O efeito do beijinho.
Quem já lidou com crianças sabe que o efeito de placebo é real. E não é só com crianças. Qualquer problema parece mais fácil de superar se tivermos apoio e se soubermos que alguém está a tratar do assunto. A religião é um exemplo extremo do enorme poder do efeito de placebo. Mas este efeito não é um medicamento. É apenas um dos muitos factores contribuem para a cura.
A cura e a doença são processos complexos. Quer o nosso organismo combata uma infecção quer se tente matar por uma alergia, muitas coisas acontecem ao mesmo tempo. E não há duas pessoas a quem aconteça exactamente o mesmo. Uma terapia é uma tentativa de empurrar estes processos para um desfecho mais favorável mas, pela sua complexidade, raramente se pode garantir um efeito e um resultado. Por isso, avaliar a eficácia de uma terapia exige considerar o seu efeito médio para além de todos os outros factores, como a fisiologia de cada pessoa, os seus hábitos de vida, estado emocional, nutrição, outras doenças e até as expectativas do doente e do médico. Isto exige ensaios clínicos com dupla ocultação.
Nestes ensaios divide-se os voluntários aleatoriamente em dois grupos, um sujeito à terapia e o outro a algo parecido mas sem o essencial. Um comprimido com a mesma cor e sabor mas sem o princípio activo, ou agulhas espetadas fora das tais linhas que se propõe essenciais à cura. Com esta distribuição aleatória dilui-se as diferenças entre pacientes. E são com dupla ocultação porque nem os pacientes nem os médicos que os avaliam sabem em que grupo está cada paciente, o que elimina distorções causadas pela expectativa de cada um. O efeito da terapia é o que sobrar, se sobrar alguma coisa.
É por isso que dizer que uma terapia actua pelo efeito placebo é um erro conceptual. Não é que o efeito placebo não exista, mas é como dizer que um medicamento actua por a pessoa fazer exercício ou ter cuidado com as correntes de ar. Esses são factores reais mas, se são externos à terapia e independentes desta, não devem contar para medir a eficácia do tratamento. Infelizmente, para cada paciente o mais saliente é se a terapia o faz sentir bem e não se melhora as probabilidades de cura em relação à média. Esta eficácia ilusória do efeito placebo é uma grande vantagem para a “medicina” alternativa.
Outra vantagem é não ter limite de recursos. Por um lado porque agulhas e gotas de água há que chegue para todos e, por outro, porque o praticante “holístico” tem como prioridade o bem estar daquele paciente que lhe está a pagar. Os outros que vão ao CATUS. O melhor para este “terapeuta”, tal como para o médico privado, é ter pacientes que paguem bem e fiquem satisfeitos, mesmo sendo poucos. Muitos pacientes que paguem pouco e se curem insatisfeitos dão mais trabalho que dinheiro. A sensação que muitos têm que na “medicina” alternativa são atendidos com tempo e atenção enquanto que os serviços públicos de saúde os despacham com meia dúzia de comprimidos não é ilusória. É mesmo assim. Mas tem de ser. O João Vasco deu um exemplo que ilustra porquê:
«Uma amiga da minha mãe estava com dores de cabeça lancinantes e foi despachada pela sua médica com um "tome uma aspirina"; e por mais que ela descrevesse o quão lancinantes eram as dores, mais a médica reagia como se ela estivesse a fazer fita como quem diz "próximo!". Afinal, foi a outro médico que pediu para fazerem um TAC e ela tinha um derrame. Se não tivesse ido ao segundo médico em poucos dias - descobriu-se - teria morrido.» (1)
É possível que esta médica tenha sido incompetente e tenha ignorado algum sintoma que justificasse a TAC. Mas a incompetência não se resolve com “medicinas” alternativas, e outro factor é que a TAC exige recursos limitados. Se cada médico receitasse uma TAC a cada paciente com dores de cabeça fortes, esta senhora teria sido rapidamente encaminhada para uma lista de espera de vários meses. E aí, sim, teria morrido. É por isso que quando vamos ao centro de saúde com febre e dor de garganta nos dão meia dúzia de comprimidos quase sem ver o que temos. Além de ser preciso atender todas as pessoas que lá vão, para a saúde de todos é melhor dar comprimidos que curem 95% dos pacientes, e que há para todos, do que entupir durante meses os laboratórios de análises. Os exames aprofundados ficam para os 5% que lá voltarem a queixar-se que os comprimidos não fizeram efeito.
Quando estamos doentes queremos o tratamento para começar a melhorar e o beijinho para nos sentirmos logo melhor. Mas não podemos responsabilizar os médicos por ambos porque os recursos não dão para tudo e todos. Se em vez de dez minutos a tirar a febre o médico dedica cinquenta a reconfortar cada paciente, 20% vão sentir-se melhor e 80% ficam por tratar. É este o nicho das “medicinas” alternativas. A venda de beijinhos não sofre destas restrições porque não tem de atender urgências nem casos graves, exige poucos recursos materiais e é só para quem paga e em função de quanto paga. Por isso parece um bom complemento. Infelizmente, tal como os beijinhos com que tratamos os nossos filhos, só serve se dissermos que assim já passa. E isto é perigoso para qualquer problema mais grave que um joelho esfolado.
1- Comentário em Treta da semana: Complementa o quê?
«Se cada médico receitasse uma TAC a cada paciente com dores de cabeça fortes, esta senhora teria sido rapidamente encaminhada para uma lista de espera de vários meses. E aí, sim, teria morrido.»
ResponderEliminarVais a ver e o incompetente foi o outro, que se preocupou ao ponto de fazer as perguntas certas para chegar à conclusão que o TAC era razoável...
Mas concordo contigo que parte do problema está na falta de recursos. Às vezes na falta de tempo que os médicos têm para pensar nos problemas dos pacientes; outras vezes na falta de tempo que os médicos têm para pensar na saúde do paciente como um todo e não naquele problema específico; outras vezes na falta de tempo e paciência que os médicos têm para ter em atenção os vários efeitos psico-somáticos decorrentes da preocupação que o médico demonstra pelo problema do doente e a atitude com que lida com ele. Isto corrupções à parte.
E nesse sentido, sim, para quem tem esses recursos as medicinas alternativas podem "complementar" as outras.
Há casos de sucesso das medicinas alternativas que não têm nada de sobrenatural. Apenas um médico que perdeu tempo a escutar o paciente, e meia dúzia de bons conselhos sobre o estilo de vida a seguir.
Aliás, uma razão pela qual acredito que o sucesso das medicinas "alternativas" não tem nada de sobenatural é que, por "coicindência" em todos os casos de sucesso de que tive conhecimento directo os profissionais tinham antes tirado o curso de medicina, e além dos seus tratamentos "alternativos" também prescreveram mudanças no estilo de vida - algo que desde a maioridade não me acontece na medicina "convencional" (e já devo ter ido mais de uma dezena de vezes a profissionais de saúde).
ResponderEliminarUm caso de que agora me recordo foi com a acumpultura. Uma pessoa próxima que tinha dores de fígado e andava de médico em médico à procura da resposta para aquele problema que a atrapalhava bastante.
Um dia, por recomendação, foi a um profissional da acumpultura (não me lembro do nome) que lá lhe espetou as agulhinhas. Depois acabou por recomendar várias coisas, desde não tocar no café, até outras tantas que não me lembro.
Remédio santo.
Como explico isto? Os outros médicos foram uns incompetentes que não quiseram perder tempo a pensar neste problema. Não existe qualquer mecanismo de retroacção que "castigue" essa incopetência, por isso é normal que ela exista.
João Vasco,
ResponderEliminar«Vais a ver e o incompetente foi o outro, que se preocupou ao ponto de fazer as perguntas certas para chegar à conclusão que o TAC era razoável...»
Não sei se algum foi incompetente. Mas parece-me razoável um procedimento que seja assim: se é a primeira consulta receita-se analgésicos; se for a segunda no espaço de poucos dias porque os analgésicos não funcionaram, faz-se a TAC. Isto serve para fazer a triagem aos 99.9% dos casos em que a TAC não se justificaria.
«além dos seus tratamentos "alternativos" também prescreveram mudanças no estilo de vida - algo que desde a maioridade não me acontece na medicina "convencional" (e já devo ter ido mais de uma dezena de vezes a profissionais de saúde).»
Eu, sempre que vou ao centro de saúde, vejo por todo o lado os cartazes e panfletos acerca da obesidade, a recomendar exercício, a avisar para vacinar as crianças, não fumar, ter cuidado com a alimentação por causa do coração, etc. Parece-me algo redundante que os médicos recomendem aquilo que já toda a gente sabe.
Essas recomendações que os alternativos prescrevem são novidade para alguém? É que se são provavelmente são treta (que vires a cama de Norte para Sul para o chi fluir melhor, por exemplo).
«Depois acabou por recomendar várias coisas, desde não tocar no café, até outras tantas que não me lembro. Remédio santo.»
ResponderEliminarOcorrem-me várias coisas, mas talvez a mais importante seja esta.
Imagina que és médico e alguém se vem queixar de dores no fígado. As coisas que queres despistar primeiro são cancro, infecções, intoxicações ou algo que possa ser mesmo sério e tenha de ser tratado. Se não for nada disso, vai demorar uns tempos até percorreres a lista das coisas graves e chegares a outras como o café.
Mas se és um vendedor de tretas podes simplesmente recomendar o que te der na gana. E se acertares é muito fixe.
Há um truque de cartas assim. Pões três cartas na mesa, e um comparsa entre a assistência. Depois dizes que fechas os olhos e pedes a um voluntário que toque numa das cartas. Depois pela posição do corpo do teu comparsa "adivinhas" qual é. Em seguida fechas os olhos e dizes para o voluntário apenas apontar para a carta, sem a toca. A mesma coisa, com a ajuda do comparsa adivinhas.
Finalmente, dizes para o voluntário só pensar na carta, sem se mexer nem apontar para lado nenhum. Depois dizes uma ao calhas. Só tens 1/3 de probabilidade de acertares, mas se acertares é um efeito do caraças.
É isto que acontece com as alternativas. Muita aldrabice com placebos e, de vez em quando, lá acertam numa por acaso mas que, no contexto dos médicos terem todos falhado, parece um feito extraordinário.
Ludwig:
ResponderEliminarOs cartazes que estão no centro de saúde até podem dizer para "não abusar no café".
Mas isso é bom quando não se sabe quem vai ver o cartaz. Ninguém vai ter problemas de saúde por "não abusar no café". Mas enquanto que tem tem tensão baixa até pode ser recomendável que beba algum café (eu tenho tido tensão demasiado baixa para dar sangue e ja me fizeram essa recomendação. Não gosto de café, mas abuso com todo o prazer do sal); quem tem tensão alta já pode ser mais perigoso. Mas que as dores no fígado da pessoa em causa se resolveriam deixando de beber café, isso é algo que nenhum cartaz de nenhum centro de saúde poderia ter afixado.
E creio que estás enganado quanto à história da TAC. O médico que alegadamente salvou a vida da pessoa em questão por ter recomendado a TAC chamou incompetente à médica anterior por não ter dado atenção ao problema, e o facto é que seria perfeitamente possível que quem cconfiasse nos médicos ficasse a sofrer as dores e a tomar aspirina sem ir a correr a outro médico privado.
Era só ter um pouco menos dinheiro, ou um pouco mais de confiança.
João Vasco,
ResponderEliminarComo escrevi no posto, há dois problemas. O da incompetência não se resolve com a aplicação de técnicas sem fundamento. E o da falta de recursos não se resolve desperdiçando recursos em técnicas sem fundamento.
Quanto ao café, que técnica de diagnóstico é que o acumpunctor utilizou que é superior às dos outros médicos? É que se acertou por acaso não serve de nada. E se não é por acaso então essa técnica deve ter um efeito detectável e estatisticamente significativo em ensaios controlados. E, se tiver, já não é alternativa.
Ludwig:
ResponderEliminarMas se tens um curso de medicina, porque é que só haverias de acertar por acaso?
Quer dizer, se podes recomendar fármacos eficazes és o maior; mas se tens exactamente a mesma formação, e podes apenas recomendar placebos, então se acertas em resolver o problema pela mudança no estilo de vida foi uma sorte do caraças.
«Como escrevi no posto, há dois problemas. O da incompetência não se resolve com a aplicação de técnicas sem fundamento. E o da falta de recursos não se resolve desperdiçando recursos em técnicas sem fundamento.»
ResponderEliminarPois não.
Mas enquanto não se resolvem esses problemas, e existirem profissionais algo competentes a usar técnicas sem fundamento, as "medicinas alternativas" vão continuar a acumular histórias de sucesso.
«Quanto ao café, que técnica de diagnóstico é que o acumpunctor utilizou que é superior às dos outros médicos?»
A de se interessar pelo problema e fazer muitas perguntas ao paciente, ouvindo-o com atenção.
É uma técnica extraordinária, é pena que não seja mais comum entre os praticantes da "medicina convencional", se não, não estaríamos a ter esta discussão.
Lá está Ludwig, não acredito em nada de sobrenatural na acumpultura. Se o homem acertou foi por ter formação em medicina. E por ter tempo para ouvir o paciente. Foi isto que o distinguiu dos outros médicos.
ResponderEliminarJoão Vasco,
ResponderEliminar«Mas se tens um curso de medicina, porque é que só haverias de acertar por acaso?»
Se não é por acaso é por uma técnica diferente. Por exemplo:
«A de se interessar pelo problema e fazer muitas perguntas ao paciente, ouvindo-o com atenção.»
Será que fazer muitas perguntas é o melhor? Ou será que o melhor é fazer as perguntas certas? Ou um exame? Ou um tratamento barato, com poucos efeitos secundários que sirva para a maioria dos casos, e depois ver se funcionou?
isto é o tipo de perguntas que se tem de responder com ensaios clínicos e análises estatísticas cuidadas. Não é coisa que se resolva com as experiências pontuais da tia deste e a avó daquele.
«Será que fazer muitas perguntas é o melhor? Ou será que o melhor é fazer as perguntas certas? Ou um exame? Ou um tratamento barato, com poucos efeitos secundários que sirva para a maioria dos casos, e depois ver se funcionou?»
ResponderEliminarÀs tantas, se sabes exactamente quais são as perguntas certas também já sabes as respostas, vistos que és omnisciente.
Mas falando de seres humanos falíveis a tentar diagonosticar um problema, a verdade é que se estão motivados e têm tempo para se dedicar a ele, têm maior probabilidade de sucesso do que se estão a "despachar" o paciente.
É verdade que podes explicar o sucesso do sr da acumpultura como uma gigantesca coincidência. E se admitires suficientes "coincidências" vais dar razão a quem defende que há lá algo de sobrenatural.
Eu não vejo a "coincidência" como a explicação mais provável. Vejo antes um médico que teve mais tempo para ouvir o paciente do que tantos outros que andam aí a "despachar" ou a receber "brindes" das indústrias farmaceuticas.
Vejo também um problema estrutural na ausência de mecanismos de retroacção que penalizem os profissionais que falham constantemente na resolução deste tipo de problemas.
ResponderEliminar«E por ter tempo para ouvir o paciente. Foi isto que o distinguiu dos outros médicos.»
ResponderEliminarPortanto se ele trabalhasse no SNS, seria um exemplo contrário à tua opinião. Por acaso espeta agulhas e já podes justificar a tua opinião? Parece-me arbitrário. Ou ele escolheu acupuntura porque se preocupa com as pessoas? No SNS não podia continuar a fazer isso?
O que é que um homeopata cheio de boas intenções teria feito pela amiga da tua mãe?
Francisco:
ResponderEliminarEu não defendo a necessidade de homeopatas no SNS.
O problema do SNS é um problema estrutural que se prende com a escassez de médicos, e com a ausência de mencanismos de retroação.
Se um médico no SNS não resolve este tipo de problemas como o do exemplo que dei do Fígado, o que é que lhe acontece? Nada.
Ele tem incentivos para ser rápido a "despachar" os pacientes, mas não para resolver problemas como "dores de fígado" etc... Se perder muito tempo a tentar facilitar a vida ao paciente, ninguém o vai recompensar.
Pelo contrário, o sr da acumpultura vai receber muitos mais clientes se as suas histórias de sucesso se espalharem. Tem um incentivo forte para resolver este tipo de problemas, para perder tempo a fazê-lo.
Quanto à amiga da minha mãe, podia teria reencaminhado para outro médico, dando noção da urgência e importância da coisa.
ResponderEliminarMuito melhor do que recomendar uma aspirina e dizer "isso não é nada".
Joao Vasco:
ResponderEliminarEu tinha razão por ter inferido que tinhas demasiado boa opinião das alternativas.
A acupuntura é treta.
le aqui:
http://cronicadaciencia.blogspot.com/2008/11/acupunctura-uma-abordagem-crtica-para.html
sobre ensaios clinicos e avaliação de eficacia:
http://cronicadaciencia.blogspot.com/2008/10/medicinas-alternativas-e-as-outras-uma.html
sim, fui eu que escrevi, mas acho que devias ler. A revisão sobre acupunctura tem imensas referencias.
Ludwig:
Desculpa a propaganda mas eu ja escrevi sobre isto e acho que valia a pena o Joao Vasco ler. Se não fizer diferença paciencia.
João Vasco,
ResponderEliminarMas o que é que impede esse médico de ter atenção aos pacientes no SNS? É a acupuntura que o torna atencioso? O é o facto de ter tempo de sobra?
Porque para isso não precisa de ser acupuntor - basta dar diagnósticos de borla.
Ludwig:
ResponderEliminarAcho que exageras no efeito placebo.
Joao:
ResponderEliminarTens seguido esta discussão?
Aquilo que eu disse sobre o exemplo do "sr agulhas" é o seguinte: aqui temos um sr formado em medicina que prescreve tratamentos baseados em crenças sobrenaturais nas quais não acredito. É óbvio que não espero que a acumpultura em si seja mais eficaz que a medicina "convencional". Até dei o exemplo do Ronaldo e tudo!!
Então qual a razão do sucesso do Sr Agulhas? Bom, tal como os outros médicos, ele tem formação em medicina. Isso é um bom ponto de partida. Quando eu digo formação em medicina estou obviamente a referir-me à única medicina que merece o nome: a "convencional". Ele formou-se num curso de medicina como todos os médicos propriamente ditos.
Mas este ponto de partida não chega. Não basta saber sobre medicina, é preciso dedicar esforço e atenção aos problemas dos pacientes.
Acontece que muitos médicos não têm incentivo para isto. Um médico que trabalhe no SNS tem incentivo para "despachar" utentes. Se não forem questões de vida ou morte, ou danos permanente, então aí não existe qualquer risco de se ser incompetente. O único risco é ser lento.
Estranho seria que isto não tivesse impacto na prática dos médicos.
Mesmo no que diz respeito aos médicos privados algo do tipo acontece. Não é fácil comparar eficácias, e os pacientes não têm acesso a estatísticas com os "casos de sucesso" dos diferentes médicos. Um médico pode fazer mais recentas sendo rápido e ligeiramente menos eficaz do que sendo demorado e um pouco mais eficaz.
Em ambos os casos nem sequer referi o problema da corrupção e dos "brindes" para passar os fármacos certos.
Um médico que enverede pelo ramo das medicinas alternativas está numa situação diferente. Se não há casos de sucesso, não tem clientes. Vale mais perder tempo com cada paciente, para que este vá dizer às outras pessoas "onde todos os outros falharam, este conseguiu"; e muitas vezes é isso mesmo que acontece. Nada de sobrenatural, apenas o poder da motivação e do esforço. E dos incentivos.
Por isso, em resumo, não acho que o sucesso do sr agulhas seja devido à acumpuctura - uma tanga que eu nem sequer estava a escrever como deve ser (escrevi acumpultura até ler o teu texto :s). O sucesso é devido ao facto de dedicar mais tempo que outros médicos a resolver o problema de cada paciente.
ResponderEliminarFrancisco:
ResponderEliminarLê os textos que dirigi ao Joao. Lá respondo a essa pergunta.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarJoao:
ResponderEliminarQualquer médico pode recomendar uma mudança de estilos de vida, ou um medicamento qualquer, e apanhar com uma remissão espontânea que leve o paciente a dizer "ena! Ele é mesmo bom!".
Mas existe aqui algo a considerar. Se um médico for mais competente, em termos estatísticos vai ter mais pacientes a aperceber-se da sua competência, que outro que não o seja. Pode haver casos em que não, em que um médico mais competente seja mais azarado que outro menos competente, mas face à lei dos grandes números, em termos médios a competência do médico está correlacionada com o grau de satisfação dos seus pacientes com as melhorias na sua saúde. Em última análise a saúde apenas serve para as pessoas dela usufruirem, por isso se assim não fosse de pouco valeria a competência.
Agora a questão que aqui se coloca é a dos incentivos. A quem serve mais as "histórias de sucesso"?
Aquele a quem mais servirem vai ter um incentivo acrescido para se dedicar à resolução eficaz dos problemas.
Se um médico privado vai ter a agenda cheia seja eficaz ou não, bem que pode dedicar um pouco menos tempo a cada paciente e atender muitos mais. Ele pode não pensar nisto conscientemente, mas enquanto existirem poucos médicos, os incentivos serão nesse sentido.
Já o homeopata, se não der o seu melhor pode ter mais dificuldade em encontrar clientes.
Se fosse apenas uma questão das pessoas serem enganadas, um homeopata sem curso de medicina não teria mais dificuldade em encontrar clientes que um com tal curso. Mas aquilo que acontece é que as pessoas procuram os homeopatas em relação aos quais conhecem histórias de sucesso, e "por coincidência" costumam ser aqueles que têm formação em medicina. Eu acho que não é coincidência nenhuma.
"mas face à lei dos grandes números, em termos médios a competência do médico está correlacionada com o grau de satisfação dos seus pacientes com as melhorias na sua saúde"
ResponderEliminarAs coisas não são assim tão simples. Se não não havia tanto sucesso nas alternativas. Que esta cientificamente provado não funcionam. So se for o placebo das lacunas, percebes?
Avaliar o tratamento medico é dificil para medicos e farmaceuticos (quando são novos tratamentos) quanto mais para leigos (para os quais tudo é novo).
Não ha ca lei de grandes numeros quando as pessoas usam criterios errados para avaliar o procedimento medico.
O sucesso terapeutico, não é um critério objectivo para o doente. 80% das doenças são autolimitantes. Outras variam por ciclos. ha muitas razões que tornam a auto avaliação da patologia e a avaliação do procedimento medico subjectiva e imposivel para um leigo.
Muitas opinioes feitas basedas em criterios bizarros (como o aprumo do médico) dão uma meta opinião errada.
Isso é um argumento de a banda x é a melhor porque vende mais.
É o mesmo problema com acreditar em cirurgioes das filipinas, astrologos, bruxas, mediuns, espiritas, pesquisadores de agua com forquilha, fotografias da aura.
ha milhoes de milhoes que acreditam.
As pessoas, pura e simplesmente, se não investigarem muito falham. Não sao capazes de o fazer. A qualidade dos medicos so pode ser avaliada pelos seus pares. Ate nas listas de sucesso em inglaterra se cometem injustiças. Porque muitos medicos que ficam mal nessas listas é porque aceitam lidar com problemas que os outros despacham.
Outro exemplo:
Os medicos mais velhos sao quase sempre considerados melhores que os mais novos quando a realidade muitas vezes é ao contrario.
Ja agora, por essa linha de raciocinio vamos deixar a ciencia toda nas maos dos leigos. vamos a votos no povo para saber o que é a verdade, quem é o melhor cientista, qual a teoria mais promissora, etc.
Ja não discuto mais contigo, vai investigar. Estas a ser teimoso e estas na posse de pouca informação. E nota-se. Porque não considero que sejas burro.
Joao:
ResponderEliminar«Se não não havia tanto sucesso nas alternativas. Que esta cientificamente provado não funcionam.»
Mas aquilo que está "cientificamente provado" é que os métodos das "medicinas alternativas" são piores que os da "medicina convencional". Só que isso eu nem disputo.
Mas precisamente aquilo que tenho estado a dizer é que o sucesso das medicinas alternativas pode ser explicado de outra forma. Não pela superioridade dos métodos - que são inferiores - mas pelo facto de alguns dos profissionais (em particular refiro-me aos que têm formação em medicina) terem fortes incentivos para "perder tempo" com os pacientes.
«Não ha ca lei de grandes numeros quando as pessoas usam criterios errados para avaliar o procedimento medico.»
Se não existisse correlação alguma entre a satisfação das pessoas com os resultados do procedimento médico, e a competência do médico em questão, então a medicina seria uma ciência inútil.
Porque o objectivo último das pessoas gastarem recursos com a saúde é precisamente a sua satisfação. Obviamente que é preferível ser doente e satisfeito que ser saudável insatisfeito, pois aquilo que nós procuramos na saúde - e a razão pela qual a valorizamos - é precisamente o facto de nos fazer mais felizes e satisfeitos.
Se não existisse a correlação que referi, os médicos competentes eram tão inúteis como os aparadores de copos competentes, ou os partidores de garrafas competentes (imagina a profissão inútil da tua preferência).
«Isso é um argumento de a banda x é a melhor porque vende mais.»
Essa alegação depende do critério usado para definir "melhor". Para certos critérios pode ser válida.
«Ja agora, por essa linha de raciocinio vamos deixar a ciencia toda nas maos dos leigos. vamos a votos no povo para saber o que é a verdade, quem é o melhor cientista, qual a teoria mais promissora, etc»
Os teólogos é que têm a mania que só um crente da sua religião pode avaliar as suas alegações. Em ciência não é assim. Aquilo que se avalia é "se funciona" ou não.
E um leigo pode não perceber nada de electrónica, mas isso não quer dizer que seja incapaz de escolher o telemóvel que prefere.
Ao contrário do que acontece com a religião e outras formas de superstição, em ciência os resultados podem ser observados pelos leigos. Não é preciso ser um iniciado para compreender que funciona.
E com a saúde os resultados são claros. A medicina "convencional" é a melhor. Para quem tem muito dinheiro e pode ter acesso a todo o seu potencial, não existe mesmo nada de melhor, e qualquer "complemento" é um disparate.
Mas se te apercebeste daquilo que tenho escrito, não é dos problemas da "medicina convencional" que tenho estado a falar, mas no deficiente acesso que muitos têm a ela.
Este é o problema de tu falares nos diferentes estudos, que eu não rejeito. É que eu nunca defendi que os métodos das "medicinas alternativas" são melhores - acho mesmo que são piores.
Apenas se safa o "método" de dedicar tempo e esforço ao paciente, que também deveria fazer parte da prática médica da "medicina convencional" - e faz, por exemplo, quando o paciente tem muito dinheiro.
Mas quando tem algum, nem pouco, nem balúrdios, está num problema. Esse problema é o dos incentivos.
E agora peço-te que prestes atenção a este argumento, que até agora nunca disseste nada sobre ele.
(continua)
No "freakonomics" um capítulo era dedicado aos "agentes imobiliários". Vou assumir que um indivíduo que vai para agente imobiliário não é - a priori - mais desonesto que qualquer outro. E sabe que a sua função é encontrar o melhor preço da casa para o seu cliente.
ResponderEliminarNo entanto, enquanto que para um cliente que venda a casa sozinho a sua "comissão" é 100%; para um agente imobiliário ela ronda os 5%-15%. Isto dá um incentivo no sentido do agente querer colocar as casas a um preço ligeiramente mais baixo, pois assim vende casas mais rápido, e mesmo que ganhe menos com cada venda, acaba por ganhar mais dinheiro.
Mas será que eles cumprem a sua missão, ou optam por maiores rendimentos?
Para aferir isto, comparou-se as vendas dos agentes imobiliários quando vendem as casas dos seus clientes com aquilo que acontece quando vendem as suas próprias casas.
Neste último caso - demonstrou-se estatisticamente - os tempos de espera são várias vezes superiores, e o preço da casa é cerca de 10% mais elevado.
As pessoas, muitas vezes inconscientemente, reagem a este tipo de incentivos. Algumas são mais honestas, mas em média os incentivos influenciam significativamente a prática dos profissionais do sector.
E os médicos privados? Bom, quando se tem clientes suficientes para ter a agenda cheia pode-se subir mais o preço ou reduzir os tempos de cada consulta. Assumindo que existe escassez de médicos podemos assumir que este seria um ponto de partida comum. Aí, alguns podem optar por colocar preços proibitivos, e outros podem optar por reduzir os tempos de consulta. A opção pode não ser consciente, mas existe um incentivo forte para "despachar" os clientes: é mais dinheiro a entrar.
No caso dos médicos do SNS o incentivo é ainda mais gritante. Existem recursos limitados e muitos pacientes para ser atendidos, todo o sistema está assoberbado. Um médico que "despache" os cleintes que nãotêm problemas de vida ou de morte acaba por ser o "herói" deste sistema.
E o médico (com curso de medicina "convencional") que exerce a homeopatia? Bom, esse ou bem que perde o tempo necessário com cada paciente, ou bem que as pessoas não têm grande razão para vir para ao seu consultório.
Os medicamentos homeopáticos podem ser uma tanga, mas muitos problemas não precisam de fármacos - são uma questão de estilo de vida, ou uma questão psico-somática. Quando são necessários fármacos eficazes ou outro tipo de intervenção médica inacessível ao homeopata, este pode perfeitamente encaminhar o paciente para o sistema convencional.
Nota: a forma de resolver este problema é encontrar formas de retroacção, e principalmente resolver o problema da escassez de profissionais no sector.
Portugal até não tem poucos médicos por 1000 habitantes, mas isso é em grande medida porque os nossos sistemas recorrem pouco a enfermeiros (temos poucos enferemeiros por 1000 habitantes, e ainda assim há muito desemprego nesse sector profissional) e por isso (ou por darmos grande importância à saúde e estarmos dispostos a gastar uma fatia significativa de recursos nisso) precisamos ainda de muitos mais médicos do que aqueles que temos.
Caros,
ResponderEliminarEu posso dar o meu exemplo que me parece cair como uma luva. Eu andava com uma dor do lado direito, perto do fígado. Fui ao médico e fiz um rasteio , com análises e com ecografia. No fim ficamos todos na mesma, aparentemente era coisa alguma. entretanto a dor passou. A médica disse que poderia ser muscular.
Imaginemos que eu tinha ido ao espeta agulhas, a dor passava na mesma, com a ideia que resultava talvez ficasse menos stressado e a tensão muscular passasse mais depressa. Sucesso das agulhas ou as coisas pouco graves acabam por passar ?
"Mas aquilo que está "cientificamente provado" é que os métodos das "medicinas alternativas" são piores que os da "medicina convencional""
ResponderEliminarNão. é muito mais grave do que isso. Uma funciona as outras não.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar"aquilo que tenho estado a dizer é que o sucesso das medicinas alternativas pode ser explicado de outra forma"
ResponderEliminarSim, no sucesso em iludir os pacientes e quiça a si proprios
"Se não existisse correlação alguma entre a satisfação das pessoas com os resultados do procedimento médico, e a competência do médico em questão, então a medicina seria uma ciência inútil."
ResponderEliminarEssa correlação a existir é muito dificil de estudar. Os cirurgioes tem sempre pior sucesso que os clinicos. Os especialistas pior sucesso que os generalistas.
Não é o que as pessoas acreditam que torna a medicina util, mas sim a qualidade de vida que ela da por corrigir ameaças à homeostasia.
"Porque o objectivo último das pessoas gastarem recursos com a saúde é precisamente a sua satisfação"
ResponderEliminarNão isso é a igreja.
"Essa alegação depende do critério usado para definir "melhor". Para certos critérios pode ser válida"
ResponderEliminarSim se o critério for sucesso economico. Mas não deve ser esse na saude. Infelizmente até ha quem pense assim
"Mas se te apercebeste daquilo que tenho escrito, não é dos problemas da "medicina convencional" que tenho estado a falar, mas no deficiente acesso que muitos têm a ela."
ResponderEliminarEsse argumento é plausivel no ambito da aceitação das alternativas em paises muito pobres e com muito pouca medicina convencional. Até o Mao se apercebeu disso quando permitiu que se voltasse a usar a acunpuntura. Mas não em Portugal, não estamos naquele nivel. Basta ver os nossos numeros de mortalidade à nascença, infantil, esperança media de vida etc.
«Não. é muito mais grave do que isso. Uma funciona as outras não.»
ResponderEliminarEu duria que os métodos quenão funcionam são piores do que aqueles que funcionam, daí não fazer sentido discordar da frase que escrevi.
Mandas-me ler estudos, mas pareces ainda não ter entendido que não disputo as conclusões que apresentam.
Se a homeopatia (e outras do tipo) alega funcionar devido a razões de índole sobrenatural e eu não acredito no sobrenatural, parece evidente que não é surpresa nenhuma para mim que os métodos destas "medicinas" não funcionem.
Aquilo que funciona (além dos eventuais efeitos psico-somáticos relacionados com a atitude do médico ou com as crenças do paciente e não com o método em si) é um médico que tem mais tempo para dedicar aos seus pacientes.
Aliás, sobre este assunto recomendo que leias as minhas últimas mensagens com atenção, porque já fizeste várias vezes esse erro deinterpretação.
Acredito que estejas tão habituado a disscutir com quem defenda as "medicinas alternativas" alegando a funcionalidade dos seus métodos que te custe a entender que considero as medicinas alternativas uma superstição, tal como tu.
Aquilo que vale a pena pensar é como é que é possível que médicos que aderem a métodos supersticiosos possam ter sucesso em comparação com métodos que recorrem a métodos científicos. A ignorância das pessoas é sempre vista como explicando a totalidade do fenómeno, mas eu acho que essa explicação é limitada. A ausência de mecanismos de retroacção deveria ter consequências ao nível da prática médica, mais ainda numa situação de escassez de médicos - será assim tão deslocado assumir que tem mesmo?
«"Porque o objectivo último das pessoas gastarem recursos com a saúde é precisamente a sua satisfação"
ResponderEliminarNão isso é a igreja.»
Não, isso é tudo.
Todos os serviços que prestamos, todo o trabalho que fazemos, deve ter como fim último o nosso bem.
Nisto se inclui a educação, a cultura, a saúde, etc...
Qual acreditas que é o fim último dos cuidados da saúde?
Joao Vasco:
ResponderEliminar"mas existe um incentivo forte para "despachar" os clientes: é mais dinheiro a entrar."
Não tenho informação para responder que não seja anedotica. Mas na privada eles não querem fazer com que o doente se sinta despachado. Uma vez la dentro (consultorio) deixam a pessoa ficar o tempo que quizer. E deixam as consultas entrarem pela noite dentro. De qualquer modo quem faz o sucesso aqui são os pares. A maior parte dos consultorios vive de que lhes manda doentes, e não de "candidaturas expontaneas" por isso as pessoas não se vão embora.
"Qual acreditas que é o fim último dos cuidados da saúde?"
ResponderEliminaraumento da qualidade de vida.
"mas muitos problemas não precisam de fármacos "
ResponderEliminaré verdade, é uma das razões pela qual parece q as alternadinhas funcionam.
Mas quem devia tomar essa decisão tem de ser alguem que saiba diagnosticar.
E não justifica enganar o doente de qualquer maneira
Joao Vasco:
ResponderEliminarainda não leste os textos que te pedi pois não?
Joao:
ResponderEliminar«Esse argumento é plausivel no ambito da aceitação das alternativas em paises muito pobres e com muito pouca medicina convencional.»
Não, eu não estou a argumentar que as medicinas alternativas devem ser permitidas com base nestes argumentos.
Para isso não precisaria de argumento nenhum: é uma questão de liberdade individual.
As medicinas alternativas devem sempre ser permitidas pela mesma razão que todas as religiões devem sempre ser permitidas, por muito fraudulentas que sejam.
No máximo - e já tenho muitas dúvidas - poderia obrigar-se qualquer profissional de saúde a ter um curso de "medicina convencional", não importa a prática que aderisse. Mais que isso é uma intromissão exagerada na liberdade individual de cada um.
Este argumento aplica-se à realidade portuguesa sim, porque os fenómenos que descrevi são verdadeiros por cá.
João Vasco
ResponderEliminarSobre o ponto de pessoas inteligentes acreditarem em coisas estúpidas. Alguma considerações. Em primeiro lugar nós não temos um medidor de inteligência, nem a inteligência é uma variável unidimensional. Podemos ser excelentes a matemática e péssimos a português, excelentes a pintar e umas nódoas em pensamento espacial, etc. As possibilidades são imensas.
Eu já defendi a ideia que a crença é uma das dimensões da nossa forma de raciocinar, que serve para uma fase da aprendizagem principalmente quando tudo o que aprendemos vem dos nossos pais e pessoas próximas e onde acreditarmos sem questionar é uma vantagem grande e que depois alguns a mantêm e outros perdem face a um pensamento mais exigente, se este pensamento não aparecer ou não for necessário poderemos ficar no primeiro sem impactar a nossa vida (diria que este acreditar sem provas associado a um desenvolvimento da capacidade de abstracção dá-nos a sensação do supremo , nesta fase acrescentar noções de deuses termina o processo de divino, uma teoria da treta mas enfim) .
Diria que a dimensão do pensamento crítico é incompatível com a crença basilar, se nos questionamos constantemente sobre a correcção das nossas ideias, se a cada passo tentamos que as nossas ideias façam sentido entre o que vemos e dessa forma validamos as teorias apresentadas, se fazemos este tipo de raciocínio e se não nos contentamos com respostas simples para problemas complexos, no máximo seremos deístas, nunca acreditaremos num deus pessoal que nos acompanha, proíbe o preservativo e num mafarrico com caldeirões. Duvido num crente fervoroso de Sta. XPTO no sentido mais literal, como se ela fosse uma companhia e ao mesmo tempo uma pessoa culta, conhecedora de várias religiões a fundo, conhecedora da ciência, conhecedor da vida etc
Por isso não acredito que se possa num dia estar de joelhos em Fátima e no outro a saborear Sartre. Aliás gostaria de ver os estratos sociais e culturais dos pagadores de promessas.
Abraços
«Mas quem devia tomar essa decisão tem de ser alguem que saiba diagnosticar.»
ResponderEliminarTu é que pareces não ter lido.
Então um médico perdeu a capacidade de diagonosticar apenas porque aderiu às agulhas?
Nuvens:
ResponderEliminarA probabilidade de um indivíduo culto e inteligente ir "pagar promessas" a Fátima é reduzida. Mas aposto que entre aqueles milhares deve haver um ou outro.
Já probabilidade de um indivíduo assim ir à missa aos domingos é menos baixa.
E a probabilidade de um indivíduo assim ser "católico não praticante" está longe de ser nula.
Mas realmente o facto de um indivíduo acreditar em algo estúpido não quer mesmo dizer que ele o seja. Até entre os Mormons, ou entre os aderentes à cientologia deve haver gente interessante. Não nego que as probabilidades possam variar - claro que variam. Mas eu diria que difícil, difícil é encontrar alguém que não tenha nenhuma crença estúpida, seja política, económica, religiosa ou outra qualquer.
"Aquilo que funciona (além dos eventuais efeitos psico-somáticos relacionados com a atitude do médico ou com as crenças do paciente e não com o método em si) é um médico que tem mais tempo para dedicar aos seus pacientes.
ResponderEliminarAliás, sobre este assunto recomendo que leias as minhas últimas mensagens com atenção, porque já fizeste várias vezes esse erro deinterpretação."
O desentendimento resulta por uma coisa que não expliquei bem:
Falta de atenção é grave. conheço um caso que levou à morte da pessoa. Mas a atenção dispendida tem um nivel optimo. Isso esta bem definido na metodologia de diagnóstico. A historia pregressa, exame clinico, elaboração de diagnósticos diferenciais, instalação dee terapeutica e cuidados de comportamento etc.
O médico não é um enterteiner. Se a pessoa precisa de se distrair e procurar habitos saudaveis ele deve dizer como fazer, dar o conselho, mas a coisa tem de ficar por ai. Porque tem outras obrigações e responsabilidades e formar um individuo com estas obrigações e responsabilidades é muito, mas muito caro. formar entretainers, fisioterapeutas, guias turisticos, professores de pintura etc o que cada um precisar e gostar, é mais barato.
Não ha uma mais valia na
disponibilidade de tempo do médico após determinado limiar.
Esse limiar esta muitas vezes aquem da realidade, mas implementar praticas enganosas para corrigir o problema é um erro. Não é ai que se deve actuar.
EM vez de gastar 500 euros a espetar agulhas que tire uma semana nas termas antiga. Tenho a certeza que é melhor.
Álimentar uma estrutura multimilionária que faz alegações falsas por causa da falta de medicos é justificar um erro com outro erro.
Podemos ter mais ou menos pensamento crítico, mas pode sempre haver uma ideia que se esgueira entre esse crivo.
ResponderEliminarDevemos evitá-las, mas é um erro assumir que alguém é estúpido ou acrítico apenas porque apanhámos uma ideia que se esgueirou.
João Vasco
ResponderEliminarDevemos evitá-las, mas é um erro assumir que alguém é estúpido ou acrítico apenas porque apanhámos uma ideia que se esgueirou.
Repara que mais uma vez estamos com problemas de rigor de palavras. Podemos ter uma ideia disparatada momentaneamente, até porque francamente , estar 100% do tempo a validar ideias é cansativo e um pouco inútil. No entanto, viver uma ideia disparatada, isto é, passar a acreditar nessa ideia sem a ter analisado com cuidado já é uma certa negligencia. : )
Eu , como muitas pessoas que começaram a ler cedo e que tiveram acesso livre a todo o tipo de disparates, não pude deixar de ter fascínio por coisas como “ os mistérios das pirâmides” , a prim história etc. eram ideias que tornavam o mundo fascinante , e cheio de segredos a descobrir. Sobretudo eram segredos mais simples que os que a matemática e a física escondiam. Prometiam aventuras em vez de estudo, ar livre em vez de secretárias e as miúdas gostavam mais dessas fantasias do que das belezas do quadrado da hipotenusa : ) tudo para passar a ser um fervoroso adepto de robert charroux ( ó vergonha : ))
Seja como for, com o passar dos anos e com leituras cruzadas, e sobretudo com uma formação mais rigorosa acabei por achar aquilo muito mau e ter alguma vergonha de alguma vez ter achado aquela porcaria minimamente inteligente. Por isso , todos os disparates acabam por passar, mesmo em crianças desde que a busca por formas mais rigorosas de pensamento seja um ditame da educação.
Mas aposto que entre aqueles milhares deve haver um ou outro.
Só com números, eu só imagino boçais, mas é “bias” da minha parte , preconceito puro e duro.
Até entre os Mormons, ou entre os aderentes à cientologia deve haver gente interessante.
Mais uma vez o problema é perceber até que ponto é que as pessoas aderem pelo convívio/comunidade e até que ponto é que realmente acreditam. Tenho muitas dúvidas…
«Esse limiar esta muitas vezes aquem da realidade, mas implementar praticas enganosas para corrigir o problema é um erro. Não é ai que se deve actuar.»
ResponderEliminarMas leste-me a pedir mais homeopatas?
Sendo concreto - eu tinha dado o exemplo de uma pessoa próxima que ia ficando com uns caroços. Os médicos que consultava iam mandando remover cirurgicamente, e essa pessoa fez várias cirurgias.
Um dia, cansada da situação de acumular cicatrizes além de todo o incómodo causado pelas cirurgias, procurou outro tipo de profissionais de saúde, e foi a um homepata que também tinha tido formação em medicina.
O homeopata remendou montes de placebos (que é aquilo que a homeopatia tem para oferecer) mas também que esta pessoa mudasse os hábitos alimentares - não bebesse leite, não comesse carnes vermelhas, etc...
Ao seguir este regime alimentar, a pessoa deixou de ter caroços. Não se trata de acaso nem remissão espontânea, pois conheço a pessoa com alguma proximidade e sei que quando ela relaxa o regime alimentar (bastante restrito, dei poucos exemplos de restrições) os caroços ameaçam voltar. Então esta pessoa volta a cumprir o regime, e os caroços vão despaarecendo.
Esta pessoa continua a ir aos médicos "convencionais" e nunca mais nenhum sugeriu a remoção de qualquer caroço.
Conclusões?
Obviamente não acredito que fosse a água "com memória" (eh!eh!eh!) do homeopata que tenha feito o trabalho.
O que vejo é que o homeopata tinha formação em medicina e deu os conselhos certos no que diz respeito ao estilo de vida. E isso foi fundamental para resolver o problema.
E os outros todos? Ou bem que acredito que esta pessoa teve um azar enorme em só apanhar os mais incompetentes, ou bem que acredito que - tal como seria suposto dados os incentivos que referi - esta pessoa apanhou médicos que lhe dedicaram menos tempo do que deviam. Em vez de "Caroço? Remove-se! Prooooóximo!" podiam ter feito precisamente aquilo que o homeopata fez, sem ter de se gastar balúrdios em placebos. Podiam, mas não fizeram.
Ou seja, do ponto de vista dela, fez muito bem em ir ao homeopata (assumindo, agora, que tem um curso de medicina). Do ponto de vista de sociedade não são mais homeopatas a solução.
É formar mais médicos, para diminuir o incentivo para "despachar"; e instaurar mecanismos de retroacção.
João Vasco,
ResponderEliminar«Mas precisamente aquilo que tenho estado a dizer é que o sucesso das medicinas alternativas pode ser explicado de outra forma. Não pela superioridade dos métodos - que são inferiores - mas pelo facto de alguns dos profissionais (em particular refiro-me aos que têm formação em medicina) terem fortes incentivos para "perder tempo" com os pacientes.»
Isto acontece com os médicos privados também. E penso que é consensual que quando pagas 100€ por uma consulta é melhor atendido que quando vais ao CATUS no inverno e estão lá 150 pessoas com gripe. É por isso natural que, para quem tenha dinheiro, o médico privado seja uma alternativa melhor.
Mas a razão da competitividade das alternativas é outra. Primeiro, aquilo que tu chamas "formação em medicina" pode ser uma licenciatura, que não serve praticamente de nada, ou pode ser a licenciatura, especialização e vários anos de experiência em hospitais e clínicas. Por isso quando comparas o homeopata que fez a licenciatura com o médico privado que exerce medicina hà 20 anos é incorrecto dizer que têm ambos "formação médica".
Isto faz com que ser homeopata ou acumpunctor tenha um custo muito mais baixo em formação e experiência (e depois podem dizer que têm "formação médica" mesmo que a sua formação seja até insuficiente para estagiar num hospital).
Outra diferença é que nas medicinas alternativas eles são completamente livres de se deitar a adivinhar. Essa falta de medidas que se possa tomar quando um médico comete erros, que tu apontas, é ainda mais grave nas medicinas alternativas. Se essa amiga da tua mãe tivesse ido ao homeopata com a dor de cabeça ele não lhe ia receitar a TAC. Só que, nesse caso, ninguém ia achar estranho nem o culpar por isso.
Por isso penso que os defeitos que apontas ao SNS não têm nada a ver com a medicina alternativa. Quanto muito são uma razão para, quem pode, preferir médicos privados. Mas médicos mesmo, não vendedores de banha de cobra com licenciatura em medicina.
Finalmente:
«Aquilo que funciona (além dos eventuais efeitos psico-somáticos relacionados com a atitude do médico ou com as crenças do paciente e não com o método em si) é um médico que tem mais tempo para dedicar aos seus pacientes.»
Funciona em que sentido? Se tens 50 pacientes à espera para serem atendidos, funciona melhor atender 20 com calma ou 50 à pressa? Se passas 8 horas por dia durante duas semanas a ouvir sempre os mesmos sintomas porque 99% das pessoas aparecem exactamente com a mesma estirpe de gripe da estação, funciona melhor fazê-los esperar mais para serem atendidos ou despistar apenas os casos mais obviamente diferentes, correr os restos com a medicação mais provável de funcionar e deixar um exame mais aprofundado para segunda consulta?
Eu acho que estes problemas, na prática, são bem mais complexos do que tu estás a considerar ao afirmar categoricamente que é melhor os médicos dedicarem mais tempo a cada paciente. Basta visitares o serviço de urgências de um hospital público para veres que a coisa tem de funcionar de outra maneira.
Ludwig:
ResponderEliminar«Isto acontece com os médicos privados também. E penso que é consensual que quando pagas 100€ por uma consulta é melhor atendido que quando vais ao CATUS no inverno e estão lá 150 pessoas com gripe. É por isso natural que, para quem tenha dinheiro, o médico privado seja uma alternativa melhor.»
Sim.
Mas se leres aquilo que eu escrevi vais ver que o médico privado também não é inume aos estímulos para "despachar", e menos que cobre ainda muito mais que esses 100e.
«Mas a razão da competitividade das alternativas é outra. Primeiro, aquilo que tu chamas "formação em medicina" pode ser uma licenciatura, que não serve praticamente de nada, ou pode ser a licenciatura, especialização e vários anos de experiência em hospitais e clínicas. Por isso quando comparas o homeopata que fez a licenciatura com o médico privado que exerce medicina hà 20 anos é incorrecto dizer que têm ambos "formação médica".»
Pois, mas podes fazer a comparação ao contrário - o homeopata que exerceu medicina durante muitos anos, e o médico privado que tem a experiência mínima necessária para abrir um consultório.
E não te esqueças daquilo que o Joao escreveu - ao contrário daquilo que as pessoas pensam, nem sempre mais experiência é necessariamente melhor. Muitas vezes os médicos mais velhos não são melhores que os mais novos.
«Isto faz com que ser homeopata ou acumpunctor tenha um custo muito mais baixo em formação e experiência (e depois podem dizer que têm "formação médica" mesmo que a sua formação seja até insuficiente para estagiar num hospital).»
Dizeres isso reforça um pouco a minha ideia de que "não é por acaso" que as pessoas vão a esses profissionais. Nos dois casos de sucesso que descrevi ao longo desta discussão (um do homeopata, outro do sr agulhas) os profissionais tinham alegadamente praticado medicina durante vários anos. Aquilo que imagino é por essa razão terão tido mais sucesso em resolver os problemas dos pacientes, e por isso os mecanismos de retroacção fizeram com que fossem profissionais bem sucedidos.
« Se essa amiga da tua mãe tivesse ido ao homeopata com a dor de cabeça ele não lhe ia receitar a TAC. Só que, nesse caso, ninguém ia achar estranho nem o culpar por isso.»
Isto parece-me absolutamente falso.
Quando oiço a indignação face à "medicina alternativa" ou vontade de a proibir apesar da flagrante violação das liberdades individuais que isso implica, vejo-a sempre fundamentada em histórias do tipo.
Mas o mesmo tipo de situações também contece na medicina convencional todos os dias...
«Funciona em que sentido? Se tens 50 pacientes à espera para serem atendidos, funciona melhor atender 20 com calma ou 50 à pressa?»
Depende.
Se atenderes 20 com calma, pode ser que atentes no estilo de vida, apostes na prevenção, e no fim eles têm de ir menos vezes ao médico.
Mas concordo que a forma fundamental de resolver o problema é formar mais médicos. Até já deve ser a décima vez que escrevo isso ao longo desta discussão.
Mais recentemente tenho acrescentado a implementação de mecanismos de retroação.
João Vasco,
ResponderEliminar«Pois, mas podes fazer a comparação ao contrário - o homeopata que exerceu medicina durante muitos anos, e o médico privado que tem a experiência mínima necessária para abrir um consultório.»
Estás a ignorar uma assimetria importante. Não me parece que o cardiologista, o pediatra, ou o neurologista de carreira se apresentem como homeopata ou naturista. Julgo que o conjunto de alternativos com "formação médica" -- aqueles que se apresentam como tal -- é dominado por vendedores de banha de cobra que tiraram um curso qualquer para dizerem que têm "formação em medicina".
«Quando oiço a indignação face à "medicina alternativa" ou vontade de a proibir apesar da flagrante violação das liberdades individuais que isso implica, vejo-a sempre fundamentada em histórias do tipo.»
Não defendo que se proiba a venda de frasquinhos de água ou picadelas de agulha. Mas penso que seria boa ideia não permitir que vendam como tratamento algo que não trata. Não considero uma violação de direitos proibir que se venda areia em sacos marcados "farinha para bolos", por exemplo...
«Se atenderes 20 com calma, pode ser que atentes no estilo de vida, apostes na prevenção, e no fim eles têm de ir menos vezes ao médico.»
Ou pode ser que as gripes sazonais tenham pouco a ver com beber café ou fazer yoga e deixar 60% das pessoas por atender seja má ideia.
Estes "pode ser" têm de ser avaliados com estatísticas e não com anedotas. E tudo o que ofereceste como suporte para a tua afirmação que os médicos estão a fazer isto mal tem sido anedotas, e não estatísticas.
Se no SNS receitassem TAC para todas as dores de cabeça fortes, morria mais ou menos gente? Penso que não tens dados para afirmar que morreria menos.
«Mas concordo que a forma fundamental de resolver o problema é formar mais médicos. Até já deve ser a décima vez que escrevo isso ao longo desta discussão.»
Também não me parece que possas dizer isso. Como os vais pagar? Sabes se o problema de sobrelotação não se mantém? (há muita gente vai ao SNS, principalmente idosos, porque não tem nada para fazer, estão sozinhos e o médico de família sempre é alguém com quem conversam e contam os problemas) E se aumentas o número de médicos não aumentarás a percentagem de médicos menos incompetentes, diminuindo a qualidade da média? Melhorar a formação não exigirá que os médicos experientes tirem mais tempo aos pacientes para dar mais tempo aos alunos, agravando o problema a curto prazo? Compensa a longo prazo?
Penso que estás a ver como muito simples um sistema bastante complexo.
«Julgo que o conjunto de alternativos com "formação médica" -- aqueles que se apresentam como tal -- é dominado por vendedores de banha de cobra que tiraram um curso qualquer para dizerem que têm "formação em medicina".»
ResponderEliminarAquilo que eu estava a dizer é que tendem a ter sucesso aqueles que têm mais formação e experiência, a menos que ambas sejam inúteis.
«Ou pode ser que as gripes sazonais tenham pouco a ver com beber café ou fazer yoga e deixar 60% das pessoas por atender seja má ideia.»
Pois pode. A menos que, fruto de uma aposta no estilo de vida e na prevenção, tenhas como consequência menos gente para atender.
A gripe sazonal pode não ter a ver com yoga, mas a forma como tens cuidado com os teus espirros pode influenciar a forma como a gripe se espalha.
Realmente nós sabemos, e os médicos concordam, que a saúde tem mais a ver com o estilo de vida do que com os fármacos. Mas para muita gente, quando vai ao médico não parece nada...
«Estes "pode ser" têm de ser avaliados com estatísticas e não com anedotas. E tudo o que ofereceste como suporte para a tua afirmação que os médicos estão a fazer isto mal tem sido anedotas, e não estatísticas.»
Tenho apresentado os mecanismos que permitiriam prever a existência desses episódios.
Os episódios são exemplos ilustrativos, e não encontro estudos estatísticos que os desmintam.
«Se no SNS receitassem TAC para todas as dores de cabeça fortes, morria mais ou menos gente? Penso que não tens dados para afirmar que morreria menos.»
Acho que foi um pouco disparatada a forma como citaste o exemplo que dei no teu texto, e como continuas a desvirtuar aquilo que disse.
Vou repetir novamente: o segundo médico disse que a primeira médica foi incompetente por não dar atenção ao caso. Uma incompetência criminosa. Não conheço o caso em suficiente detalhe para saber que perguntas é que ele teve de fazer para concluir que o TAC se justificava, mas sei que haveriam e outra (alegada) incompetente não as fez porque assumiu que era fita e não quis perder tempo.
Podes assumir que ela fez tudo o que devia, mas face ao que o segundo médico disse não vejo razão para isso.
«E se aumentas o número de médicos não aumentarás a percentagem de médicos menos incompetentes, diminuindo a qualidade da média?»
Acho que não, pelo contrário.
Acredito que com mais médicos a qualidade média aumentará. Isto porque actualmente o sistema não filtra os melhores, visto que um aluno com média de 16 tem "a priori" as mesmas potencialidades para ser um bom médico que um com média de 18 ou 19.
Pelo contrário, existindo mais médicos existirão pressões para que a prática de cada um deles mude para melhor.
Uma vantagem adicional e relacionada é que havendo mais médicos formados, cada um deles fica mais "barato". Assim, é mais fácil sustentar um número de médicos superior.
João Vasco,
ResponderEliminarHouve ainda uma pergunta à qual ainda não respondeste.
Mesmo desconsiderando as assimetrias de que fala o Ludwig, porque é que o facto de uma pessoa com formação médica ter mais tempo e paciência para ver um paciente faz com que as medicinas alternativas mereçam menos críticas?
Porque como disseste, não eras tão crítico em relação às medicinas alternativas.
Ora, se na tua opinião temos praticamente um médico com tempo de sobra e incentivos ao maior cuidado, isso apenas indica problemas no SNS. Nada tem a ver com as medicinas alternativas.
No fundo, estás a dizer que um serviço de atendimento privado com grandes incentivos à eficiência e de baixo custo é melhor...
Imagina que eu dizia que não era muito crítico da Manuela Ferreira Leite por causa da privatização do SNS debaixo do argumento de que as clínicas privadas atendem melhor as pessoas. São alhos e bugalhos.
João Vasco
ResponderEliminarExistem urgências de medicinas alternativas ?
LOLLL
Mais médicos pode ser a solução, mas sobretudo mais médicos de clínica geral e médicos de família. Mas isso é outra história
Nuvens de fumo:
ResponderEliminarNão sei a que é que te referes. Nunca falei nesse tipo de urgências.
Quanto ao que dizes a seguir, não tenho razões para discordar, nem mo viste fazer.
Francisco:
ResponderEliminarA minha resposta à tua pergunta é simples: pode ser uma boa opção um indivíduo ir também a esses médicos.
Isso nunca aconteceria se não fossem os problemas que descrevi. A falta de tempo de muitos médicos "convencionais" e a inexistência de mecanismos de retroacção/avaliação suficientes que permitam ao paciente optar por ir aos mais competentes preterindo os piores.
Mas como estes problemas existem, a pessoa XPTO que tinha caroços e foi ao homeopata (formado em medicina) que aconselhou determinada dieta fez foi muito bem. Andava a tirar caroços quase de 2 em 2 anos e nunca mais os tirou.
Foi sorte? Não, pois foi guiada por uma série de histórias de sucesso de outros conhecidos. E realmente, como já referi, quando relaxa a dieta alimentar os caroços ameaçam voltar.
Realmente existe mesmo um efeito de estrutural de incentivos diferentes quando uma prática ainda é vista com suspeição e é necessário o médico prestar atenção séria a estes problemas "menores" para construir a sua reputação.
Se a isto juntarmos uma série de efeitos psicológicos que podem ter efeito fisiológico, então alguém que acredite pode fazer mesmo muito bem em ir a estes "profissionais".
Pelo menos enquanto o melhor da medicina convencional não estiver apenas ao alcance de tem mais dinheiro ou mais sorte.
João Vasco
ResponderEliminarAs medicinas alternativas são perigosas, porque se os erros existem na oficial, mas podem ser reportados À ordem , nas alternativas quem é que sabe ?
Não se pode deixar a saúde das pessoas nas mãos de charlatães profissionais, podem existir alguns lá pelo meio bem intencionados, tirem um curso de medicina e depois ajudem as pessoas.
Não há urgências homeopáticas, nem cura para a malária, nem para a cólera, nem para nada sério . Não há agulhas para apendicites, pelo simples facto de não funcionarem.
Se assim é não devem ser vendidas como verdadeiras, qu eé o que se propõe ao aceitar a sua existência.
Eu pessoalmente não concordo sequer que possam dar consultas. Mas é a minha opinião.
"pode ser uma boa opção um indivíduo ir também a esses médicos. "
ResponderEliminarSim, claro. Quando não houver professores de biologia, pode ser uma boa opção substituir por uns professores de Criacionismo. Uns tipos que eu conheço, foram a umas aulas e dizem que aquilo é ciencia como as outras.
Do mesmo modo, à falta de engenheiros informaticos, podemos passar a usar artes divinatorias para bases de dados, ou seja, o problema é holistico e recriado a cada momento. A gente pergunta e o bruxo adivinha "de novo" o valor correcto que procuravasmos.
Para as telecomunicações podemos contratar espiritas, que até com os mortos conseguem trocar unformação.
Eu pessoalmente vou dedicar-me à engenharia civil alternativa, com cimento metafisico e energia vital da palha. Funciona também holisticamente.
Tenho uma ideia para um curso de direito alternativo, que a ser implementado vai ser uma boa opção ao direito reducionista. Em vez de julgar as pessoas uma por uma, a gente da uma olhada no tipo de pessoa e tal, da familia e de onde vive, e assim ve pela aura e filosofica como deve ser julgado cada caso. Não é justo sendo cada um de nós diferente ser julgado pelas mesmas leis.
Por ultimo proponho um novo protocolo de kioto, destinado a reverter o arrefecimento global, em que vamos todos ficar 5 minutos sem respirar por dia para reduzir o vapor de agua.
Dedico este comentário ao João Vasco, que apesar da astucia e inteligencia a que estamos habituados esta a ultrapassar o seu momento ZEN. Estamos contigo.
Ludwig,
ResponderEliminarÉ certo que o efeito placebo não se verifica de igual forma em todas as pessoas, umas são estão mais disponíveis para isso. Mas se esse efeito existe, porquê não saber como actua para ser possível desencadear esse efeito por via farmacologia ou por outra via? Se esse efeito conjugado com o tradicional for vantajoso, então, valerá a pena saber o seu funcionamento e replica-lo quando necessário, de forma controlada.
Mario Miguel:
ResponderEliminar"porquê não saber como actua para ser possível desencadear esse efeito por via farmacologia ou por outra via"
O efeito placebo existe em qualquer tratamento.
... se a pessoa achar que esta a ser tratada...
O estudo publicado em Maio de 2001 no The New England Journal of Medicine contesta qualquer efeito de melhoria de saúde no que se refere ao efeito placebo. http://content.nejm.org/cgi/content/abstract/344/21/1594
ResponderEliminarNeste os registos de níveis elevados de respostas placebo são causados por deficiências nas metodologias de investigação.
Noutros campos mais subjectivos como o relacionado com a psiquiatria parece haver alguma coisa para estudar, mas aí as variáveis sãao tantas que me parece haver lugar para muito erro,
Seja como for fica a nota, efeito placebo ou erro metodológico ?
João:
ResponderEliminarEu acredito que a religião é uma forma de superstição.
Não acredito que seja sempre uma forma de charlatanice pois creio que uma parte significativa dos sacerdotes acredita naquilo que diz acreditar.
Acredito que há várias explicações para o sucesso da religião, e muitas passam por problemas sociais. Quando existe uma sociedade mais saudável, com menos miséria e desigualdades, também existe menos adesão às crenças religiosas.
Acredito que as pessoas devem ser livres de aderir às religiões que quiserem, e de ser sacerdotes nas religiões que quiserem.
Posso acreditar que a religião é um mal, no geral, que na verdade é mitigado quando existe uma maior aposta na educação, e quando a sociedade está mais saudável.
Causa mortos? Causa, alguns. Mas não deve ser proibida. É um imperativo das liberdades individuais.
Por fim, acredito que para certos indivíduos em particular a religião possa fazer bem. Não para um indivíduo jovem, com a vida pela frente e com muitos caminhos possíveis.
Mas para o indivíduo velho que viveu toda a sua vida a acreditar naquilo, roubar-lhe essa ilusão pode ser destruidor. Para o indivíduo excluído e marginalizado, condenado or violação e sem família e amigos, a comunidade religiosa que lhe fez encontrar um novo significado para a vida pode ser o melhor que lhe aconteceu.
Isto é sintoma de um mal. O ideal era uma sociedade suficientemente saudável para que ninguém precisasse destes engodos, que tanto mal causam a tantos níveis. Mas na sociedade que temos, a verdade é que a superstição pode em casos pontuais fazer bem.
Eu não estou a defender isto por causa da discussão das medicinas alternativas. É a minha posição geral face à superstição.
Assusto-me quando querem proibir a superstição ao abrigo do combate à charlatanice.
E creio que o desdém pela superstição não deixa muitos críticos entenderem algumas das razões do seu apelo. E esse autismo torna bem mais difícil a criação de alternativas melhores.
E não reconhecer os males da medicina "convencional" a que a maioria dos cidadãos tem acesso, é a melhor coisa que se pode fazer pela continuação do sucesso das "medicinas alternativas".
Tenho dito.
Nuvens de Fumo:
ResponderEliminarTenho vindo a tentar chamar a atenção para essa questão mas ninguem quiz saber.
Ha até cientistas que a querem tirar do metodo de ensaio farmacologico, e fazer o controlo em branco sem ser com placebo.
Bom artigo, simples mas na mouche
ResponderEliminarhttp://skeptoid.com/episodes/4151
Mário Miguel,
ResponderEliminar« Mas se esse efeito existe, porquê não saber como actua para ser possível desencadear esse efeito por via farmacologia ou por outra via?»
Sou a favor que estudem o efeito placebo. O que deve ficar claro é que o efeito placebo não é um efeito do medicamento ou da terapia. É um efeito da pessoa. E é importante não confundir estas duas coisas diferentes.
João Vasco,
ResponderEliminarConcordo com o teu último comentário. Mas não vejo o que isso tenha a ver com ser menos critico da "medicina" alternativa.
Aproveitando a tua analogia, também não me parece que esses factores que invocas acerca da religião nos devam tornar menos críticos das tretas que as religiões propagam.
Concordo que o SNS podia ser bem melhor. Concordo que não se pode simplesmente proibir gotas de água e agulhas. Sou céptico que as soluções que tu apresentas (e.g. médicos dedicarem mais tempo a cada paciente) estejam correctas, pois parece-me que era preciso mais informação para decidir isso. E discordo que isto justifique ser menos crítico das tretas que estas alternativas propagam.
Eu assino por baixo do disclamer do Ludwig... Para que não haja duvidas...
ResponderEliminar"Sou a favor que estudem o efeito placebo"
ResponderEliminaré uma especie de ilusão. em que ha motivaçao através dela.
Sem duvida que nos dirá muito sobre o cerebro humano e sobre a relação deste com o corpo, mas quem acredite que isso beneficiara muito a farmacologia penso que esta enganado. Talvez indiretamente sim, seja util à medicina.
"e sobre a relação deste com o corpo,"
ResponderEliminarse bem que o que ache que o que ha para descobrir va deixar muito budista desapontado.
- so para não ser mal interpretado -
Não há tretas que me incomodem mais, do que continuar a verificar que a maior parte das pessoas continua a ser convencida de que a questão da saúde apenas é assunto de médicos. Sou enfermeira há mais de 30 anos e, cada vez mais, acho que tal como dizia Bocage, a medicina é uma "pobre ciência"... Pelo menos vista apenas do "poleiro" bio-médico que é aquele que continua a ser considerado. Gosto de o ver tratar aqui do "carinho e da atenção" mesmo que lhe dê apenas a categoria de placebos. Não são. São muitíssimo mais que isso, e o facto de as ciências fisicas e biológicas, não conseguirem explicar a forma como actuam, só deveria levar a ter um pouco mais de respeito pelas coisas que funcionam apesar das incapacidades que por enquanto continuamos a ter, para explicar muitas coisas. Talvez, simplesmente não sejamos capazes... nunca... ou só por agora... Acho muito bom o seu alerta contra as práticas "alternativas" ou "complementares". Mas elas só continuam a ser mais perigosas enquanto não forem admitidas como práticas que, promovendo conforto e bem estar, robustecem o organismo das pessoas para combaterem as doenças. Pela minha parte, acho que os laboratórios farmacêuticos e a prática biomédica também não merecem todo o crédito que têm no nosso público e todo o dinheiro que esmifram às pessoas. E acho que, se eu me sinto muito melhor das dores na coluna com acupuntura, do que com os anti-inflamatórios, a acupuntura deveria ser tão comparticipada pelos sistemas de saúde, pelo menos, como os tais anti-inflamatórios.
ResponderEliminar"deveria ser tão comparticipada pelos sistemas de saúde, pelo menos, como os tais anti-inflamatórios."
ResponderEliminarIsso é BS
João Vasco,
ResponderEliminarJá agora,
«E realmente, como já referi, quando relaxa a dieta alimentar os caroços ameaçam voltar.»
Essa pessoa preocupou-se em saber se o seu problema tem uma cura definitiva? Eu acho que devia. Duvido é que a encontre nos homeopatas...
Cristal e quem achar que a treta é carinho:
ResponderEliminarJa não ha saco para argumentos falaciosos.
Querem dar carinho aos pacientes, deem carinho aos pacientes.
Souu todo a favor do carinho aos pacientes.
E sobertudo as enfermeiras, ja que diz pertence a essa classe. Tem mais contacto com os pacientes e durante mais tempo.
Não lhes deêm é agulhas, agua destilada e bruxarias em vez disso. Querem despacha-los?
Poça! por mim até podem trazer bailarinas suecas para os homems e sosias do Brad Pitt para as mulheres.
Daqui a nada temos as prostitutas a dizer que são medicas complementares porque dão carinho.
Palhaçada.
PS: tenho todo o respeito por enfermeiros. Tive 2 avós que o eram.
João Vasco,
ResponderEliminarAcho que não respondeste à minha pergunta.
Pelo que percebi, tu achas que é bom que haja pessoal médico sem a formação médica convencional mas que seja capaz de fazer quase-diagnósticos um pouco em jeito de segunda opinião.
Achas que isso pode ser a solução para muitos pequenos males, mas não menos importantes, que passariam despercebidos a médicos que têm mais do que fazer.
Isto apesar de terem métodos de diagnóstico rudimentares, verbais, ou talvez mesmo nenhuns. De terem provavelmente uma formação incompleta.
Eu digo que não me oponho a isso. Desde que estes quase-médicos não se façam substituir aos médicos verdadeiros - o que não me parece que aconteça.
Acho que uma segunda opinião não-oficial não faz mal a ninguém e pode, como dizes, trazer benefícios nalguns casos.
Mais uma vez, volto a dizer que nada disso tem alguma coisa a ver com vender gato por lebre.
Mas também acho que qualquer pessoa que vende terapias ineficientes como sendo eficientes deve ser proibida de o fazer. Vender remédios falsos deve ser ilegal.
As pessoas de que falas não se limitam a fazer diagnósticos e a dar opiniões - apresentam a sua solução para os problemas dos doentes à luz da autoridade de um médico convencional, coisa que não são!
Perguntar a um mestre de obras se podemos mandar abaixo aquela coluna no pátio interior é uma coisa. Ter um projecto aprovado por um engenheiro inscrito na Ordem é outra.
E tudo o que dizes está sujeito a uma coisa muito importante, e que até aqui não mencionaste: com que grau de confiança é que as pessoas recorrem à "medicina" alternativa? As pessoas estão tão informadas como tu? Sabem que não podem tratar cancros lá? Sabem distinguir os médicos que tiveram alguma preparação médica dos que não tiveram?
Se tu achas que pode ser bom ir a um desses médicos, porque é que disseste que jamais lá irias?
Quando eu disse
ResponderEliminar«Mais uma vez, volto a dizer que nada disso tem alguma coisa a ver com vender gato por lebre.»
obviamente que vender um diagnóstico, como sendo um médico não o sendo pode ser uma forma de fraude.
Cristal,
ResponderEliminar«Não há tretas que me incomodem mais, do que continuar a verificar que a maior parte das pessoas continua a ser convencida de que a questão da saúde apenas é assunto de médicos.»
Concordo. A saúde é um assunto da bioquímica, estatística, genética, biologia, epidemiologia, sociologia, psicologia e até de física e electrónica, pois cada o equipamento de diagnóstico e terapia é cada vez mais sofisticado. Nisso estou de acordo.
Onde discordo é:
«E acho que, se eu me sinto muito melhor das dores na coluna com acupuntura, do que com os anti-inflamatórios, a acupuntura deveria ser tão comparticipada pelos sistemas de saúde, pelo menos, como os tais anti-inflamatórios.»
O critério não pode ser uma pessoa sentir-se melhor, nem cem pessoas serem da opinião que é melhor nem mil pessoas conhecerem uma tia ou vizinha da mãe que diz que isso lhes fez muito bem. A saúde é importante demais para se tomar decisões com base em informação tão pouco fiável e pouco representativa.
Eu sou a favor de considerar as terapias alternativas da mesma forma que se considera qualquer outra. Ou seja, só as aprovar depois de demonstrarem, em testes rigorosos e estatisticamente significativos, serem eficazes e seguras para aquilo que se propõem tratar.
O critério para a comparticipação do estado deve ser, entre essas que demonstrem eficácia e segurança, subsidiar aquelas onde on dinheiro do subsidio faz mais efeito. Porque os recursos são limitados e decisões mal tomadas têm consequências sérias.
João,
ResponderEliminar«O efeito placebo existe em qualquer tratamento.»
Mas razão me dás, é um mecanismo que se souber como funciona, por exemplo, poderá ser potenciado, ou pelo menos usado paralelamente na sua máxima potencia possivel.
Ludwig,
«O que deve ficar claro é que o efeito placebo não é um efeito do medicamento ou da terapia. É um efeito da pessoa.»
Claro, parece-se ser pacífico o que referes, do qual nunca discordei, mas parece ser igualmente pacífico que esse efeito necessita de um percutor que não está na pessoa, nem que sejam os fotões que reflectem do comprimida a entrar pela retina adentro... A questão está em saber como substituir esse percutor por outro mais eficaz, e se possível com um efeito mais potente regular e controlado, mas mesmo aqui haverá sempre um par: "fármaco+ pessoa" que substituiria outro par, o "percutor via sugestão + pessoa"
Em situações em que o doente está num ponto fronteira, em que uma "pena" pode fazer desencadear todo um processo de descontrole para o agravamento da doença, um ajuda, mesmo que pequena - efeito placebo - pode fazer a diferença. Este último paragrafo partilho com a opinião de mais do que um médico.
Ludwig:
ResponderEliminarestou absolutamente de acordo com a tua abordagem, que se pode ver dos meus comentários.
Alias existem medicos e tecnicos e enfermeiros como classes e responsabilidades separadas percisamente porque se verificou que era preciso gastar o dinheiro da formação da melhor maneira possivel e não era possivel formar todos a fazer tudo, nem nesseçario.
O que queria apontar é que parece, que se os recursos fossem ilimitados que ja se podiam implementar as alternativas. Eu li com atenção e não se pode tirar essa conclusão, mas como penso que grande parte do problema se mantinha, ou seja, o engano bi ou unilateral, queria perguntar o que dizes
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarMario Miguel:
ResponderEliminarO que tu queres chama-se condicionamento e mentalização.
Mais curriqueiramente chama-se "coaching". Não estou a brincar.
Em estudos em que o paciente não sabe se esta a tomar placebo ou o tratamento, o efeito placebo quase desaparece. Em um estudo em que se comparou placebo com não tratamento, o resultado foi que não havia diferença. Em estudos em que a avaliação de melhoras é feita por um observador externo que não sabe quem esta a tomar placebo este efeito também cai notoriamente.
ResponderEliminarAté hoje tenho lido com atenção e até com alguma consideração este blogue. Não me tenho manifestado e nunca vos insultei nem o faria. Mas agora venho dizer-vos o que os vossos comentários imaturos, pretensiosos e completamente ignorantes do que é a vida verdadeira, me merecem. Meninos, olhem para o mundo melhor do que através dos vossos livros, tubos de ensaio e outros apetrechos dessa parafrenália vos deixam fazer. E, quando estiverem doentes, espero que vos internem num daqueles serviços em que vos escalpelizam milimetricamente mas se esqueçam de que vocês são pessoas. Porque, de facto, parece-me que vocês têm uns grandes aleijões, umas excrecências de orgulho, preconceitos e convencimento que vos impedem de ser pessoas inteiras. Só a ideia de compararem enfermagem e prostituição demonstra a vossa completa inadequação, para não lhe chamar pior. É verdade que houve um tempo em que os trabalhos de enfermagem foram dados obrigatoriamente a prisioneiras... Um tempo de que a humanidade não pode orgulhar-se, como não devia orgulhar-se de continuar a ter prostitutas e, tendo-as, achar que as pode discriminar como pessoas que não pertencem à mesma estirpe... intelectual! Vocês fazem-me ter vergonha de vos ler. Podem ler muitos livros, conhecer muitas teorias e saber muitas equações. Mas, em humanidade, vocês têm ZERO. E não vou mais perder tempo convosco!
ResponderEliminar"Só a ideia de compararem enfermagem e prostituição "
ResponderEliminarEstava mesmo a ver esta a chegar. Aldrabice, não foi nada disso que escrevi.
E mais aldrabice para dizer que não quero saber do lado humano.
Mas que seria de esperar.
E volto a afirmar, como disse desde o principio, tenho todo o respeito pelos enfermeiros, mas não pela bacurada.
Cristal,
ResponderEliminarTanto azedume...
Mas olha, eu preferia ter um médico insensível tipo Dr. House que me insultasse até a 15ª geração, e que simultaneamente me curasse, do que outro afável mas que no entanto errasse no diagnostico.
João,
ResponderEliminar«O que tu queres chama-se condicionamento e mentalização.»
Sim, estando dependendo da pessoa, da sua disponibilidade etc... Mas se essa ponto que é activado puder ser activado de forma controlada de forma útil com uma estratégia mais eficaz (fármaco ou técnica, etc...), melhor, e deve ser tida em conta e investigada.
Crital:
ResponderEliminar"E, quando estiverem doentes, espero que vos (...)"
Pois eu espero que se estiver doente seja vista por um medico especialista actualizado e fundamentado na ciencia e que seja acompanhada por enfermeiras atenciosas como as que trataram da minha filha quando esteve internada.
E que se lhe der a ideia louca de ir ao homeopata um gajo estupido como eu lhe tire a ideia da cabeça.
" e deve ser tida em conta e investigada."
ResponderEliminarMario Miguel,
sem duvida, mas eu creio que até ja se espremeu tudo o que se podia.
Tens gajos excelentes nisso, que se revelou mais uma arte que uma ciencia. O Obama, o Mourinho (dizem, eu não ligo a futbol), alguns chefes militares (certamente os historicos como Cesar ou Alexandre). Esta gente era excecional a conseguir isso.
Parece que não tem nada a ver com o efeito placebo mas tem.
Tal como o marketing, (altera a maneora como se vem as coisas),etc.
Tudo isso esta a ser esprimidinho ao maximo.
Do ponto de vista da saude o limite é o limite do cerebro sobre o corpo. Vai desde o 100% nas fibras musculares ao 0% em celulas tumurais.
Quanto
«E realmente, como já referi, quando relaxa a dieta alimentar os caroços ameaçam voltar.»
ResponderEliminarPelo que consegui descobrir na internet em sites sobre Medicina, não há nenhum tratamento eficaz para os lipomas nem uma causa clara. Simplesmente removem-se quando chateiam muito ou são indesejados.
Para quem não percebeu:
ResponderEliminarA historia das bailarinas era para mostrar que ha exageros acerca do que se espera que se deve passar no hospital, mas que apesar disso, ate se toleravam algumas coisas houvesse dinheiro para isso.
A história das prostitutas era para alertar que o argumento do carinho era falacioso e que não se deve tornar medicina equivalemte a carinho de uma maneira que abra a porta a praticas ficticias
. Ainda que os medicos tenham de ter que tratar bem os doentes e serem amaveis e preocupados, não é nas maos deles que tem de estar toda a preocupação com o bem estar emocional das pessoas. Alguma sim, mas não toda. E aqui sim, acho que os enfermeiros podem e devem fazer mais diferença que os medicos. Quando o meu avo morreu o bairro todo foi ao funeral dele e era enfermeiro, nao era medico. E não disseram-me que isso não acontecia sempre.
Sera que é preciso explicar tudo?
Um dos pontos fundamentais da argumentação criacionista, consiste na ideia de que a informação, sendo uma grandeza imaterial, embora carecendo de um suporte material, tem sempre uma origem mental, inteligente. Isso verifica-se em todos os casos em que existe informação codificada.
ResponderEliminarNo caso do DNA, em que existe informação codificada em quantidade e com uma qualidade que a mente humana (incluindo toda a comunidade científica) não consegue abarcar e compreender, torna-se claro que a informação armazenada só pode ter origem numa super-inteliência: Deus.
O Ludwig Krippahl tentou refutar este argumento, sugerindo que a referência a informação codificada é apenas metafórica. Para ele, o DNA não codifica nada.
Mas essa tentativa de refutação falha claramente, por duas razões:
1) Em primeiro lugar, porque as sequências de nucleótidos e de aminoácidos necessárias à construção de aminoácidos, proteínas e origanismos plenamente funcionais seguem um programa definido, o qual carece de ser transcrito, traduzido, executado e copiado de forma precisa e especificada, sob pena de as reacções químicas operadas não darem o resultado pretendido. Das muitas sequências possíveis, poucas são aquelas que permitem a produção e reprodução de seres vivos funcionais.
2) Em segundo lugar, porque mesmo os cientistas invocados no blogue KTreta que acham que a referência a um código é apenas metafórica, dizem que a melhor maneira de descrever o DNA é por referência às cifras. Ora estas, na verdade, são uma espécie de código, em sentido não técnico (o código Morse é por muitos considerado um exmplo de uma cifra). Com efeito, mesmo uma cifra é uma maneira de encriptar uma informação pré-definida. Ou seja, tanto o código como a cifra são mecanismos de armazenamento e transmissão de informação, o que não afecta em nada (antes corrobora e reforça) o argumento criacionista acerca da origem inteligente da informação e do código.
Como se vê, quando confrontados com o DNA, os evolucionistas nada conseguem dizer que refute o criacionismo. O problema agrava-se dada a ausência de qualquer explicação naturalista e evolucionista para o surgimento do DNA. As mutações pontuais corrompem o DNA e a selecção natural elimina o DNA. Só Deus pode criar DNA, porque só uma inteligência é que pode criar informação e convencionar o código (ou cifra) para a sua transmissão, tradução e execução.
Ou seja, quer o DNA seja descrito como um código ou como uma cifra, o certo é que as observações científicas em si mesmas corroboram inteiramente a doutrina bíblica da criação, segundo a qual a vida foi criada pela Palavra de Deus.
Deus começou por criar organismos plenamente funcionais, dotados de informação necessária para a respectiva reprodução de acordo com a sua espécie.
É isso que a Bíblia diz, é isso que a ciência demonstra.
O estatuto de elo de transição do Tiktaalik de peixe para tetrápode está rodeado de dificuldades estruturais e funcionais, como tem sido amplamente documentado, mesmo na literatura evolucionista.
ResponderEliminarUm bocado à imagem do que se passa com outras “transições” (v.g. dinossauro/ave; mamíferos terrestres/baleias; primatas/seres humanos), trata-se aqui de uma “transição” só aparentemente plausível, mas que, quando analisada em detalhe, à semelhança do que se passa noutros casos, entra imediatamente em colapso, por razões em boa medida paralelas às demais transições falhadas do evolucionismo.
Alguns dos problemas que colocam dificuldades inultrapassáveis prendem-se com a origem da locomoção, com a inexistência de progressão regular nas barbatanas dos hipotéticos elos da cadeia, a inexistência de uma progressão regular em matéria de tamanho entre os hipotéticos elos da cadeia, etc.
Acresce que a evidência encontrada é claramente insuficiente para suportar as extrapolações evolutivas dos evolucionistas. Isto, para não falar dos problemas e desencontros que rodeiam a datação.
Devemos ter presente o facto de que existem cerca de 25 000 espécies de peixes vivos documentadas, com características muito diferentes umas das outras. Todos os anos estão a ser descobertas entre 200 a 300 novas espécies. Existem muitas classificações diferentes de peixes, dada a grande variedade dos mesmos.
Existem peixes que “andam” e registos de alguns que sobem às árvores (Anabas testudineus). Do mesmo modo, existem peixes voadores, sem que daí se possam retirar quaisquer interpretações evolutivas plausíveis. Eles são contemporâneos das aves e dos seres humanos, não seus antepassados evolutivos. Trata-se essencialmente de casos interessantes de especialização.
Os evolucionistas defendem que os invertebrados demoraram cerca de 100 milhões de anos a evoluir para peixes, sem que exista qualquer evidência conclusiva nesse sentido. Trata-se de um domínio essencialmente assente na especulação.
O Tiktaalik é, na melhor das hipóteses, um “mosaico”, como tantos outros casos, e não um suposto elo de transição evolutiva.
O mesmo mostra que módulos comuns apontam para a existência de um Criador comum, sendo a evolução incapaz de explicar este padrão modular, já que a selecção natural apenas pode funcionar no organismo como um todo. Isto é, a selecção natural não pode seleccionar uma cabeça com uma particular configuração, mas apenas criaturas que tenham uma cabeça que lhes confira uma aptidão superior.
Mas um Criador trabalhando com diferentes módulos pode criar diferentes criaturas com diferentes módulos, à margem de qualquer padrão evolutivo consistente. Dessa forma, o Criador envia-nos uma “mensagem biótica” acerca da Sua existência.
Resumindo, o Tiktaalik é apenas um peixe. Isto mesmo foi reconhecido num artigo na revista Nature, em que os autores dizem:
“in some respects Tiktaalik and Panderichthys are straightforward fishes: they have small pelvic fins, retain fin rays in their paired appendages and have well-developed gill arches, suggesting that both animals remained mostly aquatic.”
Ahlberg, P.E. and Clack, J.A., News and Views, Nature 440(7085): 747–749), 6 April 2006
Informação mais detalhada sobre o Tiktaalik pode ver-se em:
www.creationwiki.org
www.creationontheweb.org
www.answersingenesis.org
Os criacionistas bíblicos não têm grandes objecções científicas ao livro Selfish Gene do Richard Dawkins, apesar de não concordarem com as extrapolações imaginativas do autor.
ResponderEliminarTrata-se aí de uma forma diferente de olhar para o velho fenómeno da selecção natural e ninguém nega a selecção natural.
Apenas se diz que ela vai gradualmente diminuindo informação genética pré-existente, pelo que nada tem que ver com a suposta evolução de partículas para pessoas.
A selecção natural pode ser observada todos os dias.
O surgimento de espécies mais complexas a partir de espécies menos complexas nunca foi observado.
Uma célula é geramente definida como uma unidade autónoma ou compartimento, dentro de uma parede que é normalmente pare de uma estrutura mais complexa.
ResponderEliminarEm termos biológicos, as células são unidades estruturais e funcionais de todos os organismos vivos.
As células vivas são uma evidência clara de design inteligente., em virtude da sua complexidade irredutível, integrada e especificada.
As células são tremendamente complicadas, começando os cientistas a compreender o seu funcionamento interno. Muitas das suas funções permancem um mistério.
Alguns organismos, como as bactérias, são unicelulares.
Outros, como os seres humanos, são multicelulares.
Calcula-se que os seres humanos tenham cerca de 100,000,000,000,000 de células.
Cada uma é um maravilhoso mundo de complexidade.
Ela consegue recolher nutrientes e transformá-los em energia, podendo a partir daí realizar funções extremamente especializadas e reproduzir-se.
O mais incrível é que cada célula transporta dentro de si um conjunto vastíssimo de instruções cuja execução lhes permite levar a cabo estas diferentes e complexas tarefas.
Não é preciso ir mais longe para encontrar evidências de um Criador.
Darwin, diferentemente, estava convencido que a célula era mero protoplasma indiferenciado.
Como ele estava enganado!!
A IDADE DA TERRA (1)
ResponderEliminarOs registos históricos mais antigos têm cerca de 4 500 anos. A partir daí cada um constrói a história da Terra, não com base na observação directa ou nos relatos de testemunhas oculares, mas com base nas suas próprias crenças acerca da suposta história da Terra.
Muitas pessoas acreditam que a Terra tem 4,5 biliões de anos.
No entanto, muito poucas sabem como é que se chegou a uma tal data, nem perecebem que a mesma é totalmente “model dependent”.
Ou seja, elas desconhecem as pressuposições naturalistas e os modelos uniformitaristas que têm que ser aceites previamente a essa determinação.
Charles Lyell limitou-se a pressupor que os processos actualmente geológicos observados sempre aconteceram.
Curiosamente, a geologia contemporânea tem desmentido o uniformitarismo de Lyell e afirmado o catastrofismo.
Daí a emergência das correntes neo-catastrofistas.
A Bíblia, ao afirmar o dilúvio global (contando com o apoio de mais de 250 relatos da antiguidade) é inteiramente catastrofista.
O presente não é a chave do passado.
O dilúvio global ocorrido no passado é que é a chave para as presentes observações de rochas e fósseis.
A IDADE DA TERRA (2)
ResponderEliminarA verdade é que os métodos de datação continuam a desmentir com intensidade crescente essa extrema antiguidade da Terra.
Na verdade, esses métodos contradizem-se frequentemente uns aos outros, chegando mesmo alguns a dar datas futuras.
Por exemplo, pedaços de madeira recolhidos de uma rocha perto de Sydney, na Australia, supostamente com uma idade de 230 milhões de anos, deram uma idade de apenas 34,000 utilizando métodos de datação de carbono.
Amostras de rocha recolhidas de lava de uma erupção de há apenas 50 anos, do monte Ngauruhoe, na Nova Zelândia, deram idades de potássio-argon de até 3.5 milhões de anos.
Madeira do chamado período Jurássico, no Reino Unido, datadas de há 190 milhões de anos deram uma idade de 25 000 anos usando datação por carbono.
Rochas com dez anos de idade, recolhidas da lava vulcânica do Monte de Santa Helena, nos Estados Unidos, deram uma idade radiométrica de 350 000 anos.
Em contrapartida, minerais das mesmas amostras deram uma idade de 2,8 milhões de anos.
Diamantes recolhidos nos Estados Unidos, supostamente com 2 biliões de anos deram uma idade de Carbono 14 de 56 000 anos.
Quando o Monte de Santa Helena explodiu, em 12 de Junho de 1980, enterrou muitas campos circundantes sob seis metros de cinza.
Os sedimentos continham formações laminadas que pareciam ter sido depositadas ao longo de milhares de anos.
No Colorado, uma caverna de uma mina foi encontrada com estalactites e estalagmites supostamente com milhares de anos.
No entanto, a mina tinha sido abandonada há apenas 20 anos.
Por seu lado, o canal National Geographic acaba de anunciar a autópsia de um Hadrosauro encontrado em 1999 no estado do Dakota, onde ainda são perceptíveis detalhes da pele, tecidos moles, ligamentos, órgãos intactos, num estado de conservação que os próprios cientistas envolvidos qualificaram de “inacreditável” e “de cortar a respiração”. ~
Temos mesmo que acreditar que o Hadrossauro tem 65 a 70 milhões de anos?
Recentemente, em Junho de 2009, noticiou-se a descoberta, em ossos de um Hadrossauro supostamente com 80 milhões de anos, de tecidos moles, proteínas, aminoácidos, vasos sanguíneos, muito bem conservados.
Em face da evidência, temos mesmo que concluir que o Hadrossauro tem 80 milhões de anos?
E que dizer de idênticos achados num osso de um TRex em 2005?
A IDADE DA TERRA (3)
ResponderEliminarEntão, que idade devemos escolher?
A verdade é que os cientistas não conseguem medir a idade da Terra.
Eles apenas estão em condições de fazer estimativas baseadas no modo como eles imaginam a formação da Terra.
Os métodos são seleccionados e interpretados e3m conformidade com crenças pré-concebidas.
Existe muita evidência científica de que Deus criou o Universo e a Vida de forma inteligente e de que o pecado introduziu a morte, a doença, o sofrimento e a corrupção.
Existe muita evidência geológica de que a Terra é recente e que foi sacudida por um dilúvio global, cerca de 1700 anos depois da sua criação, dilúvio esse responsável pelos fósseis que vemos e pelas evidências de catástrofe na geologia.
Existe muita evidência histórica de que Deus escolheu Israel como o povo de onde iria vir o Salvador, bem como de que Jesus Cristo viveu, morreu e ressuscitou conforme as escrituras.
A centralidade da questão de Israel e de Jerusalém ainda nos nossos dias testemunha a relevância da Bíblia tanto para entender as origens como o passado, o presente e o futuro da humanidade.
A Bíblia tem mesmo razão. Quem a tenta desmentir, é desmentido.
A PALMIRA SILVA, A LEI DA ENTROPIA E A INFORMAÇÃO CODIFICADA NOS GENOMAS
ResponderEliminarAo tentar conciliar a lei da entropia com a evolução, e pensando com isso desferir um golpe letal nos criacionistas,a Palmira Silva defendeu a analogia entre a estrutura ordenada dos cristais de gelo e a informação complexa e especificada do DNA.
Esqueceu-se apenas que se tivéssemos DNA do tamanho de um cubo de gelo de um refrigerante vulgar teríamos aí possivelmente armazenada a informação genética suficiente para especificar cerca de 50 biliões de pessoas, coisa que, nem de perto nem de longe se passa com um cubo de gelo, o qual é sempre um cubo de gelo, pelo menos até se derreter ou, partindo-se, dar origem a dois ou mais cubos de gelo.
O DNA contém é um sistema optimizado de armazenamento de informação codificadora de estruturas e funções que não são inerentes aos compostos químicos do DNA.
Essa informação pode ser transcrita, traduzida, executada e copiada com sucesso para criar e manter múltiplos e distintos organismos plenamente funcionais.
A mesma integra frequentemente códigos paralelos, com possibilidades de polissemia, passíveis nalguns casos de leitura bidireccional.
O DNA codifica os 20 aminoácidos necessários à vida, de entre os 2000 existentes.
Sequências precisas de aminoácidos darão, por sua vez, origem às cerca de 100 000 proteínas necessárias à realização das mais diversas e complexas funções biológicas.
A teoria da informação diz-nos que toda a informação codificada tem uma origem inteligente.
Não se conhece nenhuma excepção a esta regra.
Diferentemente, os cristais de gelo são estruturas arbitrárias sem qualquer informação codificada.
Ou seja, eles não conseguem codificar a sua estrutura e garantir a respectiva reprodução num momento ulterior.
O argumento mais sofisticado que a Palmira Silva conseguiu produzir foi comparar cubos de gelo a informação codificada no DNA!!
O Ludwig também não consegue ir além de comparar atirar berlindes para o chão com a criação de informação codificada.
Pena é que nem num nem noutro caso conseguem explicar natutalisticamente a origem da informação codificada no DNA.
CONFUSÕES E CONTRADIÇÕES DA PALMIRA SILVA
ResponderEliminarA Palmira Silva tem criticado os criacionistas por os mesmos terem certezas absolutas.
~
Para ela, não existem certezas absolutas, o que põe o problema de saber como é que ela pode ter a certeza absoluta de que as suas críticas ao criacionismo estão certas.
Para a Palmira todo o conhecimento começa na incerteza e acaba na incerteza.
As premissas são incertas e as conclusões também.
Mas a Palmira parece ter a certeza de que isso é assim.
Diferentemente, os criacionistas entendem que o conhecimento baseado na revelação de um Deus omnisciente e omnipotente é um excelente ponto de partida e de chegada para o verdadeiro conhecimento.
Para a Bíblia o mundo foi criado por um Deus racional, de forma racional para ser compreendido racionalmente por pessoas racionais.
Os criacionistas propõem modelos científicos falíveis, mas, partindo da revelação de Deus, estão convictos de que existe a possibilidade de certeza no princípio e no fim.
Jesus disse: eu sou o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim.
Podemos ter certezas absolutas.
AS CONFUSÕES MENTAIS DE PAULO GAMA MOTA
ResponderEliminarPaulo Gama Mota defendeu há alguns meses atrás a teoria da evolução com o argumento de que sem ela não haveria telemóveis!
É verdade! Pelos vistos ele tem mestrado e doutoramento em comparar alhos e bugalhos.
Não se percebe neste argumento o que é que os telemóveis, que são produto de inteligência e dependem de informação codificada, têm que ver com a hipotética criação de informação genética nova através de mutações aleatórias e selecção natural.
Os telemóveis corroboram que não existe informação codificada sem inteligência.
Os telemóveis são o produto de design inteligente, nunca podendo ser utilizados para tentar legitimar a evolução aleatória do que quer que seja, e muito menos de seres cuja complexidade excede largamente a dos telemóveis ou de qualquer outro mecanismo criado pela inteligência humana.
Não existe nada de aleatório num telemóvel. Ele corrobora a forquilha criacionista:
1) toda a informação codificada tem origem inteligente
2) nos telemóveis e no DNA existe informação codificada, embora em ordens de grandeza incomparáveis;
3) os telemóveis e o DNA só pode ter tido origem inteligente, embora a partir de inteligências de grandeza incomparável;
Os telemóveis e a respectiva informação codificada são criados por seres vivos que dependem, para a sua produção, reprodução e sobrevivência, de informação codificada existente nas suas células, que eles não conseguem abarcar.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCristal,
ResponderEliminar«Até hoje tenho lido com atenção e até com alguma consideração este blogue.[...] Mas agora venho dizer-vos o que os vossos comentários imaturos, pretensiosos [...] de facto, parece-me que vocês têm uns grandes aleijões, umas excrecências de orgulho, [...] Só a ideia de compararem enfermagem e prostituição demonstra» etc...
O que se escreve nestes comentários é escrito por cada pessoa, individualmente. Além de me parecer haver aqui um malentendido, não é razoável ler estes 100 (agora 101) comentários como uma obra colectiva da responsabilidade de todos.
E parece-me que o João focou um ponto importante, se bem que talvez de uma forma menos feliz. Se tratar bem as pessoas é uma forma de terapia, então somos todos terapeutas. A medicina alternativa é tudo. Um decorador de interiores é um terapeuta estético, eu sou um terapeuta educacional (as pessoas sentem-se bem quando acabam o curso, e isso até deve melhorar a saúde), o motorista de autocarro é um terapeuta transportacional e assim por diante.
Penso que concordará que isto seria um disparate. E o problem está em assumir que tratar as pessoas com terapias de eficácia demonstrada exclui a possibilidade de ser humano. Essa premissa está errada.
Se alguém entra no hospital em perigo de morte porque foi baleado, atropelado ou lhe parou o coração, há procedimentos objectivos, e testados, que devem ser seguidos. Isto não é desumano. Pelo contrário, o objectivo é salvar essa vida. Mas temos de pesar se o tempo perdido com sorrisos, segurar a mão e dizer que vai correr tudo bem não será melhor aplicado a estancar a hemorragia ou reanimar o paciente.
Em maior ou menor grau, o mesmo problema se põe em todas as doenças. Os recursos são limitados e temos de decidir quanto se usa numa parte e noutra. Porque mesmo sendo verdade que o paciente é uma pessoa com sentimentos e subjectividade, também é verdade que as bactérias, o cancro, as fracturas e hemorragias respondem melhor a uma intervenção objectiva que a conversas.
Não proponho descurar o factor humano. Mas defendo que deve ser considerado no devido contexto e sem nunca descurar os outros factores. Criar uma forma de terapia só à volta desse factor humano é um disparate e é desumano.
Cristal:
ResponderEliminarAntes de mais deixe-me dizer-lhe que lamento sinceramente a ofensa que tomou. Gostava que compreende-se tratar-se largamente de um mal entendido.
É verdade que o meu comentário foi um pouco agressivo, mas a caixa de comentarios aqui do Ktreta, costuma ser povoada por tubarões.
Outra coisa importante é ver a quantidade de vezes que eu ja tinha argumentado contra a linha de pensamento do que escreveu.
Considero a sua opinião uma forma radical daquilo que eu considero ser mau para as pessoas.
Escrevo as minhas opiniões sem representar ninguem a não ser a mim próprio, e sem uma "agenda" definida.
Faço-o porque acredito sinceramente que as ideias que estou a defender aqui são melhores para todos. E se acredito é porque pesquisei e estudei, não porque me pareceu.
Volto a reafirmar: sou completamente a favor do tratamento humano dos pacientes. Não sou a favoe que se use esse argumento para defender gastar dinheiro em coisas qeu não funcionam.
Estou certo que está profundamente errada acerca do que escreveu e acerca do que concluiu do que eu escrevi. Tambem considero a sua resposta um pouco desumana.
Mas como fiquei sinceramente preocupado consigo, não queria que tomase aquele tipo de ofensa - peço que aceite o meu pedido de desculpas pela rispidez com que a tratei.
Antes dos cometarios do prespectiva vai encontrar mais explicações minhas.
Acho tambem que é injusto criticar todo o blogue pelo seu desentendimento comigo.
Bem vou tomar a minha dose diária de vício, o meu C8H10N4O2 alcaloide favorito, do grupo das xantinas , mais conhecido por 1,3,7-trimetilxantina.
ResponderEliminarUm belo café , não pode ser só o perspectiva a dizer disparates.
Mais um artista evangélico com problemas com a justiça.
ResponderEliminarParece que acumulava as professias com a venda de pornografia. O que até me parece menos perigoso.
http://thomasmanton.com/site/
Quero pedir desculpas por ter englobado "todos" no meu desentendimento com o João que, admito, derivou de um mal entendido tanto do meu lado, como do lado dele. E, obviamente, vou continuar muito atenta ao ktreta e aos outros blogues a que ele me tem conduzido. Tanto quanto me permitir o pouco tempo disponível que, entre trabalho e família, vou conseguindo. Se se derem ao trabalho de ler o que deixei escrito no blogue do João talvez entendam um pouco melhor a minha posição quanto a procedimentos que proporcionam bem estar, mesmo que os não entendamos inteiramente.
ResponderEliminarCristal,
ResponderEliminarNão vejo que seja preciso pedir desculpa. Este meio de comunicação combina o problema da expressão oral, imediata e por vezes pouco ponderada, com o defeito da expressão escrita em que não temos acesso à linguagem corporal, tom de voz e expressões que transmitem grande parte da informação que evita mal entendidos.
Mas penso que isto ilustra o problema de misturar factos com emoções. As emoções são cruciais em tudo o que fazemos. Eu procuro os factos, em última análise, por uma questão emotiva. Dá-me gozo perceber as coisas.
Mas sei bem que não as posso deixar ir longe demais. São um motivo para fazer as perguntas mas não são uma fonte de respostas. Estarmos zangados, esperançosos, ofendidos, ansiosos ou desejosos de algo são tudo potenciais barreiras entre nós e o conhecimento.
Na medicina é o mesmo que no resto. É claro que o contacto humano é importante. Quando um dos meus miudos esteve internado com pneumonia, eu e a minha mulher passámos três semanas a revezar-mo-nos para estar sempre um de nós com ele no hospital. O efeito na sua recuperação não sei, mas certamente que ficar sozinho entre estranhos com cinco anos teria sido muito desagradável. Reconheço, por experiência, a importância desse aspecto nas terapias.
Mas daqui nada se pode inferir acerca da eficácia dos tratamentos, e estou seguro que se a escolha fosse entre os mimos dos pais ou a penicilina ele tinha ficado muito melhor servido com a última.
Por isso o que proponho é que se a acupunctura é melhor que os anti-inflamatórios para as dores nas costas, então isso deve ser evidente em ensaios clínicos controlados. E, se for, não é alternativa nem complementar. É medicina, ponto.
Mas se dizemos que a acupunctura funciona porque o médico é atencioso e o paciente passa alí uns momentos descansado, sem stress, então proponho que se separe as duas coisas, se esqueça as agulhas e em vez de ir à consulta o paciente passe uma hora a ler um bom livro ou a conversar com os amigos. Isso é muito importante, mas não é medicina.