Treta da semana: fé nos tecnocratas.
Esta semana, no “Edição da Noite”, o Alfredo Barroso e o António Capucho conversaram sobre os “tecnocratas” da Europa (1). São a figura mitológica do momento, estes supostos crânios da economia, isentos de ideologia política e unânimes a recomendar austeridade como cura para qualquer maleita (2). O António Capucho chegou até a defender que era bom esses tais “tecnocratas” tomarem o poder na Grécia e na Itália, acabando com aquelas mariquices da democracia como eleições e referendos, e disse serem «homens de pouca fé»(1) aqueles que não confiarem na austeridade tecnocrata para nos salvar. Isto é uma treta.
Em detalhe, a situação económica da União Europeia é um caos. Mas, em traços largos, nem é muito complicada. Como em qualquer Estado, há partes mais ricas, que produzem mais, vendem mais e têm de conceder crédito para escoar o que produzem. E há partes mais pobres, que compram mais do que podem pagar e contraem dívidas. Em qualquer Estado, estes desequilíbrios resolvem-se de várias maneiras. A mobilidade laboral leva pessoas das zonas pobres para as mais ricas, deslocando também o consumo, as transferências do erário e a política fiscal contrariam as transferências privadas, e o banco central pode sempre garantir liquidez e, pela inflação, ir diminuindo o peso das dívidas.
Infelizmente, a UE não é um Estado. Línguas e hábitos diferentes dificultam a mobilidade. Se umas dezenas de milhões de gregos começassem a procurar emprego na Alemanha, provavelmente muita gente repensava isto da austeridade. Mas é pouco provável que o façam e, mesmo que em teoria o pudessem fazer, se tentassem acabava-se logo a UE. As transferências de dinheiro público dentro da UE também são pequenas, muito abaixo do que acontece dentro de qualquer país e muito aquém do que seria preciso para equilibrar as contas. E o Banco Central Europeu foi concebido por banqueiros que convenceram os políticos – mais com lugares de administração do que com argumentos, presumo – de que o ideal é um banco central que não pode emprestar dinheiro aos Estados, só aos bancos privados, e que serve principalmente para manter a inflação baixa. Dê lá por onde der. Agora, o BCE fica a soprar o chá enquanto a casa arde.
A austeridade não vem dos tecnocratas. Economicamente, a melhor solução para o problema financeiro da UE seria a inflação. Aumentava as exportações para fora da UE, aumentava o PIB nominal de cada país – tornando as dívidas mais leves – e evitava a recessão. As medidas de austeridade são um disparate porque são medidas recessivas que vão contrair o PIB dos países devedores e levar inevitavelmente ao default (3). Em parte, o problema é político no bom sentido, no sentido da democracia e da vontade da maioria. Os eleitores nos países mais ricos, como a Alemanha, terão naturalmente relutância em aceitar uma perda de poder de compra para safar os outros. Mas este não será o problema principal, porque há vantagens claras para todos em manter a UE a funcionar. Afinal, o emprego dos eleitores alemães depende de haver quem continue a comprar os produtos e serviços que eles fornecem.
O problema principal é político no pior sentido. Não pela influência da maioria nos países mais ricos, mas pela influência da minoria dos mais ricos em todos os países. Mesmo em Portugal, na Grécia e na Itália, há gente com muito dinheiro, e bolsos cheios de políticos, a quem a inflação não convém mas a austeridade não preocupa. Desde que sobre polícia para arrear nos manifestantes, os milionários aguentam bem os cortes no subsídio de desemprego, pensões e serviço nacional de saúde. A austeridade até lhes permite comprar empresas públicas ao preço da uva mijona. É a esses que convém a ilusão da austeridade vir dos “tecnocratas”. Tem de ser mesmo assim, são questões técnicas complexas, os economistas é que sabem, e assim por diante.
Ainda a propósito deste assunto, uma menção honrosa para o “raciocinio” do José Manuel Fernandes: «Depois do preço elevadíssimos que os trabalhadores do sector privado estão a pagar em desemprego, em empregos sub-pagos, em intranquilidade, em diminuições salariais e por aí adiante, falar em equidade quando se propõe que paguem ainda mais taxas e impostos é próprio de quem, bem ou mal, quase só conhece o relativo conforto de se ser empregado do Estado.»(4) Não é verdade que, para o mesmo nível de formação, se ganhe mais no sector público do que no privado. Pelo contrário. E as maiores reduções salariais, recentes e propostas, são nos funcionários públicos. Mas a maravilha do raciocínio está em inferir que não se deve cobrar tanto ao sector privado porque «o número de desempregados [...] saltou de 425 mil para perto de 700 mil». Cobrar o subsídio de Natal e de férias aos trabalhadores do sector privado que ganhem mais dificilmente prejudicaria os desempregados. E sempre se podia subir menos o IVA ou não cortar tantas prestações sociais, isso sim coisas que prejudicam os que mais sofrem com a crise.
E a razão principal, em maiúsculas e tudo, é que «NÃO HÁ DINHEIRO.» Se o dinheiro crescesse nas árvores, o José até poderia ter razão. Mas o dinheiro faz-se nos bancos. Economicamente, a decisão é apenas quanta inflação vamos aceitar, porque para fazer dinheiro é só imprimir. Ou nem isso, hoje em dia. Infelizmente, a maioria de nós está mais habituada à economia da família do que à dos bancos centrais, e facilmente cai nesta treta. Como a desculpa dos “tecnocratas”, o “não há dinheiro” é outra forma fácil de fingir que ideologias são factos.
1- Edição da Noite, Alfredo Barroso e António Capucho
2- I, Isto só lá vai com heróis da tecnocracia: Super Mario e Capitão Papademos
3- Obviamente, não vão por mim. Vejam, por exemplo, aqui, ou aqui, e, especialmente, aqui.
4- José Manuel Fernandes, Peço desculpa aos funcionários públicos, mas…
http://esquerda-republicana.blogspot.com/2011/11/distribuicao-de-riqueza-nos-eua.html
ResponderEliminarQuanto tempo mais é que as pessoas irão nessa cantiga?
ó tecnocrata informata...
ResponderEliminara inflação é outro modo de empobrecer alegremente enquanto a carteira se enche de notas
e mais dinheiro no systema só pontualmente resolve os problemas do systema
num há respostas pois é uma situação com muitas soluções
mas nem uma delas é boa
a europa no todo ou em parte inevitavelmente empobrecerá
tal como os eua e o escudo canadiano
é inebitable
o fim do copyright e a cópia de conteúdos no mercado asiático
asseguram esse trend
bons bit con's
Ludwig,
ResponderEliminarNão há transferências de dinheiro sem transferências de soberania. Não tem interesse entregar na praia a fidelidade a um sentimento de diferença pelo qual tantos se sacrificaram. E também não vale a pena ficar na rua de mão estendida, à espera que os norte passem por nós e cuspam no chão. Tal como dizes, o cepticismo andou entretido com assuntos inofensivos e abriu as portas às crendices em tecnocratas que defenderam decisões a dizer que sabiam coisas que, afinal, não sabiam. Depois do jogo, é fácil chegar aos prognósticos. O Euro, está à vista, é uma união monetária geradora de graves desequilíbrios. A riqueza aparentemente criada, no Sul, foi obtida à custa de dívida e, como em todas as situações de cambio fixo, é muito fácil entrar mas é um grande berbicacho para sair. Não sei se as consequências das acções e das palavras que tantos "conhecedores" políticos e economistas têm atabalhoadamente colocado em cena são mais eficazes do que o silêncio respeitoso em que alguns se recolhem.
Se eu concordasse tanto com as tuas posições acerca do copyright como concordo com este texto nunca teria nada a debater.
ResponderEliminarExcelente e certeiro!
"a inflação. Aumentava as exportações para fora da UE"
ResponderEliminarcomo é que aumentando os preços se aumenta as exportações?
Nuno Dias,
ResponderEliminarA inflação surge como consequência da desvalorização da moeda. É uma consequência que não anula completamente esse efeito de desvalorização, a não ser no muito longo prazo.
Como a moeda vale menos face às outras, o preço dos bens exportados torna-se em termos relativos mais competitivo.
Por exemplo, se melhorar as vias de transporte para Lisboa, o preço das casas no centro da cidade diminui. No entanto, o efeito é o de afastar pessoas do centro da cidade, pois o efeito da diminuição do preço (que leva a que mais gente queira lá comprar casa) só em parte compensa o efeito anterior.
Outro exemplo:
ResponderEliminarExistem dois estados, o A e o B, e as suas moedas - diferentes - valem o mesmo.
O mercador vende cestos a 10 moedas do estado A.
No estado A passam a existir o dobro das moedas em circulação, mas no estado B o número de moedas é mantido constante.
Como no estado A existem mais moedas em circulação, lentamente os preços vão-se adaptando à nova realidade.
Em consequência da desvalorização da moeda, os preços sobem 40% (ou outro valor tal que, ao fim de muitos anos, sem mais aumento de moeda, eles se tornem o dobro).
Isto quer dizer que o comerciante vende agora cestos a 14 moedas do estado A. Mas enquanto que antes as moedas 10 do estado A valiam 10 moedas do estado B, agora as 14 moedas do estado A valem cerca de 8 moedas do estado B (isto porque as transacções cambiais adaptam-se muito mais rapidamente às quantidades de moeda em circulação que a generalidade dos preços).
Assim, o efeito que causou inflação causou também uma maior competitividade.
Claro que isto são só efeitos a curto prazo.
ResponderEliminarLudwig,
ResponderEliminarconheces isto?
http://www.equalitytrust.org.uk/node/618
Acabei de comprar o livro deste autor (Wilkinson) que tem uma tradução em pt (O Espírito da Igualdade) e tem dados bastante e interessantes apoiados em artigos publicados sobre a desigualdade dentro de sociedades. É interessante ainda mais porque Portugal aparece citado sempre pelas piores razões (isto dentro do grupo dos países da OCDE). Fez-me pensar que mais que as motivações éticas (como se estas não bastassem), existem dados concretos que apoiam de forma avassaladora as políticas que contribuem para uma redistribuição equilibrada da riqueza criada, e que todos, ricos inclusivé, ganham com elas quando isto acontece.
Esse livro é muito interessante.
ResponderEliminarTambém o li e recomendo vivamente.
Isto não é muito relevante para o argumento do texto, mas não pude deixar de reparar nisto:
ResponderEliminar"Se umas dezenas de milhões de gregos começassem a procurar emprego na Alemanha, provavelmente muita gente repensava isto da austeridade."
Os gregos são quase tantos como os portugueses, ou seja, não há gregos suficientes para formar a segunda dezena de milhão e, pior do que isso, a dezena mais próxima é a primeira.
Embora concorde genericamente com o post, acho que 'faz bem à saúde' distribuir um pouco de austeridade pelos países mais reguilas. Mesmo numa família, ou num sistema federal, é preciso disciplinar os reguilas e isso implica quase sempre uma punição. O difícil é encontrar a medida certa da punição.
ttdsxo,
ResponderEliminare, se me permites, acrescento outro aspecto interessante. Empresas alemãs estão a montar verdadeiras campanhas de angariação de profissioanis portugueses, gregos e espanhóis. No sector das novas tecnologias há 66 000 vagas, por todo o lado procuram-se engenheiros qualificados, no fim-de-semana passado, em Faro, foram técnicos alemães de turismo recrutar directamente mais de 300 pessoas.
Por muito que concorde com o post, discordo que a Alemanha esteja grandemente preocupada com uma enchente de trabalhadores da Europa. Tanto mais que, enquanto estes não trabalham, não têm direito a qualquer regalia social, que é, no fundo o grande medo dos alemães: mais despesas para o sistema social.
ttdsxo,
ResponderEliminarQuanto aos gregos, tens razão. Eu devia ter escrito PIIGS em vez de gregos. Mas quanto à ideia de disciplinar os reguilas, não acho que seja um bom argumento porque os responsáveis por este descalabro financeiro e fiscal estão agora a ganhar centenas de milhares, ou milhões, de euros com empregos na administração de empresas com as quais os Estados fizeram parcerias público-privadas, entre outras coisas. Esses não vão sofrer nada com a austeridade.
Cristy,
ResponderEliminarAlgumas empresas têm muito a ganhar em procurar a mão de obra mais qualificada, mesmo que noutros países. Mas a entrada de muitos trabalhadores é um problema em qualquer mercado de trabalho. Por exemplo, a Polónia entrou na EU em 2004 mas a Alemanha exigiu que só em 2011 fosse permitido aos polacos ter emprego na Alemanha.
Já agora deixo aqui um link para uma notícia acerca disto no site Deutsche Welle. Acho que é um site que agrega posts de vários bloggers, ou assim (he he ;)
Se umas dezenas de milhões de gregos começassem a procurar emprego na Alemanha...vê quem é amigo quem é...yo nem puze um error tão grave como esse na berlinda
ResponderEliminarInflação é boa se temos uma moeda como o dólar do zimbabué..desvaloriza-se inflação gigante e passadas duas semanas os gastos do estado só custam o papel da impressão...
ter depósitos em países que imprimem como loucos como a GB e os USA só tem interesse enquanto os detentores destas reservas monetárias confiarem em que não perdem o seu valor subjectivo (aquilo dos bit con's)
a questão é mais massa monetária não resolve os problemas da dívida estatal
teoricamente reduziria a taxa de juro dos empréstimos
mas com inflação ...os juros tendencialmente descolariam dos 1,25%
e essa do êxodo em massa para lugares com desemprego elevado
ResponderEliminarsó funciona com africanos que dormir na rua na Alemanha é letal
mesmo dormir nos barracões com fogareiros a madeira da ex-Rda é uma êxper i ên cia num recomendável a crias de krippahl com menos de 4 meses
a questão de fundo é que aos krippahis alemães não interessa perderem poder de compra (que vai baixar de qualquer modo) é bastante penoso para o euro ou o marco a descida de poder de compra dos países do sul
ResponderEliminarapesar da alemanha ter como mercado a China e south america
estes mercados dependem dos 100 milhões de sulistas para escoAr a produção
resumindo:visão muito simplista (deviam voltar a pôr economia no 9ºano
sinceramente era capaz de ser milhó ca TIC
ttdsxo disse...
ResponderEliminarEmbora concorde genericamente com o post...oyu seya mai um ecoignoranamus acho que 'faz bem à saúde' distribuir um pouco de austeridade ...a austeridade não é uma solução
é um mal menor
a inflação e o aumento da massa tamém nã sã solução
sã um mal menor
a fragmentação é o inverno nuclear-monetário eurropeu
quem nasce torto
bons bit con's
e isso das consequências sociais
ResponderEliminarquando 5 milhões de portugueses estão em guetos económicos há 37 anos?
agora simplesmente os restantes 4 milhões estão a acomodar-se a um nível de consumo inferior
o restante milhão ...só em escudos é que vem mesmo para baixo
João Vasco disse...nã tive economia no 9º ano
ResponderEliminarOutro exemplo:espero que sejas bom a física...mas se fosses bom estavas no CERN ou en coubes de Bruxelles
Existem dois estados, o A (USA )e o B(Canadá), e as suas moedas - diferentes - valem mais ou menos o mesmo...a B (valia 0,9 da A)
No estado A passam a existir o (digamos mais 25% per capita )dobro das moedas em circulação, mas no estado B o número de moedas é mantido constante (+ uns piquinhos de massa monetária.
Como no estado A existem mais moedas em circulação, lentamente os preços vão-se adaptando à nova realidade.
Em consequência da desvalorização da moeda... os preços sobem (ou outro valor tal que, ao fim de muitos anos, sem mais aumento de moeda, eles se tornem o dobro).
Mas enquanto que antes as moedas 9 do estado A valiam 10 moedas do estado B, agora as 14 moedas do estado A valem cerca de 14 Canadian dollar = 0.982898x14 U.S. moedas do estado B (isto porque as transacções cambiais adaptam-se muito mais rapidamente às quantidades de moeda em circulação que a generalidade dos preços).
Assim, o efeito que causou inflação causou também uma maior competitividade....pois claro basta ver a quantidade de exports pró Canadá...Argentine peso (fixed rate, 1997-12-31 - 2002-01-04)
Date 1 ARS -> CAD
2002-01-04 1.5989
U.S. merchandise exports to Canada (2008)--$264.2 billion: motor vehicles and spare parts, industrial and electrical machinery, plastics, computers, chemicals, petroleum products and natural gas, and agricultural products. In 2008, 63% of Canada's imports came from the United States. U.S. merchandise imports from Canada (2008)--$347.9 billion: motor vehicles and spare parts, crude petroleum and natural gas, forest products, agricultural products, metals, industrial machinery, and aircraft.
In 2008, 75% of Canada's exports went to the United States.
pois....em 2011 é só comparar..
exportações para os EUA caem de 347 ou 355,731.5 370,005.3 271,108.7 para 296,672.0
ResponderEliminarem contrapartida as importações caem de 264 ou 281,535.0(segundo os canad's 236,289.6 para 259,952.7....
e em 2011 apesar do câmbio mais favorável...e da baixa de preços de muita maquinaria por dificuldades de escoá-la
nem quando o dólar via da impressão de triliões de dólares virtuais em dívida passar a valer como já aconteceu (menos que o dólar canadiano)
é que as relações económicas nem sempre funcionam assim
ResponderEliminaré ver os minérios do zimbabué e os mercedes importados
Repetindo o Wyrm, deixo-te com estas palavras:
ResponderEliminargo de volta
para para
the hospital brioche e palavras avulso
de onde where ou donde
you saiste.
Quando escreveres algo que se perceba, talvez tenha mais vontade de conversar
M3+Z1 (crédito) sobe em maio/07 de 57 ou 58.000 biliões (escala curta do bilião matemático )para 67 000 biliões em 11 de 2011
ResponderEliminar9/58 digamos dá 15,5% de aumento em pouco mais de 4 anos
e da contração de Z1 (debido à crise de 2008)
pelo que em termos de M3 a subida da massa monetária é superior
se juntarmos a isto o crédito emitido a curto prazo pelo governo dos eua
temos 75 mil biliões ou 75 triliões (ou na escala longa 75 milhões de milhões de dólares
dá 250 mil a cada americano (310 milhões?
o problema é essa moço não percebes do que falas (ou não queres perceber tive muito aluno assis num é novidade)
ResponderEliminare bai-te deitar que em 2013 bais ter d'emigrar
(com azar até yo)
o Jão Basquismo, como sub-corrente krippahlica não deixa de ser fenomena interessante
ResponderEliminargo de volta
ResponderEliminarpara para
the hospital brioche e palavras avulso
de onde where ou donde
you saiste.
go de volta
ResponderEliminarpara para
the hospital brioche e palavras avulso
de onde where ou donde
you saiste.
Em relação ao post, acho que são mais o tecnocratas que têm muita fé neles mesmo:
ResponderEliminarCognitive Illusion
Sim, a Alemanha exigiu essa limitação para os polacos, mas foi apenas e exclusivamente por motivos de política interna. A indústria alemã indignou-se e há anos que exige, com veemeência, uma maior facilitação da imigração qualificada, de resto não apenas da Europa. E parece que vai mesmo acontecer, embora Berlim esteja a tentar fazê-lo pela calada, para não despertar muitas emoções (idiotas). Quanto aos polacos, os alemães já se arrependeram do disparate da altura. Isto porque os polacos mais qualificados foram para a Inglaterra e a Irlanda e agora, de qualquer modo, poucos querem sair, porque a vida na Polónia está bem agradável.
ResponderEliminarA DW é um site que agrega blogs? O que é que te deu essa ideia? De um modo geral, os textos online da DW são adaptações de peças para a rádio, embora haja também a variante mais rara de peça exclusivamente para o online. Blog (ainda) não há.
Cristy,
ResponderEliminarOs empresários lucram vendendo o produto do trabalho que compram. Obviamente, para os empresários quanto mais oferta de trabalho melhor o negócio. O mesmo não se passa com quem vende o seu trabalho. Para esses – muitos – mais trabalhadores a competir pelos mesmos salários são más notícias. Esses “motivos de política interna” não são obra do Espírito Santo. Resultam da pressão de milhões de trabalhadores alemães. E mesmo que consideremos essas emoções idiotas, os efeitos de aumentar o número de pessoas à procura de trabalho são reais: os salários baixam e o desemprego aumenta.
Eu diria que se uns milhões de desempregados portugueses, espanhóis, italianos e gregos decidissem migrar para a Alemanha em 2012, por exemplo, essa pressão seria suficiente para motivar algumas leis como essa que impedia os polacos de terem emprego na Alemanha.
«A DW é um site que agrega blogs?»
Calma, estava a gozar, a propósito da tal conversa recorrente da qualidade do jornalismo e de muitos blogs serem uma melhor fonte de informação do que muitos jornais. Pensei que dois “he” e um smiley era suficiente :)
"O mercado, à medida que se foi tornando global, estimulou antes de mais nada, por parte de países ricos, a busca de áreas para onde deslocar as actividades produtivas a baixo custo a fim de reduzir os preços de muitos bens, aumentar o poder de compra e deste modo acelerar o índice de desenvolvimento centrado sobre um maior consumo pelo próprio mercado interno. Consequentemente, o mercado motivou novas formas de competição entre Estados procurando atrair centros produtivos de empresas estrangeiras através de variados instrumentos tais como impostos favoráveis e a desregulamentação do mundo do trabalho. Estes processos implicaram a redução das redes de segurança social em troca de maiores vantagens competitivas no mercado global, acarretando grave perigo para os direitos dos trabalhadores, os direitos fundamentais do homem e a solidariedade actuada nas formas tradicionais do Estado social. Os sistemas de segurança social podem perder a capacidade de desempenhar a sua função, quer nos países emergentes, quer nos desenvolvidos há mais tempo, quer naturalmente nos países pobres. Aqui, as políticas relativas ao orçamento com os seus cortes na despesa social, muitas vezes fomentados pelas próprias instituições financeiras internacionais, podem deixar os cidadãos impotentes diante de riscos antigos e novos; e tal impotência torna-se ainda maior devido à falta de protecção eficaz por parte das associações dos trabalhadores. O conjunto das mudanças sociais e económicas faz com que as organizações sindicais sintam maiores dificuldades no desempenho do seu dever de representar os interesses dos trabalhadores, inclusive pelo facto de os governos, por razões de utilidade económica, muitas vezes limitarem as liberdades sindicais ou a capacidade negociadora dos próprios sindicatos. Assim, as redes tradicionais de solidariedade encontram obstáculos cada vez maiores a superar. Por isso, o convite feito pela doutrina social da Igreja, a começar pela Rerum novarum, para se criarem associações de trabalhadores em defesa dos seus direitos há-de ser honrado, hoje ainda mais do que ontem, dando antes de mais nada uma resposta pronta e clarividente à urgência de instaurar novas sinergias a nível internacional, sem descurar o nível local."
ResponderEliminarCARTA ENCÍCLICA
CARITAS IN VERITATE
DO SUMO PONTÍFICE
BENTO XVI
A austeridade não vem dos burrocratistas krippahlistas jão basquistas a austeridade é apenas para as despesas do estado...numa europa estatizada
ResponderEliminarobviamente afecta toda a sociedade de serviços
Economicamente, a melhor solução para o problema financeiro da UE seria a inflação. Aumentava as exportações para fora da UE, aumentava o PIB nominal de cada país – tornando as dívidas mais leves...
aumentava as taxas de juro de uma europa que se auto-financia tal como os EUA no exterior
espero sinceramente que as tuas aulas de xeróró Pensamento críyico
seyam milhóre estruturadas ó muçum
kuanto ó jão basquismo é deficiente congénito como je...
num há cura possível
de resto a Alemanha tentou a via da massa monetária para pagar a dívida de guerra (da 1ªW.War) e deu no que deu...
se o jão basco é bolseiro espero que o cortem e obriguem a migrar
ResponderEliminar(como adezia o secretário da juventude (e em Protucale é-se jovem agricultor ou coçador de tomates até ós 40)
Aproveitem e migrem todos ...atheístas theístas e outras abécuas que frequentam estes espaços inflaccionados de palavras
que não dão dividendos de jeito
Wyrm disse...
ResponderEliminarEm relação ao post, acho que são mais o tecnocratas...curiosamente o jão basquismo é uma doutrina apelativa
frases vazias de conteúdos
bocês são uns neo-sócras
o País A + B ....imbecis...de resto como os restantes que ainda num migraram (como o Bom Barbudo )
a ideia de emigrar em massa
resultou com os ucranianos durante uns tempos
a maior massa de chulos trabalhadores de obras e prostitutas que invadiu a gorda europa
infelizmente com 12 milhões de criaturas de meia-idade e de terceira idade a grécia e Protucale nã podem enviar essas vagas...
de resto protugueses e turcos a dormirem nas ruas e em barracas em Dortmund e Amsterdão já há muitos
Ludwig,
ResponderEliminar"para os empresários quanto mais oferta de trabalho melhor o negócio"
Excelente oportunidade para trabalhadores por conta de outrém arriscarem também e passarem a empresários.
Excelente oportunidade para trabalhadores por conta de outrém Krippahl e Jão Vasco (empregue por bolsa estatal ou dos pais)arriscarem também e passarem a empresários.
ResponderEliminarTornem-se Virais
Treta...inflaccionária e das grandes!... é escrever um disparate deste tamanho, já que essa é uma área onde obviamente não há consenso generalizado nem soluções à vista.
Dívida média de digamos 60% do PIB europeu paga por injecção maciça de dívida (criação de Moeda M3+Z1(crédito bancário sem garantias + Assignats estatais= 60 ou 20 ou 30% tanto faz da massa actual
Inflação previsível ó krippahlóide
(os EUA injectaram 15 a 20% nestes anos sem inflação visível
e mesmo com uma apreciação ligeira do dólar face ao euro (que não emitiu quasi nada)
o problema é a confiança nessa massa monetária
e se o Ben Ali tinha cofres recheados de euros
e se os chineses têm percentagens da dívida de muitos países europeus
o certo é que não têm de todos...
e até quando terão dos EUA?
se venderem a moeda americana cai e aprecia-se o yuan
(o que para chinocas com triliões de dólares 2? de dívida é péssimo
é como aquelas aplicações da FCT em acções....
Que economista, defensor ou céptico do Marxismus, discorda que a inflação é o caminho ideal para um empobrecimento mais rápido para as famílias (para o estado e para as empresas depende do diferencial juros pagos inflação- ora com juros de 30% e inflação de 50%
pagava-se a dívida em 5 anos
E, contudo, esquecendo as fantasias à la jão Bascus, qual terá sido a causa de anteriores colapsos monetários desde que as obrigações começaram a ser emitidas no XVIº?
Então, por que não aprofundar os vários factores que contribuem para modelar a economia
Por fim, nos dois séculos passados XIX e XX, já assistimos a vários tristes exemplos de ciência económica politizada, ou seja, de como facções políticas se serviram da natural incerteza sempre associada ao pretenso valor científico das teorias económicas para promoverem as suas próprias agendas
krippahl que em termos económicos não consegue competir com as velhas forças económicas fósseis, pese embora a progressiva escassez destas e falta de vigor nas mesmas, compete demográficamente com sucesso produzindo crias de 4 meses em cada ano de bobagem blogagem.
Percebido agora, ó Jão Baskus?
Responda não que putos de 23 e 53 maleducados e malcriados já tive de sobra em 2009/2010.
Para quando a eugenia para 50% da Portugalidade?
ResponderEliminarAbate selectivo e castração já...
Mim voluntariza-se se Jã Basco for à frente
Nuno Gaspar,
ResponderEliminar«Não há transferências de dinheiro sem transferências de soberania. Não tem interesse entregar na praia a fidelidade a um sentimento de diferença pelo qual tantos se sacrificaram. »
Fala por ti. Eu cá acho que se pudermos escolher os nossos líderes for a de umas linhas arbitrárias que alguém no passado desenhou no mapa, sempre temos mais possibilidade de arranjar alguém de jeito. Não é garantido, mas pior não será. Quanto aos tais sacrifícios, houve, ao longo da história, tanta gente a sacrificar-se por coisas parvas que não me parece ser um bom critério. Finalmente, eu prefiro procurar a minha identidade naquilo que eu sou e não nos grupos onde me engavetam.
«Excelente oportunidade para trabalhadores por conta de outrém arriscarem também e passarem a empresários.»
Nem por isso. Quem tem dinheiro para investir num negócio, passar uns meses a ter só despesas à espera que a coisa arranque e depois, se não der, encolher os ombros e experimentar outra coisa pode arriscar. Mas quem vive da mão para a boca, tem renda de casa para pagar e não lhe sobra nada no banco está forçosamente for a do clube do empreendedorismo. Por muito boas ideias que tenha, a menos que consiga um negócio de investimento zero e viver uns meses sem água, comida e casa, não tem alternativa senão um emprego ou a esmola. Ou ambos, da maneira como isto anda...
Já há leis na Alemanha que impedem que a entrada de hipotéticos milhões represente um problema. Em dez sectores industriais, que são precisamente aqueles que mais atraem trabalhadores estrangeiros não qualificados, há salário mínimo. Os empregadores não ganham, por isso, nada, em preferir o estrangeiro ao nacional só para aumentar os lucros. Agora este salário mínimo vai ser estendido aos restantes sectores (numa variante muito alemã, mas não vou entrar aqui em pormenores). Os alemães não têm medo que os estrangeiros lhes venham tirar trabalho, nem que encorajem o "dumping" salarial, porque já perceberam que as leis funcionam. Os alemães têm medo que os estrangeiros queiram instalar-se no país para não trabalhare e viver à custa da assistência social. Estaria a ir agora longe demais analisar esta tara, mas ela tem um certo fundamento, porque a quota de desempregados é particularmente alta entre os estrangeiros, de modo que parece que eles vive todos às custas do Estado. É sobretudo esta a razão da ordem de "política interna" que faz com que a política ande a pisar ovos quando sabe perfeitamente que necessita urgentemente de imigrantes.
ResponderEliminarP.S. A DW online talvez até beneficiasse da inlcusão de alguns blogs.
Ludwig
ResponderEliminar"Finalmente, eu prefiro procurar a minha identidade naquilo que eu sou e não nos grupos onde me engavetam."
Imagina o que seria existir sem sentir o que se sente quanto se ouve, por exemplo, os "Verdes anos". 'stávamos lixados.
Cristy,
ResponderEliminarEstás a simplificar demais, e com isso a subestimar os efeitos de um influxo de estrangeiros.
Em primeiro lugar, o efeito do ordenado mínimo é garantir esse mínimo a quem está empregado em troca de aumentar a probabilidade de desemprego nesse escalão de trabalhadores menos qualificados. Quanto mais concorrência houver para trabalhos com ordenado mínimo, maior a taxa de desemprego nesse escalão.
Segundo, os trabalhadores estrangeiros vindos de países mais pobres, por estarem dispostos a fazer pelo salário mínimo alemão trabalhos pelos quais os alemães exigem mais dinheiro, competem também com muitos que recebem acima do salário mínimo e que passarão ou a receber salário mínimo ou a ir para o desemprego.
Finalmente, os serviços subsidiados pelo Estado – transportes, saúde, educação, segurança, etc – são pagos principalmente por quem ganha mais. O efeito é redistributivo, com as pessoas de maior rendimento a pagar mais do que custa fornecer-lhes esses serviços para que as pessoas com menos rendimentos possa beneficiar de serviços cujo custo não conseguiriam pagar. Um influxo de trabalhadores pouco qualificados, recebendo ordenado mínimo, aumenta mais os encargos do que os impostos, reduzindo a qualidade dos serviços ou exigindo um aumento nos impostos dos escalões mais elevados.
Eticamente, eu concordo contigo. As fronteiras são barreiras arbitrárias e imorais que servem para uns ficarem a viver melhor excluindo os outros dessas condições e recursos. Mas a ideia de que um influxo de trabalhadores estrangeiros vindos de um país mais pobre deteriora o nível de vida dos nativos é correcta.
Nuno Gaspar,
ResponderEliminar«Imagina o que seria existir sem sentir o que se sente quanto se ouve, por exemplo, os "Verdes anos". 'stávamos lixados.»
Não vejo o que é que o jeito do homem para a guitarra tem que ver com a linha no mapa. O que digo é que será disparate detestar "Recuerdos de la Alhambra" ou "Asturias" só porque não foram compostas do lado de cá.
Boas a todos,
ResponderEliminarEsta crise veio apenas colocar a nu aquilo que se sabia faz muito tempo: a união politica da europa é uma realidade ma parida.
Se nos lembrarmos que está à frente uma criatura como durão barroso está tudo dito.
Mas mesmo que esta crise passe, o que não é líquido, temos um problema q me parece estar a ter pouca atenção: os desempregados.
Hoje em dia o nível que se exige em qualquer local de trabalho é muito elevado, é necessário ter-se um conjunto de competências variadas e a maioria da nossa população simplesmente não tem.
Até agora a construção civil mascarou o facto de esta gente não saber nada de útil numa sociedade moderna , com o fim da bolha aparece a nu esta profunda deficiência .
A grande questão , logo a seguir da recuperação será como vamos empregar de novo este pessoal todo. Para mim não vamos e isso vai provocar uma enorme dor de cabeça aos governos e sobretudo aos sistemas de protecção social.
Outra questão muito séria é como vamos controlar vagas de mão de obra estrangeira que aceita preços de escravatura para fazer trabalhos não qualificados?
Tudo isto parece-me ser o rastilho para um futuro muito pouco alegre.
para terminar, não sei se concordo inteiramente com o dinheiro faz-se nos bancos, o problema é que se criou muito dinheiro, por sinal nos bancos ( não de retalho mas financeiros) a que não correspondia nada. Ora a única forma de repor os níveis de dinheiro para níveis de produtividade é sem dúvida empobrecer, o problema é que quem devida empobrecer seria quem usou esse dinheiro virtual , mas como sempre vai ser quem nunca lhe viu a cor que vai sofrer na pele.
Isto assim ainda acaba muito mal,
cumprimentos a todos ,
Ludwig,
ResponderEliminar"O que digo é que será disparate detestar "Recuerdos de la Alhambra" ou "Asturias" só porque não foram compostas do lado de cá.
Esse é precisamente o ponto que escangalha as tuas abordagens. Sentir que tem a ver consigo próprio, ou que não tem, gostar, detestar ou acreditar não são decisões. São coisas que vêem ter connosco.
@João Vasco
ResponderEliminarObrigado pela explicação.
Só falta saber a que preço se compraria petróleo e nas consequências a longo prazo do protecionismo às empresas ;)
Atenção, eu não defendi nenhuma política cambial.
ResponderEliminarApenas tentei responder à pergunta.
João Vasco disse...
ResponderEliminarAtenção, mi não effendi....
Ludwig Krippahl disse...
Fala por ti.
Nem por isso.
Que krippahl gastou o dinheirame todo e num pode investir num negócio, passar uns meses a ter só despesas à espera que a coisa arranque e depois, se não der, encolher os ombros e experimentar outra coisa pode arriscar...principalmente com a inflação a comer-lhe o capital e o crédito
Inflação de 3% e os juros a 1,25% ó seu krippahl é só pedir ao BCE
ou ao BPN
Mas quem vive da mão para a boca, com 3000 euroks tem crias a mudar de fraldas todo o santo dia tem renda de casa para pagar e não lhe sobra nada no banco (por causa daquelas férias nas Malvinas e nas Faroés)está forçosamente for a (for a =fora?)do clube do empreendedorismo?
está? olha o Duarte Lima...e o Bale d'Azebedo
Pode-se montar uma empresa internética por muito menos de 3000 aeurrios
Por muito boas ideias que tenha,(fabricar dinheiro numa impressora ou em bit con's ou em propriedades na Lua com certificado ou em formicários para export) a menos que consiga um negócio de investimento zero e viver uns meses sem água,(cai do céu) comida (há em todos os supermercados de graça)e casa (só na Alemanha é que nos engavetam por dormirmos no metro ou nas estações e aeroportos logo há muito sítio e o clima é bom), não tem alternativa senão um emprego ou a esmola. Ou ambos, da maneira como isto anda...só bou ganhar 42 este ano e para o ano fico nos 36 mil....tou na miséria..krippahl dixit
vender cópias piratas na feira tem inbestimento próximo de zero...
ou farinha por cocaína
ou barras de sabão como Ipad's mani eh
Os créditos já ultrapassam os 7% de juros mesmo a empresas com créditos pagos a tempo e horas
ResponderEliminarcom inflação de apenas 3%....olha se tivessemos 6 ou 10% d'inflação
olha se estivesse nos 40% do tempo soarista
era comprar gasoil ou sucre ou...ou...a 1 eurro e vendê-la passados uns tempos a 1,40 1,50
e ter uma banheira cheiinha de gasoil e uma despensa com 100 kg de bacalhau
tem sempre saida...biba zapata o in flaccionista
Um banco central sem regras, ou que imprime notas como um passador, esperando que alguém vá ficando com elas a troco de petróleo e mão-de-obra asiática ou tem um grande exército ou tem bombas krippahlicas
ResponderEliminarresumindo os bit con's não podem (ou não devem) ser criados
ResponderEliminarsem valor subjacente associado
colaterais....axo qué a definichão
senão zimbabué bué