3 deputados...
...por 700 votos. Acho que o meu voto nunca contou tanto como hoje.
Na Suécia, o Partido Pirata tem pelo menos um deputado. Mas com 7.1% no resultado preliminar não deve chegar aos dois (precisava de 8%). Mesmo assim, para um partido tão jovem não está mal.
Também hoje senti o meu voto contar.
ResponderEliminarO meu objectivo foi cumprido, a eleição de Rui Tavares.
Esperemos agora que façam um bom trabalho.
SEQUÊNCIAS POLISSÉMICAS E CÓDIGOS
ResponderEliminarO Ludwig procurou apresentar o facto de a sequência de nucleótidos CUG poder ter dois significados, dependendo do contexto, como prova de que o DNA não é um código.
Mas falha, mais uma vez.
Em vez disso, ele sublinha alguns importantes pontos para o criacionismo.
Desde logo, ele reconhece que sequências de símbolos, no DNA, têm uma função representativa de algo que os transcende, transmitindo instruções precisas para a produção de função aminoácidos, proteínas, células, tecidos, órgãos, seres vivos integrados e funcionais.
Essa função representativa é a essência de um código.
Além disso, ele sublinha o carácter polissémico dos símbolos, o que é típico de muitos códigos.
Nas linguagens humanas, a mesma palavra pode assumir vários significados, dependendo do contexto. Mas o facto de assumir um ou outro significado em nada refuta o tratar-se de informação codificada.
No DNA sabe-se que genes idênticos podem assumir significados diferentes, dependendo do contexto regulatório.
Um terceiro aspecto, é sublinhado pelo físico alemão Werner Gitt, usando o mesmo exemplo do Ludwig.
No seu artigo “Design by Information”, publicado numa obra colectiva em 2006, Werner Gitt, na nota de rodapé 8, afirma que o código contido no DNA facilmente se percebe ter uma natureza convencional (no sentido de queo significado não é uma propriedade dos açucares e fosfatos que constituem a matéria do DNA).
Por outras palavras, diz Werner Gitt, não existe nenhuma razão físico-química pela qual a biomaquinaria do DNA atribui à sequência CUG, por exemplo, o significado “leucina”, Com efeito nalgumas espécies a mesma sequência é traduzida por “serina”.
Para Werner Gitt isso só demonstra a natureza imaterial e convencional do código, no sentido de que se trata de uma realidade independente das propriedades físicas e químicas da matéria.
Como se vê, não existe nada de novo no argumento do Ludwig e muito menos nada que ponha em causa o que os criacionistas afirmam.
Pelo contrário.
O argumento corrobora inteiramente o que os criacionistas dizem,
Continua a existir código e informação codificada no genoma,
De resto, isso é reconhecido por todos, menos pelo Ludwig, que continua numa inglória tentativa de negação do óbvio:
1) Informação codificada tem sempre origem inteligente
2) O DNA tem informação codificada
3) O DNA teve origem inteligente
Eh!Eh!
ResponderEliminarTambém era o meu objectivo. E saber que foi conquistado à custa de um para o PSD ainda teve um gostinho mais espcial. Melhor só se fosse roubado ao segundo do CDS.
Eu não votei BE mas estou de alguma forma contente que o BE obtido os deputados que teve, e acima de tudo que o PCP tenha ficado como ficou, PCP que defende execráveis regimes totalitaristas, e que se não fosse Mário Soares não sei como estaríamos hoje. Por contraposição, foi positivo que o PS tenha tido um cartão vermelho.
ResponderEliminar- Trolling -
ResponderEliminar"abrindo espaço para a sua implementação e complementariadade"
- End Trolling -
O FÍSICO PAUL DAVIES DIZ: EXISTE INFORMAÇÃO CODIFICADA NO GENOMA
ResponderEliminarO Físico Paul Davies, percebeu o problema, quando afirmou:
‘We now know that the secret of life lies not with the chemical ingredients as such, but with the logical structure and organisational arrangement of the molecules.
… Like a supercomputer, life is an information processing system. …
It is the software of the living cell that is the real mystery, not the hardware.’
‘How did stupid atoms spontaneously write their own software? … Nobody knows …"
Portanto:
Ou seja, existe efectivamente informação codificada no DNA. Daí que possamos reafirmar:
1) Toda a informação codificada tem origem inteligente, não se conhecendo excepções;
2) A vida depende da informação codificada no DNA, que existe em quantidade, qualidade, complexidade e densidade que transcende toda a capacidade humana e que, depois de precisa e sincronizadamente transcrita, traduzida, lida, executada e copiada conduz à produção, sobrevivência, adaptação e reprodução de múltiplos seres vivos complexos, integrados e funcionais;
3) Logo, a vida só pode ter tido uma origem inteligente, não se conhecendo qualquer explicação naturalista para a sua origem.
RICHARD DAWKINS REITERA: O DNA TEM LITERALMENTE INFORMAÇÃO CODIFICADA
ResponderEliminarO Ludwig diz que o DNA não tem informação codificada (ou tem, ou não tem, ou tem, conforme a disposição do Ludwig.)
Richard Dawkins, no seu livro The Devil’s Chaplain, pags. 27 ss. diz:
“The genetic code is truly digital in exactly the same sense as computer codes.
This is not some vague analogy. It is the literal truth”.
Ou seja, existe efectivamente informação codificada no DNA.
Daí que possamos com toda a certeza reafirmar:
1) Sempre que sequências não arbitrárias de símbolos são reconhecidas, como numa linguagem, como representando ideias ou instruções passíveis de serem lidas e executadas, por pessoas ou maquinismos, para a realização de operações específicas orientadas para resultados determinados, estamos perante informação codificada;
2) Toda a informação codificada tem sempre origem inteligente, não se conhecendo excepções a esta regra;
3) A vida depende da informação codificada no DNA, que existe em quantidade, qualidade, complexidade e densidade que transcende toda a capacidade tecnológica humana, e que, depois de precisa e sincronizadamente transcrita, traduzida, lida, executada e copiada conduz à produção, sobrevivência, adaptação e reprodução de múltiplos seres vivos altamente complexos, integrados e funcionais.
4) Logo, a vida só pode ter tido uma origem inteligente, não se conhecendo qualquer explicação naturalista para a sua origem.
CARL SAGAN AFIRMA: O GENOMA TEM INFORMAÇÃO CODIFICADA
ResponderEliminarNas palavras de Carl Sagan, "(these) bits of information in the encyclopedia of life-in the nucleus of each of our cells-if written out in, say English, would fill a thousand volumes.
Every one of your hundred trillion cells contains a complete library of instructions on how to make every part of you."
[Carl Sagan, COSMOS, Ballantine Books, 1980, p. 227.]
Ou seja, existe efectivamente informação codificada no DNA.
Daí que possamos com toda a certeza reafirmar:
1) Sempre que sequências não arbitrárias de símbolos são reconhecidas, como numa linguagem, como representando ideias ou instruções passíveis de serem lidas e executadas, por pessoas ou maquinismos, para a realização de operações específicas orientadas para resultados determinados, estamos perante informação codificada;
2) Toda a informação codificada tem sempre origem inteligente, não se conhecendo excepções a esta regra;
3) A vida depende da informação codificada no DNA, que existe em quantidade, qualidade, complexidade e densidade que transcende toda a capacidade tecnológica humana, e que, depois de precisa e sincronizadamente transcrita, traduzida, lida, executada e copiada conduz à produção, sobrevivência, adaptação e reprodução de múltiplos seres vivos altamente complexos, integrados e funcionais.
4) Logo, a vida só pode ter tido uma origem inteligente, não se conhecendo qualquer explicação naturalista para a sua origem.
O ELO EM FALTA? A IDA JÁ FOI, COM BILHETE SÓ DE IDA (Parte 1)
ResponderEliminarCom pompa e circunstância, foi apresentada recentemente a Ida, o suposto elo de ligação entre os primeiros primatas e os seres humanos.
Como o fóssil não trazia uma etiqueta com data de sepultamento, foi-lhe dada a idade de 47 milhões de anos, com base em métodos de datação que assentam em premissas naturalistas, uniformitaristas e evolucionistas indemostráveis.
O mesmo foi baptizado de Darwinus masillae, em homenagem aos 200 anos de Charles Darwin.
Curiosamente, os próprios cientistas que apresentaram o animal no Museu de História Natural de Nova Iorque não pareciam muito convencidos.
É que, por mais que se olhe para o dito fóssil, apenas se vê o esqueleto fossilizado de um animal muito semelhante ao Lémure moderno, como os próprios cientistas reconheceram.
O mesmo não tem nada de semelhante ao homem moderno.
Este é mais um exemplo de que os fósseis são os mesmos para os criacionistas e para os evolucionistas.
Os evolucionistas não dispõem de quaisquer factos que estejam inacessíveis aos criacionistas. O que muda significativamente é o modo como os factos são interpretados.
E este depende das premissas (naturalistas ou bíblicas) de que se parte.
O ELO EM FALTA? A IDA JÁ FOI, COM BILHETE SÓ DE IDA (Parte 2)
ResponderEliminarVejamos, então:
1) Os evolucionistas apenas admitem que faltam elos na cadeia evolutiva quando pensam que encontraram um.
2) O fóssil foi encontrado em duas partes separadas, o que, por si só, recomenda a maior prudência, face a outras experiências do passado que se revelaram desastrosas para a causa evolucionista (v.g. Homem de Piltdown, Archaeoraptor).
3) As condições ambientais em que o fóssil ficou guardado desde a sua descoberta, em 1983, são pouco claras.
4) A campanha mediática orquestrada parece mais preocupada com a promoção do negócio dos museus e com a propaganda evolucionista, do que com o rigor científico.
5) Uma coisa é o fóssil, a outra é a interpretação evolucionista do mesmo. Tudo indica que o fóssil representa um Lémure, com alguma evidência de variação dentro da sua espécie.
6) Um fóssil representa sempre um organismo morto, e não um organismo em evolução. Ele dá informação acerca do modo como organismo morreu e não acerca de como o organismo surgiu. No caso, sabemos que a Ida foi encontrada juntamente com centenas de outros animais muito bem preservados.
7) O fóssil do Lémure está muito bem conservado, tendo inclusivamente tecidos moles fossilizados e conteúdos não digeridos no estômago. Por isso, ele dá mostras de sepultamento abrupto, sem que tivesse havido tempo para se decompor ou ser devorado pelos predadores. Esse facto adequa-se inteiramente ao cenário de catastrofista do dilúvio global e das respectivas sequelas, que constitui uma peça essencial do criacionismo bíblico.
8) Na verdade, os investigadores concluíram que o ser vivo em presença foi enterrado abruptamente no fundo de um lago, o que corrobora inteiramente o relato bíblico acerca de um dilúvio catastrófico.
9) Os evolucionistas já acreditavam na teoria da evolução muito antes de obterem a suposta evidência, o que mostra que não foi esta que os levou a acreditar na teoria. Na verdade, foi a adesão ao naturalismo que os levou a acreditar na teoria da evolução e foi a crença na teoria da evolução que levou os cientistas a interpretar um fóssil de um Lémures como sendo um antepassado comum dos chimpanzés.
10) A teoria da evolução necessita desesperadamente de elos de ligação. Daí que qualquer coisa seja interpretável como tal. Uma pessoa que acredite que os automóveis evoluíram por mutações aleatórias e selecção natural também interpretará os triciclos como elos de ligação de uma cadeia evolutiva que levou da bicicleta ao automóvel.
11) Lémures, chimpanzés e seres humanos são contemporâneos. A existência de estruturas semelhantes entre eles não prova que eles evoluíram. Ela prova apenas a existência de estruturas semelhantes. As homologias que diferentes espécies possam apresentar resultam de terem um Criador comum.
12) Para um suposto elo de transição, o fóssil em causa tem demasiadas semelhanças (95%!) com um Lémure moderno.
Ou seja, ainda não é desta.
"eh, pá! 10 comentários, já houve mais cerca de 7 pessoas a pronunciar-se sobre este assunto. Que terão escrito?
ResponderEliminarAh! Esquece... É praticamente só o spam do costume. O que vale é que já nem perco tempo a ler."
O aminoácido serina pode ser codificado pelos codões TCT, TCC, TCA e TCG.
ResponderEliminarO aminoácido leucina pode ser codificado pelos codões CTT, CTC, CTA e CTG.
O aminoácido prolina pode ser codificado pelos codões CCT, CCC, CCA e CCG.
Mais exemplos poderiam ser dados.
Importa ter presente que algumas mutações neutrais podem resultar, ou na tradução de um novo codão no mesmo aminoácido durante a expressão genética, ou na produção de outro aminoácido sem impacto na construção de proteínas.
Uma coisa é certa: sequências de nucleótidos são utilizadas para codificar informação sobre os aminoácidos e as proteínas a produzir mais tarde.
Daí que a presença de informação codificada nos genomas seja um dado consensual.
E eu que quiz fazer um pouco de trolling e fiquei logo reduzido à infima especie.
ResponderEliminarNão é justo. É concorrencia deleal.
Grande coisa! O meu "partido" duplicou em número de votos! Acho que essa foi uma realidade bem mais interessante e que será interessante acompanhar!
ResponderEliminarClaro que há sempre o facto de terem ido votar 9 milhões de votantes em 8 milhões possíveis. E ainda não vi uma explicação plausível para o mesmo. O que, parecendo que não, havendo mais duas votações este ano, seria interessante!
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ResponderEliminarJoão,
ResponderEliminarAcho a tua preocupação legítima, e partílho-a. Também não quero que se confunda medicina com superstição.
Mas parece-me que a legislação é pouco relevante nisto e não vejo diferença clara entre os partidos acerca disto. A única excepção foi o MPT que me pareceu ser claramente a favor de legitimar as "medicinas" alternativas. De resto, parece-me que em vários partidos há a atitude sensata de não se quererem comprometer muito num assunto que é essencialmente técnico.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarSempre que há descontentamento ou mal-estar social, crescem os extremistas.
ResponderEliminarO povo costuma dizer: “para grandes males grandes remédios!”
Assim, quando já se perdeu a esperança vota-se nos extremistas, nos destruidores, naqueles que se sabe serem os piores.
Na França, na Áustria e até na Alemanha, cresce a extrema-direita – considerada um perigo; em Portugal cresce a extrema-esquerda – considerada uma desgraça; no Leste cresce o comunismo – considerado o “mal”…
Em Portugal, onde a extrema direita não tem força (ou não se sabe organizar), é necessário o “ar terroristas” e “anti-civilizacional” do BE. Curiosamente, são estes fenómenos que têm levado ao poder os grandes ditadores e têm provocado as grandes hecatombes na humanidade – foi assim que Salazar chegou ao governo; foi assim que Hitler chegou se tornou um ditador; foi a assim que o comunismo vingou na URSS, na China e afins.
A sociedade liga muito pouco à História!
A sociedade liga muito pouco à História!
ResponderEliminarZéquinha,
é possível. Mas ainda assim é melhor do que deturpá-la, o que pelos vistos é o seu hobby.
E mesmo se aplica à actualidade: onde é que viu que cresce a extrema direita na Alemanha? Nenhum partido alemão de extrema direita ou esquerda, ou declaradammente anti-europeísta conseguiu um número suficiente de votos (fasquia dos 5%) para enviar sequer um deputado para Estrasburgo. E na França a Frente Nacional sofreu uma enorme derrota.
Lamento ter que lhe voltar a estragar o dia com factos.
Cristy
A única excepção foi o MPT que me pareceu ser claramente a favor de legitimar as "medicinas" alternativas.
ResponderEliminarBem, nem sei de facto como está a situação, em termos legais, a nível das diversas terapias ditas "não convencionais", se bem que idealmente se deva considerar a medicina como a "arte da cura", independentemente das diversas práticas assentes em concepções não necessariamente uniformes da saúde e da doença.
Dito de outra forma, a ciência médica é essencialmente pragmática, o resultado final é mais importante do que o meio para o conseguir. É isso que legitima o uso de uma multitude de abordagens terapêuticas, desde as antigas práticas tradicionais, transmitidas pela tradição oral, até aos modernos e sofisticados tratamentos da medicina científica.
Creio que o ideal seria que tudo aquilo que resulta e se comprova como benéfico para a saúde fosse naturalmente incorporado numa medicina única, salientando cada vez mais a sua vertente preventiva do que a meramente curativa.
Porém, há uma dificuldade adicional quando falamos da medicina como ciência, pois na realidade ela engloba os conhecimentos de diversos ramos do saber, como a biologia, a química, a física e a psicologia, entre outros.
As ciências da saúde, como aliás as ciências sociais e humanas, não são tão facilmente quantificáveis quanto as ciências físicas e matemáticas, o que torna o seu estudo e aplicação prática muitíssimo mais difícil e exigente. Não se trata de uma questão de 1 + 1 = 2, pois nem sequer é possível prever antecipadamente a reacção do organismo ao mesmo composto químico ou medicamento.
Note-se que só isto, justificaria o uso de modalidades terapêuticas complementares, em vez de uma abordagem única, monolítica e tantas vezes ineficaz, porque não
são as doenças que se tratam mas sempre o indivíduo, que é central no processo de cura!
Uma das razões para o contínuo sucesso e procura das ditas "medicinas alternativas" reside justamente na importância vital da psicologia ou atitude mental do paciente. O desejo de cura e a confiança no médico e no tratamento são indispensáveis para o restabelecimento da saúde, sobretudo em processos crónicos ou de desequilíbrio funcional, onde a componente preventiva e a mudança de estilos de vida desempenha um papel importantíssimo na cura.
Como a discussão acerca deste tópico vastíssimo, que tem ramificações físicas e espirituais, é virtualmente infinita, termino este breve considerando com um link para uma extensa compilação de diversos casos muito bem documentados de remissão espontânea, que compravam a milenar concepção da Vis Medicatrix, afinal a base de toda a cura.
Spontaneous Remission - An Annotated Bibliography
A questão central aqui é saber quanta investigação e esforço são realmente postos ao serviço, não só deste tipo de fenómenos "miraculosos" ou do mecanismo subjacente ao "efeito placebo", mas também da prevenção baseada em estilos de vida e atitudes que potenciam e maximizam a saúde e a felicidade humanas.
That IS the point!!!
Think about it and at least read a couple of chapters... os apêndices 2 e 3 são bastante interessantes e informativos.
Anónima Cristy:
ResponderEliminarEu não acredito que vossemecê seja tão lenta e curva no raciocínio.
Eu disse: “Sempre que há descontentamento ou mal-estar social, crescem os extremistas.”
Ora, por exemplo na Alemanha, a sra. Dorothea Merkel, não sofreu nenhuma derrota como o Zé de Castelo Branco. Logo, não estamos a falar de descontentamento na Alemanha, mas em Portugal.
È assim tão difícil de perceber?!
Toda a gente sabe que os extremistas crescem com a desilusão e falta de confiança do povo. Pelos vistos, só vossemecê e que não sabe!
Aliás, a sra. Dorothea e os “nacionais socialistas” do seu rebanho, têm todas as razões para estarem muito contentes.
(Não a convido a ler – sei que não iria, nem eu apreciaria tal vista -, mas já expliquei no meu blog por que digo isto.)
Não há, na vossa “Europa”, nenhum partido antieuropeista (o que é uma lacuna da democracia).
O que existe é um conjunto de partidos que os restantes (concorrentes) acusam de não patrocinar de igual forma a construção da União Soviética do Ocidente. Os primeiros, de entre os palermas, serão os menos imbecis!
Não tenho culpa nenhuma que desconheça o facto dos extremistas nascerem e crescerem com o descontentamento.
A Ignorância, quando genuína, é até uma virtude: torna os ignorantes mais felizes!
Zéquinha,
ResponderEliminarsiom, sou muito curva no meu pensar. Imagine que li:
"Na França, na Áustria e até na Alemanha, cresce a extrema-direita"
onde você escreveu:
"Na França, na Áustria e até na Alemanha, cresce a extrema-direita".
Desculpe a minha feliz ignorância, mas quem é a Sra. Dorothea Merkel?
Cristy
Anónima Cristy:
ResponderEliminarDisse e mantenho:
Sempre que há descontentamento (...)
Na França, na Áustria e até na Alemanha, cresce a extrema-direita – considerada um perigo; em Portugal cresce a extrema-esquerda – considerada uma desgraça; no Leste cresce o comunismo – considerado o “mal”…
É mentira?
Zéquinha,
ResponderEliminarÉ sim, na Alemanha e na França não cresce a extrema direita.
No Leste não cresce o comunismo, que, de resto, em si próprio não é um mal.
Quanto à extrema-esquerda em Portugal: cresce? Onde? Tanto quanto me apercebi o que subiu bastante foi o número de votos para o PSD. A extrema-esquerda em desenfreado crescimento se refere?
Cristy
Leprechaun:
ResponderEliminarA tua visão da medicina é como se ela tivesse aparecido ontem. Não fazes ideia do que a medicina sabe ou do que a ciencia sabe.
Ainda queres andar a experimentar nas pessoas cada tanga que passe pela cabeça de qualquer um?
Quanto á remissãio expontanea, a inexplicavel, ou seja a anomalia medica, existe. É rarissima. É tão frequente quanto os milagres.
Se adoeceres a sério ve-se tens juizo e vais ao médico.
Ludwig:
ResponderEliminarE não é só isso. É a infiltração das faculdades e meio academico, é a legitimação do relativismo, a publicação de revistas proprias a gozar com o peer-review, a abertura à vaga anti-materialista e a legitimação de comentarios como os do Leprechaun, porque afinal a medicina "ainda tem muito por explicar". O que tem, mas não valida a superior ignorancia dos defensores das MAC.
É pior que o criacionismo que por ca temos.
Quando tiveres de aturar colegas a fazer investigação sobre a memória da agua vais perceber melhor.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarVeja as palavras deBruno GOLLNISCH um dos eleitosa da Frente Nacional
ResponderEliminarJe salue les excellents résultats des droites européennes : En Belgique flamande, les listes de nos amis du Vlaams Belang et les listes De Decker, cumulées, font plus de 25% des voix ; En Grande-Bretagne, les listes UKIP arrivent semble-t-il devant listes socialistes du Labour qui sont au gouvernement, et celles de nos amis du British National Party réalisent une très belle progression. Grande victoire des listes Wilders aux Pays-Bas. Il en va de même pour nos amis autrichiens du FPÖ, bulgares d’Attaka, hongrois de Jobbik en Grèce, etc ;
Na França, se quiser ser séria, saberá que “o Parti de la France” recebeu 3 dos veteranos da Frente Nacional, Por outro lado, a França perdeu 6 deputados. Daí que os 3 deputados reeleitos pela Frente Nacional de Le Pen, são uma grande vitória.
Já não falo na Áustria onde o FPO quase duplicou a votação.
Em Portugal, republica das bananas, apenas cresceram os extremistas de esquerda.
O PSD não cresceu. Voltou aos resultados que já tivera.
Os extremistas de esquerda é que receberam os desiludidos. Aqueles que votaram neles, na sua grande maioria, fizeram-no com a convicção de quem pratica um suicídio – “já que não há salvação… vai a perdição!”
O certo é que, em toda a Europa, quando alguém quer protestar, vota em quem acha ser os piores – dos membros do gang do Louçã (@pt], aos pupilos do “gaspadin” Vladimir Jirinosvski.
A sra. Dorothea Merkel é a capataz dos descendentes de Adolf, que são os senhorios de toda a “europa” – Ângela Dorothea Merkel.
Que falta de respeito!... Vossemecê, súbdita da D. Dorotheia, não conhecer a “altíssima”!
Há coisas incríveis:
ResponderEliminarhttp://rprecisions.blogspot.com/2009/05/eu-peregrino-em-fatima.html
A tua visão da medicina é como se ela tivesse aparecido ontem.
ResponderEliminarÓ João:
Esse "ontem" tem pelo menos uns 5000 anos... more or less!
A chamada "medicina científica" é que é muitíssimo mais recente, trata-se afinal da evolução natural das técnicas médicas desenvolvidas ao longo destes milénios.
A questão que comentei tem unicamente a ver com o próprio conceito da "medicina", ou a arte de curar, e a validade de diferentes modalidades terapêuticas, façam ou não parte do arsenal convencional da moderna medicina.
Bem, este tema político não é o mais adequado para tratar disto, claro. De facto, eu até vinha apenas recomendar o visionamento da sessão 4 da conferência "Beyond Belief", que referi anteontem noutro tópico. E até tem a ver um pouco com medicina, trata-se do debate sobre a consciência, com o médico anestesista Stuart Hameroff e um dos mais famosos neurocientistas da actualidade, Ramachandran.
Session 4 - Stuart Hameroff, Ramachandran
Hameroff é bem pouco convencional e claro que não teve um grande acolhimento... é o leprechaun lá do pedaço! :)
Para quem for deveras curioso, uma característica de qualquer bom cientista e espírito inquisitivo, eis o seu site bem provocante:
Quantum Consciousness
Por fim, o objectivo último da medicina chinesa tradicional, o 1º sistema terapêutico sobre o qual há registos históricos, é o de nos mantermos num estado de perfeito equilíbrio dinâmico com o meio ambiente, logo sempre saudáveis. Essa é a verdadeira medicina preventiva, aquilo que temos actualmente é apenas um pobre sucedâneo que só muito imperfeitamente consegue tratar a doença já estabelecida, com algum sucesso no caso dos processos agudos e traumáticos mas com um grau de eficácia muito baixo nas doenças crónicas.
"Mais vale prevenir do que remediar", eis um provérbio que se adapta na perfeição à verdadeira arte de curar!
Sendo que apenas existe a auto-cura, as diversas formas de terapia servem apenas para estimular o poder regenerador do organismo. É isso que também se conclui das remissões espontâneas e do efeito placebo ou ainda da importância vital da relação de empatia médico-doente e da plena confiança deste no tratamento.
Assim sendo, só é deveras "médico" quem sabe infundir o renovado desejo de viver e exerce a medicina como serviço e com prazer! :)
PS: Investigação sobre a memória da água em universidades portuguesas? Uáu! isso é uma grande e excelente novidade, excepto talvez para os imobilistas que sempre temem o triunfo da verdade ou o permanente avanço no desvendar da última realidade!
"só é deveras "médico" quem sabe infundir o renovado desejo de viver e(...)"
ResponderEliminarTas a exagerar uma beca não? Talvez quando houver 2 médicos por habitante...
E a memória da agua é uma fraude mais que provada. Que ao menos fez perceber a necessidade de os testes terem de ser duplamente cegos.
ResponderEliminarLudi,
ResponderEliminarcontinuo a ter muito medo da ideologia de fundo do BE, por muito que pareçam muito modernos a base comunista extremista está lá, e isso, aliado ao facto de cada vez mais gente votar neles por achar que"...E tal, são muito de esquerda, mas não tem hipótese de ganhar..."mete-me um pouco de medo. Imagina que 45% das pessoas vai votar com esse sentimento, é perigoso. Acho muito difusa e dissimulada a ideologia de fundo do BE, eles não a explicam e tem provavelmente boas razões para o fazer.
Ainda assim, foi bom ver o PS sofrer, muito bom...
beijos
Zéquinha,
ResponderEliminarcontinua a deturpar os factos e os números: não vale a pena falar consigo.
E caso se refira à Angea Merkel. diga-o (para si: Dra. Merkel). É que na Alemanha Dorothea e Merkel são nomes muito comuns (quase como os Zés em Portugal, mas não os Zequinhas). De resto, também neste caso está enganado: o partido centro-direita de Angela Merkel (CDU) foi o que mais perdeu nas eleições europeias na Alemanha. Simplesmente na Alemanha não houve, ao contrário do que afirma, nenhuma fuga para partidos extremistas.
Na França opartido do Le Pen perdeu quatro dos sete deputados que tinha no PE, e nenhum outro partido extremista conseguiu entrar para a Assembleia. Faça lá as contas que fizer, nada diso corresponde a um aumento.
Chamar extremista ao BE é hilariante.
O resto do seu comentário dispensa resposta: é mais da boçalidade à Zéquinha.
Cristy
Joaninha,
ResponderEliminarEu também desconfio que se o BE tivesse maioria absoluta nas legislativas haveria problemas na economia. Mas, devo dizer, o mesmo me parece aplicar-se a qualquer outro partido, com maior ou menor gravidade.
Mas quanto à ideologia assustadora, se bem que tenham os hábitos costumeiros da esquerda de dizer mal do capitalismoe e citar Marx, não encontrei nada de especialmente tenebroso ou extremista lá.
Se quiseres, dá uma olhada aqui. Há muita coisa da qual discordo mas nenhuma que me assuste tanto como, por exemplo, a lei de retenção de dados nas telecomunicações ou a segurança do Cartão de Cidadão...
Essencialmente, penso que o grande defeito da esquerda é tentar regular a economia com regras para tudo. A economia deve ser o mais livre possivel. Mas nisto a direita, e o centro, sofrem do outro problema: para a economia poder ser livre há que haver uma redistribuição de riqueza eficaz para não ficar uma data de gente na miséria.
Por isso é que, economicamente, acho que nenhum partido é bom. O que nos safa é que a economia é muito mais forte que a política :)
"Mas nisto a direita, e o centro, sofrem do outro problema"
ResponderEliminarsim, e como se viu nesta crise, sofrem de um outro problema muito mais grave: tendências para o dirigismo estatal económco assim que as coisas começam a correr mal. Os comunistas não teriam feito melhor.
Cristy
Ludwig,
ResponderEliminarFalando de coisas concretas, é fácil de se ver que onde o comunismo colocou a mão (em 100% dos casos) esfrangalhou literalmente a economia, não há exemplos de sucesso, e isso tem que querer dizer alguma coisa, pois o histórico inclui inclusive vários tipos de comunismo; por isso o exercício de extrapolação que fazes em que dizes que o BE ter maioria absoluta seria tão mau como outro não comunista (tendo em conta o histórico generoso) parece ser falso. No entanto acho fundamental que partidos como o BE e o CDSPP estejam a morder os calcanhares aos dois grandes, não tenho preferência por nenhum destes dois "mordedores" que deviam ambos ter um pouco mais de poder, por mim ficariam empatados no 3.º lugar. Mas o PCP, esses, nunca.
Mário Miguel:
ResponderEliminarEu acredito que deve existir economia de mercado, mas ainda assim acho que é falso aquilo que escreveste.
Isto porque a linha maioritária dentro do BE é o Trostkismo. Ora esta forma nunca chegou a ser colocada em prática, e o mais próximo que existiu foi o Chile, onde realmente a economia foi objectivamente sabotada por fora, e a CIA realmente deu cabo de um governo democraticamente eleito de forma... criminosa.
Posto isto, devo dizer que acredito que o Troskismo a longo prazo não funcionaria. Tenho boas razões para pensar desta forma, mas não tenho provas. Foi algo nunca experimentado.
João Vasco,
ResponderEliminarAcho desnecessário experimentar o trotskismo por ter os mesmos defeitos que tornam os outros sistemas comunistas tradicionais. O controlo central da economia, a luta de classes e "ditadura do proletariado", os meios de produção como bens públicos, etc.
Além de ser fundamentalmente marxista, e tanto quanto sei o marxismo é a versão económica da astrologia :)
Mário Miguel,
ResponderEliminar«Falando de coisas concretas, é fácil de se ver que onde o comunismo colocou a mão (em 100% dos casos) esfrangalhou literalmente a economia,»
Verdade. Mas também é fácil de ver que sem o comunismo ainda tinhas crianças a trabalhar nas minas 16 horas por dia...
O grande defeito da política é abordar os problemas com base na ideologia em vez de com base na razão. Por exemplo, toda a gente diz que quer combater a pobreza. Mas muito poucos são a favor de um ordenado de cidadão, que era uma forma transparente e eficaz de eliminar a pobreza. E são contra por motivos ideológicos.
Vasco,
ResponderEliminar«[...]mas ainda assim acho que é falso aquilo que escreveste.»
«Posto isto, devo dizer que acredito que o Troskismo a longo prazo não funcionaria»
Achas que é falso e no fim acabas por me dar razão :)
Acrescento mais um pormenor: os regimes mais mais aptos do planeta a nível de desenvolvimento a todos os níveis: bem-estar, tecnologia, saúde, educação, cidadania preocupações ecológicas e liberdade (norte da Europa, etc..) não são comunistas. Isto parece-me ser um indicativo bem vincado que que coloca qualquer "clubismo afectivo" no lugar devido, ou seja: no "clubismo" desprovido de razão. A realidade fala por si, e parece ter demasiadas evidencias que não podem ser ignoradas em detrimento de crenças que simplesmente não tem base de sustentação.
«E se há coisa boa que o Jerónimo tem é ser um indivíduo extremamente honesto, muito mais que a maioria dos políticos.»
Não quererás dizer cristalizado e confundes isso com honestidade???
Há cerca de um ano houve uma série de manifestações em Portugal, de entre as quais a subida de preço da gasolina. Uma dessas contou com a presença, do Jerónimo de Souza, que saltando para cima do tejadilho do carro e pôs-se a gritar «viva a liberdade! viva a democracia!». Pergunto eu: Onde? Em Portugal? Sim! E porquê não também na China, em Tiananmen, em Cuba, na ex-URSS, etc? Pois parece que ele não as condena, muito pelo contrário e o que dai tudo advém. Porque não também dentro do próprio PCP? Ver o velho estalinista fossilizado a gritar essas palavras de ordem, como amanhã não houvesse, deu-me um enjoo uma revolta indescritíveis, e que em tudo tem haver com DESONESTIDADE, e tu dizes exactamente o contrário??? Nisto João, tenho a certeza que estás ABSOLUTAMENTE errado.
Mário Miguel:
ResponderEliminarDei-te razão quando disse que acredito que o Trotskismo não funcionaria (é a minha opinião), mas afirmo que é falso que tenha sido experimentado e tenha falhado. Da única vez que se possa alegar que foi experimentado, os EUA nem deram oportunidade para que falhasse - cortaram o mal pela raiz.
Concordo que a Suécia é um bom modelo de desenvolvimento humeno, e que a sociedade a que aspiro concilia, como a deles, uma economia de mercado com uma elevada solidariedade social.
Mas entendo que indivíduos honestos pensem de outra maneira. Quando muitos militantes do PCP acreditam que a URSS não era uma ditadura, podes achar que estão alienados, mas não estão a mentir. Eles acreditam no que dizem e podem dar-te milhentas razões para isso. Acreditam que a comunicação social dominante pertence toda ao grande capital, pelo que não podes confiar em nada daquilo que a maioria dos jornalistas denuncia, se as denúncias forem feitas em relação aos dregimes comunistas. E isto é válido para N outras coisas...
Assim, o Jerónimo acredita mesmo na liberdade e na democracia, mas naquela que só pode ser construida (na sua opinião) com base na igualdade, a qual só pode ser conquistada quando os meios de produção pertencem ao proletariado. Podes achar disparatado, mas não há qualquer desonestidade aqui.
Operação
ResponderEliminarExército francês entra na luta à partilha ilegal de ficheiros
O Exército francês esteve envolvido numa operação policial contra um grupo que mantinha um site de torrents que acabou com 10 detidos e 21 servidores apreendidos
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Tecnologia/Interior.aspx?content_id=138043
Mário Miguel,
ResponderEliminar«Acrescento mais um pormenor: os regimes mais mais aptos do planeta a nível de desenvolvimento a todos os níveis: bem-estar, tecnologia, saúde, educação, cidadania preocupações ecológicas e liberdade (norte da Europa, etc..) não são comunistas.»
Eu penso que "comunismo" já não é uma boa etiqueta. Hoje em dia os socia-democratas são considerados à direita, opostos aos comunistas, mas todo esse espectro político vem de adaptações do marxismo.
Por isso concordo que a Suécia não é comunista no sentido de não ter uma economia controlada pelo estado. Mas um país em que quase 40% do PIB é investido pelo estado em programas de apoio social e educação parece-me bastante comunista noutros sentidos...
Eu não chamaria o BE de extremista mas sim de um partido esquerdista, até porque o mesmo é composto na sua larga maioria por duas correntes esquerdistas, o APSR (que é membro da IV internacional da mesma forma que o POUS) e a UDP (de raizes estalinistas e maiostas).
ResponderEliminarAlém deles temos a FER (que me parece fazer as vezes da oposição interna), e ex militantes do PCP, tanto os que se afastaram à mais tempo e estiveram na Plataforma de Esquerda/Politica XXI de onde veio o Miguel Portas(já agora, o que será feito do Ivan Nunes?) bem como os que saíram mais recentemente e fundaram o MRC como é o caso do João Semedo (embora a postura do MRC relativamente ao BE também me pareça algo confusa).
Acho no entanto que a nebulosa ideológica que é o BE não se deve a uma desonestidade mas sim mesmo a uma falta de definição interna, não só como uma forma de evitar que um agregado tão díspar se desmorone, como também uma forma de evitar terem que se definir para um eleitorado que tem procurado neles uma mera força contestatária, que o acham engraçado exactamente porque chateiam mas que são inócuos.. será interessante ver no futuro como irá reagir esse eleitorado, agora que o BE se posiciona como uma força com ambições de poder.
Diria que neste momento a teoria que talvez parece ser mais dominante no BE é a da multitude como elaborada por Toni Negri e Michael Hardt, teoria essa que já por si é suficientemente difusa para poder agradar a um grande número de pessoas sem se ter que definir grandemente. Outra corrente que também influencia claramente o BE (e que está de certa forma ligada à teoria da multitude) é a do altermundismo que tem como expressão máxima os fóruns sociais mundiais, os quais novamente são suficientemente difusos para que muita coisa caiba lá dentro (não estou com isto a minimizar os mesmos, apenas quero dizer que tais ideias não são substitutos sólidos a uma ideologia política). Conceitos do pós-modernismo como o "trabalhar em rede" ou do politicamente correcto são mais do que visíveis nas posições do BE.
Relativamente à afirmação do Ludwig sobre o marxismo ser o equivalente da astrologia a nível económico, o curioso sobre o mesmo é que este aponte pontos sobre o sistema capitalista que curiosamente têm vindo a ser demonstrados como a teoria da tendência decrescente da taxa de lucro.
Já agora, relembro que ainda falta atribuir um mandato que está dependente do apuramento do voto dos emigrantes. Não digo que não exista uma elevada probabilidade do mesmo ser atribuído ao BE, mas parece-me no mínimo desmerecedor dos votos destes eleitores estar a contar com os ovos no cú da galinha..
Anónima “Cristynha”
ResponderEliminarJá que estamos em maré de diminutivos (depreciativos , da sua parte), muito me espanto que a Cristynha não saiba ler:
Eu não disse que a sra. Dorotheia (pra mim tanto me faz que seja dra. ou engenhocas, não tenho que a tratar pelo titulo académica… só essa faltava)… até me perco!... ía eu a dizer que nunca disse que a tal sra. Dorotheia, nestas eleições cresceu ou diminuiu.
O que eu disse é que, sempre que sempre que há descontentamento, sobem os extremistas.
Não tenho culpa se vocemecê, distinta Cristynha, não entende uma proposição simples, escrita no mais comum português. Eu, humildade mas honrado lavrador, apenas sei falar português – não falo estrangeiro!
Disse, até, que os alemães (que rima com cães, charlatães e outras coisas mais), têm todas as razões para estar contentes com sra. capataz. Dai que nem se lhes aplique tal raciocínio, de momento.
Eu sei que há quem duvide do extremismo desvairado do BE. Por acaso, como aproveitadores oportunistas, os gajos até são bons. Aquilo é mais uma confraria do que um partido.
Não têm uma ideologia definida, como não tem nenhuma agremiação extremista ou fundamentalista.
Chamar-lhe-ia uma sopa de ideias avulso, mas dada a sua conexão ao esquerdismo do leste, chamo-lhe antes uma salada russa (aziumada, claro!).
Para mim o BE não é apenas um batólito de granito. É uma amalgama de oportunistas arruaceiros, sem qualquer tipo de educação cívica ou responsabilidade social.
E ainda se queixam do PNR!!! (Que, de resto, são os rivais extremistas… tão rivais que até se matam á porrada!)
Entre os dois, venha o diabo e escolha (por mim, que leve os dois)!
Zeca,
ResponderEliminarA sua frase foi:
«Na França, na Áustria e até na Alemanha, cresce a extrema-direita»
Isto é incorrecto.
"O que eu disse é que, sempre que sempre que há descontentamento, sobem os extremistas."
ResponderEliminarZéquinha,
na Alemanha há grande descontentamento e näo sobe o extremismo.
Cristy
Gonçalo,
ResponderEliminar«Relativamente à afirmação do Ludwig sobre o marxismo ser o equivalente da astrologia»
Pelo que li do artigo que referiste, pareceu-me confirmada a minha suspeita inicial :)
O marxismo, pelo menos a teoria original, é um exemplo clássico de pseudo-ciência pela forma como as hipóteses centrais são preservadas à custa de uma constante revisão a posteriori das hipóteses acessórias, com a perda da capacidade de prever seja o que for.
E parece-me fundamentalmente errada nos conceitos. Por exemplo, a ideia que o valor de algo é o trabalho que deu a produzir, como se escavar um buraco e tapá-lo tivesse mais valor que jogar à bola com os filhos.
Por isto Marx considerava que o lucro teria de diminuir pela limitação à possibilidade de explorar o trabalho dos outros. Mas se considerares que o valor de algo é subjectivo e que o lucro vem das diferenças nos valores que as pessoas atribuem às coisas, é fácil de ver que o lucro não precisa desaparecer nunca, a menos que todos passem a gostar exactamente do mesmo (ou seja, tudo tenha o mesmo valor para todos, como na definição de Marx).
Finalmente, o capitalismo funciona bem mesmo com um lucro médio de zero. Isto porque quem se dedica a aplicar o capital é atraido, entre outras coisas, pela possibilidade de lucro. Se metade tiver lucro e a outra metade prejuízo, isso é suficiente para levar muitoa a arriscar.
E não é só o lucro que motiva as pessoas a criar uma empresa. No caso da minha mulher, por exemplo, a motivação principal foi a possibilidade de fazer aquilo que gosta. Que é o mesmo que me motiva a dar aulas, e muitas outras pessoas a fazerem o que fazem.
Ao dividir a humanidade em burgueses e proletariado Marx omitiu uma classe cada vez mais importante. A classe das pessoas que ganham dinheiro a fazer o que gostam, principalmente porque gostam e não para ganhar dinheiro.
"Além de ser fundamentalmente marxista, e tanto quanto sei o marxismo é a versão económica da astrologia"
ResponderEliminarnão é de todo verdade; enquanto teoria económica está tão validada enquanto qualquer outra (e.g., enquanto qualquer modelo neoliberal saido da escola de chicago). uma referência standard é esta:
Analytical Foundations of Marxian Economic Theory
chamar a isto "astrologia" é, no mínimo, ignorante.
Ricardo,
ResponderEliminar«enquanto teoria económica está tão validada enquanto qualquer outra»
Pode ser. Mas penso que concordamos que isto não é dizer muito.
Enquanto teoria económica, o marxismo, hoje em dia, é uma data delas. E, tal como na astrologia, não parece haver uma base empírica sólida para as distinguir.
Também me parece que o modelo original de Marx é vago onde não é incorrecto e incorrecto onde é bem definido.
Mas terei todo o gosto que me expliquem como este modelo económica se mostrou superior a todos na sua capacidade de descrever a economia em detalhe. No entanto, nota que se o melhor que se pode dizer é que está ao nível de muitos outros, sendo todos diferentes, então teremos que os considerar a todos como mera especulação até que venham os dados que apontem um como o mais correcto. Pelo menos se isto quiser ter algo de científico...
naturalmente que a validação é um ponto crítico de qualquer ciência experimental. mas hás de reparar que a micro-economia é, tipicamente, mais próxima da matemática do que da biologia ou da física. e isto é tão verdade quer falemos de marx ou de friedman ou de keynes. e, deste ponto de vista, não me parece que nenhuma seja astrologia (como disse, essa afirmação é ignorante, e talvez até um pouco arrogante).
ResponderEliminara questão que tu deves pedir então é sobre validação econométrica das teorias em debate. e, nesse campo, onde a discussão é muita (em muitos casos por questões políticas e não cientificas, infelizmente), não me parece que haja qualquer invalidação das correntes marxistas. já o mesmo não se pode dizer das correntes friedmanianas...
O que eu disse é uma constatação simples:
ResponderEliminarSempre que há descontentamento ou mal-estar social, crescem os extremistas.
[então]
Na França, na Áustria e até na Alemanha, cresce a extrema-direita – considerada um perigo; em Portugal cresce a extrema-esquerda – considerada uma desgraça; no Leste cresce o comunismo – considerado o “mal”.
È uma expressão causal: Sempre que… então.
E, não disse: Nestas eleições, CRESCEU!
Não disse porque o caso em apreço exclusivamente o português. O que estava em causa era o descontentamento dos portugueses, literalmente desgovernados por uma das piores cáfilas (ou quadrilhas) de rapazotes, cuja ineptidão, falta de seriedade, ignorância e imbecilidade é a mais negra de toda a (longa) História da nação) e do país – quiçá, um dois piores do mundo actual. Ante tão visíveis factos não e necessário enquadrar a actualidade.
Realmente, o LK e Cristynha não têm nomes portugueses… mas julguei que falassem português.
Eu, humilde mas honrado lavrador, é que não sei falar estrangeiro, está visto!.
LK
ResponderEliminar"Ao dividir a humanidade em burgueses e proletariado Marx omitiu uma classe cada vez mais importante. A classe das pessoas que ganham dinheiro a fazer o que gostam, principalmente porque gostam e não para ganhar dinheiro."
Por acaso não é exactamente assim.
Primeiro porque Marx apenas tinha burgueses e proletariado como protagonistas da luta de classes.
Não está excluída a existência de outros grupos sociais, nomeadamente os mandantes e os inúteis.
Não vejo Marx a considerar um artista de circo em nenhum dos lados da barricada.
Por outro lado, aqueles que se acomodam ao lugar, porque gostam na inacção continua, são apáticos e neutros na luta de classes – para a teoria de Marx, seriam inúteis.
Curiosamente, o trabalho tem, na teoria marxista, um “carácter penoso” e não lúdico e “realizador”.
Agora vou ver as palhaçadas do dia dos politicos portugueses.
Ricardo Carvalho,
ResponderEliminarA matemática pura é diferente porque é auto-contida. Os seus modelos são todos acerca de si próprios e não pretendem descrever algo mais. Mas a economia só faz sentido se for como a física ou a biologia. Ou seja, se os seus modelos realmente corresponderem à realidade. E isso carece sempre de validação empírica, a menos que se assuma como mera especulação infundada.
Compreendo que o marxismo seja uma filosofia da economia e da política, na qual valores se misturam com tentativas de descrever processos históricos. Mas a economia de origem marxista devia ser uma teoria cientifica, e dos seus modelos devia exigir-se que correspondam à realidade. Uma semelhança à astrologia é essa forma de tenta evitar este requisito.
E isto não parece ser universal nas teorias económicas modernas. Por exemplo, as que se baseiam em teoria de jogos parecem-me capazes de fazer algumas previsões concretas e têm validação empírica em observações na psicologia e sociologia.
Isto pode ser ignorância minha, claro, mas não é arrogância. Fico à espera que me expliques em que é que os modelos económicos marxistas são melhores.
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ResponderEliminar@Ludwig:
ResponderEliminar"E parece-me fundamentalmente errada nos conceitos. Por exemplo, a ideia que o valor de algo é o trabalho que deu a produzir, como se escavar um buraco e tapá-lo tivesse mais valor que jogar à bola com os filhos."
Estás a misturar coisas. O que Marx defende na sua teoria de valor é que o valor de uma mercadoria (commodity) é definida pelo trabalho socialmente necessário para a produzir. A menos que estejas a vender a outrem o acto de jogares à bola com o teus filhos dificilmente poderas chamar a isso uma mercadoria.
Já agora, esta ideia (do valor de algo estar associado ao trabalho) nem é verdadeiramente marxista nem particularmente revolucionária nos tempos de Marx. Aliás, Marx baseou-se nas análises de valor efectuadas por Adam Smith e David Ricardo, autores que podem ser acusados de tudo menos de serem marxistas. O que Marx veio trazer de novo a esta análise foi a explicação da exploração capitalista com base na teoria de valor com base no trabalho.
Por isto Marx considerava que o lucro teria de diminuir pela limitação à possibilidade de explorar o trabalho dos outros. Mas se considerares que o valor de algo é subjectivo e que o lucro vem das diferenças nos valores que as pessoas atribuem às coisas, é fácil de ver que o lucro não precisa desaparecer nunca, a menos que todos passem a gostar exactamente do mesmo (ou seja, tudo tenha o mesmo valor para todos, como na definição de Marx).
Novamente estás a misturar questões. Para já, a questão da tendencia decrescente da taxa de lucro é apenas aplicável ao modelo capitalista de produção, em que o "burguês" aplicava capital e através da exploração do trabalho de outros (o proletariado) obtinha o seu lucro, no ciclo D-M-D´, ou seja aplicar dinheiro (D) para obter mercadorias (M) e depois vender as mesmas com um valor superior (D'), valor esse superior que resultava do trabalho humano aplicado, sendo o lucro o diferencial entre D e D'. Ora este ciclo existiria mesmo num modelo não capitalista e o lucro (ou mais-valia) continua a existir tanto se fale de um sistema capitalista de produção ou não. O que difere aqui é que no modelo capitalista esse lucro era apropriado pelo burguês porque não pagava o valor real do trabalho produzido ao proletariado.
Marx não disse que o lucro desaparecia mas sim que a TAXA de lucro tinha uma tendencia decrescente, ou seja, que o lucro obtido pelo capitalista num bem era decrescente. Esse facto obrigaria a que o modelo capitalista estivesse sempre em constante expansão, à procura de novos mercados, seja tanto uma expansão geográfica ou através da produção constante de novos produtos. Ora essa dedução de Marx parece-me ser coerente com o que vemos actualmente não só com a globalização (que já agora não é propriamente algo de novo pois já existia uma globalização nos tempos do império britânico) como também através da crescente diminuição do periodo de obsoloscencia dos bens (naquilo que inclusivé já se fala de obsoloscencia programada).
Por outro lado estás a misturar o conceito de valor com preço, que são duas grandezas que embora estejam relacionadas são na optica marxista (bem como de outros economistas) grandezas diferentes. Claro que esta questão de se pretender equivalar preço e valor é também defendido por outros economistas, como por exemplos os marginalistas que defendem que não existe diferença entre preço e valor, mas tal parece-me equivalente a confundir massa com peso. O peso depende da massa, mas a massa não é igual ao peso.
Finalmente, o capitalismo funciona bem mesmo com um lucro médio de zero. Isto porque quem se dedica a aplicar o capital é atraido, entre outras coisas, pela possibilidade de lucro.
ResponderEliminarO capitalismo "funciona bem" enquanto o mercado continuar a crescer. No entanto existem limites tanto demográficos como temporais que impede que esse crescimento seja infinito. Não é sustentável acreditar que o mercado continuará a expandir-se infinitamente até porque existe um número finito de pessoas e um número finito de bens que estas podem consumir num periodo finito de tempo. Claro que existem sempre formas de recomeçar do zero como por exemplo as guerras que levam à destruição de bens e criando assim novas necessidades, mas também não me parece credível que as mesmas consigam sustentar o sistema capitalista ad aeternum. Podemos também sempre pressupor a descoberta de uma civilização extra-terrestre para onde o mercado se pudesse expandir, mas aqui estamos já a entrar por terrenos algo pantanosos.
E não é só o lucro que motiva as pessoas a criar uma empresa. No caso da minha mulher, por exemplo, a motivação principal foi a possibilidade de fazer aquilo que gosta. Que é o mesmo que me motiva a dar aulas, e muitas outras pessoas a fazerem o que fazem.
Mas nunca foi isso que Marx disse!!!! Aliás, ele até afirma que um artesão produz mercadorias e leva-as para o mercado para obter outras mercadorias. Ora por muito que tu gostes de dar aulas, precisas de outros bens para viveres, logo "trocas" a mercadoria "dar aulas" por outros bens. Não vejo aqui nenhuma contradição de base à teoria marxista...
Ao dividir a humanidade em burgueses e proletariado Marx omitiu uma classe cada vez mais importante. A classe das pessoas que ganham dinheiro a fazer o que gostam, principalmente porque gostam e não para ganhar dinheiro.
Para já, essas pessoas continuam a precisar de dinheiro para viver. E a menos que nasçam ricas ou sejam capitalistas (i.e. invistam o seu capital), esse dinheiro é fruto do seu trabalho. Se inclusivé venderem esse trabalho a outros (ou seja, forem trabalhadores assalariados) caem na classe do proletariado. Nada invalida que gostem do que estão a fazer, mas também não invalida que não estejam a ser exploradas, mesmo que essa exploração não seja sentida. Aliás, actualmente até tens o aparente paradoxo de a taxa de exploração até poder ser maior numa pessoa que ganhe 3000 mil euros do que noutra que ganhe 500 euros.
Atenção que é preciso ter em conta a diferença entre a apropriação da mais-valia ser feita por um capitalista ou pela sociedade. No caso por exemplo dos professores do sistema público ou mesmos dos médicos não estamos a falar de exploração capitalista uma vez que a mais-valia produzida por estas pessoas é apropriada pela sociedade como um todo e não por um capitalista.
A terminar, é curioso que afirmes que o marxismo é o equivalente económico da astrologia, quando várias das suas previsões até são claramente visiveis no mundo actual, como o aumento da proletarização (como se pode ver pelo assalariamento das profissões ditas liberais), a globalização dos mercados e a tendencia decrescente da taxa de lucro. E uma teoria cientifica para além de ter que descrever o mundo também necessita de efectuar previsões com base na sua descrição.
Gonçalo,
ResponderEliminar«Nada invalida que gostem do que estão a fazer, mas também não invalida que não estejam a ser exploradas, mesmo que essa exploração não seja sentida. Aliás, actualmente até tens o aparente paradoxo de a taxa de exploração até poder ser maior numa pessoa que ganhe 3000 mil euros do que noutra que ganhe 500 euros.»
Isto, para mim, é um problema fundamental. Marx definiu exploração como a diferença entre o custo de manter o trabalhador vivo e activo em condições socialmente aceitáveis e o valor que o seu trabalho acrescenta à matéria prima.
Quando a escolha do trabalhador era entre morrer à fome ou vender o seu trabalho nestas condições, concordo que isto era exploração. Mas a exploração não vinha dessa diferença entre o preço do trabalho e o valor monetário acrescentado ao produto. A exploração vinha da assimetria no poder de negociação. O mesmo tipo de exploração ocorre se quem tem a insulina puder pedir ao diabético o preço que quiser. Não tem a ver com diferenças de valor mas sim com a possibilidade de escolha.
E nota-se isso quando o trabalhador gosta do que faz, pode fazer o que gosta, e a sua escolha é apenas para quem vai trabalhar, porque tem condições para viver confortavelmente até encontrar um comprador para o seu trabalho. Neste caso, se o trabalhador faz o que gosta cobrando 100 e o empregador aproveita esse trabalho para aumentar 120 ao valor da matéria prima, não há exploração nenhuma porque ambos participam voluntariamente (e o trabalhador ganha 100 enquanto que o empregador ganha 120, muitas vezes fazendo um trabalho que o trabalhador acha até mais chato que o seu).
É claro que Marx pode definir valor e exploração como quiser. Tal como o Humpty-Dumpty, pode usar as palavras para significar o que bem entender.
Mas é incorrecto inferir dessas definições aquilo que as palavras normalmente significam. Porque o trabalho não tem um valor único, esse valor tem pouco a ver com o esforço ou tempo, e aquilo que Marx define como exploração, que é a diferença entre dois valores, não tem nada a ver com aquela conotação negativa que a palavra tem. Se eu vendo um bolo por 10€ e o faço de livre vontade, sem coação ou perigo de passar fome, não estou a ser explorado se essa pessoa depois vender o bolo por 15€. O mesmo se passa se eu vender o meu trabalho em vez do bolo.
Mas isto é um problema com os aspectos normativos da teoria de Marx, que, infelizmente, estão muito misturados com os aspectos descriptivos.
No entanto, a capacidade desta teoria como modelo descritivo também me parece muito reduzida. Claro que, para uma certa definição de proletariado, esta classe está a aumentar porque a agricultura cada vez está mais mecanizada (bem como a produção) e cada vez mais a economia se centra na venda de serviços. Isso leva a uma maior especialização e mais gente a trabalhar por dinheiro em vez de plantar as suas couves.
Mas a outra caracteristica do proletariado de Marx, que é aquele que é forçado a vender o seu trabalho para não passar fome, essa está a desaparecer nos países industrializados, e cada temos pessoas a estudar até mais tarde e a passar mais tempo até encontrar o emprego que querem.
Finalmente, se vires o mercado da informática, comunicação e entretenimento, vez que estamos e centrar cada vez mais a economia em coisas fictícias, intangíveis e superfluas quando comparadas com necessidades básicas de comida e alojamento, que cada vez são uma fracção menor do nosso orçamento.
Parece-me que isto invalida as previsões pessimistas de Marx acerca do fim do capitalismo. O capitalismo vai-se tornar cada vez menos relevante na nossa vida, conforme as coisas importantes se vão tornando mais baratas e mais acessíveis, mas não me parece que esteja em vias de morrer.
@Ludwig
ResponderEliminarQuando a escolha do trabalhador era entre morrer à fome ou vender o seu trabalho nestas condições, concordo que isto era exploração. Mas a exploração não vinha dessa diferença entre o preço do trabalho e o valor monetário acrescentado ao produto. A exploração vinha da assimetria no poder de negociação. O mesmo tipo de exploração ocorre se quem tem a insulina puder pedir ao diabético o preço que quiser. Não tem a ver com diferenças de valor mas sim com a possibilidade de escolha.
A questão da possibilidade de escolha não me parece ter sido esquecida por Marx, porque o mesmo colocava a questão juntamente com o facto de os meios de produção serem dominados privadamente por uns quantos, o que conjugado com a quantidade enorme de desempregados levava a essa assimetria a favor dos capitalistas, permitindo a exploração do trabalho. Claro que não nego que uma maior capacidade negocial reduz a taxa da exploração. Aliás, porque é que tu achas que todas as confederações patronais são contra a contratação colectiva?
Já agora, a questão da propriedade privada dos meios de produção continua tão importante hoje como nos tempos de Marx, senão veja-se todas as movimentações que teem surgido em torno do conceito da "propriedade intelectual" que mais não é que uma tentativa de passar para os bens intangiveis as formas de propriedade privada nos bens tangiveis.
E nota-se isso quando o trabalhador gosta do que faz, pode fazer o que gosta, e a sua escolha é apenas para quem vai trabalhar, porque tem condições para viver confortavelmente até encontrar um comprador para o seu trabalho.
Estás aqui a esquecer-te ou a omitir vários factos que são essenciais. Primeiro, se o trabalhador tem condições para viver "confortavelmente" é porque existe um sistema de segurança social que garante o apoio dos trabalhadores durante o desemprego ou na doença permitindo ao trabalhador aumentar o seu custo de trabalho. Não é porque acaso que gente como o Milton Friedman se oponha à existência do subsidio de desemprego porque considera (e bem) que este aumenta o custo com o trabalho. Por outro lado esse sistema não é eterno e quanto mais próximo se apróxima do prazo de término do mesmo maior é a probabilidade que o trabalhador tem de aceitar um custo inferior ao trabalho. O que tu dizes de "escolha" assume que o trabalhador poderia ficar indeterminadamente à espera de um salário superior, coisa que não se verifica.
Neste caso, se o trabalhador faz o que gosta cobrando 100 e o empregador aproveita esse trabalho para aumentar 120 ao valor da matéria prima, não há exploração nenhuma porque ambos participam voluntariamente (e o trabalhador ganha 100 enquanto que o empregador ganha 120, muitas vezes fazendo um trabalho que o trabalhador acha até mais chato que o seu).
Bem, primeiro o facto de existir ou não exploração não é dependente de existir ou não consciencia da mesma.. senão corriamos o risco de dizer que antes de Marx ter enunciado a sua visão da teoria de valor não existia exploração. Por outro lado, todos trabalhamos "voluntariamente" no sentido de que necessitamos de trabalhar para viver.. logo também se poderia sempre dizer que não à exploração. Mesmo quando o meu pai trabalhava com 5 anos e o patrão lhe dava 5 tostões também se pode dizer que ele estava a trabalhar voluntariamente.. tinha sempre a possibilidade de se recusar, e ou ficar de castigo ou fugir de casa. Aqui a escolha que se tem é de "voluntáriamente" se escolher um salário que é inferior ao valor produzido ou não trabalhar (ou quanto muito fundar a sua propria empresa).
Mas é incorrecto inferir dessas definições aquilo que as palavras normalmente significam. Porque o trabalho não tem um valor único, esse valor tem pouco a ver com o esforço ou tempo, e aquilo que Marx define como exploração, que é a diferença entre dois valores, não tem nada a ver com aquela conotação negativa que a palavra tem. Se eu vendo um bolo por 10€ e o faço de livre vontade, sem coação ou perigo de passar fome, não estou a ser explorado se essa pessoa depois vender o bolo por 15€. O mesmo se passa se eu vender o meu trabalho em vez do bolo.
ResponderEliminarContinuas a insistir na mistura entre preço e valor, que me parece ser evidente serem unidades diferentes (como são peso e massa). O preço de um bem unitário até poderá ser bastante dispar do seu valor, no entanto o preço geral num sistema capitalista e com concorrencia "livre" irá tender para o seu valor de produção como aliás se pode observar da evolução dos preços de qualquer produto novo.
Por outro lado o teu exemplo do bolo é um mau exemplo porque a outra pessoa que revende o bolo está ela mesma adicionar mais valia ao bolo, quer seja através de trabalho morto (armazenamento, logistica, etc) como trabalho vivo (por exemplo o trabalho de levar o bolo do teu ponto de trabalho até ao comprador). Ou seja, a outra pessoa "lucra" da venda do teu bolo o trabalho que ela mesma introduziu no ciclo.
Claro que, para uma certa definição de proletariado, esta classe está a aumentar porque a agricultura cada vez está mais mecanizada (bem como a produção) e cada vez mais a economia se centra na venda de serviços. Isso leva a uma maior especialização e mais gente a trabalhar por dinheiro em vez de plantar as suas couves.
Isso não tem nada a ver. Tu podes ter profissionais liberais que vendem serviços (e como tal trabalham por dinheiro) sem serem proletários. Basta por exemplo que um advogado tenha um escritório próprio, ou um médico tenha uma clinica privada.
Agora claro que a terceirização da economia tem contribuido para que muitos destes profissionais passem a ser assalariados, como é o caso dos advogados que trabalham em escritórios de outros ou dos médicos que trabalham em clinicas privadas que não lhes pertencem.
Mas a outra caracteristica do proletariado de Marx, que é aquele que é forçado a vender o seu trabalho para não passar fome, essa está a desaparecer nos países industrializados, e cada temos pessoas a estudar até mais tarde e a passar mais tempo até encontrar o emprego que querem.
ResponderEliminarTal não invalida que deixem de ser proletários. O facto de existir um maior esforço das familias (e da sociedade) na formação desses trabalhadores não se encontra ligado com o desaparecimento do proletariado per se mas sim devido ao facto do crescimento da terceirização da economia que leva a um maior grau de especialização e que obriga a um aumento no tempo que medeia entre o nascimento de alguém e a sua entrada no mundo do trabalho. Agora o facto de alguém ter que levar mais tempo a se formar não invalida que o mesmo deixe de ser proletário, pois a partir de certo ponto a sua única forma de sobrevivencia depende da venda da sua força de trabalho (seja ela fisica ou mental).
Finalmente, se vires o mercado da informática, comunicação e entretenimento, vez que estamos e centrar cada vez mais a economia em coisas fictícias, intangíveis e superfluas quando comparadas com necessidades básicas de comida e alojamento, que cada vez são uma fracção menor do nosso orçamento.
Não percebo no que é que isso invalida a necessidade de alguém ter que trabalhar para viver. Já agora, essas necessidades básicas ainda ocupam entre 50% a 70% do orçamento de muitas familias, e tenho sérias dúvidas que o alojamento irá baixar quanto mais não seja pela sua caracteristica de unicidade. E lá porque existe mais valor para adquirir outros bens, isso não invalida que as pessoas possam deixar de trabalhar para viver, logo não estou a ver onde é que isso invalida a teoria marxista.
Ver também o que referi mais atrás sobre a questão da propriedade intelectual.
Parece-me que isto invalida as previsões pessimistas de Marx acerca do fim do capitalismo. O capitalismo vai-se tornar cada vez menos relevante na nossa vida, conforme as coisas importantes se vão tornando mais baratas e mais acessíveis, mas não me parece que esteja em vias de morrer.
Bem, curiosamente resolveste ignorar alguns pontos onde a teoria marxista parece estar a ser fundamentada e que já tinha mencionado, a saber:
1- Crescimento da globalização
2- Diminuição do periodo de obsoloscência de um bem
E já agora avento aqui mais uma ou duas:
3- Crises de superprodução
4- Aumento da financeirização da economia.
Por outro lado não percebo porque é que afirmas que o capitalismo se vai tornar cada vez menos relevante pelo facto de as coisas importantes vão sendo mais baratas e acessiveis, quando essa queda de preços é exactamente provocado pela tendencia decrescente da taxa de lucro que obriga a que os mercados se vão expandindo e dessa forma que os produtos possam ser adquiridos por mais pessoas...
Gonçalo,
ResponderEliminar«senão veja-se todas as movimentações que teem surgido em torno do conceito da "propriedade intelectual" que mais não é que uma tentativa de passar para os bens intangiveis as formas de propriedade privada nos bens tangiveis.»
O copyright e as patentes são tentativas de criar escassez por força da lei. Não têm o mesmo fundamento que as leis de propriedade, que servem para gerir aquilo que é naturalmente escasso.
«O que tu dizes de "escolha" assume que o trabalhador poderia ficar indeterminadamente à espera de um salário superior, coisa que não se verifica.»
Essa é para mim uma condição para uma sociedade justa -- por isso defendo algo como um ordenado de cidadão, por exemplo. E por isso defendo que só há exploração na medida em que uma das partes está a ser coagida a aceitar o negócio. Isso é independente das diferenças de preço ou valor.
«Continuas a insistir na mistura entre preço e valor, que me parece ser evidente serem unidades diferentes»
Tanto faz. Se defines exploração como a diferença de preço entre o que é pago ao trabalhador e o que o mercado pega pelo fruto do seu trabalho, tens uma medida objectiva e quantitativa mas que não tem nada a ver com a conotação normal da palavra "exploração". Este é o ponto principal. Marx inclui na definição um juízo de valor implícito que não é correcto.
A exploração está na assimetria no poder de negociar e não na diferença de preço.
Um factor importante nesta diferença entre o custo de produção e o preço de mercado é o custo de fazer cumprir um contrato.
Se o preço de mercado estiver na linha da oferta, isto quer dizer que ao vendedor tanto faz se vende ou se não vende. Abaixo da linha não quer produzir e vender, acima da linha quer fazê-lo, na linha é-lhe indiferente.
Mas se estiver na linha vai querer aldravar. Juntar giz na farinha, vender o pacote com menos detergente, etc. Se o comprador se chateia perde um cliente, mas que se lixe, tanto faz.
A resposta do comprador é pagar mais. Esse valor extra é aquilo que o vendedor tem a perder se aldrabar -- se não cumprir o contrato, mesmo que seja um contrato explícito. E isto faz com que haja sempre lucro e sempre excesso de oferta num mercado normal (não se esgotam os chocolates, há sempre algum desemprego, etc).