O dinheiro.
Antigamente trocava-se coisas. De preferência, práticas de carregar e de usar como moeda de troca. Moedas, por exemplo. Mas sempre coisas que valiam pelo que eram e pelo que cada um, subjectivamente, julgava valerem. Pedaços de ouro, conchas, sal, pedras preciosas, o que estivesse a jeito, fosse escasso e fácil de carregar.
O progresso trouxe duas mudanças importantes. A normalização dos valores relativos destes objectos de troca e o hábito de os deixar no cofre e carregar só a nota a dizer quão rico se é. Foi uma transformação completa. Se eu disser que um feijão vermelho vale cinco feijões brancos vão-me dizer que isso é subjectivo, ou simplesmente disparate. Mas ninguém questiona que aquele papel com um cinco e um zero valha dez dos outros que só têm um cinco. E ninguém espera que o banco lhe dê ouro em troca das notas. Estamos totalmente rendidos ao valor puramente convencional do dinheiro.
Esta transformação tornou o dinheiro muito diferente dos objectos que são propriedade. Para que algo seja meu basta que ninguém mo tire nem me impeça de fazer com isso o que quiser. E ninguém precisa comprometer-se a dar valor às minhas coisas. Se compro um relógio por 100€ nada me garante que o consiga vender pelo mesmo preço ou trocá-lo por uma consulta no dentista. Sou dono da coisa por um direito negativo – de não me privarem dela – e sem qualquer garantia do seu valor como moeda de troca.
Com a nota de 100€ é o contrário. Em rigor, enquanto objecto material a nota nem é minha. É do estado. E o que é “meu” é o compromisso de todos em assumir que aquela nota, que me foi atribuída, vale sempre 100€, ou duas de 50€, ou cinco de 20€ ou qualquer outra combinação em qualquer troca. A nota é apenas o marcador. O valor vem exclusivamente daquilo que todos concordaram atribuir-lhe.
Antes do próximo passo quero frisar bem esta diferença. Se ninguém der valor ao meu relógio, tanto me faz. Não preciso do aval nem da colaboração activa de ninguém para o ter, para ser minha posse e tirar proveito dele. Basta que me deixem em paz. Mas se ninguém der valor ao meu dinheiro fico falido. A minha conta bancária, e as notas e moedas que tenho no bolso, só valem pela promessa dos outros em dar-lhes valor. Sem este empenho público o dinheiro não servia de nada. Ao contrário dos objectos que são minha propriedade privada, o “meu” dinheiro apenas quantifica o compromisso dos outros em aceitar que eu tenho esse valor à minha disposição.
E agora o tal passo. Esta distinção implica que as contas bancárias, e o dinheiro que passamos uns aos outros, possam ser de conhecimento público. Não implica que tenham de ser mas, sendo o dinheiro um compromisso público por parte da sociedade, não se justifica haver um direito individual de esconder dos outros quanto desse valor os outros nos atribuem. E há muitas vantagens em assumir que o dinheiro é uma promessa pública em vez de propriedade privada.
Se tivermos uma base de dados pública com o registo do dinheiro atribuído a cada cidadão, e das transferências entre cidadãos, torna-se muito mais fácil prevenir certos crimes e cobrar impostos de forma justa e transparente. Os impostos podem ser cobrados simplesmente em proporção ao dinheiro que cada cidadão têm, como uma renda razoável pelo uso desse valor cuja estabilidade é garantida pelo estado. Seria também difícil desastres como o colapso do sistema de crédito, cuja falha ilustra bem a natureza pública e social do valor do dinheiro. Ao tomar como dinheiro as promessas dos indivíduos que se endividaram assentaram o seu valor numa fundação instável e pouco duradoura. Para o dinheiro funcionar tem de haver a colaboração e empenho de todos.
E não seria uma mudança tão radical como parece. Todas estas bases de dados já existem, de contas bancárias e transferências nos bancos, e de transacções comerciais no estado que, por lei, obriga a que tudo fique registado com recibos. Esta informação já não é privada. Simplesmente é acedida por empregados bancários e outros funcionários longe da nossa vista. Por isso também não se justifica o medo de caminhar para um cenário orwelliano só por permitir que o estado veja as nossas contas bancárias. Porque o pior é alguns poderem vê-las sem sabermos, e sem podermos ver as deles. O Nuvens de Fumo mencionou o exemplo de empresas que proíbem a divulgação dos bónus dados a cada funcionário. O objectivo destas não é defender a privacidade dos empregados mas sim dar mais poder aos gerentes que, desta forma, são os únicos a saber quanto cada um ganha.
É claro que a publicação de todos os detalhes financeiros é um sonho inatingível. Porque não interessa a quem tenha poder. Os banqueiros não querem que se saiba o que fazem com o dinheiro que lá pomos. Os políticos não querem transparência nas contas, como demonstraram eloquentemente há um mês. E os burocratas são alérgicos à eficiência. O Ministério das Finanças nunca aceitaria um sistema eficaz e simples de cobrar impostos que implicasse reduzir os seus quadros a uma fracção do actual exército de puxa-papéis. Quem tem poder é porque quer poder e, por isso, “levantar o sigilo bancário” quer dizer apenas eles verem as nossas contas. Não quer dizer que nós possamos ver as deles.
1- Comentário em Indecisão 2009, prólogo.
Bom post!
ResponderEliminarE fica bem clara a responsabilidade sobre quem negoceia valores: a especulação sobre o valor do dinheiro de uns afecta o valor do dinheiro de todos...
Andar a brincar às pirâmides como se isso fosse sustentável é criminoso.
Apesar da relevância presentada, acho que todos deveriamos de começar por entender o que é o dinheiro actualmente e o porquê das consequências económicas actuais...
ResponderEliminarA titulo de introdução poderão consultar http://dotsub.com/view/59f1ae9c-86cf-42b7-8c2d-79b637e1de4d
Ludwig:
ResponderEliminarConcordo bastante com o que escreves. Na verdade, creio que verbalizas bastante bem razões que eu já intuía, mas que agora poderei expor com maior clareza.
Ludwig,
ResponderEliminarQuer dar o exemplo e dizer quanto dinheiro tem na sua conta?
A criação de riqueza que sustenta o desenvolvimento económico é proporcional ao risco que agentes empreendedores assumem na execução de projectos não especulativos. O interesse na divulgação do dinheiro que cada um tem é um desejo voyeur que não promove a tomada desse risco e teria como provável consequência o aumento de conflitualidade social.
Caro Nuno Gaspar,
ResponderEliminarA conflitualidade social só iria nascer da exposição dos abusos. Como é normal, alguém que vê outra pessoa pedir mais dinheiro emprestado do que aquele que realmente pode pagar, só porque está a contar com uma "inflação" concertada do valor das garantias, patrocinada pela parte interessada sob a forma de bónus atribuído ao funcionário que angariou o empréstimo, mesmo que em condições normais este seja impossível de liquidar pelo contraente do mesmo, é perfeitamente normal que alguém tenha vontade de partir alguma coisa.
E pior ainda é se alguém que faz isso, depois anda a pedir ajudas ao estado, porque se entalou.
A conflitualidade existiria num primeiro momento, mas, a longo prazo, o que aconteceria seria o desaparecimento dessas palhaçadas, pois estando expostas, acabam por ser erradicadas. E também acabava a parolice de exibir património para subir na escala social.
Nuno Gaspar,
ResponderEliminarO voyeur é normalmente aquele que vê sem ser visto. Revelar a conta de algumas pessoas seria voyeurismo, concordo. Mas o que proponho é diferente. É que todas sejam públicas para que não haja uns voyeurs no estado ou na banca, para tornar eficaz (e barato) cobrar impostos e para que seja mais difícil fazer maroscas que afectem os outros.
Mas se está assim tão curioso, de memória posso dizer que tenho um passivo de cerca de 60 mil euros que ainda me falta pagar da casa e um activo de um pouco mais de metade disso, pelo que tencionamos em breve reduzir substancialmente ambos e passar a pagar menos ao banco.
Mas note que saber a minha conta não adianta de nada, por si só. O importante era ter um sistema transparente e aberto que mostrasse de que forma é movimentado o dinheiro -- algo que todos nós colaboramos para criar, e que não existe sem a colaboração activa de todos.
Já agora, Nuno Gaspar, a criação de riqueza que sustenta o desenvolvimento económico é proporcional ao progresso na ciência, artes, tecnologia, ética, política e conhecimento em geral. As negociatas servem principalmente para determinar quem beneficia mais dessa riqueza, e não propriamente para a gerar.
ResponderEliminarLudwig
ResponderEliminar"As negociatas servem principalmente para determinar quem beneficia mais dessa riqueza, e não propriamente para a gerar."
Hã?
Diga-me quantos postos de trabalho foram criados por artistas, cientistas, políticos e quanto dinheiro em impostos entregaram ao estado e compare o mesmo com os criados pelos empresários (sobretudo PMEs) deste pais. Se ainda tiver dúvidas some os apoios que recebem do estado (de todos nós) e compare a sua produção científica e artística com a de países em que a sua actividade está associada a um risco empresarial, como nos EUA.
O que temos que redescobrir é a forma de pôr o dinheiro a circular de forma mais pulverizada e contrariar a tentação centrípeta que leva à sua excessiva concentração em alguns. Não vejo em que é que a divulgação do dinheiro que cada um tem pode contribuir para isso. Pelo contrário, só inibirá o empreendedorismo.
ResponderEliminarNuno Gaspar,
ResponderEliminar«O que temos que redescobrir é a forma de pôr o dinheiro a circular»
Era isso que eu queria dizer com os negócios não criarem riqueza.
Se eu lavo a minha loiça e o vizinho lava a dele não se "cria riqueza". Se eu lhe pago 20€ para lavar a minha e ele me paga 20€ para lavar a dele, criamos 40€ de "riqueza" apesar de ficarmos exactamente na mesma.
Por isso sou céptico quanto às alegações que é o dinheiro circular que cria riqueza. O que me parece é o contrário. Quando se cria riqueza isso acaba por fazer o dinheiro circular.
E a riqueza cria-se fazendo algo mais que simplesmente mexer dinheiro de um lado para o outro.
Ludwig,
ResponderEliminar"E a riqueza cria-se fazendo algo mais que simplesmente mexer dinheiro de um lado para o outro"
Ai sim?
Se o seu salário não for movimentado da conta do estado para a sua conta, para pagar o trabalho que você lhe presta terá dinheiro para pagar a prestação da sua casa ao banco pelo serviço que este lhe prestou ao conceder-lhe um empréstimo para pagar ao construtor para este ter dinheiro suficiente para pagar aos pedreiros e aos fornecedores de materiais para estes terem dinheiro para alimentar os seus filhos e para estes frequentarem a escola e por aí adiante, onde é que vai buscar a riqueza? Vai cair do céu?
Ludi,
ResponderEliminarportanto não achas que seja invasão da tua privacidade que o estado saiba quanto dinheiro gastaste em roupa interior ou quantos cafés bebeste, ou quantas vezes fizestes compras na internet. Ou seja não tens problema que o estado saiba que no dia x à hora y compraste uns boxer na loja H que te custou z...E quem diz isso diz claro outras coisas do foro mais intimo e pessoal.
Mais ainda, se tu tornas esse conhecimento público, público não é só de acesso do Estado, é de qualquer um.
A questão não é qual é o valor do teu empréstimo bancário é mais a possibilidade de saber todos os dias onde e em quê que tu gastas o teu dinheiro.
Para que algo seja teu tens de ter direito sobre ela, não basta que ninguém ta tire ou te impeça de fazer dela o que quizeres (o direito de propriedade é antes de mais subjectivo, e positivo)...Para ser proprietário de algo tens de ter um direito sobre essa coisa, de outra forma não és, mesmo que ninguém ta tire nem ninguém te impeça de a usar.
Amanhã continuo que hoje já dei :)
beijos
Joaninha,
ResponderEliminar«A questão não é qual é o valor do teu empréstimo bancário é mais a possibilidade de saber todos os dias onde e em quê que tu gastas o teu dinheiro.»
Tens razão. Saberem onde gasto o dinheiro viola a minha privacidade. Infelizmente, é disso que depende o nosso sistema fiscal, em que os impostos são pagos por transacção que fica registada com o estado -- quem pagou, quem recebeu e quanto. No sistema presente o estado sabe que médicos eu consulto, que roupa compro, etc.
Mas se o valor do dinheiro que temos for público o estado não precisa de contabilizar as transacções nem de saber o que eu faço com o dinheiro. Porque pode cobrar-me impostos em proporção ao dinheiro que tenho em vez de em proporção ao que ganho.
E isso é ainda mais justo, porque evita o problema do pobre que se mata a trabalhar pagar mais impostos do que o rico que não tem ordenado e vive daquilo que herdou.
Nuno Gaspar,
ResponderEliminar«Se o seu salário não for movimentado da conta do estado para a sua conta, para pagar o trabalho que você lhe presta»
O movimento do dinheiro é a forma como eu converto o meu trabalho noutras coisas que não produzo. Como não posso comer aulas nem viver nelas preciso de as trocar por dinheiro e depois trocar o dinheiro por comida e habitação.
Mas isto é apenas um mecanismo que permite a especialização. Concordo que isto contribui para facilitar a geração de riqueza mas não a gera por si.
Por exemplo, a maior riqueza que eu gerei ao longo da vida foi pelo trabalho que investi na minha formação, a maior parte do qual não foi remunerada, mesmo contando com as bolsas. E não me refiro a riqueza no sentido subjectivo de algo que eu prezo mas também no sentido objectivo que, a longo prazo, é o meu recurso que mais dinheiro me permite adquirir.
Por outro lado, se eu pedir dinheiro ao banco para comprar um terreno posso movimentar mais dinheiro do que movimentei ao longo de toda a minha formação e gerar zero de riqueza com isso.
É por isso que não se pode avaliar a criação de riqueza medindo apenas o dinheiro que vai de um lado para o outro. Há muita riqueza gerada com pouco movimento de dinheiro e muito movimento de dinheiro que deixa tudo na mesma.
Muito interessante o post! Valeu!
ResponderEliminarLudwig,
ResponderEliminar«É por isso que não se pode avaliar a criação de riqueza medindo apenas o dinheiro que vai de um lado para o outro»
Já ouviu falar em Valor Acrescentado? E em Imposto sobre o Valor Acrescentado? Já reparou que quem mais compra mais paga imposto? E já reparou que mesmo quem foge a impostos ao não declarar rendimentos obtidos volta a entregar imposto ao estado quando reintroduz o dinheiro no sistema pelas compras que faz?
Nuno Gaspar,
ResponderEliminarIsso é verdade para quem usa em compras a maior parte do dinheiro que ganha. Eu, por exemplo, e a maioria das pessoas.
Não é verdade para os mais ricos. Quem empresta dinheiro a juros, por exemplo, prende essa quantia, mais os juros, porque mesmo que seja investida terá de ser devolvida.
E parece-me que um dos problemas é precisamente ter a colecta sobre as transacções -- o dinheiro que se troca por outras coisas, motivando a produção de bens e servições -- em vez de sobre o dinheiro que se tem ou empresta, aquele que fica estagnado ou preso à origem.
Ludwig,
ResponderEliminarAlguém o obriga a si a pedir dinheiro emprestado ao banco?
Sabe que os bancos árabes não cobram juros?
«Não é verdade para os mais ricos»
Então os mais ricos compram o que têm com quê? Ou não fazem compras, só recebem presentes?
Estou convencido que este tipo de discurso anti-iniciativa, por ser tão vulgar em Portugal, é uma das principais forças que nos puxam para trás. Inveja, os ricos que paguem a crise, o estado que me sustente e me ofereça saúde, educação, emprego, e o não me perguntem com quanto eu contribuí para as receitas do orçamento de estado. Do que precisamos é de gente que demonstre capacidade para correr riscos fora do guarda-chuva do Estado, e que isso seja socialmente valorizado e não olhado com desconfiança.
Estas conversas de treta são o aliado preferencial de quem acredita que o dinheiro cai do céu e dos xicos-espertos que, em lugar de criar riqueza que a todos beneficia, promovem o jogo da especulação a actividade nobre e apreciada.
Nuno Gaspar,
ResponderEliminar«Alguém o obriga a si a pedir dinheiro emprestado ao banco?»
Nem eu disse o contrário. Apenas me parece que se eu peço 50.000€ ao banco, trabalho para ganhar 50.000€ e pagar a minha dívida não houve aqui um movimento de 100.000€ a produzir riqueza, mas apenas 50.000€, os que eu ganhei com o meu trabalho. Os do banco tiveram um efeito final nulo.
«Então os mais ricos compram o que têm com quê?»
Com o dinheiro, tal como os pobres. A diferença é que enquanto o pobre gasta tudo o que ganha, porque é o que precisa para viver, o rico vai acumulando excedentes que não precisa gastar e que muitas vezes nem sabe onde gastar. É esse dinheiro acumulado que devia ser sujeito a impostos, e não o dinheiro ganho para se viver. Até para incentivar a conversão do dinheiro em riqueza (este é o ponto importante: o dinheiro pode ajudar a criar riqueza mas não é em si riqueza, por estranho que pareça).
O resto do seu comentário não percebi. O que é que isto tem contra a iniciativa? Parece-me que se o estado taxar o dinheiro que se tem em vez de cobrar impostos pelo dinheiro que se faz circular até incentivaria a iniciativa de o investir na criação de riqueza (aquilo que vale por si, e não como mera moeda de troca como o dinheiro).
Além de ser mais justo que quem tem muito dinheiro e não trabalhe pague mais impostos que quem tem pouco dinheiro e se tenha de esforçar para ganhar aquele que precisa no dia-a-dia. E não o contrário, que é o que acontece hoje.
"O que é que isto tem contra a iniciativa?"
ResponderEliminarFalar de impostos sobre o produto da iniciativa não me parece que seja acarinhá-la.
Agora se me dissesse que os muito ricos têm tendência a ficar ainda mais ricos, porque quando investem e pedem dinheiro emprestado não têm de apresentar como garantia os seus bens pessoais como os pobres ou os menos ricos, e que isso é um dos factores, entre outros, que mais contribui para a distorção da concorrência e faz com que a economia se concentre em cada vez menos empresas, que os estados nêm têm coragem de deixar cair quando o negócio lhes corre mal, estaria de acordo. Mas isso não se resolve com ainda mais impostos sobre o dinheiro que se tem. Até porque são precisamente os muito ricos que mais facilidade teriam em fugir a isso.
Se, por um lado, há razão em querer fazer corresponder o valor do dinheiro à produção de valor real, há que reconhecer que o sistema financeiro é essencial para tornar muitas coisas possíveis.
ResponderEliminarMas tem de haver condições para isso...
A criação de riqueza virtual funciona em economias onde, nos bastidores, há criação de valor e onde à partida é sempre possível trocar crédito monetário (confiança no valor do papel) por bens.
Mas se isso não acontecer, posso bem trocar bolbos de túlipas por hipotecas de casas que não valem nada e movimentar milhões que isso não mata a fome a ninguém...
Há iniciativas e há "iniciativas".
Fora de tópico:
ResponderEliminarJoão César das Neves.
Um exemplo com alguma piada e não só...
ResponderEliminarSubitamente, um rico turista, chega ao balcão de um pequeno
hotel local. Pede um quarto e coloca uma nota de €100 sobre o
balcão, pede uma chave de quarto e sobe ao 3.º andar para inspeccionar
o quarto que lhe indicaram, na condição de desistir se lhe não
agradar.
O dono do hotel pega na nota de €100 e corre ao fornecedor de
carne a quem deve €100, o talhante pega no dinheiro e corre ao
fornecedor de leitões a pagar €100 que devia há algum tempo, este por
sua vez corre ao criador de gado que lhe vendera a carne e este por
sua vez corre a entregar os €100 a uma prostituta que lhe cedera
serviços a crédito. Esta recebe os €100 e corre ao hotel a quem devia
€100 pela utilização casual de quartos à hora para atender clientes.
Neste momento o turista rico desce à recepção e informa o dono do
hotel que o quarto proposto não lhe agrada, pretende desistir e pede a devolução dos €100. Recebe o dinheiro e sai.
Não houve neste movimento de dinheiro qualquer lucro ou valor acrescido??? Ou houve???
Contudo, todos liquidaram as suas dividas e este elementos da
pequena vila costeira encaram agora optimisticamente o futuro.
Caro Mário Miguel,
ResponderEliminarSe nesse exemplo cada um deve ao vizinho do lado exactamente a mesma quantia, ninguém deve nada a ninguém...
Portanto, se mesmo assim quisermos considerar o desconforto psicológico de se dever dinheiro, bastaria haver mais transparência nas dívidas. Todos beneficiariam.
Isso é tanto mais verdadeiro como no caso em que alguém nessa cadeia de dívida cobra juros. Nesse caso, se essa pessoa não pagar a sua dívida ao vizinho, está a lucrar com os juros daquele que lhe deve a ele.
Sendo assim, deveria não só ser ilegal atrasar o saldo de responsabilidades como deveria ser obrigatório devolver todos os juros entretanto cobrados, ajustados à inflação.
Já agora, por piada:
Estou a lembrar-me de alguém que faz isso... De quem estou a falar?
Para quer ficar se matando trabalhando
ResponderEliminarsendo que tem geito bem mais facil de ganhar dinheiro
ja ouviu flar em entrar em imail e ganhar dinheiro ?
esse site da espanhã vc ganha por ler imail e ver anuncios
ganha tudo em euros
minha media por mês que ganho chega a 65 euros.
continuo trabalhando para conseguir muito mais...
site para quem pretende investir trabalhar nele
tudo gratis e além disso não precisa colocar documentos.
entra ae e veja.
http://www.publipt.com/pages/index.php?refid=leonir7