Treta da Semana: O acordo ortográfico.
Já estive indeciso acerca disto. À partida pareceu-me que regular a ortografia era um disparate mas o acordo ortográfico de 1911 (1) foi, em retrospectiva, uma boa ideia. Da comissão fazia parte a Carolina Michaëlis, mas não havia telemóveis nessa altura e a coisa correu bem. E esse acordo livrou-nos de pharmacia, lyrio, orthographia, phleugma, phthysica e outras aberrações. Por isso, pensei eu, se calhar este acordo de 1990 até pode ser bom (2). Mas um post do Desidério (3) levou-me a olhar novamente para isto. O “Hã?” surgiu-me logo aqui:
«Actualmente o português é a única língua do mundo ocidental falada por mais de cinqüenta milhões de pessoas com mais de uma ortografia oficial. [...] A língua inglesa por sua vez apresenta variações ortográficas nacionais significativas, mas não conta com uma regulamentação oficial.»(2)
Parece que uma boa parte do mundo que usa o Inglês se entende bem sem doutos linguistas a regulamentar cada palavrinha. E o “Aha!” veio de seguida:
«Até ao início do século XX, tanto em Portugal como no Brasil, seguia-se uma ortografia de cariz etimológico que se tinha vindo a impor desde o século XVI, baseada nas directrizes dos principais gramáticos da língua. Era uma escrita complicada que, por regra, buscava a raiz latina ou grega para escrever cada palavra [...]. No entanto, quer em Portugal, quer no Brasil, abundavam as críticas à ortografia em uso e não faltava quem recomendasse a adopção de escritas mais simples e mais próximas da fonética.»(2)
Ou seja, o acordo ortográfico de 1911 foi precisamente por causa dos «principais gramáticos da língua» andarem a meter o bedelho e a chatear o pessoal com regras que ninguém queria cumprir. As normas não correspondiam à forma como as pessoas queriam escrever. A reforma de 1911 justificou-se pela remoção do bedelho. Segundo o texto oficial, é preciso reintroduzi-lo porque «constitui um passo importante para a defesa da unidade essencial da língua portuguesa e para o seu prestigio internacional»(4), justificação que se resume com dois tês, um erre, um é e um á.
Concordo com Vital Moreira que não são «procedentes os argumentos que têm sido lançados contra a reforma ortográfica. Não existe nenhuma ortografia sacralizada pela tradição[...]. Não faz sentido acusar a reforma de ser uma cedência do "português" ao "brasileiro"[...]. Não é convincente o argumento sobre a dificuldade de adaptação das pessoas a uma nova ortografia [...]. Tampouco tem razão o argumento de que algumas alterações, como a eliminação das consoantes mudas (de "projecto" para "projeto", por exemplo), cria o risco de provocar uma mudança na respectiva pronúncia, ensurdecendo a vogal associada...» (5).
A língua evolui, muda constantemente e não vale a pena sequer tentar travar esse processo. Os diferentes dialectos vão se distanciando e acaba por ser uma decisão arbitrária se os classificamos na mesma língua ou em línguas diferentes. Quando estive em São Salvador da Baía os Brasileiros de lá pensavam que eu falava Espanhol. A minha objecção a este acordo ortográfico não é nenhuma das que o Vital Moreira rebate. Eu sou contra porque não faz sentido haver normas oficiais de ortografia, tal como não faz sentido normalizar a pronúncia, o vocabulário ou as expressões idiomáticas.
Deve haver dicionários e documentos oficiais com nomes sonantes e aspecto importante onde estejam as palavras na forma “correcta” de as escrever. Mas esses documentos devem ser descritivos e não normativos. Não são para nos dizer como devemos escrever mas para nos informar como normalmente se escreve. E quando, como é inevitável, se começar a escrever de forma diferente aí sim devem alterar os documentos oficiais. Algo que pode ser feito discretamente por quem compila dicionários e que não precisa de protocolos internacionais, como demonstram muitos milhões de pessoas que escrevem Inglês como o falam. De várias maneiras diferentes.
Editado a umas horas da publicação para corrigir a ortografia...
1- Wikipedia, Ortografia da Língua Portuguesa
2- Wikipedia, http://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_Ortográfico_de_1990
3- Desidério Murcho, 10-4-2008, Para quê o acordo ortográfico?
4- Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa — 1990
5- Vital Moreira, Público de 18-12-07, Uma língua, uma ortografia
Na palavra “cação”, o primeiro “a” é fechado; lê-se, portanto, “câ-ção”. Na palavra “facção”, o primeiro “a” é aberto pela letra “c” que lhe sucede; lê-se, portanto, “fá-ção”.
ResponderEliminarOra, o acordo estabelece que se escreva “facção” como se escreve “cação”: “fação”. Mas nesse caso, qual a pronúncia correcta desta palavra? Segundo as regras da pronúncia do português de Portugal, deveria ler-se “fâ-ção”, visto que não há nenhum “c” que abra a vogal “a”!
Na palavra “adoçar”, a letra “o” tem o valor de “u”; lê-se, portanto, “a-du-çar”. Na palavra “adopção”, a letra “o” é aberta pela letra “p” que lhe sucede; lê-se, portanto, “a-dó-ção”.
Ora, o acordo estabelece que se escreva “adopção” como se escreve “adoçar”: “adoção”. Mas nesse caso, qual a pronúncia correcta desta palavra? Segundo as regras da pronúncia do português de Portugal, deveria ler-se “a-du-ção”, visto que não há nenhum “p” que abra a vogal “o”!
Na palavra “tropeção”, a letra “e” é muda; lê-se, portanto, “tru-p’-ção”. Na palavra “inspecção”, a letra “e” é aberta pela letra “c” que lhe sucede; lê-se portanto, “ins-pé-ção”.
Ora, o acordo estabelece que se escreva “inspecção” como se escreve “tropeção”: “inspeção”. Mas nesse caso, qual a pronúncia correcta desta palavra? Segundo as regras da pronúncia do português de Portugal, deveria ler-se “ins-p’-ção”, visto que não há nenhum “c” que abra a vogal “e”!
Os brasileiros lêem, naturalmente, “cação” como “cá-ção” e “adoçar” como “á-dó-çar”. Mas para os portugueses, que temos tendência para fechar as vogais, necessitamos da presença dos “c’s” e dos “p’s” para que possamos saber como se devem pronunciar essas palavras.
Lambisgóia Atlântica
Apesar de ser contra o acordo ortográfico o Ludwig começou a aplicá-lo: "pronuncia" é o futuro, "pronúncia" é o passado.
ResponderEliminarVai ser interessante!
ResponderEliminarEspecialmente quando eu escrever "fação" e as pessoas pensarem que escrevi mal "façam", quando o que escrevi foi "facção" segundo as novas regras do acordo.
Ou quando escrever "adoção" e pensarem que queria escrever "adoçam"...
Ou pensarem que com "receção" ("recepção") quero dizer "recessão"...
Interessante, sem dúvida... ;)
António,
ResponderEliminarObrigado pela correcção.
Ludwig
ResponderEliminarNão precisa agradecer. Não foi minha intenção corrigi-lo. Foi um trocadilho, uma pequena amostra de humor cristão.
Mas agora é:
O link para a página da necco traz-nos ao ktreta quando clicamos. O que é pena dado que dá uma oportunidade de ler o texto do acordo ortográfico.
Tem razão. Ficou o URL de fora do >...
ResponderEliminarRaul,
ResponderEliminarduvido que vá ser assim tão grave...
O contexto ajuda a desambiguar as palavras.
Não usas facção onde usarias façam...
É a maravilha da Linguagem :)
Ricardo Silva
Ao menos este acordo ortográfico vai fazer com os códigos postais sejam realmente indispensáveis, quando se puder escrever lisboa de 4 maneiras diferentes, valham-nos os códigos postais.
ResponderEliminarLudwig,
ResponderEliminarnão seria Salvador, Bahia?
Lambisgóia,
Quanto a "adoçar" na verdade nós (brasileiros) pronunciamos "adôçar" e não "adóçar".
No caso de "adoção", no ato (apto) de adotar (adoptar) a pronúncia aqui é "adôção". E no caso de tornar algo doce é "adóçar".
André,
ResponderEliminarSegundo a wikipedia, também pode ser "São Salvador da Baía de Todos os Santos". Desde que o pessoal se entenda, tudo bem. E quem não entender que pergunte :)
Ludwig,
ResponderEliminarOk, mas é um nome antigo (bom, eu não sabia). É como chamar o Brasil de Ilha da Vera Cruz. Ah, deixa pra lá. Como disse: desde que se entenda, tudo bem.
Só uma correção no meu comentário - são tantas palavras e confusões que falei asneira.
Eu queria dizer "E no caso de tornar algo doce é 'adóção'".
O erro é que não tem essa conjugação no verbo adoçar.
Estou louco o.O
Segundo a evolução, aqueles que são mais aptos, deixam mais descendência.
ResponderEliminarUma vez que os brasileiros são, literalmente, "mais que as mães", então podemos concluir que os brasileiros são mais evoluídos que nós em Portugal, certo?
/humor
Mats
Mats,
ResponderEliminarSe os brasileiros se reproduzirem mais então, inevitavelmente, as gerações futuras serão descendentes de brasileiros e não de portugueses. Mas como as populações não estão geneticamente isoladas é quase certo que as gerações futuras descenderão de ambas.
Seja como for, não é correcto dizer que uma população é mais evoluida que outra sua contemporânea visto terem evoluido ambas exactamente o mesmo tempo desde que as linhagens se separaram.
Pode ter sido uma tentativa de humor, mas o que tem mais graça é que revela uma má compreensão da teoria com que gozas...
Ludwig
ResponderEliminarO que me parece pior no meio disto tudo é que se esteja a discutir uma coisa que foi proposta... há 18 anos! Isto não é normal! Para o bem ou para o mal, estas coisas têm que se discutir.
Tanto quanto sei, o alemão tem mais que uma grafia oficial e com regulamentação oficial. Sei isso porque tenho dicionários de antes e depois da reforma e aprendi antes, durante e depois. Entretanto deixei a língua e não sei no que deu (da última vez que ouvi falar no assunto, alguns jornais tinham mandado o acordo às malvas).
Sei que o alemão é muito fonético, como o português e que as alterações foram essencialmente no sentido de aproximar a oralidade da escrita. Daí as diferenças na escrita. Daí que eu defenda que estamos a perder acentos demais (não entendo porque é que os advérbios de modo não são acentuados) e prendemo-nos a consoantes parvas.
Ou seja, não é o mesmo escrever "sériamente" e baptizado, porque o acento na primeira faz sentido foneticamente (e porque não fonéticamente?), mas não morre ninguém pela falta de um "p" em batizado. Na dúvida sobre qual das sílabas é tónica, usa-se um acento e não uma letra a mais.
COm tudo isto ainda há a palermice da TLEBS, que é outra treta inqualificável. Mais uma porcaria feita sem pés nem cabeça para pôr linguistas à porrada e a fazer barulho sem se saber bem porquê. E prepara-te porque isto vai afectar os teus criançolos... não sei é se será para já ou para quando eles estiverem prestes a ter netos...
Que até pessoas “grandes” como o Ludwig ou o Desidério assinem textos tão fracos e confusos sobre este tema convence-me que esta área “órfã” da Linguística anda de facto muito mal servida de informação e reflecção.
ResponderEliminarGostaria de, para já, corrigir uma afirmação incorrecta citada nesta posta: Que «até ao início do século XX, tanto em Portugal como no Brasil, seguia-se uma ortografia de cariz etimológico».
Isto é puramente (como dizê-lo?) uma inverdade. Até 1911 não existia uma ortografia. Existiam hábitos mais ou menos generalizados, mas cada impressor tinha, e usava, as suas preferências.
Mesmo textos legais e edições literárias mais cuidadas eram editadas com regras ortográficas erráticas e ambíguas, e por vezes a mesma palavra era escrita de forma diferente no mesmo texto.
P.S.: Há um grande calhamaço editado pela Gulbenkian sobre a história da ortografia da língua portuguesa (que deveria ser de leitura obrigatória para quem quisesse mandar bocas sobre o tema). Hei-de deixar aqui o ISBN e tal, quando o encontrar aqui no meio da tralha.
Zarolho,
ResponderEliminar«Que até pessoas “grandes” como o Ludwig ou o Desidério assinem textos tão fracos e confusos sobre este tema convence-me que esta área “órfã” da Linguística anda de facto muito mal servida de informação e reflecção.»
Como não reclamo o título não vejo que possa ser responsável pela aparente desilusão...
Mas gostava de saber o que é que no meu texto não se percebe. Queres dizer que eu estou baralhado mas exprimo claramente uma opinião da qual discordas, ou queres dizer que não se percebe o que eu escrevi? Nese momento preocupa-me mais a segunda que a primeira... :)
«Isto é puramente (como dizê-lo?) uma inverdade. Até 1911 não existia uma ortografia. Existiam hábitos mais ou menos generalizados, mas cada impressor tinha, e usava, as suas preferências.»
Seria então isto por falta de um policiamento efectivo e de pesadas penas para quem violasse a lei da ortografia? Nesse caso talvez se justifique obrigar a escrever desta forma em vez daquela.
Mas o teu comentário não mencionou sequer a minha objecção. Eu acho mal regular por normas a pronúncia, as expressões e a ortografia. Se uns escrevem "oiro" e outros escrevem "ouro", eu não vejo uma balburdia ortográfica intolerável e criminosa. Vejo simplesmente o carácter dinâmico da língua, que não só é natural como é desejável.
ao Zarolho: em que "acordo" se in(e)screve "reflecção"?
ResponderEliminarLudwig, obrigado pela resposta. Cito e respondo:
ResponderEliminar> Como não reclamo o título
> não vejo que possa ser
> responsável pela aparente
> desilusão...
Não te responsabilizo pela desilusão. Justamente, o facto de que tantos ensaístas comprovademente lúcidos “escorregam” nesta área prova apenas que falta informação e debate acerca dela, nada mais. (E o “escorregar” é aqui apenas a minha opinião.)
> Queres dizer que eu estou
> baralhado mas exprimo
> claramente uma opinião da
> qual discordas,
Isso, ou até mais: Creio mesmo que se, ou quando, tiveres “interiorizado” a questão da ortografia (sensu lato) tão completamente como, p. ex., a do direito à cópia, então as tuas opiniãos seriam / serão bem diferentes — e quiçá semelhantes às minhas.
>> Até 1911 não existia uma
>> ortografia. Existiam hábitos
>> mais ou menos generalizados,
>> mas cada impressor tinha, e
>> usava, as suas preferências.
>
> Seria então isto por falta de
> um policiamento efectivo
Não. Era por causa da falta (por diversos motivos) de uma convenção. A maior parte das pessoas (Eça, p.ex.) não insistia em opções ortográficas específicas, apenas em que houvesse coerência e universalidade na ortografia.
> policiamento efectivo e de
> pesadas penas para quem
> violasse a lei da ortografia?
Esse é um assunto que me “passa ao lado”. Uma ortografia é uma convenção. Adere quem quer. Quem não aderir arrisca-se a ser mal entendido.
> Eu acho mal regular por normas
> a pronúncia, as expressões
As quais não estão em causa.
> Se uns escrevem "oiro" e
> outros escrevem "ouro", eu
> não vejo uma balburdia
> ortográfica intolerável e
> criminosa.
"Ouro" e "oiro" (e quejandos) são duas palavras diferentes, sinónimos co-etimológicos, tal como "impacto" / "impacte", "bicicleta" / "biciclete", "tonteria" / "tontaria", ou mesmo "malha" / "mácula". Palavras diferentes escritas de formas diferentes de acordo com as regras de uma única ortografia.
> Vejo simplesmente o carácter
> dinâmico da língua, que não
> só é natural como é desejável.
Sim, claro. Mas nada disso está em causa quando se debate uma ortografia, que é “apenas” uma notação que refecte, i.a., «o carácter dinâmico da língua». (Sim, é verdade que elementos ortográficos podem influenciar a língua como é falada, mas são excepcionais.)
Desculpem o lençol. Talvez venha a escrever sobre isto no meu blogue, ou talvez me deixe vencer pela preguiça, como é hábito.
Deixo apenas uma ligação, para o único blogue (dos que leio) que abordou até agora a questão de modo que considero devidamente aprofundado — ainda que não concorde com todas as posições nele expressas.
"Opiniãos" em vez de "opiniões" foi um lapso (por tardia pluralização às cegas), não quelquer tendência que eu tenha pala a regularização dos plurais de -"ão".
ResponderEliminar(Por sinal, qualquer ortografia fonológica e fonemática bem concebida deverá possibilitar a escrita de qualquer palavra, mesmo inexistente, que seja “dizível” na língua a que se aplica. E, conversamente, qualquer escrito ortograficamente correcto deverá ser pronunciável sem ambiguidades.)
Zarolho,
ResponderEliminar«Era por causa da falta (por diversos motivos) de uma convenção.»
E isso concordo que faz falta. Se cada um escreve da sua maneira é confuso. Mas não se justifica obrigar todos a escrever da mesma forma. Vou explicar com um exemplo: o Chigago Manual of Style.
Profissionalmente escrevo quase sempre em Inglês. A ortografia é diferente se for US ou UK, mas não estorva muito. E para saber como referenciar as citações, legendar tabelas, etc, ou sigo as instruções da revista para onde escrevo ou sigo o CMS.
O CMS foi elaborado pela editora da universidade de Chicago e hoje em dia é usado por todo o lado por duas razões. Primeiro porque o pessoal concorda que haja uma convenção. E segundo porque o pessoal concorda com aquela convenção. Tendo o voto da maioria os outros têm pouca escolha.
Isto parece-me razoável. Alguns carolas acham que a nossa ortografia está mal, reunem-se, publicam umas regras e maneiras novas de escrever e, se for como no tempo de Eça que estava tudo a querer uma convenção destas, a maioria agarra-se logo àquilo e é sucesso garantido.
Se a maioria acha que aquilo não serve para nada, então é melhor deixar tudo como está.
O que eu acho mal neste processo é que esta decisão não é para governos nem para tratados internacionais. É para ser tomada como se aceitou o CMS nas publicações em Inglês. Se as pessoas que escrevem e lêem acharem bem fazê-lo.
Ludwig,
ResponderEliminarconcordo com a tua concordância. ;-) Posso concluir que o que te leve a rolutar o acordo ortográfico como “treta” é a componente (acessória) legalista e mesmo diplomática, não a substância linguística, certo?
Exacto. E é isso que nunca vi discutido. Fala-se se deve ter c ou não, se o Brasil fica a ganhar e uma data de tretas mas não se fala no essencial. Deve haver propostas destas. Até deve haver várias. Mas quem deve decidir é quem usa a língua.
ResponderEliminarInevitavelmente, se for mesmo conveniente, acaba por haver convergência. E se não houver acabamos por ter várias linguas, que é o que tem acontecido já há milénios.
Agora tratados internacionais de ortografia aprovados na assembleia da republica é mesmo treta :)