segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Como Ricky Gervais se tornou ateu.

Aos nove anos. Numa hora. A fazer perguntas. Cada vez gosto mais deste tipo.

Ricky Gervais, My argument with God.

Eu também gostava de ter uma história destas para contar mas, infelizmente, nunca me tornei ateu.

Via Pharyngula

23 comentários:

  1. Gosto especialmente do raciocínio: "Se a mãe me mentiu sobre Deus, quer dizer que também mentiu sobre o pai natal?". Mas porquê parar por aí? Porque não desconfiar de tudo o que a mãe lhe ensinou? "Quer dizer que a mãe me mentiu sobre ser minha mãe?". "Será que não devo ir para a escola, como a mãe diz que devo?". É realmente revolucionária esta maneira de pensar, ou então alguém resolveu inventar uma maneira "inteligente" de se "tornar" ateu.

    Também acho piada às estatísticas sobre a religiosidade dos prisioneiros, que não incidem no momento em que são detidos, mas sim quando já estão presos há algum tempo. São estatísticas completamente irrelevantes para o raciocínio que estava a tentar desenvolver, mas isso não interessa nada, porque tem uma história bonita de suposta "desconversão".

    Pedro Silva

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  2. Gosto do Ricky Gervais porque me deixa bem disposto, obriga-me a raciocinar e nunca me fez mal.
    Era para comentar a frase do “75% of prisioners are God-fearing Christians... 0.2% of prisioners are atheists” mas o Pedro Silva já respondeu por mim...
    ... por acaso gostaria de saber quais serão as percentagens na R.P. da China, mas pronto lá voltaríamos nós há velha história da pescadinha de rabo na boca.

    Ludi, quanto ao resto, já me conheces, sou um céptico por natureza... a começar pelos cépticos. ;)

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  3. Pq parar aí pergunta o Pedro Silva?
    Em primeiro pq somos dotados de bom senso(alguns de nós pelo menos) e segundo pq estamos a falar do sobrenatural e algo q não pode ser provado nem explicado de forma racional!
    Aliás um miúdo de 10 anos encontra logo n contradições nas explicações dos adultos acerca da existência de deus! Contradições essas que não estão presentes noutras explicações!

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  4. Aos nove?! Bolas, esse gajo ganhou-me por um ano!

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  5. Nuno, presumo que seja uma das pessoas dotadas de bom senso, que bom!

    Criança de 10 anos: Mãe, a sopa sabe mal, porque é que tenho de comer?

    Mãe: Porque te faz bem!

    Uma coisa que sabe mal, faz bem! Isto para uma criança de 10 anos deve ser no mínimo tão sobrenatural como a existência de Deus.

    Pedro Silva

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  6. O artigo é excelente.Aos oito anos eu estava-me nas tintas se existia algum deus ou não. Pessoalmente, adorava que existissem fadas, unicórnios e princesas encantadas, mas soube sempre no fundo do meu coração que eram treta, quanto mais deus, Jesus and the whole kaboodle que não tinha piada nenhuma e era estupidamente moralista. Claro que tiva a sorte de ninguém além da minha imaginação me impor nada, pois duvido que aos oito anos eu tivesse a capacidade de me safar de qualquer lavagem ao cérebro que me tivessem feito.
    Karin

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  7. ta na hora de mudar seu template neh

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  8. http://youtube.com/watch?v=NaEj3g5GOYA

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  9. Pois eu aos oito anos era crente que me fartava e rezava todas as noites silenciosamenre na cama, e aos nove também e aos dez, e ... em suma, fui obrigada a chegar à avançada idade de 13(!) anos para me começar a aperceber que algo não batia certo nas várias teorias que me tentavam fazer engolir. Mas, lá diz o provérbio: mais vale tarde do que nunca.
    Karin: como não acreditas em fadas e unicórnios/as? Vais deixar muito triste o Rui Leperchaun que acredita em TUDO
    Beijos
    Cristy

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  10. Cristy
    ainda acredito em algumas coisas: em unicórnios já não, mas em bicórnios...
    Quanto a coisas impossíveis: pode ser que um dia ainda apanhe o A.Rickman ou o B.Pitt nus e que eles corram menos do que eu.:)
    Karin

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  11. Mas os Unicórnios existem!

    Acho que até estão no zoo e tudo. Chamam-lhes rinocerontes, mas há rinocerontes que não são unicórnios.

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  12. Pois. E também há o rinonceronte do E. Ionesco....
    Karin

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  13. Pedro Dias,

    Os meus têm 6 anos e já lhes expliquei o que é o escorbuto e que as fibras evitam que as fezes fiquem muito rijas. Admito que muitas das coisas que começo a explicar eles dizem que não querem saber. São crianças, têm pouca paciência para o velho, e isso eu respeito.

    Mas sempre lhes dou a ideia que há uma explicação, ou pelo menos uma tentativa de encontrar uma justificação, e que a decisão de a conhecer ou não é deles. Tenho esperança que quando os tentarem embarretar com um sim porque sim eles desconfiem logo.

    Quanto a duvidar da mãe, a sua nunca se enganou? Gosto muito da minha mãe, mas não é menos falível que qualquer um de nós.

    Nem me parece uma forma revolucionária de pensar. Tem crianças? Nunca as ouviu a perguntar "porquê"? É isso.

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  14. Karin: como não acreditas em fadas e unicórnios/as? Vais deixar muito triste o Rui Leprechaun que acredita em TUDO!


    Of course I DO believe in everything... even Cristy and Karin!... e mil gnomos no jardim!!! :)

    Mas o artigo de Ricky Gervais... que não sei quem é!... é totalmente omisso quanto às tais perguntas e razões que o levaram à descrença no Deus pessoal da religião, o Cristianismo neste caso.

    Para mim, como já expliquei aqui anteriormente, esse tipo de crença é pouco importante, de facto talvez se possa considerar que pertence mesmo à fase mais infantil da crença religiosa ou espiritual.

    Quando se considera o Budismo, e também o Taoísmo, como religiões ateias ou sem Deus, isso refere-se apenas à ausência desse conceito do Deus pessoal e não, obviamente, à rejeição da Omnisciência do Princípio Universal ou Tao, já que é esse o fundamento do pensamento filosófico do Oriente.

    Sob esse ponto de vista, estas discussões cíclicas sobre evolucionismo versus criacionismo são também desprovidas de todo o interesse, já que exprimem concepções religiosas muito particulares em que quase se antropoformiza a figura de Deus, o que é sem dúvida útil num estado mais primitivo da crença mas passa a ser um obstáculo se queremos avançar um pouco além.

    Por isso, um koan zen afirma:

    Se vires o Buda, mata-o!

    Deveras, o Iluminado disse que qualquer Ser Humano eventualmente atingiria o seu estado, ou somos todos Budas em potencial. Nas religiões do Livro já não é bem assim, o Profeta ou Messias é um Ser único sem igual.

    Anyway, it all boils down to the same unending question: existe algo como a omnisciência? Ou ainda, é o Universo uma entidade consciente, em que todas as partículas possuem algum tipo de consciência primordial?!

    A resposta negativa a esta pergunta é que caracteriza uma atitude materialista e ateia perante a existência, não a descrença em qualquer Deus pessoal ou religião particular.

    Afinal, de que é que falamos ao utilizar essa palavra "Deus"?!

    GOD = Generator, Operator, Destroyer

    Bem, esse conceito operacional é demasiado humano, p'ra que digamos. Eu sempre prefiro uma abordagem algo mais vasta, a qual se exprime na definição clássica da Omnipresença, Omnipotência e Omnisciência divinas.

    Logo, a questão é saber se existe mesmo um Ser ou algo com essa tríplice qualidade. E a chave reside na "consciência", pois quanto aos 2 primeiros atributos eles são comuns à matéria-energia que permeia o espaço-tempo.

    So... what is it that makes us self-conscious... who AM I?... unbound by Earth or Sky?!

    Humm... e quem são a Cristy e a Karin...

    Rui leprechaun

    (...lovely Fairs to be seen! :))


    The Tao is like a well:
    used but never used up.
    It is like the eternal void:
    filled with infinite possibilities.

    It is hidden but always present.
    I don't know who gave birth to it.
    It is older than God.


    (Tao Te Ching, 4)

    For God is a human concept, not the original thing... the Tao-King! :)

    Ah, já agora, em termos puramente humanos, a figura materna... Mother!... é deveras o mais elevado exemplo concreto de Deus que podemos experimentar nesta existência. Nisso, o tal artigo é bom, descrer da Mãe é descrer de Deus também!

    And since I'm just a baby... I adore my Beloved Lady!!! :)

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  15. Karin
    O Alan Rickmann é MEU e nem à família o cedo (há limites para tudo).
    Ficas com o Pitts e é só porque na minha avançada idade de 55 anos tenho que regimentar um pouco as energis.
    Cristy

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  16. Leprechaun:
    bem vindo, homem (?), julgava que nos tinha abandonado de vez ..
    Cristy

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  17. Cristy, o Rickmann é meu nem que seja à dentada.
    Leprechaun,não saberes quem são a Cristy e a Karin ainda é como o outro, mas não conheceres o Ricky Gervais é significativo.Ou seja, já explica muita coisa.
    Karin

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  18. Ludwig, presumo que o Pedro Dias seja eu.

    Não estou a dizer que os filhos não devem ser educados, muito pelo contrário. Os pais devem sempre apresentar os motivos para que os filhos optem por um certo caminho, mas depois a decisão deve ser livre e tomada pelos filhos. Claro que essa liberdade de decisão não deve ser imediata, mas vai-se tornando mais clara com a idade.

    Também sei que as crianças perguntam “porquê?” por tudo e por nada, e cabe aos pais tentarem responder a essas perguntas, com toda a lógica e razoabilidade. Se a mãe do Ricky não se soube explicar, então é porque ela própria não sabia no que acreditava. Eu não acredito em Deus simplesmente porque sim, tenho razões para o fazer, e consigo explicá-las com maior ou menor dificuldade a uma criança.

    O ricky explica muito mal, ou não explica de todo, as perguntas que o fizeram perceber que Deus não existia. E depois tenta comparar Deus com o pai natal, numa pergunta que não faz muito sentido: “se a mãe me mentiu em relação a Deus, quer dizer que também mentiu em relação ao pai natal?”. Isto parece-me demasiado forçado, e uma dramatização da vida real, mas é apenas um palpite. O que digo é que se ele seguisse esse raciocínio, ou seja: “se a mãe não consegue provar A, então A não existe”, ele deveria ter desconfiado de quase tudo o que a mãe lhe tinha para dizer, porque não iria ser provado naquele momento. Inclusivamente, que a mãe dele era mesmo sua mãe, ou que a sopa lhe faz bem à saúde, ou que não estava envenenada.

    As mães enganam-se muitas vezes, mas normalmente querem o bem dos filhos, e é daí que tiramos a confiança para acreditar nelas.

    Pedro Silva

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  19. Karin,
    tem paciência com o nosso gnomo, porque para saber quem é o Gervais é preciso a) ser deste mundo e b) possuir um sentido de humor.
    Cristy
    P.S. Sobre o Rickmann ainda havemos de falar

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  20. Pedro Silva,

    «Ludwig, presumo que o Pedro Dias seja eu.»

    Sim, peço desculpa pela gralha...

    «O ricky explica muito mal, ou não explica de todo, as perguntas que o fizeram perceber que Deus não existia.»

    Nem precisa. Ele acreditava, simplesmente. Sempre acreditara. A mãe acreditava, dizia que era assim, e ele aceitava.

    Mas o perguntar «porquê?» levanta a possibilidade de não ser. Leva-nos a comparar as duas, a pesá-las, a tentar ver se as evidências pendem mais para um lado que para o outro.

    E é claro que o Pedro tem razões para acreditar. Razões para uma coisa encontramos sempre. Mas se perguntar «porquê?», aquele porquê honesto e exigente das crianças, sentir-se-á obrigado a considerar tanto as razões a favor como as razões contra e provavelmente chega a outra conclusão.

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  21. Ludwig,

    "Mas se perguntar «porquê?», aquele porquê honesto e exigente das crianças, sentir-se-á obrigado a considerar tanto as razões a favor como as razões contra e provavelmente chega a outra conclusão."

    O meu percurso é exactamente o oposto. Sempre vivi sem precisar de Deus para coisa nenhuma, mas quando comecei a perguntar "porquê?", aquele porquê honesto e exigente das crianças, encontrei o cristianismo. E pode não acreditar, mas esse esse porquê, pergunto-o todos os dias, porque é a única forma de ter a certeza que Cristo é a verdade. Não gosto de tabus nem de "partes da razão" que não devem ser usadas, e muito menos gosto de tretas. Muitas das quais são bem denunciadas aqui no seu blog, obrigado por isso.

    Pedro Silva

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