domingo, fevereiro 11, 2007

O mistério da vida...

...é como o mistério do grande. Uma formiga com um metro e setenta é enorme (e perigosa). Um homem adulto com um metro e setenta não é nada de invulgar. Um porta-aviões com um metro e setenta é minúsculo (e ridículo). Quando separamos o vivo do não vivo temos também critérios arbitrários, aplicados de forma diferente a coisas diferentes.

O sinistrado está morto se os médicos não conseguem pôr o seu coração a bater, ainda que muitas das suas células continuem vivas durante dias. Aqui a vida é o funcionamento ordenado do organismo como um todo. Uma célula como as nossas, com organelos, núcleo, e uma estrutura interna complexa, classifica-se como morta se essa estrutura se desagrega, embora prossigam inúmeras reacções químicas típicas do metabolismo celular. Bactérias como as do género Clostridium podem formar endoesporos. A bactéria copia o seu ADN, cobre-o com uma camada protectora de proteína e peptidoglicano, e morre. O endoesporo é um grão minúsculo e inerte, onde não se passa nada até que encontre um meio propício, germine, e recrie de novo a bactéria à sua volta. Pode passar milhões de anos nesse estado inanimado, mas mesmo assim chamamos-lhe vivo.

Antigamente pensava-se que a vida era uma propriedade de alguns seres. Até 1828 a química orgânica estudava os compostos que se julgava só seres vivos poderiam criar. Em 1828, Friedrich Wöhler sintetizou a ureia, um composto orgânico, e mostrou que não é preciso o élan vital para nada. Hoje em dia a química orgânica é simplesmente a química de compostos com carbono, venham lá de onde vierem, e o vitalismo acabou no caixote das hipóteses ultrapassadas.

A vida, em si, não é mistério nenhum. Há muitas coisas nos sistemas vivos que nos falta compreender, como a estrutura das proteínas, a origem dos primeiros replicadores, a regulação dos genes e do desenvolvimento embrionário. Mas o mistério vem da sua complexidade, e não de ser vivo ou não. A proteína sintetizada em laboratório ou na bactéria é a mesma coisa, e compreender uma é compreender a outra. Os vírus são igualmente fascinantes quer os consideremos seres vivos quer os consideremos seres inanimados.

A vida não é um mistério porque, tal como «grande», é apenas uma categoria que nós inventámos para ajudar a arrumar as nossas ideias. Não é uma propriedade das coisas. Não é nada que tenha que ser explicado.

7 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  2. Caro António,

    Pediu-me para explicar porque a vida não é mistério, e eu expliquei. Não vou assumir que é ingratidão o que pode ser desilusão, mas se não esclareci a sua dúvida, por favor seja mais específico.

    Qual é exactamente o mistério da vida a que se refere? Ou qual é o sentido em que usa a palavra...

    ResponderEliminar
  3. Um artigo interessante sobre a crescente onda de cepticismo relativamente a Darwin, nos Estados Unidos. Sei que o Ludik não gosta de artigos inteiros no seu blog, mas também sei que compreende que na vida as coisas nem sempre são aquilo que nós gostamos.


    'Who's Who' list challenging Darwin grows
    100 more of the world's top scientists express skepticism of theory

    --------------------------------------------------------------------------------
    Posted: February 11, 2007
    10:28 p.m. Eastern



    © 2007 WorldNetDaily.com


    The list truly is a "Who's Who" of prominent scientists in the world today, and now another 100 ranking leaders have added their signatures to a challenge to Darwin's theory of evolution.

    It's for those who have reached the epitome of their fields, but still are questioning the validity of the Darwinian philosophy and want to put their concerns in writing.

    The names include top scientists as MIT, UCLA, Ohio State, University of Washington, University of Pennsylvania, University of Georgia, Harvard, the College of Judea and Samaria, Johns Hopkins, Texas A&M, Duke, University of Peruglia in Italy, the British Museum and others.

    "Darwinism is a trivial idea that has been elevated to the status of the scientific theory that governs modern biology," said Michael Egnor, a professor of neurosurgery and pediatrics at State University of New York, Stony Brook, and an award-winning brain surgeon who was picked as one of New York's top doctors by "New York Magazine."





    The list includes representatives from the studies of chemistry, biology, dendrology, genetics, molecular biology, organic synthesis, quantum chemistry, bacteriology, astrophysics, mathematics, geriatrics, entomology, economics, biochemistry, physics, electrochemistry, nuclear engineering and is available at www.dissentfromdarwin.org. It's maintained by the Discovery Institute's Center for Science and Culture.

    The list represents the most educated people in the world from all branches of science with one thing on common – agreement with the following statement: "We are skeptical of claims for the ability of random mutation and natural selection to account for the complexity of life. Careful examination of the evidence for Darwinian theory should be encouraged."

    (Story continues below)


    "We know intuitively that Darwinism can accomplish some things but not others," said Egnor, who has signed the statement. "The question is what is that boundary? Does the information content in living things exceed that boundary? Darwinists have never faced those questions. They've never asked scientifically, can random mutation and natural selection generate the information content in living things."

    John West, associate director of the Center for Science & Culture, said more scientists than ever before are "standing up and saying that it is time to rethink Darwin's theory of evolution in light of new scientific evidence that shows the theory is inadequate."

    "Darwinists are busy making up holidays to turn Charles Darwin into a saint, even as the evidence supporting his theory crumbles and more and more scientific challenges to it emerge," West said.

    The list of signatories, now numbering 700, also includes member scientists from National Academies of Science in Russia, Czech Republic, Hungary, India (Hindustan), Nigeria, Poland and the U.S.

    Many of the signers are professors or researchers at major universities and international research institutions such as Cambridge University, Moscow State University, Chitose Institute of Science & Technology in Japan, Ben-Gurion University in Israel.

    The organization assembling the list said "the public has been assured that all known evidence supports Darwinism and that virtually every scientist in the world believes the theory to be true. Public TV programs, educational policy statements, and science textbooks have asserted that Darwin's theory of evolution fully explains the complexity of living things."

    However, the documentation actually reveals that in recent decades, "new scientific evidence from many scientific disciplines such as cosmology, physics, biology, 'artificial intelligence' research, and others have caused scientists to begin questioning Darwinism's central tenet of natural selection and studying the evidence supporting it in greater detail."

    "The scientists on this list dispute the first claim and stand as living testimony in contradiction to the second," the website says. The list was launched in 2001.

    The list is for scientists who have a Ph.D in engineering, mathematics, computer science, biology, chemistry or one of the other natural sciences who agree with the statement on Darwin, officials said.

    There's a separate location called www.DoctorsDoubtingDarwin.com for medical doctors who have similar concerns.

    Members of the Discovery Institute submit articles and analyses for dialogue through seminars, conferences and debates, and they produce reports, articles, books, congressional testimony and films to spread the Institute's ideas.

    "The point of view Discovery brings to its work includes a belief in God-given reason and the permanency of human nature; the principles of representative democracy and public service expounded by the American Founders; free market economics domestically and internationally; the social requirement to balance personal liberty with responsibility; the spirit of voluntarism crucial to civil society; the continuing validity of American international leadership; and the potential of science and technology to promote an improved future for individuals, families and communities," the group said.

    ResponderEliminar
  4. bem dito, mas nao snignifica nada

    ResponderEliminar
  5. O Prof. Jonatas Machado, por quem tenho respeito intelectual, tem o hábito de tentar baralhar os que o lêem.
    Neste post começa logo com “Sei que o Ludik não gosta de artigos inteiros no seu blog, mas também sei que compreende que na vida as coisas nem sempre são aquilo que nós gostamos.”
    O blog é do Ludwig que tem todo o direito de definir as regras. E ao contrário da maioria dos blogs da área do Prof. Permite todos os comentários. Ele apenas pede que em lugar de colocarmos textos extensos copiados de outros lados, se coloque o link, prática generaliza na Net e que tem todo o sentido.

    Relativamente ao texto que coloca, nada tem de novo. Não mostra nenhuma evidência da teoria de Darwin estar errada. A maioria dos cientistas e daqueles que investigam nas áreas da ciência, continuam a descobrir novos factos que apontam para a validade da evolução e inclusive do Universo. Existem, é certo, várias visões do modo como se processou, mas não existe qualquer contestação à teoria em si.
    Seria interessante ver a origem e convicções religiosas desses cientistas de que fala.
    Muitos há que colocam os dogmas da religião acima da “honestidade” científica.
    Veja-se o que disse o Prof. Gentil Martins sobre a legalização do aborto. A sua posição é legítima, já não o é as manipulações e enganos que utilizou intencionalmente. A sua ligação a organizações cristãs fanáticas explica o porquê.
    O mesmo penso que se passará com os cientistas de que fala: primeiro a religião, depois a ciência.
    O facto de serem americanos confirma as minhas suspeitas. Em muitas escolas não se ensina a evolução ou dá-se pouco relevo. Desde que nascem que levam com Deus em cima e vivem em função dele. Muitos não conseguem superar o trauma e acham que é mais importante lutar contra o que coloca a palavra de Deus em causa do que procurar a verdade científica.
    Felizmente, mesmo nestas condições. A esmagadora maioria dos cientistas, consegue separar as águas: religião de ciência. E estes são evolucionistas convictos.

    O que eu gostava, da parte dos criacionistas, era de ver provas: da existência de Deus ou da falsidade da evolução. E já agora da idade da Terra inferior a 15000 anos.

    Joaquim Coelho

    PS. Sei que não vai responder, como é hábito. Apenas responde aos autores dos blogs que acha que servirão de veículo de propagação do criacionismo nas hostes evolucionistas, e onde tem por norma colocar os seus textos. Admiro-lhe o espírito missionário, mas se todos forem como eu é trabalho e tempo perdido.

    ResponderEliminar
  6. Joaquim Coelho, quais são suas provas que Deus não existe, e quais são as que mostram a veracidade do Evolucionismo?
    A verdadeira ciência é aquela que faz conclusões a partir de experiencias e fatos concretos, caso contrário, é mera crença que não se pode provar, e o Evolucionismo não passa disso, não existem fatos que o comprovem; é algo absurdo e incoerente.

    ResponderEliminar
  7. http://astronomiagraceliana.blogspot.com/

    ResponderEliminar

Se quiser filtrar algum ou alguns comentadores consulte este post.