domingo, janeiro 27, 2008

PCR

A Polymerase Chain Reaction (PCR) é a técnica mais usada para copiar um trecho de ADN. A imagem abaixo esquematiza o processo (1).

Image:PCR.svg

No passo 1 a cadeia dupla de ADN é separada aquecendo a solução. No passo 2 arrefece-se a solução e os primers agarram o ADN nas extremidades da região a amplificar. Os primers são pequenos trechos de ADN com cerca de 20 a 30 nucleótidos sintetizados com a sequência do ADN nos pontos onde queremos que encaixem. Em seguida a polimerase começa a alongar os pequenos primers catalisando a ligação de nucleótidos à cadeia em crescimento. Como cada tipo de nucleótido (A, T, G, C) apenas encaixa num tipo específico da cadeia complementar (A com T e G com C), a cadeia gerada é complementar à original.

Depois é repetir isto vinte ou trinta vezes. O aquecimento separa (desnatura) as cadeias, o arrefecimento faz encaixar (hibridar) os primers nas extremidades e a polimerase sintetiza uma cadeia complementar a partir de cada primer. Cada ciclo duplica a quantidade de ADN da região a amplificar e basta umas dezenas de ciclos para obter milhões de vezes a quantidade inicial. É isto que permite isolar trechos de ADN a partir de uma amostra biológica e obter quantidade suficiente para sequenciar um gene, identificar um indivíduo e assim por diante.

Esta história toda é só para ajudar a perceber o vídeo abaixo, um vídeo publicitário da Bio-Rad que está muito engraçado mas é um bocado para nerds. Obrigado ao Mário Miguel pelo link.



1- Wikipedia, Polymerase Chain Reaction

22 comentários:

  1. Era para ter enviado este também.

    De facto é um bocado para nerds:-),
    mas isso não é coisa má.

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  2. Meninos

    Nerd e parolo não são sinónimos! Penso eu de que.

    Credo, que coisa horrível!

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  3. Mário

    Depois de ver mais este horror tenho a dizer que vocês os dois fizeram a divulgação científica dar vários passos de gigante... ... atrás!

    Nem sei se deu para eu me rir, mas ao menos deu para eu desligar o cérebro durante dois minutos. O que, nos tempos que correm (para mim) é uma mais-valia.

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  4. Abobrinha,

    Ainda bem que, pelo menos, teve alguma utilidade "catatónica" a nível do encéfalo;-)

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  5. Ludwig,

    Kary Mullis acredita na Astrologia?!?!? Sabes se isto é verdade. Fiquei perplexo.

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  6. Mário Miguel,

    Tenho ideia que ele não é muito bom da cabeça, sim. Exactamente que disparates acredita não sei, mas tem fama de andar mais por lá que por cá.

    http://www.logicalscience.com/skeptics/kary-mullis.html

    http://en.wikipedia.org/wiki/Kary_Mullis

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  7. Ludwig,

    O da Wikipedia eu já tinha visto, o tipo "metia" LSD. E afirmava que o tinha ajudado...

    Relativamente ao outro link, obrigado.

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  8. Não se acredita na astrologia. Conhece-se e testa-se...

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  9. ... e verifica-se que é verdade (aquela que não é folclore).

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  10. Caro Rui,

    Poderia ser um pouco mais específico com as afirmações:

    «Conhece-se e testa-se»

    e

    «e verifica-se que é verdade»

    Repare, se eu lhe disser acerca da Quiromancia (leitura das mãos) feita por ciganas no Campo Grande que: «Conhece-se e testa-se» e «e verifica-se que é verdade», sem mais nada; eu não acrescento nada, sendo que estas afirmações estão "vazias".

    Por isso, e sem ser irónico ou estando a utilizar uma outra figura de estilo depreciativa, peço-lhe por favor, que me elucide com dados objectivos.

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  11. Caro Mário Miguel,

    Comecei a ler textos que negavam a validade da astrologia; acabei por aprender a técnica, testo o seu simbolismo em mim e nos que melhor conheço.
    Não é uma crença: constato a validade de algumas interpretações e a invalidade de outras (o que é de estranhar, tendo em conta o folclore astrológico que chegou até nós).
    É uma ferramenta para perceber melhor os ritmos da vida e um bom complemento da psicologia. Não há determinismo, mas especularidade («coincidências significativas»).

    Dados mais objectivos tornariam a resposta muito longa... e nunca seriam suficientemente objectivos. :)

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  12. Caro Mário Miguel,

    Comecei a ler textos que negavam a validade da astrologia; acabei por aprender a técnica, testo o seu simbolismo em mim e nos que melhor conheço.
    Não é uma crença: constato a validade de algumas interpretações e a invalidade de outras (o que não é de estranhar, tendo em conta o folclore astrológico que chegou até nós).
    É uma ferramenta para perceber melhor os ritmos da vida e um bom complemento da psicologia. Não há determinismo, mas especularidade («coincidências significativas»).

    Dados mais objectivos tornariam a resposta muito longa... e nunca seriam suficientemente objectivos. :)

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  13. Um dia destes um menino que pensa de si mesmo como grand sabedor das coisas da astrologia deu 3 palpites acerca do meu signo, para justificar uma atitude independente da minha parte (daaaaaaaaaaaaaaaah! Não deixei que ele abrisse a minha garrafa de Compal).

    Acertou num e em dois deles foi completamente ao lado. Eu não lhe disse qual era o meu signo: olhei para ele com ar de desafio e disse: tu é que sabes qual é o meu signo, por isso tu é que me dizes! Par que é que eu lhe ia dizer, se ele depois ajustava o que tinha observado ao que eu lhe tinha acabado de dizer? Qualquer falha ficaria colmatada com um ascendende marado (o único ascendente que eu possivelmente admito: um completamente marado!). Falhando tudo, Plutão na casa de Neptuno com influência na esfera de Júpiter daria o ajuste final de uma coisa perfeitamente simples: apeteceu-me abrir a porcaria da garrafa!

    Moral da história: eu sou mau feitio. Foi uma resposta longa, mas bastante objectiva.

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  14. É só um palpite, mas um PCR não seria capaz de adivinhar que eu tenho mau feitio. Daqui se vê a superioridade da astrologia sobre o que algumas mentes simples chamam "Ciência".

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  15. Caro Rui,

    «coincidências significativas»

    Coincidência é um acaso que faz sentido à luz da nossa subjectividade. Uma coincidência para si poderá não ser para mim.


    «Dados mais objectivos tornariam a resposta muito longa...»

    Esteja à vontade, aqui não se paga ao quilometro, e eu prometo que lerei tudo.


    «[...]e nunca seriam suficientemente objectivos. :)»

    Fazendo fé do que escreveu neste ponto, então, a Astrologia não servirá para grande coisa, ou estarei a ler mal?

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  16. Abobrinha,

    Andou a tomar LSD como o Kary Mullis;-)

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  17. Mário

    Nope: foi Reiki! Ou outra porra qualquer new age. Isto assumindo que o que ele fuma (agora fora do café onde eu bebo o meu compal independente e com mau feitio) é só Marlboro...

    O que não invalida que eu tenha mau feitio. Só que se toda a gente tivesse o MEU mau feitio, as coisas seriam menos más. Ou pelo menos, mais divertidas.

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  18. Rui,

    «testo o seu simbolismo em mim e nos que melhor conheço.»

    Como é que se testa o simbolismo? Por exemplo, como é que eu testo se o símbolo "a" corresponde ao som "ah"?

    Parece-me que o simbolismo seja do que for é puramente convencional, e por isso não é algo que valha a pena testar. Se dizem que Marte simboliza o conflito, então simboliza e pronto. É como dizer que a sequência c-o-n-f-l-i-t-o simboliza o conflito...

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  19. Ludwing,

    Queres opinar sobre isto?

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  20. Ludwig,

    Sobre as estatísticas deste senhor, que é uma das referencias para a Astrologia, eu acho o seguinte:
    haverá correlações em certas profissões, isso deverá ter alguma ponta de verdade. Por exemplo, os filhos dos médicos devem estar inseridos numa família com um certo padrão de vida, que tem férias numa dada altura do ano, é que terá, eventualmente, mais filhos numa dada altura, por exemplo, quando vá de férias devido a ter mais disponibilidade para o sexo nessa altura (especulação pura). O que quero dizer é que esse senhor parte do principio que existe o "Homem aleatório", ou "ambiente aleatório", como termo de comparaçãio, e o que eu acho é que quem é medico ou desportista, está já à partida influenciado por factores que excluem a aleatoriedade. Por exemplo, em Portugal há mais filhos a nascer numa dada altura, e isso deve-se-à a factores conhecidos.

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  21. Mário,

    Eu tenho ideia que o efeito de Marte, que foi o trabalho mais famoso do Gauquelin, resultou apenas de pequenos «erros» tendenciosos na transcrição dos dados. Quando corrigiram algumas datas de nascimento erradas o efeito desapareceu.

    Mas tenho que procurar isto primeiro, porque só de memória não vale :)

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  22. Sim, também tenho a ideia disso, Acho que estava relacionado com os pais que registavam as crianças. Li algures (a informação não é fiável), que muita gente em dada época, registava os filhos numa data mais favorável à Astrologia (como eles tivessem nascido nessa data). Mas disto não tenho certezas. Se tiveres informação sobre o efeito de Marte e dos respectivos erros, pedia-te o favor de colocares aqui a ligação.

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