segunda-feira, janeiro 07, 2008

Desculpe, tem lume?

A minha irmã Cristy mandou-me uma notícia do Público que ilustra o conflito entre a educação tradicional e os interesses das crianças. O título é «Por ser festa de Reis, Gonçalo, com oito anos, fumou 23 cigarros em dois dias.»

A notícia pode ser lida no Brutális ou no Público online (para assinantes). Infelizmente, muita gente ainda está longe de compreender que as crianças também são pessoas.

«"Isto vem de tempos antigos e é um orgulho ver a garotada a dar seguimento à tradição", argumentava José Ferreira, com 73 anos. "À minha neta de oito anos dei-lhe dois cigarritos e mete graça vê-los ali de cigarro na mão a chupar", acrescentava, mostrando um certo orgulho neste estranho incentivo.»

18 comentários:

  1. Eu vi esta porcaria... Incrivel, quando o meu pai me apanhou a fumar, a reacção dele não foi propriamente de me comprar cigarros. Não há muito mais a dizer a não ser que os tempos mudam-se, mas as vontades não mudam muito.

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  2. Ludwig

    Discordo de ti, mas não é pelo que julgas:

    "Infelizmente, muita gente ainda está longe de compreender que as crianças também são pessoas."

    Lá está: compreendem que são pessoas e incentivam-nas a ser como as grandes. Nem que seja só no dia de Reis. Está visto que "ser como os grandes" significa não ter bom senso nem amor à saúde. O que explica algumas coisas.

    "ilustra o conflito entre a educação tradicional e os interesses das crianças."

    Pois, mas... eles acham que estes são os interesses das crianças! E se fores a pensar nisso... pensando bem... tens alguma coisa que pensar nisso?

    Pior: ganhaste o direito a ser chamado fascista! É o que se chama hoje em dia a quem seja anti-tabaco. Outros sinónimos: fundamentalista. Daí o meu post mais recente (que ainda está no começo, porque ainda vai descambar). Se começas a defender exercício físico e hábitos de alimentação saudáveis como opção, estás lixado! Estás aí, estás a ser chamado de ditador!

    Eu gosto de pessoas que defendem a liberdade. Sobretudo quando não a sabem definir.

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  3. Caro Ludwig
    O blogue De Rerum Natura aboliu os comentários! Triste decisão que mostra bem a insegurança e a arrogância dos seus autores.
    Abraço

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  4. Abobrinha,

    É esse o problema. Iguais aos outros são as pedras e as formigas. As pessoas têm o a capacidade e o direito de ser diferentes enquanto individuos.

    Liberdade é fácil de definir. É a possibilidade de decidir por si de forma consciente e informada. Adiar uma decisão até que a pessoa possa tomá-la dessa forma, consciente e informada, protege a sua liberdade.

    Fascismo é tomar a decisão pelos outros antes que eles tenham autonomia para o fazer.

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  5. Francisco,

    Não encontrei nenhum post acerca dessa decisão no De Rerum, mas na verdade os últimos posts não têm comentários. (há alguma noticia oficial?)

    Se foi uma decisão definitiva e não apenas um problema temporário é mesmo lamentável. É certo quando os comentário vêm às centenas é dificil seguir a conversa, mas obviamente alguém a segue, senão não estavam lá centenas. E se há alguns comentários mereçam ser apagados (eu já apaguei um neste blog, um comentário racista que não tinha nada a ver com o post sequer) não é razoável eliminar tudo...

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  6. Ludwig

    Esta definição que deste de liberdade é no contexto que tens vindo a referir de educação de crianças. Concordo com ela, mas não se estende (dentro do limite da mutilação física) ao que se falou. Neste caso trata-se de algo que prejudica objectivamente a saúde das crianças.

    A liberdade que eu falava era a de fumar e como de repente todas as medidas anti-tabaco e que promovem a saúde se tornaram de fascistas para baixo. Iniciei uma série de posts sobre o assunto, entre a javardice e um tom sério. O que fumadores e alguns não fumadores não se dão conta é da falta de razoabilidade dos seus argumentos. Em nome de uma tal de "liberdade".

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  7. Pronto lá estas tu a inventar posts!

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  8. Abobrinha,

    Eu aponto a intolerancia nos numeros... Se numa sala de 100 pessoas, 30 fumam, e 70 não, mas, todas gramam o fumo de quem fuma, quem é que perdeu a liberdade? E se os 30, tiverem de ir para a rua fumar? Quem é que perdeu a liberdade? O fumador deixou de fumar? Ou ter de o fazer na rua, é perder a liberdade e ter de gramar o fumo dos outros enquanto se come é que é liberdade?

    Esta história destes atrasados dessa aldeia é só mais uma, que até não considero muito diferente de matar touros em Barrancos. Apenas mais uma manifestação de atraso social e cultural.

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  9. Joaninha

    Estou desapontada contigo: só agora é que chegaste a essa conclusão? Claro que eu só invento! Eu sou uma "inventona"! Mas olha que mesmo assim o número de visitas anda pela hora da morte!

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  10. António

    Por essas e por outras é que este não é um post mas uma sequência de posts!

    Respondo a esta questão e a mais no próximo post. Abobrinha não é só fufas (e mesmo as fufas é só para enganar, que eu não tenho nada que ver com o assunto, como qualquer pessoa com ou sem maldade se há-de ter apercebido).

    Só uma coisa: eu não me rio dos meus amigos fumadores, mas sinceramente incomoda-me o fumo.

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  11. Abobrinha,
    Estava a falar do Ludwig, se este post estivesse no teu blog não seria assim tão estranho. Agora que o Sr Dr Prof Eng Ludwig se ponha a inventar acho mal, acho muito mal ;) e ainda por cima manda as culpas para cima da Cristy, francamente!!!

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  12. Joaninha,
    eu tenho as costas largas :-)
    Mas neste caso tenho que dizer em prol da verdade que em matéria de educação das crianças não podia concordar mais com o meu mano (refiro-me também ao blogue anterior)
    Bjs
    Cristy

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  13. Joaninha

    COmo estava debaixo do meu comentário, pensei mesmo que era para mim. Não vejo nada de estranho no Ludwig ter abordado este assunto, mesmo porque é um exemplo prático (mas com outro contexto) do que temos vindo a falar em relação a educação de crianças, valores e tradição.

    Tens que concordar que pôr putos a fumar é... como é que eu hei-de dizer isto... estranho! No mínimo.

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  14. Cristy

    Fizeste bem em agitar as águas! Se queres que seja sincera, tinha lido só o título no Público. Nunca na minha vida pensei o conteúdo fosse este.

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  15. Abobrinha,
    a maior parte das vezes, os artigos do Público também não merecem que se leia mais do que o título.
    Mas este enviei-o ao meu irmão como mais um argumento de como é importante educar as crianças no respeito da tradição ;-)
    Cristy

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  16. Cristy

    Mmmm... não vás por essa dos títulos, que somos capazes de ter conversa para muito tempo.

    Há uma coisa que não faz sentido: o tabaco nesta forma é uma invenção relativamente recente. Ou seja, que idade pode ter esta tradição? O que é uma tradição, quanto tempo tem? Complicado, não?

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  17. Acerca do tabaco,

    A semana passada fui almoçar a um restarante aqui ao pé. Já não fedia a tabaco. De um dia para o outro foi uma melhoria quase tão grande como quando proibiram o pessoal de mijar para cima das mesas dos outros (já não é do meu tempo, mas apesar dos protestos daqueles que tinham esse hábito e viram assim a sua liberdade injustamente restrita, a opinião maioritária é que também nessa altura valeu a pena).

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  18. Abobrinha,

    Jesus rapariga andas muito destraida!!
    Estava a brincar!
    A situação é tão chocante que é quase inacreditavel, topas?! :)

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