domingo, fevereiro 18, 2007

Miscelânea Criacionista: o decaimento radioactivo.

O urânio 238 é instável, e de vez em quando um átomo perde um pedaço do núcleo e transforma-se em tório 234. Muito de vez em quando; demora quatro mil e quinhentos milhões de anos para desaparecer metade do urânio 238 desta forma. Outros isótopos são mais radioactivos. O carbono 14, por exemplo, tem um tempo de meia vida de 5730 anos. Com estes tempos, vários isótopos diferentes, e conhecendo os produtos destas reacções nucleares, podemos calcular a idade de alguns materiais pela sua composição.

Os criacionistas têm um problema com isto. Esta técnica dá valores de milhares de milhões de anos para a idade da Terra, mas eles têm um livro que diz que a Terra só tem seis mil anos. Por isso propõem que a taxa de decaimento radioactivo era maior no passado. É mesmo por isso: por causa do livro. Não há mais nada que precise desta hipótese como explicação.

Para muitos isto é um mero detalhe. Se calhar os criacionistas até têm razão, sabe-se lá. Mas o decaimento radioactivo não é um mero detalhe. É o calor gerado por este processo que mantém líquido o núcleo da Terra. A Terra tem seis mil quilómetros de raio, dos quais só meia dúzia é rocha sólida. É como uma camada de tinta numa laranja. Agora imaginem que o aquecimento no interior da Terra aumenta um milhão de vezes. Puf, lá se vai a laranja.

Além disso o decaimento radioactivo está relacionado com constantes fundamentais da física. Esta proposta é simplesmente absurda. É como ler num livro que as pirâmides foram construídas por meia dúzia de pessoas num fim de semana, e por isso propor que no tempo dos egípcios as pedras pesavam muito menos, e só se tornaram pesadas mais tarde. Não é porque lemos num livro que se justifica assumir que os aspectos mais fundamentais da matéria mudam de um dia para o outro.

12 comentários:

  1. O criacionismo não nega intervenções sobrenaturais de Deus. Pelo contrário, ele afirma que a criação do Universo, da Vida, das espécies, do Homem, das Línguas, etc., foram eventos sobrenaturais. O mesmo sucede, evidentemente, com os milagres relatados em toda a Bíblia. Um deles, recorde-se, é narrado no livro do Profeta Daniel. Os três amigos de Daniel, no exílio na Babilónia, são deitados numa fornalha extremamente quente por ordem do rei Nabucodonosor, embora, contrariamente ao que seria de esperar, acabem por sofrer uma sequer queimadura. Pelo contrário, ao pé das 3 pessoas que haviam sido lançadas na fornalha é visível uma quarta pessoa “com a aparência de um deus”. De forma totalmente sobrenatural, e contra todas as leis naturais (também divinamente estabelecidas), Deus tinha arranjado uma maneira de impedir que aquela fornalha queimasse os amigos de Daniel, para natural espanto de todos. Para um Deus omnipotente, fonte de toda a energia, nada é impossível. A Bíblia ensina que para Ele não há nada que seja demasiadamente difícil. O problema da dissipação do calor é uma questão de somenos para o Criador de toda a incomensurável energia do Universo.

    Tais eventos atestam a soberania de Deus sobre a natureza por Ele criada. Os mesmos refutam uma visão estritamente naturalista do mundo. Para os naturalistas, a possibilidade de eventos sobrenaturais é a priori contrária à ciência, tal como por eles definida em termos naturalísticos. Todavia, quem disse que a ciência só pode ser naturalista? Quem é a autoridade última nessa matéria? Por decisão de que autoridade é que os naturalistas adquiriram o monopólio da definição da ciência? Quem é que tem a “competência das competências” em matéria científica? Quem é que pode afirmar que a ciência naturalística é melhor do que uma ciência baseada na existência de Deus? Porque é que a concepção de ciência do Ludwig Krippahl é melhor que a minha? Quem é que tem suficiente autoridade, objectividade e neutralidade para decidir isso? Porque é que uma ciência baseada no Criador há-se ser epistemologicamente inferior a uma ciência baseada nas criaturas, particularmente sendo certo que estas se autocompreendem como acidentes cósmicos e primatas avançados? Há algum Supremo Tribunal científico? O mesmo produziu alguma decisão transitada em julgado definindo de forma definitiva e irretractável o que é ciência? Se os evolucionistas dizem que as suas ideias são meras reacções químicas aleatórias, porque razão é que as mesmas hão-de merecer mais crédito, junto dos criacionistas, do que a palavra de Deus? Quem decidiu isso? Com que autoridade? Será a afirmação de que a ciência tem que ser naturalista uma verdadeira afirmação científica (baseada na observação e na experimentação) ou uma afirmação filosófica e ideológica? No entendimento dos criacionistas, dizer que a ciência não se pode basear no reconhecimento de Deus é uma afirmação essencialmente ideológica. A mesma não é científica, nem essencial ao conhecimento científico. Para os criacionistas, a verdadeira ciência começa em Deus e termina em Deus, porque ele é o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro.

    Que a própria concepção naturalista de ciência é manifestamente arbitrária e insuficiente para lidar com as evidências científicas observa-se pela própria experiência dos evolucionistas (cósmicos e biológicos), que acabam por reconhecer o carácter milagroso dos eventos que a Bíblia declara como tendo essa natureza. Assim, o astrofísico Paul Davies fala do Big Bang como sendo um milagre. O biólogo Francis Crick fala da vida como sendo um milagre. O neurologista Stephen Pinker refere-se à linguagem humana como sendo milagre. Nada mal, para quem tanto gosta de ridicularizar os milagres da Bíblia! Como se vê, os próprios evolucionistas naturalistas, quando estudam as evidências, acabam por concluir que as leis naturais são incapazes para explicar as características do Universo, da Vida e do Homem. Se não acreditam em Deus, não é certamente por falta de evidências, mas sim por causa de uma predisposição ideológica e espiritual em rejeitar Deus. Ora é precisamente essa a verdade essencial que a Bíblia pretende ensinar. Deus existe, mas o homem pecador procura esconder-se d’Ele, precisamente como Adão e Eva se esconderam de Deus quando pecaram. Mas o Criador veio ao seu encontro e tem estado com a humanidade ao longo de toda a História, tendo encarnado em Jesus Cristo. Este levou sobre si o castigo do pecado, morrendo na cruz, mas ressuscitando ao terceiro dia com um corpo incorruptível. Dessa forma Jesus Cristo mostrou que a morte nunca foi aceite como boa pelo Criador e que existe vida para além da morte. Ele anunciou, com a sua ressurreição, a restauração de todo o mundo espiritual e físico. Os criacionistas aceitam essa verdade pela fé e constroem a sua ciência a partir daí. Saber por que é que a visão evolucionista, baseada na fé naturalista, há-de ser a priori intrinsecamente superior à visão criacionista é uma questão sem uma resposta imparcial e não arbitrária.


    Os evolucionistas estão muito preocupados com o facto de as evidências de decaimento radioactivo acelerado, a serem aceites, terem como consequência a “vaporização” da Terra, um problema, de resto, honestamente reconhecido e apontado pelos próprios criacionistas. Estes, porém, em vez de ignorarem a acumulação dessas evidências (v.g. abundância de C-14 em rochas, fósseis, carvão e diamante alegadamente com milhões de anos; anormal inexistência de hélio nos zircões) e de as tentarem escamotear com explicações esfarrapadas, procuram seguir de mente aberta até onde a evidência conduz, e explorar as oportunidades de investigação que a possibilidade de decaimento radioactivo acelerado abre para um melhor conhecimento da matéria e da energia, oportunidades essas que podem inclusivamente vir a revelar grande utilidade prática para a disposição de resíduos nucleares. De resto, na revista New Scientist de Outubro de 2006, o físico alemão Claus Rolfs afirma uma coisa muito interessante, do ponto de vista dos resultados da investigação criacionista: "quando eu estava a esturar física, os meus professores diziam-me que as propriedades nucleares são independentes do ambiente - podes pôr o núcleo num forno ou num frigorífico ou em qualquer ambiente químico, que as propriedades nucleares sem mantêm constantes. Isso já não é verdade". Os criacionistas admitem que ainda há muitas coisas que não se sabem, mas mantêm-se fieis à palavra do Criador e investigam os dados empíricos que, aparentemente, paracem estar em contradição com ela. Isto, porém, sem deixar de reconhecer que poderemos estar diante de eventos de alto relevo teológico, situados para além da investigação empírica. A Bíblia afirma que a mente humana não consegue compreender tudo o que Deus fez, do princípio ao fim.

    Como se vê, o criacionismo também abre as portas à investigação, científica contrariamente ao que os evolucionistas gostam de alardear. Na verdade, o criacionismo bíblico obriga a repensar e a reescrever, a partir de novas premissas, todas as disciplinas científicas hoje alicerçadas em premissas naturalistas. Todavia, os evolucionistas não se encontram numa posição melhor nesta matéria do que aquela em que se encontram os criacionistas, já que a aceitação incondicional do Big Bang teria como consequência a “vaporização”, não apenas da Terra, mas também das galáxias, das estrelas, do sistema, solar, do Sol, da Lua, etc. É que o Big Bang não permite uma explicação convincente da existência de tudo isso, facto que justifica que dia sim dia não, surjam novas cosmologias evolucionistas propondo alternativas ao Big Bang. A incapacidade do Big Bang para explicar de forma plausível as galáxias, as estrelas, os planetas e o sistema solar é o “segredo profissional” dos astrónomos e astrofísicos (que muitos incautos cidadãos desconhecem).

    Os evolucionistas gostam de se entreter com diferentes modelos alternativos de evolução. No entanto, a sua visão naturalista da ciência impede-os de considerar a criação como alternativa, sendo certo que a criação é a única e plausível alternativa à evolução. Se as espécies não evoluíram, então é porque foram criadas. Se foram criadas, então o registo fóssil não é evidência de evolução. Se não é evidência de evolução é evidência de catástrofe. Daqui segue-se a existência de um Criador capaz de castigar a humanidade com um dilúvio global. Esta é, para muitos, uma verdade insuportável, da qual se querem esconder mesmo que para isso tenham que ignorar a evidência que aponta nesse sentido (v.g. probabilidade zero da vida; entropia genética, inexistência de fósseis intermédios; evidência de catastrofismo na nanatureza; evidencia de decaimento radioactivo acelerado). O problema do criacionismo é que pressupõe um Criador, sem deixar margem de manobra a ninguém. A evidência de design é esmagadora, ninguém tendo desculpa para a ignorar. As boas notícias para a humanidade, porém, são que Deus pagou o preço pelo pecado da humanidade, através da morte e da ressurreição de Jesus Cristo, para que todo aquele que nele crê, não morra, mas tenha a vida eterna.


    Pode haver muitas interrogações, científicas e teológicas, para as quais nunca iremos a ter resposta. Mas Deus deu-nos, em linguagem simples e acessível, a resposta para as questões fundamentais da origem, sentido e destino do Universo e da Vida.

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  2. Diz Jonatas Machado

    "Para os criacionistas, a verdadeira ciência começa em Deus e termina em Deus, porque ele é o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro."

    Ora aí está a motivação dos criacionistas. Se isto é ciência ...
    É evidente que qualquer discussão com base neste tipo de pensamentos é inútil e toda a argumentação (que aliás está completamente desmontada pelos cientistas) é usada ao contrário. Isto é, em ,lugar de a partir de factos se chegar a uma conclusão, pega-se numa conclusão e tenta-se encaixar factos (é sempre mais fácil, mas nem assim o criacionismo convence).
    Partem da permissa que Deus fez tudo e tentam alinhar os factos para que pareça que assim é.
    E como não conseguem recorrem á tentativa de destruição das teorias que contrariam a visão teológica.

    Só não percebo porquê essa necessidade. Há muitos cristão, incluindo alguns canonizados, que defendem (e bem do meu ponto de vista) que a Bíblia deve ser lida de forma metafórica, e tendo em atenção as conmdicionates da altura em que foi escrita.

    Felizmente que na Europa esta corrente criacionista é ultraminoritária. Caso se tornasse maioritária, então a ciência entraria num novo período de recuo, como durante a Idade Média, em que para ser considerada qualquer teoria tinha de passar pela chancela da Igreja.

    Já não lanço o desafio da prova da existência de Deus, mas tão só da prova, por exemplo do grande dilúvio. Mas com dados e provas verificáveis e que possa ser aceite pela comunidade cientifica.
    Ou da idade da Terra segundo os adeptos da terra nova (6000 a 12000 anos).

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  3. Relembro esta frase do jónatas machado:

    Os leitores terão visto que o Ludwig, com toda a sua "sofisticação intelectual" e "conhecimento científico", tem sido incapaz, para além da sua tagarelice interminável, avançar um único argumento que seja a favor da evolução.

    tagarelice intermminável...pois...

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  4. Existem 3 linhas de argumentos principais que demonstram a evolução:

    1) O registo fóssil

    2) A existência de orgãos vestigiais

    3) A biogeografia

    Existe vasta bibliografia e artigos na Net para quem se queira informar, bem como a argumentação criaocionista.
    E respostas e contra-respostas.

    Sou um interessado na matéria, mas não um especialista, por isso não posso passar da "rama".
    Mas este tipo de argumentação criacionista já foi desmontado quanto mim de forma satisfatória.
    Por exemplo aqui:
    http://www.criticanarede.com/rel_intdesign.html

    http://www.criticanarede.com/rel_criacionismo2.html

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  5. Eu sempre gostei da retória do "se a ciência não explica totalmente algo é porque está errada e nunca há-de conseguir explicar".
    Se fosse assim acho que ainda estávamos na Grécia antiga...
    Também gosto do caractér local e não universal do deus "Alfa e Ómega". Isso de só se aparecer a meia dúzia de gajos nas terras quentes do crescente fértil é deveras divertido para um deus que é directamente responsável pela criação de mais de 6 biliões de almas embora quase metade o ignorem completamente.

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  6. Caro Jonatas Machado,

    Poderia esclarecer-me porque é que Deus (omnipotente) não poderá criar algo indestrutível. Pois se o cria não o pode destruir, não sendo omnipotente; se não o consegue criar, fica novamente provada a não omnipotência.

    João Matos

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  7. Caro Jonatas Machado,

    Poderia esclarecer-me porque é que Deus (omnipotente) não poderá criar algo indestrutível. Pois se o cria não o pode destruir, não sendo omnipotente; se não o consegue criar, fica novamente provada a não omnipotência.

    João Matos

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  8. Caro Jonatas Machado,

    O post anterior estava incompleto

    Poderia esclarecer-me porque é que Deus (omnipotente) não poderá criar algo indestrutível. Pois se o cria não o pode destruir, não sendo omnipotente; se não o consegue criar, porque o consegue destruir, então fica novamente provada a não omnipotência.

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  9. sobre este assunto. a conversa é desnecessaria. o tema é tão ridiculamente simples e evidente que a troca de argumentos é... é simplesmente estupida. nao pertendo ofender ninguém (embora sei que o faça) criasionismo? e ainda por cima negar a evolução? é absurdo, deculpem a franqueza, mas é ignorancia. talvez por deformação profissional este debate parece vazio. E sr quanta, os argumentos são tao evidentes e tantos que é dificil começar, aconselho para começar a leitura chata de qualquer livro de biologia do 12 ano e para finalizar o gene egoista. a ciencia nao explica tudo, é tambem por isso que ela nao é, nem tenta ser uma religião. ela procura explicar, e muitas vezes apenas se preocupa com o "como" e nao com o "porquê" isso é para a metafisica. sobre os argumentos para a evulução, apenas um muito simples e hoje aceite na generalidade (para nao dizer toda a gente claro) que é a questão dos micro-organismo que provocam as doenças (e não, mas até podia citar o exemplo da gripe das aves, ao mais resulatamente na gripe humana, ao na BES) os exemplo do mundo bacteriologico são imensos. nao acreditar na evolução, e sobre isso uma bela tira pode ser encontrada em
    http://images.ucomics.com/comics/db/2006/db060702.gif

    E compreendo que talvez seja mais dificil compreender/ver a evulução a funcionar numa escala maior, mas nao fazer o parelismo, apenas porque a dimensão temporal nao concide com a da vida humana.(as bacetrias em 60 anos produzem 3
    milhoes de gerações.)

    E sim, a ciencia nao explica tudo (ainda bem) já explicou menos, já explicou mais e de forma insuficiente e errada. mas refurgiar-se numa teoria com pés de areia, com argumentos pseudo-cientificos? Prender-se com força a um visão do mundo baseada em dogmas de fé? (e a bom dogma e mau dogma). acreditar no criasionismo porque um livro e uma visão do mundo que é a mesma há 3000 mil anos, parece-me absurdo.

    É fechar os olhos a tanta coisa. que qualquer debate e troca de argumentos é vazio e esteril.
    assim como os 3 minutos que levei a escrever isto é pura perca de tempo.

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  10. "A Bíblia afirma que a mente humana não consegue compreender tudo o que Deus fez, do princípio ao fim. "

    Pudera,deus nao fez nada, nao há nada para compreender. Ele é o principio e o fim. é nada. Só para um fisico o nada pode ser interessante, e mesmo assim é facto aceite que o nada nao existe.

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  11. E sr quanta, os argumentos são tao evidentes [...]

    Acho que há aqui um equivoco. Era uma ironia. Da próxima tentarei ser mais claro. Era apenas para explicar que o jónatas estava a acusar o ludwig de ter uma tagarelice interminável para depois fazer o Ctrl-V.

    Ah, e Sr quanta? Não.

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  12. Para pensar...
    Essa disputa entre criacionistas X evolucionistas só "engessa" a ciência. Porque fica difícil saber se o que se defende é a boa ciência ou um ponto de vista criacionista ou evolucionista.Convenhamos que ninguém quer ficar por baixo,ou seja, ninguém chegará para o outro e dirá ; "-Estava eu errado e você certo." Logo fica uma pergunta no ar se as descobertas científicas feitas pelos criaconistas favorecendo os evolucionistas serão divulgadas ou não , da mesma forma os evolucionistas divulgarão algo que seja favorável aos criacionistas? Por isso o meu apelo para que façamos pesquisas e experiências responsáveis, porque de outra forma a ciêcia sempre estará "engessada". Um abraço a todos.

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