sexta-feira, outubro 22, 2010

O testemunho. Mais uma vez.

Apesar do post anterior, repetem-se dúvidas já muito repetidas. Em vez de responder nos comentários, vou deixar um post só sobre isto para das próximas – que haverá certamente – me bastar o endereço. Pediu-me assim o Miguel Panão:

«explica-me então como averiguas os factos contidos em alguém que testemunha uma experiência religiosa e aferes a sua veracidade. E ainda, explica-me como averiguas os factos contidos em alguém que testemunha a invalidade de uma experiência religiosa e aferes a sua veracidade.» (1)

Vou assumir que por “factos contidos em alguém” o Miguel se refere à verdade das alegações. E começo por esclarecer que as duas coisas que o Miguel pede são, no fundo, uma só: como decidir se considero verdadeiro ou falso aquilo que alguém alega.

Primeiro, tenho de decidir onde vou colocar a fasquia, que não é igual para todas as alegações. Se alguém me disser que viu um rato, a fasquia fica tão baixa que normalmente considero a alegação verdadeira sem mais do que o testemunho. Em contraste, se me disser que consegue comunicar com os mortos, que viu Vishnu ou que a Terra é quadrada, terei de exigir muito mais do que a palavra dessa pessoa para concluir que me diz a verdade. O critério, em ambos os casos, é o contraste entre a alegação e as crenças que posso justificar considerar verdadeiras.

A justificação é o ponto crucial. O que importa não é se eu gostaria que fosse verdade ou se concorda com algo que acredito porque me dá na gana. Importa é o encaixe da alegação com o que posso justificar objectivamente, à parte dos meus gostos ou preferências. Assim, se me dizem que ganhei o Euromilhões, será irracional deixar o desejo de enriquecer calar a suspeita da alegação ser falsa, visto que nem sequer joguei. O salto de fé de quem acredita no testemunho religioso só porque quer que seja verdade é igualmente impulsivo e irracional.

A alegação de que o criador do universo nasceu humano, por milagre, e se deixou matar para redimir em nós um pecado de antepassados distantes é, logo à partida, tão pouco plausível e tão desligada de tudo o que sei que tenho de colocar a fasquia muito alto. Mesmo que o testemunho fosse credível e consensual, seria uma evidência tão baixinha que ainda precisava de binóculos para ver a fasquia.

Mas o testemunho não é credível. Não pela honestidade das alegadas testemunhas, acerca da qual não posso concluir nada, mas porque é um testemunho indirecto e porque as testemunhas originais, se realmente as houve, não tinham como averiguar o que se diz terem testemunhado. É que mesmo que Jesus estivesse aqui, hoje, a ser crucificado diante nós, não haveria maneira de determinar se estava a redimir algum pecado com isso. O máximo que se pode testemunhar é é que um homem foi crucificado. O resto é pura especulação.

E nem é consensual. Parafraseando o Vasco Santana, testemunhos há muitos. Para todos os gostos e sabores. Deuses, espíritos, rituais, castigos, recompensas, do mundo prestes a acabar e até de que já acabou. E não há razão nenhuma para preferir qualquer um aos outros todos.

Assim, respondendo ao pedido do Miguel, esclareço que aceito como verdadeiro o testemunho de quem diz não encontrar deuses porque não parece haver deuses em lado nenhum. Portanto não me admira que não o encontrem. O testemunho, por si só, é evidência fraca, mas também exijo pouco de quem me diz não encontrar fantasmas, fadas, este deus ou aquele outro.

Por outro lado, se alguém alega saber, por uma experiência religiosa ou testemunho bíblico, que há dois mil anos a mulher de um carpinteiro na palestina engravidou por milagre, que a criança era a encarnação do criador do universo e que, pela sua morte, nos salvou a todos de um pecado cometido muito antes por um casal metafórico, só duas possibilidades se apresentam minimamente plausíveis. Ou está baralhado ou a tentar enfiar-me um barrete. Porque isso não é coisa que se conclua ser verdade só porque alguém tem um pressentimento ou leu num livro que alguém disse ter sido assim.

1- Comentário em ECR 1: Testemunhos.

47 comentários:

  1. Eu tenho um pressentimento que isto não fica por aqui, e acho-o suficientemente convincente :)

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  2. Por mais voltas que dê à cachola não encontro nenhum ponto fraco nos argumentos apresentados. Mas não me vou dar por vencido assim aí vai…Tu és um positivista lógico.

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  3. Barba Rija disse...
    Eu tenho um pressentimento que isto não fica por aqui

    e è uma antevisão

    ou somente um testemunho de fé....

    se é antevisão os números são o 16 23 34 42 e 49?

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  4. O salto de fé de quem acredita no testemunho religioso só porque quer que seja verdade é igualmente impulsivo e irracional.

    Não justificas porque um salto de fé é irracional.

    A alegação de que o criador do universo nasceu humano, por milagre, e se deixou matar para redimir em nós um pecado de antepassados distantes é, logo à partida, tão pouco plausível e tão desligada de tudo o que sei que tenho de colocar a fasquia muito alto.

    Claro que é pouco plausível!! É extraordinário! Nenhum crente duvida disso. Mas por isso mesmo é que nos diz mais, e possui maiores implicações para uma experiência religiosa, do que se fosse plausível ou mais uma coisa que sei, ou toda a gente sabe. A experiência religiosa encaixa mais num "não sei", num "está para além de tudo o que eu sei", do que o contrário.

    ...um testemunho indirecto e porque as testemunhas originais, se realmente as houve, não tinham como averiguar o que se diz terem testemunhado. É que mesmo que Jesus estivesse aqui, hoje, a ser crucificado diante nós, não haveria maneira de determinar se estava a redimir algum pecado com isso. O máximo que se pode testemunhar é é que um homem foi crucificado. O resto é pura especulação.

    Como sabes tu que as testemunhas originais não tinham como averiguar o que se diz terem testemunhado? É neste tipo de coisas que está implícita uma mentalidade positivista, isto é, deveriam ter aplicado o método científico. Pois bem, Jesus disse a Pedro quando o chamo de "Filho de Deus Vivo" que nada neste mundo lhe revelou o que acabou de dizer, mas o Espírito Santo. A experiência religiosa faz-se neste mundo, mas não se afere a sua veracidade com métodos científico, algo evidente para qualquer crente. Contudo, conta o testemunho original que S.Tomé terá reagido dessa forma e conta também que terá obtido a sua resposta.

    A especulação é tão pura quanto aquela que aqui alegas.

    Testemunhos há muitos, mas o ser humano tem a capacidade de os distinguir, caso contrário não haveria a diversidade de religiões que há num mesmo país. Essa distinção provém de uma experiência religiosa do divino que é pessoal e relacional.

    Assim, respondendo ao pedido do Miguel, esclareço que aceito como verdadeiro o testemunho de quem diz não encontrar deuses porque não parece haver deuses em lado nenhum.

    Não estou esclarecido. Continuo a perguntar (e são, de facto duas coisas): 1) como averiguas isso que alegas (método); 2) como aferes a sua veracidade (hermenêutica dos resultados do método).

    O testemunho, por si só, é evidência fraca, mas também exijo pouco de quem me diz não encontrar fantasmas, fadas, este deus ou aquele outro.

    Procuras um Deus como ser entre outros seres? Como causa entre outras causas? Estou repetidamente a dizer-te que não encontrarás e se encontrasses dessa maneira, não seria Deus. Deus não é um ser entre outros seres, como fantasmas, fadas ou outras divindades; Deus não é causa entre outras causas, como quem procurar delinear uma experiência que o permita detectar - por assim dizer.

    Por outro lado, se alguém alega saber, por uma experiência religiosa ou testemunho bíblico, que há dois mil anos a mulher de um carpinteiro na palestina engravidou por milagre, que a criança era a encarnação do criador do universo e que, pela sua morte, nos salvou a todos de um pecado cometido muito antes por um casal metafórico, só duas possibilidades se apresentam minimamente plausíveis. Ou está baralhado ou a tentar enfiar-me um barrete.

    Enganaste a ti mesmo se achas que estás a colocar uma dúvida que algum teólogo muito antes de ti não tenha já questionado, assim como Rahner advertiu há cerca de 40 anos. Mas como te informas pouco, a tua conclusão é mera especulação e constitui um testemunho pouco credível. Ludwig Feuerbach (não Kripphal) fez melhor ... estudou teologia ...

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  5. "Deus não é um ser entre outros seres, como fantasmas, fadas ou outras divindades;"

    Exactamente o que é que torna Deus (o teu) tão diferente de fantasmas, fadas e principalmente de outras divindades? Também tenho livros a falar de fantasmas e fadas. Também há livros a falar de outras divindades.

    Porque é que o relato dos acontecimentos da Bíblia é mais credível que o relato dos acontecimentos no Alcorão? O que é que torna a palavra dos testemunhos de Jesus mais credível que a palavra dos testemunhos de Maomé.

    E isto sem sequer entrar nas outras religiões todas.

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  6. ardoRic

    Respondendo à tua pergunta:

    Nada. Apenas o Amor enquanto único mandamento deixado por Jesus Cristo.

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  7. Miguel, cada vez mais me convences de que não estás a ser honesto, ou connosco ou contigo próprio. Acusar quem pede por evidências de "Positivismo" é um truque palerma e infantil. É uma vigarice. O que estás a propor é que para coisas mundanas, como o facto de que é a Terra a rodar sobre si mesma, que sejamos rigorosos, consideremos as hipóteses, façamos todos os cálculos e procuremos evidências. Mas para a coisa que o cristão acha mais importante do que tudo na vida, aí pare-se com exigências, que isso é apenas válido para as coisas mundanas. Isto é imbecil, é uma inversão injustificada de todos os valores, e o cristão safa-se disto porque está completamente pedrado com o sentimento de que vive a "Verdade" espiritual, com o seu sorriso "smug" de quem sabe a verdade e acha que estas coisas de verificacionismos e evidências é para mentes menores que ainda não lá chegaram (leia-se, ainda não se pedraram o suficiente).

    Como sabes tu que as testemunhas originais não tinham como averiguar o que se diz terem testemunhado?

    Ridículo, patético. Não cabe nem ao Ludwig nem a ninguém senão ao cristão dar evidências e justificações em como de facto as testemunhas tinham como averiguar afirmações ridiculamente extraordinárias. As afirmações são vossas, provem-nas. Até o fazerem, estão de pé de igualdade com todas as seitas e cultos que já morreram ou ainda não. Qual é a diferença entre a epistemologia do teu Jesus e do Lorde Xenu da galáxia não-sei-das-quantas da cientologia?

    Enganaste a ti mesmo se achas que estás a colocar uma dúvida que algum teólogo muito antes de ti não tenha já questionado

    Enganas-te de novo, a questão aqui não é a colocação da dúvida, mas sim se há ou não resposta para ela. E aqui não elucidas um átomo, pelo que se pressupõe claramente que essa resposta não existe, tal como nunca a vi escrita. Vires para aqui queixares-te da ignorância dos outros que não leram os mesmos livros que tu revela apenas desespero e incapacidade da tua parte em confrontar os argumentos em si. Ataca a pessoa, Miguel, não ataques os argumentos. Sabes porquê? é que se o fizeres, ainda acabas ateu.

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  8. Barba Rija

    dizes "O que estás a propor é que para coisas mundanas, como o facto de que é a Terra a rodar sobre si mesma, que sejamos rigorosos, consideremos as hipóteses, façamos todos os cálculos e procuremos evidências. Mas para a coisa que o cristão acha mais importante do que tudo na vida, aí pare-se com exigências, que isso é apenas válido para as coisas mundanas."

    Eu, enquanto cristão, peço factos para ter uma percepção da realidade. Para as escolhas que faço, se me limitasse aos factos, era um robô e não um ser humano.

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  9. Testemunhos há muitos, mas o ser humano tem a capacidade de os distinguir, caso contrário não haveria a diversidade de religiões que há num mesmo país. Essa distinção provém de uma experiência religiosa do divino que é pessoal e relacional.

    Confissão perfeita do estrondoso relativismo total que o Miguel encerra: cada um com a sua realidade, cada um com o seu próprio deus, cada um com a sua verdade. Mas o problema, Miguel, é que cada uma destas pessoas está convencida que a sua verdade não é apenas a sua, mas sim a Verdade Absoluta. O Cristianismo tem dogmas diferentes dos do Islamismo. O discurso que encerras de relativismo total e multi-culturalismo não é compatível nem com o Cristianismo nem com o Islamismo nem com nenhuma religião por aí.

    Normalmente, esse multi-culturalismo é apenas invocado pelos créus como uma espécie de "Opá não me chateies ó ateu, ninguém é dono da verdade, toda a gente tem a sua, não sejas irritante". O problema é que depois, quando o incréu não está presente, o créu faz todo o tipo de asserções absolutas e pretensamente objectivas sobre Jesus, sobre o ser humano, a realidade, a "experiência religiosa", etc.

    Isto é conto do vigário.

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  10. Eu, enquanto cristão, peço factos para ter uma percepção da realidade. Para as escolhas que faço, se me limitasse aos factos, era um robô e não um ser humano.

    Portanto, sofrologista, o facto de Jesus ser Deus é algo que escolheste ser verdade. Sim, eu compreendo esse solipsismo aberrante, faz parte também da "experiência religiosa".

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  11. Nada. Apenas o Amor enquanto único mandamento deixado por Jesus Cristo.

    Nem o mandamento é original, nem é grande coisa. Para além de ainda se resumir ao "próximo" e não ser particularmente universal, faz duas coisas imbecis. Primeiro, torna o amor mandatório, obrigatório. Estupidificante. Segundo, faz depender o amor que cada pessoa tem pelo "próximo" da quantidade de amor que essa pessoa tem a si mesma. Ou seja, se a pessoa estiver num desastre psicológico e se odiar a si mesma, o mandamento lê-se precisamente como "Odeia os outros tal como te odeias a ti mesmo".

    Não que a intenção não era boa. É simplesmente um mandamento parvinho e pouco inteligente. Menos "desinteligente" é a Regra de Ouro, mas mesmo essa depende do não masoquismo de todos.

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  12. Barba Rija

    Dizes:

    "Nem o mandamento é original, nem é grande coisa. Para além de ainda se resumir ao "próximo" e não ser particularmente universal, faz duas coisas imbecis. Primeiro, torna o amor mandatório, obrigatório. Estupidificante."

    Estás no teu absoluto direito de fazer a escolha de considerar o mandamento do amor como um mandamento estúpido e tenho que admitir que não tenho argumentos lógicos contra isso porque estamos num nível de definição (e escolha) de axiomas.


    Dizes:

    "Segundo, faz depender o amor que cada pessoa tem pelo "próximo" da quantidade de amor que essa pessoa tem a si mesma. Ou seja, se a pessoa estiver num desastre psicológico e se odiar a si mesma, o mandamento lê-se precisamente como "Odeia os outros tal como te odeias a ti mesmo".

    Não percebo muito bem. Suponho que te estejas a referir ao "ama o próximo como a ti mesmo". Ora o que Cristo diz é para te amares como a ti mesmo (quando te amares como a ti mesmo; não é para te odiares quando te odiares a ti mesmo). Outras palavras de Cristo reforçam esta interpretação: "Dou-vos um mandamento novo, Que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei." Com verdadeiro Amor.

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  13. Cristo diz para eu me amar como a mim mesmo? Onde é que ele diz isso? E que raio quer isso dizer?

    "Dou-vos um mandamento novo, Que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei." Com verdadeiro Amor.

    Cheira-me a totalitarismo. Aparentemente benigno, mas mesmo assim, não gosto de ser comandado a amar outros, que podem, por exemplo, ser extraordinariamente pérfidos e odiáveis. E depois podem vir dizer à vontade que é "Amor Verdadeiro". Enfim, tudo bem. Com isto tudo não quero aqui dizer que esta ideia não é melhor do que muitas outras.

    Isto porém não diz nada sobre a divindade de Jesus. Poderá indicar, quanto muito, uma ideologia diferente radical que alterou o mundo a dado ponto (e deitou abaixo o império romano).

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  14. Miguel Panão,

    «Não justificas porque um salto de fé é irracional.»

    É óbvio. Uma conclusão acerca dos factos é racional quando se justifica de forma independente de crenças pessoais ou preferências. Por isso só há necessidade de um salto de fé quando não há essas razões.

    «Como sabes tu que as testemunhas originais não tinham como averiguar o que se diz terem testemunhado?»

    Estás a fazer a pergunta ao contrário. Para que um testemunho seja credível, eu tenho de saber que a testemunha tinha uma maneira de averiguar o que diz. Se eu não souber como a testemunha pode saber que é verdade aquilo que afirma, então não posso considerar o testemunho credível.

    Por exemplo, se tu testemunhares acerca dos hábitos sexuais das amibas de Neptuno eu terei de rejeitar o teu testemunho. Não por ter alguma prova de que tu não podes saber nada disso, mas por não ter qualquer evidência de que possas.

    Sem um método fiável para testar filhos de carpinteiros e identificar aqueles que são a encarnação do criador do universo, não se pode considerar credível o testemunho de quem diz ter identificado correctamente um destes.

    «Estou repetidamente a dizer-te que não encontrarás e se encontrasses dessa maneira, não seria Deus. Deus não é um ser entre outros seres, como fantasmas, fadas ou outras divindades»

    É verdade que estás repetidamente a dizer-me isto. Mas o teu testemunho sofre do mesmo problema. Não é credível porque não pareces ter qualquer método minimamente fiável para determinar se o teu deus é ou não um ser entre outros seres. Deu-te para especular isso, mas, por si só, isso não me chega para considerar a tua afirmação verdadeira.

    Até porque tenho evidências em contrário. Tudo o que posso observar sugere que o teu deus é exactamente o mesmo que as fadas, os fantasmas e os outros deuses. Um personagem fictício.

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  15. Ludwig

    Dizes:

    "Até porque tenho evidências em contrário. Tudo o que posso observar sugere que o teu deus é exactamente o mesmo que as fadas, os fantasmas e os outros deuses. Um personagem fictício."

    É admirável o método estalinista que usas para cortar da fotografia toda a dimensão ética do cristianismo. Fadas, fantasmas, Jesus Cristo, todos transmitem os mesmos valores na fotografia que montas.

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  16. "É admirável o método estalinista que..."

    Recomeçam os insultos de quem não tem argumentos. Será que a fracção cristã um dia nos envia para aqui adultos?

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  17. Sofrologista,

    Estás a baralhar as coisas. A dimensão ética da mitologia cristã não tem nada que ver com a veracidade dos relatos. Por exemplo, não é preciso assumir que os livros de Dostoyevsky relataram apenas ocorrências reais para perceber os problemas éticos que o escritor retratava.

    Por isso se me disseres que as histórias da bíblia reflectem preocupações éticas e soluções das pessoas que as escreveram, estou perfeitamente de acordo.

    Mas o que estamos aqui a discutir é se é verdade. É um assunto diferente.

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  18. eu nem ia escrever nada
    Mas o que estamos (estão) aqui a discutir é se é verdade

    e no texto se:

    o Miguel se refere à verdade....seria o Miguel refere-se ?


    a não ser que seja para apaziguar o sofrologista brasileiro

    acho que o novo acordo não inverte os termos e subverte os hífens

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  19. Barba,
    "O problema é que depois, quando o incréu não está presente, o créu faz todo o tipo de asserções absolutas e pretensamente objectivas sobre Jesus, sobre o ser humano, a realidade, a "experiência religiosa", etc."

    Isto, sim. É irracionalidade em estado puro. Quais créus? Quais incréus?O que é ser créu ou incréu?
    Dizer frases destas ou estar calado é a mesma coisa.

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  20. Cristy,

    Tem andado calada. Já tinhamos saudades do seu piropo.

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  21. Cristy

    A frase "É admirável o método estalinista que..." é uma metáfora irónica sem intuito ofensivo (Estaline cortava das fotografias a cara do seu inimigo Trotsky porque a presença deste nessas fotografias eram-lhe incómodas).

    Peço desculpa se alguém se ofendeu com a frase.

    Ludwig

    Dizes:

    "o que estamos aqui a discutir é se é verdade"

    é verdade o quê? O relato bíblico?

    Os católicos não lêem a Bíblia literalmente como certamente sabes.

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  22. Ludwig,
    "Por isso se me disseres que as histórias da bíblia reflectem preocupações éticas e soluções das pessoas que as escreveram, estou perfeitamente de acordo.

    Mas o que estamos aqui a discutir é se é verdade. É um assunto diferente"

    Então as preocupações éticas da altura e soluções registadas são uma mentira?

    Já o disse aqui muitas vezes. O que está escrito na Bíblia não é tão importante como a leitura do que lá se diz. A leitura do Ludwig, do neoateísmo, do neopositivismo, do naturalismo ontológico, do naturalismo metafísico, do cientismo (que são exactamente tudo a mesma treta) está muito mais próxima do literalismo criacionista do que da religião, que estima tanto a dúvida como a esperança, que me interessa.

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  23. A leitura do Neo, do neoateísmo, do neopositivismo, do naturalismo ontológico, do naturalismo metafísico, do cientismo está muito mais próxima do literalismo criacionista a Neocosmologia

    e deve ser a Neoreligião, que estima tanto a dúvida

    a antiga duvidava pouco

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  24. Barbas,

    Os maricas não sentem vontade de o mandar pró caralho.

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  25. Nuno Gaspar,

    Uma preocupação não é uma proposição. Por isso não é verdade nem mentira. Mas questões éticas podem ser abordadas recorrendo a relatos reais ou a situações hipotéticas, histórias fictícias, mitos, etc. Tudo isso pode servir para nos fazer pensar acerca de problemas deste género.

    Do ponto de vista ético, tanto faz se Jesus existiu, se morreu crucificado, se ressuscitou, se era filho de um deus ou se a história foi toda inventada. Podemos considerar os aspectos éticos dos episódios relatados sem precisar de saber se foi mesmo assim ou não. Tanto faz, se o que nos interessa são apenas questões de justiça, dever, bondade e afins.

    Mas do ponto de vista religioso faz uma grande diferença. Para o religioso profissional, seja padre, teólogo ou bispo, e mesmo para os muitos amadores que os sustentam, é crucial que certos aspectos dessa história sejam mesmo verdade. E é isso que estamos aqui a discutir: a racionalidade de concluir que o alegado filho do carpinteiro era a encarnação do deus criador do universo, com base apenas em relatos escritos por autores incertos.

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  26. Sofrologista,

    «Os católicos não lêem a Bíblia literalmente como certamente sabes.»

    Imagina que Jesus é um personagem fictício numa história escrita para ser meramente metafórica. Ou imagina que existiu mesmo, mas era apenas um homem como qualquer um de nós. Isso é perfeitamente aceitável para a Igreja Católica? Julgo que não...

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  27. Miguel Panão,

    Vê lá este documntário e depois conta-me coisas...

    Abraço

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  28. Nuno Gaspar disse...
    Barbas,

    Os maricas não sentem vontade de o mandar pró caralho.

    23/10/10 19:34

    A degradação linguística atingiu o auge
    é um mau pronúncio para o orçamento?

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  29. A degradação é inevitável, segunda lei da termodinâmica e tal... mais em algumas pessoas do que noutras obviamente...

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  30. A alusão ao Zeitgeist é o comic relief que veio mesmo a calhar depois da caralhada. Até parece que a caixa de comentários está a ser dirigida pelo Ricky Gervais...

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  31. Ludwig,

    "Mas do ponto de vista religioso faz uma grande diferença."

    Do ponto de vista religioso é que não faz diferença nenhuma. Pode fazer alguma diferença do ponto de vista histórico. Mas a religião não se esgota na História. Nem sequer dela tem que depender. A História, como o quotidiano, como a procura do que é belo, do que é justo e do saber como o mundo funciona apenas pode alimentar a esperança de realizar, pessoalmente, que o único sentido para viver não seja esperar a morte. Essa esperança pode manifestar-se em muitas e variadíssimas linguagens. Umas são mais interessantes que outras mas não têm que ser, necessariamente, incompatíveis.

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  32. RIcky Gervais não computa....se fosse Giles de Rais


    Há uma série de questões que foram discutidas e questões que foram levantadas sobre o Islão e sua história até o grau de carga esticar

    Mas a religião não se esgota na História...é similar
    o homi é um taliban moderado

    assumir o Profeta (PECE), e depois negar a existência do Deus Todo-Poderoso nos círculos de debates intelectuais dos seus rivais e que Construído sobre uma base de auto-motivado ateus aqueles que podem ou não de boa fé ou aos outros a encontrar uma maneira de ficar dentro do círculo da fé

    E alguns poderiam ser argumentos falsos e avançar para o ateísmo e outros
    Porque muitas pessoas que têm auto-motivado em diferentes pré-motivado para ir ou gravitam em torno da ideologia específica, estar dentro do círculo de grau de influência ou de outra, eles podem ser variáveis realmente não precisa de invocar qualquer pretexto certo sobre a sua atitude um novo apenas para a finalidade de afastar as calamidades deles e da hostilidade do passado e refletem uma série de questões desenvolvidos levando-os para a abordagem nova e instalar! ...
    Se neste caso, mesmo se os manifestantes analisou todos os argumentos desenvolvidos, que respondem às suas questões, ele volta quase inexistente porque a intenção deliberada de verdade não precisa de provas convincentes para enviá-los quando eram novos-lo! Um fenômeno que chama a atenção na direção do ateísmo, em primeiro lugar ou mesmo intelectual para outras abordagens, outras, uma característica predominante humano e pode ser facilmente observado em todos os tempos!.
    Das principais questões antes do escopo da pesquisa em direção ao ateísmo

    É o fenômeno de acusar o Profeta (saw) como um profeta de violência e uso de seus seguidores para a espada em sua chamada para a prova da fraqueza de sua abordagem! Além de que o Islão não se espalha pela espada, etc, mas dessas chamadas ... Curiosamente, alguns deles acrescenta que a abordagem do Profeta a transformação da não-violência à violência depois de ter sido capaz de controlar e controle de qualquer pós-migração! ...
    Que estes encargos se você teve a abordagem de um objetivo científico de permanecer no círculo de emoção novamente, mas para se tornar o Museu de idéias e ateísmo militante é preciso alma e não subserviência

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  33. claro muito se esgota na tradução

    mas essa de que a religião não se esgota na história parece ser um chavão universal

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  34. Mas porque é que não se percebe nada do que este gajo escreve?

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  35. porque é traduzido do árabe

    é uma transcrição do google e percebe-se

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  36. é uma visão da religião para além da história como a sua

    apesar de serem almas gémeas o Rajiv e o dito Gaspar

    não entendem o que cada um deles escreve

    irónico não?

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  37. Qual mandar para objectos faliformes

    isto é que é um insulto

    A resposta ó chave da porta para o mal

    é o silêncio e a honra ignorante ou tolo

    E também para a manutenção da oferta de reparação(ou seja a vingança)

    O leão vê os medos em silêncio

    E o cão sarnento da minha vida, num latido

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  38. ou este similar aos do krippahl mais novo

    quanto ao que o povo das facções - Neyadh - Zabara - Aldeia Hsawip ó lixo do Sul, de sotaque Berber

    ou seja insulta-me como bárbaro iletrado...é muito superior ao seu

    não entende o outro quem quer

    entende o outro quem pode,
    quem não é limitado pelos dogmas e repare não lhe chamo estúpido
    apenas.....

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  39. "Mas a religião não se esgota na História."

    pois não... tem a dimensão da imaginação humana. Nela o absurdo se transforma em verosímil.

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  40. "Nela o absurdo se transforma em verosímil."

    Pode acontecer, mas não tem que acontecer.

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  41. tinha de aparecer o Cinodonte do professorado em greve a 24
    Nela o veroSsímil transforma-se em absurdo

    Duvido muito que esta professora seja da década de 60
    Tantos erros...só explicável se for filha de funcionários públicos

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  42. e a propósito das páginas que alguém disse não serem visitadas
    esta foi 3 anos depois numa visita de 3º grau

    marta disse...
    EStou radiante.Encontrei um sítio na net, dos que sabem tudo. Inclusive do professor Nelson Lima que me cobrou 20 000$00 por uma avaliaçÃO do meu filho, da qual não me passou factura. Falam tão mal da Isabel Leal, mas ela tratou o meu filho em troca de laranjas, tangerinas, chá ,couves e rosmaninho. E sabem porquê ? POrque eu era pobre e porque os senhores sabem tudo deste País CAGAM nos alunos diferentes que caem nas escolas.Os mais. Médicos ,psiquiatras pedopsiquiatras,professores associações. Sem esquecer a amada Ritalina que está a ser proibiba nos estados unidos e passou a ser no nosso País, a salvação da Patria. Sinceramente Devem-se ir aculturar para serem mais pessoas.Eu sou o adulto estupido que recorreu a tudo para ajudar o filho. Já agora, aquele que não tiver pecados atire a primeira pedra.

    06/05/10 23:56

    e foi visitada hoje via Brasil pelas 1h57 minutos
    logo quando as crenças são fortes

    até relativizam o tempo

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  43. A forma correcta em Portugal é "verosímil".

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  44. Indispensável.

    http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1692997&seccao=Anselmo%20Borges&tag=Opini%E3o%20-%20Em%20Foco

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  45. Nela o absurdo se transforma em verosímil.
    "Pode acontecer, mas não tem que acontecer."

    Discordo, é inevitável, de outra forma não existiria mistério, nem seria exigida fé.

    Quando a fé é muita e a razão escasseia acontecem destas:
    http://www.youtube.com/watch?v=aVZa_yYJx5c&feature=fvw

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  46. se era para ficar verosímil a sequência seria transforma-se

    se era para se transforma (abrasileirado) acrescentar-se-ia um s

    à vera causa se é para ter termos ou frases mistas meio-brasileiras

    enfim

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