segunda-feira, outubro 29, 2007

Concentrado rende mais.

E a treta não é excepção. No site português da Pro Music vários artistas partilham a sua visão dos direitos de cópia. Na dissertação mais recente a Luciana Abreu segue a análise de pensadores como Luís Represas e Boss AC, cujo estudo revelou que copiar um CD é o mesmo que roubar carros ou calças. Mas Luciana vai mais longe, proferindo num curto parágrafo mais disparates que os seus doutos colegas em textos muito mais longos.

«Se tal fosse possível, não me imaginaria a copiar um pão para comer, ou fazer download de gasolina para o meu carro… tudo isto representa o trabalho de alguém para que tu possas usufruir de algo. Qual a diferença com a música? Nenhuma! É a profissão de muitos… Não colabores com a pirataria, ajuda a desenvolver respeito pelo trabalho dos artistas.»(1)

Traduzindo. O copyright é mais importante que acabar com a fome. Os derivados do petróleo são uma obra a proteger. O pão, que foi inventado no neolítico, ainda não está no domínio público. E isto não tem diferenças com a música. Nem sem a música. Não podemos usufruir sem pagar porque alguém trabalha para que possamos usufruir. E partilhar sem pagar é pirataria. Sabe-se hoje que o maior flagelo do alto mar é precisamente a partilha gratuita de composições artísticas. No sentido lato.

É super-hiper-mega-ri-treta.

1- Pro-Music, Luciana Abreu. e também outras opiniões

12 comentários:

  1. Em todos os anos que frequento este blog (que não são anos mas não faz mal, aumenta a intensidade dramatica da coisa!!) nunca pensei ler o Prof. Dr. Eng. Arqt. etc. Ludwig Krippahl citar Luciana Abreu, esse ser que prova a minha teoria que Deus existe e comete erros!!
    Mesmo que seja para discordar!!
    Ludwig estou abismada;)

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  2. É verdade... também não contava citar Luciana Abreu. Mas penso que neste caso merece o reconhecimento.

    Aliás, a Luciana e muitos outros artistas que contribuiram para o site da promusic. Esse site é uma fonte de excelentes argumentos contra o copyright :)

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  3. Ludwig,

    Eu não concordo com a totalidade do que é dito nesse site, mas, eles apontaram mais outro bom exemplo. As bandas como U2 e REM que só atingiram a fama ao 3º ou 4º disco. Sem o copyright, morriam ao primeiro album! Ninguém vive 5 anos a acumular prejuizos para o bem de uns piratazecos que vendem publicidade para fornecer downloads do trabalho dos outros, como é o caso do "teu" Pirate Bay.
    Bate, mas, com cuidado, porque no meio dos atrasos de vida que citaste, há gente que merece um pouco mais de crédito!

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  4. António,

    Esse será um argumento contra o copyright. Faz mais sentido que o artista crie a obra por contracto com quem a quer.

    Penso que o problema da tua posição é não perceberes que esses factores -- a necessidade de gastar milhões em publicidade, o investimento inicial das empresas dicsográficas, o enorme custo de gravação e afins -- são consequências do modelo de copyright. Só assolam as industrias baseadas em copyright. Todos os outros profissionais vivem bem sendo pagos pelo trabalho que fazem.

    Quanto aos U2, é de salientar que o primeiro album que gravaram ficou em primeiro lugar no top de vendas da Irlanda. Se isto é não ter sucesso é porque os intermediários lhes ficaram com o dinheiro.

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  5. Ludwig,

    Eu concordo que o modo como actualmente o negócio está montado, dá de "mamar" a muita gente, gente a mais nalguns casos, mas, isso não me parece (nem vai nunca parecer) que seja por causa do copyright.
    Os Radiohead eliminaram essa gente, mas, não abdicaram do copyright. O que estão é dispostos a ser eles a oferecer o trabalho gratuitamente, que é o que tu defendes. Tu apontaste baterias ao sitio errado. Creio que o peso da cadeia de distribuição é que é demasiado, não o copyright em sí.

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  6. É engracado que aquilo se chame Direitos de Autor, mas as indemnizações são pagas não aos autores mas ás empresas discograficas. Não seria melhor chamar-lhe Direitos de Distribuidor?
    Eu não entendo nada deste assunto, mas estava a ler e estava a achar piada ao pormenor.
    Ou seja, se eu como autor vendi os direitos da obra a uma distribuidora não são os meus direitos que são protegidos mas os da distrubuidora certo?

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  7. Joaninha,

    Copyright e Direitos de Autor são duas coisas diferentes. O copyright é o que os autores vendem à editora, que trata de zelar pelos seus interesses lixando o povão. :-)
    Direito de Autor é o registo de autoria do trabalho, que não confere, nem está associado aos direitos de distribuição ou cópia, mas, apenas de protecção de propriedade intelectual... Complicações.

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  8. Façam como Radiohead, que publicou o seu ultimo album no seu website, e para o obter cada um apenas dá o que quiser, podendo ser nada, como eu.

    O album será mais tarde lançado oficialmente, por agora todos podem ouvir em primeira mão a musica. Isto sim é de homem.

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  9. Antonio,

    Obrigada pelo esclarecimento, só falei em direitos de autor porque em todos os artigos que li, nenhum menciona copyright, mas sim direitos de autor, como pode ver por estas passagens em baixo. Falam em obras protegidas por direitos de autor. Mas como a minha area é outra...;)


    “Em consequência, continuamos relutantemente com as nossas acções judiciais e assistimos no dia de hoje à última escalada desta campanha para demonstrar que a partilha de ficheiros de música protegida pelo direito de autor, implica riscos legais efectivos"
    Estas acções, que combinam processos cíveis e queixas crime, visam os uploaders – pessoas que colocaram ilegalmente à disposição na Internet centenas ou milhares de canções protegidas pelo direito de autor através dos serviços de partilha de ficheiros e que as disponibilizaram a milhões de pessoas a nível mundial sem a necessária autorização dos titulares de direitos."

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  10. Joaninha,

    A legislação Portuguesa não menciona copyright. É um termo Inglês. Mas o que eu oponho é o direito exclusivo de cópia e não os direitos de autor em geral. Tá aqui a explicação.

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  11. Joaninha,

    No fundo, o Direito de Autor não é mais que um registo do trabalho do artista. Pode ser feito na SPA, ou na DGE, e não implica a proibição de cópia de nada. Visa sobretudo impedir o plágio e a apropriação abusiva do trabalho artistico.
    O copyright é algo gerido em separado, e aplica-se não só a trabalho protegido por Direito de Autor, como a outras actividades associadas ao processo de distribuição de conteudos. Por esta segunda ser tão abrangente e mal definida, tem sido abusivamente implementada, e por isso atacada.
    Até o saber os acordes e letra de uma qualquer canção, e passar isso a escrito é considerado uma violação. Estupidez maior que isto não existe.
    Sou a favor de determinados limites impostos pelo copyright, mas, acho que o facto de haver abusos, não significa que deva pura e simplesmente acabar.

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  12. Ficaria admirada ao ler esta declaração se, na assinatura, não estivesse o nome de Luciana Abreu!

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