão epistemológica sobre as concepções que as descobertas da ciência nos dão acerca da natureza última do universo, permanecemos no estádio de sábios-ignorantes, incapazes de reconhecer de que forma o progressivo desvendar das últimas fronteiras da matéria nos volta a aproximar das mais antigas concepções espirituais da Humanidade.
De notar ainda que, mesmo no campo estritamente científico, este tipo de monismo idealista já existia no século XIX e sempre perfeitamente compatível com todo o progresso das ciências naturais, como o atesta o famoso biólogo e naturalista Ernst Haeckel, um darwinista convicto e dos maiores divulgadores da teoria da evolução, então nascente.
...a cada grande progresso no conhecimento profundo, corresponde um afastamento do dualismo tradicional ou do pluralismo e uma aproximação do monismo. Quando a razão funciona impõe-se-lhe sempre mais nítida a necessidade de não opor Deus ao mundo material como um ser exterior, mas sim de o colocar no fundo do próprio Cosmos como força divina ou espírito motor.
Ernst Haeckel, "Monismo"
Esta visão científica NADA tem a ver com doutrinas religiosas dualistas de um Deus transcendente ao Universo e separado deste. Ou seja, não há gremlin nenhum no electrão, cada partícula é já de per si um átomo indivisível dessa consciência que é a substância fundamental, única e real!
Por isso, insisto que sem filosofia não se vai mesmo lá, ou seja, a ciência não consegue interpretar aquilo que descobre e atomiza-se no labirinto do seu próprio conhecimento, incapaz de o unificar num todo mais vasto e coerente.
Ora é precisamente por causa do monismo idealista - que postula NÃO haver separação entre matéria e consciência, repito! - ter a possibilidade de ultrapassar várias incongruências e disparidades no modelo científico actual, que ele é o modelo inevitável do conhecimento humano no futuro... e já agora! Daí, Goswami afirmar que the new paradigm resolves many paradoxes of the old paradigm and explains much anomalous data.
Por fim, um novo paradigma NÃO destrói por completo o antigo, apenas o completa e corrige, do mesmo modo que Einstein e a mecânica quântica não invalidaram Newton e a mecânica clássica mas a aperfeiçoaram ao nível do infinitamente pequeno e da compreensão da unidade matéria-energia e espaço-tempo. Agora, só falta mesma essa unificação da consciência no novíssimo paradigma que já desperta! :)
Logo, a primazia da matéria nas teorias presentes é apenas a consequência de a ciência actual não ter ido ainda suficientemente longe e permanecer demasiado afastada da filosofia e religião não-dualistas, na sua tentativa edipiana de se afirmar como autónoma. Mas o conhecimento é um só, não há separação alguma no edifício da saber humano.
Por último, tudo isto é extraordinariamente simples de perceber se reflectirmos no facto primordial de que é a nossa própria consciência que interpreta a realidade material, ou seja, esta apenas tem existência se for percebida.
Na própria filosofia ocidental, a teoria do conhecimento de Kant já demonstrava que não podemos conhecer a essência profunda e real da substância, a coisa em si, pela simples elucubração racional e muitíssimo menos pelos sentidos ou toda a parafernália tecnológica que é deles uma mera extensão.
A ciência apenas descreve o real sem nunca deveras o conhecer, numa aproximação que somente poderá ser superada do lado do sujeito cognoscente e não do objecto cognoscível, que dele é inseparável, em última análise.
Por isso, só podemos chegar à Consciência através da própria consciência, pois é ela que fabrica não só as interpretações do real como a própria Realidade! É apenas nesse sentido que o universo fenomenal deve ser considerado ilusório, já que ele NÃO tem existência fora da consciência - não há separação entre sujeito e objecto... no dualism at all!
Mas, repito, sem filosofia não se vai mesmo lá. E a famosa teoria da unificação - seja ela a M ou outra letra qualquer - nunca poderá ser alcançada se a consciência for deixada de fora da equação... porque é SÓ através dela que sabemos... fora dela é tudo vão!!!
This is so plain to see...
Rui leprechaun
(...who could ever disagree?! :))
PS: De facto, o drama aqui é mesmo o complexo edipiano da ciência em relação à religião e à filosofia. Sendo um corpo de conhecimento muito recente, meio milénio afinal, necessita ainda de afirmar o seu espaço próprio e por isso tenta demarcar-se do ramo único do saber de onde proveio.
Daí também o facto da crescente aproximação inevitável entre ciência e metafísica ser, no fundo, apenas uma reunião ou re-ligação... a vera religião! :)
e onde estão as tais evidências da criação inteligente?
ResponderEliminarThey are in US... as sentient conscious beings, the living proof! :)
Consciência só pode provir de consciência, meaning... a matéria física é já inerentemente consciente.
É também isso que permite afirmar que não há dualismo entre matéria inorgânica e orgânica. Na própria matéria já existe vida, potencial no estado inorgânico e manifesta no orgânico.
Este é um excelente exemplo do monismo na ciência, a única falha consiste na incapacidade para se ir além das partículas-onda ou da matéria-energia, sem incluir a consciência na equação.
Ou ainda, o novo paradigma necessita de um novo Einstein e uma fórmula comparável a E=mc^2 que faça equivaler a matéria-energia à consciência que a anima... é só isto! :)
Aí sim, estará finalmente encontrada a tal teoria da unificação, cujas bases matemáticas talvez sejam mesmo muito simples... mas isso já sou eu a especular!
onde estão os testes repetíveis e verificáveis pelos cientistas?
O método científico está unicamente concebido, pela sua própria natureza, para estudar a realidade dita objectiva e separada do sujeito que a observa, como se a matéria fosse independente da consciência. Ou seja, a ciência baseia-se num erróneo pressuposto dualista que só a física quântica veio pôr em causa, embora continue a haver quem rejeite a unidade imanente do sujeito com o objecto, no tal monismo idealista que referi atrás.
Volto a frisar pela milionésima vez, que estas posições são, no estado actual da ciência, de âmbito metafísico, ainda que tais distinções devam já desaparecer no novo paradigma. Ou seja, mais do que uma simples teoria para unificar as diversas hipóteses científicas sobre a natureza do universo material, o futuro paradigma, ao incluir a consciência como inseparável da matéria-energia, irá também integrar ciência e filosofia e religião no Conhecimento único que todas são!
Óbvio que isto não acontecerá de imediato, mas será o primeiro passo para uma compreensão mais profunda daquilo que realmente É, já que todas as formas de conhecimento humano têm o mesmíssimo objectivo de desvendar a Realidade última do universo cognoscível, o qual não é tão somente material porque necessita da própria consciência para ser compreendido! Deveras, bem mais do que isso, para existir e devir!!!
Não vejo o que possa haver de tão difícil de entender ou admitir, de um ponto de vista científico e racional, em tudo isto. Aqui, o problema continuam a ser os preconceitos e a estreiteza de espírito, nada mais. E ainda talvez a excessiva especialização e compartimentização da própria ciência em múltiplas áreas, dando jus à crítica do "saber tudo acerca de nada"!
Mas uma nova era do saber...
Rui leprechaun
(...já desponta e quer viver! :))
A consciência saiu fora das leis da física, em geral, assim como da física quântica, por uma razão muito simples: é mais fácil deixar as coisas assim.
Alan Wolf
But it must return now... it is needed to answer: How?!
Menino alfa das treta.
ResponderEliminarCorrije este período, porque tens aqui uma misturas de às: "até à astronomia que nos mostra estrelas cuja luz viaja à milhares de vezes o tempo que o criacionismo permite".
Depois, podes apagar este comentário de objectivo benfazejo.
Cuida-te.
Erros ortográficos, é só isso? Será, que o anónimo não é capaz de fazer mais do que corrector maquinal tipo Word. Provavelmente deita "fogo" pelas ventas.
ResponderEliminarO "fogo" deve dar azia, e a inveja é coisa tramada.
ResponderEliminarAnónimo,
ResponderEliminarObrigado pelo aviso. Já enviei a versão corrigida, espero que vá a tempo.
Ardoric:
ResponderEliminar"Mats,
e onde estão as tais evidências da criação inteligente?"
O ADN, por exemplo.
onde estão os testes repetíveis e verificáveis pelos cientistas?
Onde estão os testes repetíveis e verificáveis de que os dinosauros transformaram-se em colibris?
Nhacs,
ResponderEliminar"O ADN, por exemplo."
podes explicar um pouco melhor?
Dinossauros? A timeframe dos dinossauros não é assim ... muito longe daquilo em que acreditas? 65 Milhões de anos é bastante tempo depois de 10 mil.
Mesmo assim... repara no número que te dei ... 65 Milhões de anos. O ser Humano pensa-se que anda por cá há ... sei lá ... 1 milhão? (10 mil no máximo, se acreditarmos na Bíblia).
Obviamente que não conseguimos, num laboratório, reproduzir um processo tão demorado como a macro-evolução.
No entanto já temos traças que comem nylon, vírus, bactérias e insectos que se adaptam ao que lhes atiramos para cima. Certamente não acreditas que Deus os dotou de resistência aos insecticidas, a não ser que tenha planeado logo de início tudo o que nós íamos inventar, e dotado os animaizinhos de capcidades de se defenderem contra os nossos produtos.
Mas pronto... certamente que não quererás ver as evidências que estão mesmo à tua frente.
Eu é que nunca vi ninguém a transformar-se em sal por olhar para trás, nem nunca vi bastões a transformarem-se em cobras, nem nada que o valha (será que a intervenção directa Divina se resumiu aos relatos de um livro de há 2000 anos atrás?).
j.p.
ResponderEliminarPorquê que o menino saiu assim tão palerma? è obra do criacionismo ou da evolução?
Tente saber acerca dessa árvore genealógica. Se é obra de um deus, o gajo é bué inepto; se é do acaso da evolução, é sinal de que foi rifado. Não se preocupe, não tem culpa.
"Anónimo" corrector (cof cof...), para quem corrige e troca o acento no "e"... Ridículo.
ResponderEliminarEssas figuras de estilo, «Tente saber acerca dessa árvore genealógica», Ah... Vou tentar, vou tentar!!!
ResponderEliminarMas esta ainda é mais catita:
«è obra do criacionismo ou da evolução?», que beleza, que humor...
Mas de concreto nada, só jogo de palavras ocas, verborreia.
ardoric:
ResponderEliminar"O ADN, por exemplo."
podes explicar um pouco melhor?
Sim. O código genético é um sistema de informação, e sistemas de informação são sempre o resultado de uma ou mais mentes. O código genético é um código de informação tal cmoo código binário, ou o códgo morse, com uma diferença muito importante: é incrivelmente superior, bem par além daquilo que a melhor das mentes humanas pode alguma vez fazer.
Portanto, é lógico e científico concluir que o código genético tem origem inteligente Sobrenatural.
Que tem origem inteligente nem deveria ser polémico, mas como a Inteligência por trás do código genético é o Grande "D", os ateus fogem da conclusão óbvia por motivos filosóficos.
"Obviamente que não conseguimos, num laboratório, reproduzir um processo tão demorado como a macro-evolução.
Então essa crença está fora do domínio da ciência empírica.
No entanto já temos traças que comem nylon, vírus, bactérias e insectos que se adaptam ao que lhes atiramos para cima. Certamente não acreditas que Deus os dotou de resistência aos insecticidas, a não ser que tenha planeado logo de início tudo o que nós íamos inventar, e dotado os animaizinhos de capcidades de se defenderem contra os nossos produtos.
:) Deste a resposta à tua própria pergunta.
Mats
mats,
ResponderEliminarQuanto ao ADN e a sua "óbvia" natureza divina, já alguma vez olhaste com atenção para algoritmos genéticos?
Nestes algoritmos podem codificar-se comportamentos através de bits (genes) num array de bits (dna).
Através da teoria da evolução, combinamos, recombinamos e mutamos genes para atingir uma população mais capaz (fit). Obviamente que a combinação certa de bits ligados e desligados para haver um comportamento minimamente satisfatório só poderia advir de um ser ultra-inteligente...
ERRADO!! o processo é tão aleatório como a evolução. Nem sempre a primeira resposta que nos vem 'miraculosamente' à cabeça, é a melhor. Neste caso até acredito que nem seja uma solução viável.
«Então essa crença está fora do domínio da ciência empírica.»
Mais uma vez, chegas demasiado rápido a uma solução óbvia e totalmente falsa.
Não é possível contarmos os grãos de areia de uma praia com exactidão, mas se contarmos os grãos de areia num balde e estimarmos (através da área da praia) quantos baldes haverão, podemos multiplicar os grão desse balde que contamos pelo número estimado de baldes e temos uma estimativa de quantos grãos de areia há na praia. À primeira vista parecia que era impossível contar os grãos de areia, mas afinal até é.
O mesmo se passa aqui... O nosso tempo de vida (e aliás, até o tempo de "vida" da ciência experimental) é curto demais para observar directamente um processo tão demorado como a evolução. No entanto, já observámos bastantes exemplos de uma evolução numa escala menor: os animais domésticos.
Cães, gatos e afins, são bastante diferentes da sua "versão" selvagem. Certamente não acreditas que um poodle era capaz de viver na natureza há 10 mil anos atrás, quando Deus o criou... ou um daqueles gatos raquíticos sem pelo, ou mesmo um Persa com aquele pêlo todo, que para nada serve.
Também acho engraçado achares que existem traças que se alimentam de nylon 9900 anos antes de haver nylon... deviam estar em estado letárgico nesse tempo todo. E doenças que hoje em dia são tão graves e se espalham com tanta facilidade, se existissem há uns séculos atrás, muito provavelmente tinham-nos exterminado a todos (HIV's e afins). Certamente que serão fruto de adaptações recentes de alguns vírus... evolução.
eu sei, eu sei... Esses virus são o castigo divino dos nossos hábitos pecaminosos, por isso é que só agora é que apareceram. Só me questiono porque é que agora Deus deu em discreto, quando antigamente fazia as coisas muito mais espalhafatosamente. Lembro-me agora de dilúvios, raios a cair do céu, falar directamente com uma data de pessoas, transformar pessoas em sal, destruir cidades... agora dá-nos doençazinhas originadas por seres microscópicos.
Ricardo Silva
Através da teoria da evolução, combinamos, recombinamos e mutamos genes para atingir uma população mais capaz (fit). Obviamente que a combinação certa de bits ligados e desligados para haver um comportamento minimamente satisfatório só poderia advir de um ser ultra-inteligente...
ResponderEliminarERRADO!! o processo é tão aleatório como a evolução. Nem sempre a primeira resposta que nos vem 'miraculosamente' à cabeça, é a melhor.
Sim, do ponto de vista da ciência não há qualquer necessidade de postular um ser ultra-inteligente FORA do universo material ou que transcenda a matéria física. Esse não é o seu campo de estudo, logo ela não tem nada a ver com isso.
Só que a transcendência não é a única resposta para o tal "sobrenatural", como venho afirmando. Se a substância última do universo for "manas" (mente) ou "chit" (consciência), conforme as escrituras védicas afirmam, então essa é uma qualidade imanente a todas as partículas-ondas ou à matéria-energia.
De novo e uma vez mais, é impossível uma solução no estreito campo das ciências físicas e a "mãe" metafísica deve ser chamada a intervir. É que ao falarmos de "acaso" ou "processo aleatório" entramos já no domínio do pensamento abstracto matemático-filosófico que nos pode levar muito longe em puras elucubrações do espírito.
Porque o tão famoso "acaso"
é tão somente aquilo que acontece sem motivo ou explicação aparente. Aparente, ou evidente ou visível. Esta simples definição só por si já nos diz imenso quanto à (não) validade científica do uso desse termo demasiado impreciso. No fundo, é apenas um substituto para designar tudo aquilo cuja causa desconhecemos.
Mas a noção de "aleatoriedade" ou "randomness" já tem outra precisão matemática que a torna muito mais fácil de discutir e compreender, pelo menos até certo ponto.
É que "processos aleatórios" são aqueles cuja variação no tempo é regida por uma lei estatística (Priberam) ou cujo resultado não descreve um padrão determinístico, mas segue uma distribuição de probabilidade (Wikipedia).
Nada disto tem rigorosamente nadinha de nadinha a ver com "inteligência" ou "não inteligência" por detrás de tais comportamentos. Ou seja, em terminologia científica e matemática NÃO existe nada de causal ou acausal na aleatoriedade!
De facto, e algo contraditoriamente para os acérrimos defensores do determinismo teísta, a não causalidade material deve ser até considerada um dos mais fortes argumentos para sustentar a realidade "mental" ou "espiritual" ou ainda a "consciência" como substrato desses tais processos sem causa aparente ou conhecida.
De novo, aqui temos a importante diferença entre "transcendente" e "imanente" como conceitos metafísicos base para se perceber de que forma o conceito de "randomness" é eminentemente imaterial, aliás, espiritualíssimo!!! :)
É que essa noção popular e mais superficial de "randomness" como algo sem objectivo ou propósito, tão erroneamente utilizada ainda a certo nível que se pretende passar por "científico" - vide o que se passa aqui! - nada tem a ver com a noção de "aleatoriedade algorítmica", a qual NÃO se reporta a causas mas sim a consequências... such a big, huge difference!!!
Confundir a noção popular e simples de "acaso" ou sem causa, com o conceito matemático mais preciso de "aleatoriedade", isso sim, é anti-científico em último grau!!!
Ou seja, a noção matemática de aleatoriedade implica imprevisibilidade de comportamento e é simplesmente omissa quanto a qualquer causa para tal, deixa isso ao cuidado da metafísica ou de quem sobre tal quiser especular.
Bem, o que há a dizer sobre isto encheria montanhas de comentários e, no fim, esta é mais uma prova de como os extremos se tocam. Mais ainda, de como as ciências físicas desligadas da metafísica, que é o seu substrato, se podem desviar tanto da tal verdade que dizem almejar, ao mesmo tempo que se mostram tão míopes para a admitir e encarar!!!
Mesmo Einstein não compreendeu, pelo menos a princípio, que o fim do determinismo e da causalidade são argumentos excepcionais a favor da realidade última do espírito ou da mente como substância única da qual tudo proveio e onde tudo se move eternamente.
Um universo mecanicista é o produto de um "deus" humano ou a melhor concepção possível da razão humana e nada mais. Só quando começamos a superar a realidade material, penetrando nos últimos segredos da matéria-energia e suas ínfimas partículas e ondas, é que vemos a impossibilidade de tudo reduzir à cega e impotente razão... ela não vai longe, não! :)
Por último, veja-se somente como todas as vãs tentativas do realismo materialista, que postula a existência de variáveis ocultas como defesa última do determinismo mecanicista, têm sido sucessivamente desmentidas pelas mais recentes experiências da física quântica, a qual até já atribui "livre arbítrio" - ou algo parecido! - à matéria... uáu! :)
Falta só integrar tudo isto num sistema integrado científico-matemático-filosófico que nos dê, finalmente, a visão correcta do que a Realidade verdadeiramente é...
Rui leprechaun
(...consciência além da fé! :))
ardoric:
ResponderEliminar1. Conheces algum código de informação que se tenha escrito a si próprio? Se sim, qual? Se não, porque é que achas que o ADN se escreveu a si próprio?
2. Uma vez que tu pareces aceitar a transformação de dinosaurto para colibri como sendo dentro do âmbito da ciência, embora não seja empírico nem testável, então não há razão para rejeitares à priori o sobrenatural como acção causadora de eventos.
Mats
Mats
ResponderEliminarPode nesse caso aceitar Alá como explicação? E se não, porque é que o Deus cristão ajusta-se melhor que um outro qualquer?
J.P.
"não há razão para rejeitares à priori o sobrenatural como acção causadora de eventos."
ResponderEliminarPois, o problema é que se aceitarmos o sobrenatural à priori então vale tudo...
sempre que não conseguimos explicar algo podemos sempre supor que houve um milagre. Havia de ser bonito ver artigos científicos escritos assim.
milagre + milagre = mc^2
ou
milagre = m.a
Seria tudo muito mais simples e nem faria sentido que as teorias fossem corroboradas com base na evidência ou que fossem testáveis já que os milagres sobrenaturais só acontecem às vezes sem nenhum padrão definido e raramente se repetem.
É mais ou menos assim que funciona a pseudo-"ciência" criacionista.
Duvido que houvesse a tecnologia moderna se tivessemos utilizado aquelas formulas sobrenaturais.
JP,
ResponderEliminar«Pode nesse caso aceitar Alá como explicação? E se não, porque é que o Deus cristão ajusta-se melhor que um outro qualquer?»
Em prol do bom debate e do esclarecimento de parte a parte, há que dizer que Alá (ou Allah) e o Deus cristão são o mesmo deus. Allah não é mais que a palavra árabe para Deus. Repara que Judeísmo, Cristianismo e Islamismo têm a mesma origem: Abraão. Uns foram é parando em sítios diferentes dos outros.
Mas podes sempre substituir Deus pela trindade Hindú e repetir a questão. Aviso-te desde já que é uma pergunta à qual já estão habituados e já têm muitas páginas de filosofia (da boa!) como resposta :)
Leandro
ResponderEliminarO "alá" dos mulumnanos não é o Mesmo Deus da tradiçã Judaico-Cristão, apesar de os muçulmanos dizerem que sim. Alá é o nome pessoal do deus dos islâmicos, enquanto que o Nome Do Deus de Israel é YHWH.
"Pois, o problema é que se aceitarmos o sobrenatural à priori então vale tudo..."
Amigo, se tu aceitas como "ciência" que um dinosauro se transformou em passarinho, então já aceitas mais do que é normal.
Amigo anónimo, mas se tu aceitas que Deus criou os dinossauros e depois os mandou pro galheiro, ainda estás bem pior!
ResponderEliminarCaro Mats,
ResponderEliminarNinguem disse que o dinossauro se transforma em passarinho. É como dizer que os pais se transformam em filhos...
Essa ideia provem de uma má compreensão da teoria da evolução.
E sim, com base na observação dos fósseis tenho boas razões para acreditar que as aves evoluiram a partir dos dinossaurios.
E não acredito porque me disseram ou porque li em algum lado mas sim porque escavei e estudei dinossaurios alguns anos.
Mats,
ResponderEliminarO ADN é uma molécula. A síntese de proteínas é uma reacção química. O código é o que os bioquímicos escrevem nos livros. Enquanto confundires o mapa com o território não vais perceber nada...
Mats,
ResponderEliminar«O "alá" dos mulumnanos não é o Mesmo Deus da tradiçã Judaico-Cristão, apesar de os muçulmanos dizerem que sim. Alá é o nome pessoal do deus dos islâmicos, enquanto que o Nome Do Deus de Israel é YHWH.»
O deus é o mesmo. Vocês podem é não entender-se quanto ao seu verdadeiro nome, entre outras coisas - como a santíssima trindade e a natureza divina de Jesus.
Já sei o que vais dizer: o meu deus encarnou em Jesus; se o deles não encarnou, então não é o mesmo.
Mas a origem deste deus é a mesma (o deus de Abraão, Isaac, Jacob, Moisés...); é igual a sua natureza demiurgica, a sua omnipotência e omnipresença. Vocês só ficaram birrentos com os islâmicos porque eles não concordam com a suposta manifestação de Deus na Terra através de Jesus.
O ADN é uma molécula. A síntese de proteínas é uma reacção química. O código é o que os bioquímicos escrevem nos livros.
ResponderEliminarAinda com o famoso ADN, mai-los códigos e a informação! :)
E, contudo, este é um belíssimo ponto de partida para vermos como a ciência continua a presumir muitíssimo mais do que aquilo que sabe! Ou seja, como por vezes filosofa de mais e investiga de menos...
Códigos e símbolos e linguagem e respectiva teoria da informação são meras convenções humanas que pretendem descrever diversos aspectos da realidade observável. Ou mesmo se baseiam nela, afinal, na tal ânsia de copiar a natureza, o que é desde logo uma afirmação de enorme confiança na sua sapiência!
Dizer que - O ADN é uma molécula. A síntese de proteínas é uma reacção química. - é uma simples tautologia e nada mais. Isso já a gente sabe de há muito, claro. A explicação do modo como todo o complexo processo dessa síntese se dá também já é conhecido, e é explicado justamente em termos de "código genético" e afins, ou o tal mapa que representa o território.
Mas aqui já não temos confusão entre ovo e galinha, vá lá! O ADN e toda a natureza, ou a realidade observável, sempre existiram muito antes do Homem a poder observar. E foi na sua tentativa de a compreender e explicar e também transformar, que os tais códigos e símbolos e linguagem se desenvolveram como meio de comunicação e troca de informação.
A questão relativamente ao mítico ADN mais a colossal montanha de "informação" nele contida, tem a ver ainda com alguma manipulação de conceitos para uso humano, por assim dizer. Os criacionistas parece não considerarem importante essa distinção entre "mapa" e "território", e até com uma certa lógica, diga-se, já que o "mapa" é a mera tradução à posteriori de um "território" preexistente, claro.
Dito de outro modo, o uso do termo "código" aplicado ao mecanismo biológico do ADN, logo que ele surgiu na Natureza, pode considerar-se apenas metafórico. Ou seja, a molécula em toda a sua complexidade já existia muitíssimo antes do seu assombroso mecanismo ser conhecido. Continuando com a metáfora, podemos dizer que a sequência específica de nucleótidos representa uma "linguagem" precisa que vai ser compreendida pelo ARN para a síntese da respectiva cadeia de aminoácidos. E o certo é que as moléculas de ADN são consideradas como o local onde está armazenada uma quantidade imensa de informação, contendo as instruções necessárias para a replicação de um ser vivo, algo que de facto se afigura como autenticamente miraculoso!
A questão aqui está pois muito para além de um mero debate semântico em torno de meros conceitos ligados à ciência da informação, e muito menos se resolve afirmado o óbvio que se trata de reacções químicas! Aliás, e regressando à linguagem, mas já eram reacções químicas ANTES desse conceito existir em termos científicos?! Obviamente que sim, só que a natureza não fala... age!!! Porque é aqui que está mesmo o busílis, a linguagem apenas pretende traduzir a realidade através de símbolos, mas ela NÃO é essa realidade e no máximo apenas se aproxima dela o mais possível... and no more!
Ou ainda, será mais importante o mapa ou o território?! O código humano que traduz aquilo que já existia é pois a nossa invenção inteligente para descrever o design próprio da natureza. Mas se esta se parece comportar em moldes ainda superiores aos que o próprio Homem é capaz, que justificação existe pois para qualificar todo o processo da vida como "cego", "aleatório", "não guiado" ou "não inteligente"?
Dito de outra forma, não só as reacções químicas precederam o aparecimento da química, que se limitou a codificar o conceito e desenvolver o seu estudo, como a informação na natureza material sempre existiu muitíssimo antes da sua sistematização no séc. XX, claro! Aliás, se ela se pode medir em bits ou representa também um critério para avaliar o grau de certeza ou incerteza, é mais do que claríssimo que a molécula do ADN contém informação... e não é pouca!... bem antes dos mais rudimentares sistemas de computação terem sido desenvolvidos pelo Homem.
Tudo na Natureza é pois informação, e as mais ínfimas partículas materiais são um repositório de informação também. Deveras, algumas modernas teorias vão ao ponto de afirmar que a realidade não é senão um gigantesco sistema de informação codificada pela Mãe Natureza, o que, levado assim à letra, significa estarmos pois perante uma entidade inteligente.
Claro que tudo isto tem igualmente a ver com o modo como percebemos o mundo, através dos nossos sentidos e da mente consciente, a qual processa dados e bits de informação em quantidades astronómicas a cada instante!!!
Mas voltando ao ADN e os mecanismos da vida, há algo mais a acrescentar. É que para complicar ainda mais a questão, já de si intrigante, a ciência moderna continua sem ter nenhuma explicação plausível para a origem da vida, pesem embora várias hipóteses todas centradas em pressupostos abiogénicos ou de geração espontânea, afinal. Podemos até passar por alto o que isto implica de contradição face à refutação da abiogénese por Pasteur, já que se trata sem dúvida de conceitos distintos em circunstâncias muitíssimo diferentes, isto de acordo com a visão científica sobre a origem do universo e a evolução dos seres vivos.
É que convém recordar que a doutrina da evolução é omissa quanto ao problema fundamental da origem da vida, o que só por si convida de novo a alguma humildade ou honestidade que se traduzem em afirmar que existem muitas coisas que ainda não sabemos. Significa isto que é simples estultícia, no nosso actual estado de ignorância, pretender assim de uma penada descartar uma origem inteligente ou consciente para a vida, a qual deve ser já uma propriedade potencial da matéria, da mesma forma que a própria consciência que mais tarde se veio igualmente a manifestar e da qual somos o melhor e mais acabado exemplo.
Por fim, embora se pretenda dar a ideia que a ciência é um corpo único e homogéneo de conhecimento, isso não passa de uma simplificação um tanto apressada, digamos. No mínimo, devemos considerar que existe uma distinção importante entre ciências naturais e ciências sociais, as quais são ambas empíricas, e ainda ciências formais que são a priori e tautológicas.
A importância de uma tal distinção é que o edifício matemático, no qual se baseiam principalmente as ciências físicas, não está assim tão longe do pólo oposto ou complementar metafísico, já que a pura lógica e intuição são essenciais como bases para o desenvolvimento dessas duas formas do saber.
So, as I say... we're getting there! :)