Dois argumentos novos.
Pensava que, quando se discutiu a legalização do casamento homossexual, já tinham apresentado todos os argumentos contra. A defesa do casamento, que é sagrado, a tradição, a reprodução, o homem isto e a mulher aquilo, e assim por diante. Afinal, ainda havia mais dois, que o José António Saraiva apresentou esta semana. O argumento da pobreza de vocabulário e o da pobreza de espírito.
Reza assim o primeiro: «não havendo neste ‘casal’ um marido e uma mulher, poderá falar-se em dois maridos? […] Não é fácil descrever estas situações. Por essas e por outras, numa recente entrevista a Manuel Luís Goucha reafirmei a minha oposição aos casamentos homossexuais.[...] Confesso que, até ao dia de escrever este texto, não me tinha debruçado sobre o modo como deverão tratar-se os dois membros de um ‘casal’ homossexual.» (1) Felizmente, este problema é fácil de resolver com um dicionário. Recomendo ao José António que consulte, por exemplo, a palavra “cônjuge”.
O segundo é mais tramado; «é justo que as pessoas que vivem juntas tenham certos direitos em comum. Mas, para isso, não é necessário pôr em causa as nossas referências nem baralhar os nossos pobres espíritos.» De facto, é pena que os pobres espíritos fiquem baralhados com a legalização do casamento homossexual. Mas também isto tem remédio. Sugiro ao José António que fale deste problema a alguém da sua confiança. Desta forma, se o José estiver, por confusão, prestes a casar com alguém de sexo que não lhe convenha, haverá quem impeça a boda e desfaça a confusão. Não é preciso proibir pessoas de casarem com outras do mesmo sexo só para evitar confusões que são perfeitamente evitáveis mesmo sem legislação especial.
O que acho mal é quererem boicotar o blog do Sol (chamam-lhe semanário, porque imprimem os posts à sexta-feira e os vendem em papel, mas não percebo o porquê de tanto desperdício). Que não leiam porque não gostam, compreendo. É o que eu faço, à excepção de textos inspiradores como este do José António. Mas que deixem de comprar só para castigar a publicação de uma opinião da qual discordam é injusto para com as outras pessoas que lá escrevem e que não têm culpa do José António não ter coisa melhor para escrever. Além disso, o direito de se dizer o que se pensa serve precisamente para dizer o que incomoda, porque para dizer o que não estorva ninguém não é preciso direito nenhum.
1- Sol, Dois maridos
pobres espíritos...é fraquinho
ResponderEliminargeralmente são os melhores espíritos....ou seja aqueles que pensam sobre toda a merda com raciocínios coloridos
como aqueles gajos que falam sobre o sistema fiscal sueco
que não tira nem um cêntimo dos milhAres de milhões que os IKEAS e as Bofors deste mundo fazem em tralha variada
quem paga são sempre aqueles que não têm capacidade para se escapar
ou ter uma off-shore nas ilhas variadas do mar do norte ou nas suecas do báltico
idem para todas as minorias sexuais ou educacionais
não encontram apoio nas maiorias que os veêm como corpos sociais estranhos
quer os homosexuais sejam 10% não representam 10 mil dos 100 mil casórios anuais
nem representarão...as sociedades têm os seus próprios anti-corpos sociais
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar@off topic
ResponderEliminarhttp://midohioatheists.org/?p=691&cpage=1
:-)
Ludwig,
ResponderEliminarPor favor não caias no erro de apontar a mediocridade de um semanário em particular. Corres o risco de privilegiar os outros e isso concorre seriamente com a criminalidade.
Ludi!
ResponderEliminarQueria fazer um glorioso comeback com um comentário inteligentíssimo, mas...o assunto é demasiado clichê (e a cabecinha não dá para muito). Por isso fica um beijo e pronto.
beijo
Joaninha,
ResponderEliminarNão te preocupes, que o beijo é muito bem vindo :)
Beijos para ti também, e bemvinda de volta ao mundo fora do código civil e companhia :)
«Mas que deixem de comprar só para castigar a publicação de uma opinião da qual discordam é injusto para com as outras pessoas que lá escrevem e que não têm culpa do José António não ter coisa melhor para escrever.»
ResponderEliminarVeja-se um recente editorial do jornal i, onde escreve o Ricardo Alves.
Ludwig,
ResponderEliminarNem sabia de nenhuma proposta de boicote, nem estou muito interessado em fazer parte deste (também não compro o Sol de qualquer das formas, portanto não faria diferença). Mas discordo da alegação implícita de que um boicote viola a liberdade de expressão. Em termos de princípios o direito à liberdade de expressão não exige obrigar os outros a pagarem para te ouvirem...
Normalmente as análises do Saraiva tem um registo mais interessante:
ResponderEliminarSe por um lado parece que sim por outro parece, salvo melhor opinião, que talvez sim ou talvez não. No entanto, dada a dificuldade da questão, e tendo em conta o que já foi dito - ou não - e isto na minha opinião, tendo em conta o que não foi feito, afigurasse-me que sou da opinião que me parece que não é de aceitar. Ou de aceitar.
O bom e velho Steinbroken sintetizava com um - c’est très grave, c'est excessivement grave…
O século XXI exige maior número de palavras....
quanto aos metais....
ResponderEliminarDesceu um bocadito o oiro...a prata, senhores, vai por aí acima...Sousa dixit....
Comeu na semana passada nas bolsas ?
Sim..também levou na tromba mas não tanto como isso.
bitcoins, Dollar e yenes parece que os leva o vento...
Uma sugestão:
Não vou apostar mas parece que pelo franco da Suíça para a semana não vai correr mal a semana.
O Euro desce um bocadito mas nada que não recupere.
Escrito isto com álcool e thc´s no sistema....
Os capitais tremem de medo com os impostos sobre as fortunas....
brrr!
que medo!
E quem me dera ter uma....!
O casamento civil assenta em dois pilares fundamentais: monogamia e heterossexualidade.
ResponderEliminarAo se destruir um dos pilares, com que moral negamos a destruição do outro?
É tão justo permitir dois homens de se casarem como 2 homens e 1 mulher casarem entre si.
No final do dia, teremos a noção de casamento completamente desfigurado do que já foi em tempos (não que isso seja mau), pelo que devemos questionar com calma se é isso que realmente queremos.
Eu não me importo nada que o que escrevi acima se torne possível. Apenas me incomoda o facto de lhe chamarem "casamento".