Utilitarismo.
O utilitarismo é muitas vezes mal compreendido, talvez pela ideia infeliz de que procura o que é melhor para todos. Infeliz porque sugere que “o melhor” é igual para todos e faz confundir a utilidade com a felicidade, o prazer ou sensações afins. É preferível pensar no utilitarismo como procurando o melhor para cada um. Apesar de “todos” ser o conjunto dos “cada um”, assim fica mais claro que a utilidade não é um padrão uniforme mas sim o critério de cada pessoa.
A utilidade mede quanto algo ajuda cada um a atingir os seus objectivos. Como não temos todos os mesmos objectivos, o que é útil para um pode não o ser para outro. Escalar o Evereste tem grande utilidade para um aficionado do montanhismo mas utilidade negativa para quem almeje uma vida longa e confortável. Esta medida não pode ser convertida num critério uniforme como a felicidade, a realização pessoal ou o prazer porque nem sempre são esses os objectivos. Pode haver quem escale o Evereste para se sentir realizado, mas pode haver outros para quem essa sensação é secundária e o objectivo principal seja escalar a montanha. Porque está lá. Se houvesse comprimidos que dessem a sensação de ter escalado o Evereste, provavelmente só os tomaria quem não tivesse interesse em fazer montanhismo.
Isto complica a avaliação da utilidade, porque não permite reduzi-la a um factor que seja comum a todas as pessoas. Mas é mesmo assim. As pessoas não querem todas a mesma coisa e, por isso, o bom e o mau variam em função do que as pessoas querem. O papel da ética é gerir estas diferenças sem enfiar todas as cabeças no mesmo chapéu nem deixar que alguém ponha o seu chapéu em quem não o quer. O utilitarismo é a corrente ética que melhor resolve este problema.
Outro problema da ética é ter como propósito encontrar normas para regular as nossas escolhas ao mesmo tempo que só avalia aquilo que resulta de uma escolha livre. Sistemas éticos categóricos, que insistem em Bem e Mal absolutos, acabam por ser auto-contraditórios porque, nesses, a perfeição ética eliminaria as escolhas e a ética em si. Na prática, o problema fica disfarçado porque ninguém é eticamente perfeito. No entanto, quem defende esses sistemas normalmente presume existir alguém assim, e até diz saber que foi carpinteiro.
O utilitarismo resolve este problema considerando que a possibilidade escolha é um valor como os outros, porque os nossos objectivos – e, por isso, a utilidade – resultam de escolhas. Esta “escolha” não é o papão metafísico da vontade livre alegadamente isenta de restrições físicas, biológicas ou culturais. Escolhemos conforme o que somos. Mas a liberdade de viver com as nossas restrições, em vez de sob restrições impostas por outros, é algo que o utilitarismo considera ter valor ético. Por isso pode ser louvável dar sangue, doar um rim ou arriscar a vida para salvar outras pessoas ao mesmo tempo que é condenável obrigar alguém a fazê-lo. A possibilidade de escolher pesa na balança como um valor em si.
O utilitarismo tem também a vantagem de prático, tanto em coisas grandes como pequenas. É responsável por muitos dos avanços sociais dos últimos séculos, e até eu me guio por ele, aqui neste cantinho. Por exemplo, quando critico a propriedade intelectual ou escrevo sobre a redistribuição de riqueza. Como não podemos todos comer a mesma maçã, leis de propriedade sobre maçãs reduzem os conflitos sem restringir as liberdades que a natureza permitiria. Mas partilhar ficheiros, ouvir música ou implementar algoritmos é diferente. Nessas coisas as leis de propriedade criam restrições desnecessárias. O mesmo se passa quando um sistema arbitrário de pontos de troca permite que uns poucos comprem todo o arroz do ano que vem e condenem à fome muitos milhões de pessoas. Ou quando querem limitar os nossos direitos de expressão ou privacidade para defender interesses económicos ou ideologias.
As tretas em geral são outra afronta à liberdade de escolha. Passa muitas vezes a ideia de que quanto mais astrologias, medicinas alternativas e aldrabices do género houver, mais escolha todos temos. Mas isto é falso porque a escolha exige informação correcta e a possibilidade de avaliar as consequências. Quem se mete nestas coisas não está a escolher. Está a enfiar um barrete. Especialmente na religião, e em contraste com a fé pessoal.
Algumas pessoas declaram-se crentes porque escolhem certos valores que lhes parecem bons e que são partilhados por algumas religiões. Estas pessoas não se preocupam com dogmas, não insistem que aquilo tem de ser verdade nem presumem que a sua opinião também sirva aos outros. Simplesmente optam por viver de acordo com aqueles princípios. Este um direito que o utilitarismo defende. Mas há outras pessoas que fazem o contrário. Alegam conhecer factos fantásticos, coisas do outro mundo e detalhes privados de pessoas mortas há milénios, e tentam usar essas alegações infundadas para ditar valores aos outros todos. Do preservativo à blasfémia, do que se pode comer a que dias têm de ser feriado, como se reza e a quem, querem mandar em tudo. O que certamente tem utilidade para quem faz disso profissão mas, pela utilidade negativa que tem para os restantes, é algo que convém resistir.
A Wikipedia diz:
ResponderEliminar"Filosoficamente, pode-se resumir a doutrina utilitarista pela frase:
Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar (Princípio do bem-estar máximo)."
Isto é manifestamente arbitrário e subjectivo.
1. Quem decide o que é "bem-estar"?
2. Quem decide que se deve agir SEMPRE de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar? Se eu não quiser, quem é que me pode censurar? E porquê?
3. Se eu criar a minha versão de "utilitarianismo" e definir que se deve "Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar" às pessoas que pensam como eu", isto é tão válido como a versão oficial. Ou não?
Seres humanos a referirem-se a si mesmos como exemplos morais sobre a vida alheia ("até eu me guio por ele, aqui neste cantinho") é manifestamente contra-producente. O utilitarianismo pode ser "bom" para ti (dependendo da tua definição pessoal de "bom"), mas não para mim.
Resumindo:
O utilitarianismo é mais uma tentativa humana de prescrever comportamentos morais sem referência a Um Ponto de Referência Absoluto. Como todas as outras tentativas, esta também está condenada ao fracasso.
Primo-o utilitarismo é um sistema arbitrário como qualquer outro
ResponderEliminarSecundo-Mas a liberdade de viver com as nossas restrições, em vez de sob restrições impostas por outros,as restrições impostas pelos outros e elas existem sempre, mesmo um eremita para ter as suas independentemente dos outros
tem de os retirar da sua agenda
As restrições do eu têm sempre uma componente colectiva
não se nasce no vazio
Ludwig,
ResponderEliminardetive-me em três ideias.
1) O papel da ética é gerir estas diferenças sem enfiar todas as cabeças no mesmo chapéu nem deixar que alguém ponha o seu chapéu em quem não o quer. O utilitarismo é a corrente ética que melhor resolve este problema.
Se o que é útil para um, não é para outro, como pode o utilitarismo resolver isso?
2) Sistemas éticos categóricos, que insistem em Bem e Mal absolutos, acabam por ser auto-contraditórios porque, nesses, a perfeição ética eliminaria as escolhas e a ética em si.
Não sei como justificas que valores absolutos eliminam escolhas em vez de a orientar. Não pode a Liberdade ser um valor absoluto? É claro que não me refiro à noção superficial de liberdade como fazer tudo quanto se quer ...
3) O utilitarismo resolve este problema considerando que a possibilidade escolha é um valor como os outros, porque os nossos objectivos – e, por isso, a utilidade – resultam de escolhas.
O utilitarismo tem como regra de escolha o interesse particular ou geral, mas o que garante que esse interesse é útil? E se o interesse do outro for efectivamente mais útil para mim do que o meu particular?
A utilidade é uma coisa, o utilitarismo é outra. Pessoalmente, o último não tem utilidade nenhuma porque nos fecha sobre nós próprios, como que numa religião do Eu particular, ou do Todo indiferenciado, onde a parte se exclui do todo ou se perde nele.
O utilistarismo é consequencialismo, avaliando o que fazer unicamente em função das consequências, o que pressupõe estarmos totalmente cientes delas, e isso não é universalmente verdade. É uma moral eudemonista, procurando a felicidade como objectivo da vida humana, infelizmente esquecendo outras como a verdade, justiça, até mesmo a santidade, cujas versões mais conhecidas são a intelectualista de Aristóteles, a hedonista de Epicuro e a espizonista, claro está, de Espinoza.
No fundo, tem pouca utilidade porque sabe a pouco.
e o que é a felicidade?
ResponderEliminardeve-se instituir na constituição the pursuit of hapiness ao estilo americano?
Ludwig:
ResponderEliminarO post é bom.
Viste o site "amigos da cura" de que te deixei aqui o link? Se não viste, insisto que vejas.
MOP:
ResponderEliminar"O utilistarismo é consequencialismo, avaliando o que fazer unicamente em função das consequências, o que pressupõe estarmos totalmente cientes delas, e isso não é universalmente verdade"
Estas a fazer confusão entre o "livre arbitrio" da religião e a optimisação de uma escolha. Quem te julga por actos de que não és livre e de um modo absoluto é o teu deus. Ele nem sem dá ao trabalho de nos provar que existe. Ainda bem que é só uma fantasia.
Tambem estas errado nos outros comentarios, mas este merecia resposta.
Lot:
ResponderEliminar"deve-se instituir na constituição the pursuit of hapiness ao estilo americano?"
Não. Pode ser no estilo que mais convier à aos individuos.
Mas há aqui de facto um problema. A felicidade é uma medida biologica de bem estar. Mas não é a unica. Ausencia de sofrimento é outra. Saber prever e resolver problemas é outra - e como se vê não traz felicidade, pois muitos preferem viver na ignorancia.
Repara bem que o Ludwig no texto especifica que o melhor que é mais que felicidade.
Ludwig:
ResponderEliminarIsto parece humanismo secular.
Mats,
ResponderEliminar«Isto é manifestamente arbitrário e subjectivo.»
A ética é acerca do que se decide – do exercício do arbítrio – e de valores, que são necessariamente subjectivos, pois só sujeitos podem atribuir valores às coisas e situações.
«1. Quem decide o que é "bem-estar"?»
Cada um. É por isso que se chama utilidade, a propriedade de favorecer a realização dos objectivos desse indivíduo.
«2. Quem decide que se deve agir SEMPRE de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar? Se eu não quiser, quem é que me pode censurar? E porquê?»
Devemos maximizar a capacidade de cada um procurar aquilo que é mais útil aos seus objectivos, porque isso é o que cada um quer. Nota que o problema aqui é gerir as divergências de valores e conflitos nos actos.
«3. Se eu criar a minha versão de "utilitarianismo" e definir que se deve "Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar" às pessoas que pensam como eu", isto é tão válido como a versão oficial. Ou não?»
Não. Porque a versão oficial reconhece que a utilidade é uma medida subjectiva, e porque a ética pretende encontrar regras universais. O principio kantiano de agir como queremos que todos ajam tem esse problema porque centra o juízo de valor num só sujeito. O utilitarismo, que defende a maximização da capacidade de cada um atingir os seus objectivos, não sofre desse problema porque não tem um a ditar os objectivos aos outros.
«Seres humanos a referirem-se a si mesmos como exemplos morais sobre a vida alheia ("até eu me guio por ele, aqui neste cantinho")»
Disparate. Quando digo que me guio pelo utilitarismo não estou a falar sobre a vida alheia. Estou a falar da minha vida.
João,
ResponderEliminar«Viste o site "amigos da cura" de que te deixei aqui o link? Se não viste, insisto que vejas.»
Vi, obrigado. Não tenho tido muito tempo para comentar, mas fui lá ficar mal disposto, como querias :)
Miguel Panão,
ResponderEliminar«Se o que é útil para um, não é para outro, como pode o utilitarismo resolver isso?»
Neste momento, há pessoas por todo o mundo a ter relações sexuais. Umas por prazer, outras por dinheiro, outras para ter filhos, algumas com pessoas do mesmo sexo, casadas, solteiras, etc.
Uma abordagem é decidir, porque sim, que só certos tipos de sexo é que são aceitáveis, e os outros todos estão a cometer uma imoralidade. Essa abordagem é errada porque não reconhece que esse juízo de valor é subjectivo.
O utilitarismo é mais correcto porque admite que pessoas diferentes queiram ter sexo em condições diferentes, pelo que o problema surge apenas se o fazem contra a sua vontade.
Ou seja, o problema que se tem de resolver é o dos conflitos entre valores diferentes e não o dos valores “errados” que uns tenham. Esse é um falso problema com o qual muitas moralidades bacocas perdem a maior parte do tempo.
«Não sei como justificas que valores absolutos eliminam escolhas em vez de a orientar.»
Supõe que há um bem absoluto. Por ser absoluto é independente de qualquer escolha. Um ser perfeito deve então agir de acordo com esse critério independente de qualquer escolha, ficando privado de escolher.
«Não pode a Liberdade ser um valor absoluto?»
Não. Porque a liberdade de um afecta sempre a liberdade de outros. Se só existisse um ser no universo, não havia necessidade de ética. E havendo dois ou mais, a liberdade torna-se um valor relativo, pois a liberdade de um tem de ser sempre pesada em relação à do outro.
«É claro que não me refiro à noção superficial de liberdade como fazer tudo quanto se quer ...»
Pois, referes-te a algo que nem sequer vais explicar para não teres de justificar nada do que alegas. Mas a isso já me habituaste :)
«A utilidade é uma coisa, o utilitarismo é outra.»
A utilidade é a medida subjectiva da capacidade de algo para promover os objectivos desse sujeito.
O utilitarismo é a ideia fundamental que a ética deve maximizar a capacidade dos sujeitos de obter o que é útil para eles, nesta definição de utilidade.
«Pessoalmente, o último não tem utilidade nenhuma porque nos fecha sobre nós próprios»
Pelo contrário. Fechas-te sobre ti próprio quando achas que aqueles valores que tu escolheste têm de se aplicar a todos, quer queiram quer não. O utilitarismo olha para as relações, já que gostas tanto desta palavra, entre os conjuntos de valores que os vários sujeitos defendem e concentra-se apenas a limitar os conflitos que daí surgem, sem assumir à partida que os valores de uns são melhores que os dos outros.
«No fundo, tem pouca utilidade porque sabe a pouco.»
Sabe-te a pouco porque queres uma ética que te diga que valores hás de ter. Isso é uma treta. A ética serve para gerir os conflitos entre valores diferentes. Em vez de te dizer se hás de gostar ou não de arroz doce, deve é dar uma ideia de como distribuir as sobremesas pelas várias pessoas com gostos diferentes.
Ludwig:
ResponderEliminar"mas fui lá ficar mal disposto, como querias :) "
No entanto eu sinto-me muito melhor :P
Reparaste nas directivas de propaganda? Um PDF por dia para cada Auto-hemoterapico senão não é um auto-hemotretista que se preze. Embora para la haja muito mais que apenas auto-hemoterapia.
Parece muito bonito, mas é subjectivo. E leva a situações de ditadores ateus, como o Estaline, só porque é útil.
ResponderEliminarQuem é que decide o que é utilidade?
Como é que sabes que o utilitarismo é verdadeiro?
Como que o utilitarismo impede que um pedófilo viole, se for útil para ele?
CV:
ResponderEliminar"E leva a situações de ditadores ateus, como o Estaline, só porque é útil."
MAtar, troturar e obrigar estão racionalmente excluidas deste sistema. LEste o post?
Porque inventas tretas? É falta de inteligencia ou aldrabice?
.
ResponderEliminarPassa muitas vezes a ideia de que quanto mais astrologias, medicinas alternativas e aldrabices do género houver, mais escolha todos temos. Mas isto é falso porque a escolha exige informação correcta e a possibilidade de avaliar as consequências.
ResponderEliminarDa astrologia nada digo, embora o melhor conhecimento do sistema solar nos vá trazer, muito possivelmente, uma perspectiva que nem anda longe daquela da astrologia primitiva. Refiro-me com isto à antiquíssima noção das influências solares e planetárias sobre a Terra, que não se limitam apenas ao Sol e à Lua, nem mesmo têm a ver somente com a atracção gravítica que é facilmente mensurável e já não tem segredos para a ciência. Anyway, that is another story!
Quanto às medicinas alternativas ou complementares, aí o assunto já me interessa sobremaneira. Em primeiro lugar, volto a referir que por MAC eu entendo sobretudo as práticas terapêuticas das várias culturas tradicionais, tanto do Oriente como do Ocidente, essencialmente a medicina chinesa, a ayurvédica, e a naturopatia, incluindo o xamanismo e medicinas indígenas naturais. No plano terapêutico, todas elas recorrem sobretudo à fitoterapia, a farmácia da natureza. Aliás, os princípios activos das plantas medicinais continuam a ser amplamente estudados e incorporados em diversos fármacos, sendo aqui de realçar a investigação que vem sendo feita, desde há vários anos, em medicamentos de base natural para tratamento de enfermidades crónicas e degenerativas, em especial o cancro. Afinal, convém não esquecer que se a moderna medicina erradicou muitas das doenças infecto-contagiosas, obviamente ajudada pelo progresso e evolução a nível dos cuidados pessoais de higiene e sociais de saneamento básico, pelo contrário tem praticamente marcado passo no que se refere às doenças crónicas e autoimunes, quiçá consequências das amplas transformações sociais que alteraram significativamente o nosso ritmo de vida, acelerando-o para além dos seus limites naturais.
Mas voltando ainda à fitoterapia, que é realmente a base comum das outras medicinas, os chamados “remédios de ervanária” estão hoje cada vez mais representados nas farmácias, havendo inclusive uma nova modalidade de “parafarmácias” onde existem todo o tipo de medicamentos que não necessitem de receita médica.
Obviamente, eu considero isso muitíssimo positivo, não apenas pela tal liberdade de escolha, que aqui é negada por quem parece pensar que só existe o actual modelo biomédico e mais nada, mas ainda porque representa uma desejável simbiose entre tradição e modernidade ou a tal complementaridade das diversas práticas médicas, tanto as da medicina científica como as das medicinas tradicionais. Já agora, a homeopatia tem um carácter algo intermédio entre ambas, sendo praticamente contemporânea da recente evolução da alopatia. Deveras, estes são os 3 conceitos centrais nas diversas práticas médicas: Naturopatia, ou cura pela natureza (interna e externa), Homeopatia, ou cura pelos iguais, e Alopatia, ou cura pelos contrários.
É certo que o conceito de MAC não se esgota só nisto, já que há também outras terapias de cariz mais espiritual do que físico, que de certa forma até se podem considerar percursoras da medicina psicossomática e da psiquiatria e psicanálise. Claro que só a elas recorre quem tem uma concepção holística do Ser Humano, independentemente de crenças religiosas que estão num outro plano. E aqui volto a recordar que há mesmo remissões espontâneas... spirit over matter, that's it! :)
(continua)
Por fim, muitíssimo haveria também a dizer sobre essa tal informação correcta e a possibilidade de avaliar as consequências, tanto no campo da medicina como em tantos outros no âmbito da ciência, que lidam com sistemas muitíssimo complexos, como é o caso da agora tão badalada climatologia. A defesa do totalitarismo do pensamento único, que objectivamente é aquilo que aqui se apregoa a este nível, está claramente nos antípodas dessa livre escolha, realizada por quem mede e avalia toda a informação ao seu dispor e decide em conformidade com aquilo que considera ser melhor e mais útil para si, face às circunstâncias concretas em que se encontra. Isto sim, é utilitarismo e pragmatismo livre de ideologias escravizantes, mas guiado pela racionalidade junto com a intuição… ou razão mais emoção!
ResponderEliminarPois só quem pensa o que sente…
Rui leprechaun
(…pode escolher livremente! :))
Os melhores médicos do mundo são: o Dr. Dieta, o Dr. Tranquilidade e o Dr. Alegria! − Jonathan Swift
Joao,
ResponderEliminarentão não vês que o ateu Estaline matou, torturou e obrigou porque era útil para ele?
Não respondeste às perguntas. Em vez disso, apenas tentaste ofender, o que curiosamente é típico de quem não consegue responder às questões.
CV:
ResponderEliminar"torturou e obrigou porque era útil para ele?"
Em lado nenhum o utilitarismo propoe que haja um individuo que esteja acima dos outros em relação de quantidade de utilidade a que tem direito.
Precisamente isso é equilibrado e visto em termos de individuo enquanto integrado na sociedade de modo que haja uma relação reciproca.
"Não respondeste às perguntas."
Começaste logo mal, não vi necessidade de ir para o resto, era na mesma linha.
Joao Vasco:
ResponderEliminarQue é essa coisa do ponto final que às vezes fazes? Isso dá-me arrepios espinha acima, é alguma espécie de Vudo?
@Cristão Verdadeiro (15/01/11 12:34)
ResponderEliminarParece muito bonito, mas é subjectivo. E leva a situações de ditadores ateus, como o Estaline, só porque é útil.
O que há de utilitarista em um regime que não se importa em prender, torturar e matar pessoas por motivações políticas? Você leu o artigo do @Ludwig Krippahl?
Quem é que decide o que é utilidade?
O próprio indivíduo, visando o bem estar da coletividade. Você leu o artigo do @Ludwig Krippahl?
Como é que sabes que o utilitarismo é verdadeiro?
Basicamente, funciona. É como quando você aperta um botão e uma lâmpada acende, mesmo que você não faça a mínima idéia de como a fiação está organizada. Você leu o artigo do @Ludwig Krippahl?
Como que o utilitarismo impede que um pedófilo viole, se for útil para ele?
Você definitivamente não leu o artigo do @Ludwig Krippahl.
Tal ação provocaria sofrimento para a criança, que faz parte da coletividade, o que vai contra o princípio básico do utilitarismo: "Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar".
Cristão Verdadeiro (15/01/11 16:26)
Resposta do @Cristão Verdadeiro ao @Joao.
Não respondeste às perguntas. Em vez disso, apenas tentaste ofender, o que curiosamente é típico de quem não consegue responder às questões.
O João respondeu. Se ainda não entender, leia o artigo do @Ludwig Krippahl de novo, acompanhado de seu dicionário Novilíngua-Português.
Joao e Demente,
ResponderEliminarnão percebem as minhas questões e do Mats, ou fingem que não as percebem.
Se um pedófilo é quem decide o que é o "bem estar" para a comunidade, então o "bem estar" é violar crianças.
Quem é que pode dizer que está errado? É essa a contradições de teses subjectivistas.
Aliás, podemos fazer acrescentos à "tese oficial" para que esteja patente esse problema, como Mats muito bem mostrou.
Com Deus, que é a Fonte Absoluta de Moral, não existem esse problema.
Por isso voltamos à estaca zero:
Quem é que decide o que é utilidade?
Como é que sabes que o utilitarismo é verdadeiro?
Como que o utilitarismo impede que um pedófilo viole, se for útil para ele?
«Se um pedófilo é quem decide o que é o "bem estar" para a comunidade, então o "bem estar" é violar crianças.(...)
ResponderEliminarCom Deus, que é a Fonte Absoluta de Moral, não existem esse problema.»
Pois não. Sobretudo na igreja católica.
«Como que o utilitarismo impede que um pedófilo viole, se for útil para ele?»
O exemplo da pedofilia não me parece muito bem escolhido para ilustrar essa fragilidade do utilitarismo, porque quem usa os miolos normalmente resolve os dois problemas de uma só vez. Experimente fazer essa pergunta, desta vez como deve ser. Pode até tornar-se interessante...
Bruce Lóse: «Experimente fazer essa pergunta, desta vez como deve ser.»
ResponderEliminarTem razão, esqueci-me de um "é": Como é que o utilitarismo impede que um pedófilo viole, se for útil para ele?
Como é que alguém que "usa os miolos" normalmente resolve os dois problemas?
E se não "usa os miolos"?
@Cristão Verdadeiro (15/01/11 18:28)
ResponderEliminarJoao e Demente,
não percebem as minhas questões e do Mats, ou fingem que não as percebem.
Na verdade, você que está ignorando aquilo que estamos respondendo. No caso do @Mats, isso não chega a ser novidade.
Se um pedófilo é quem decide o que é o "bem estar" para a comunidade, então o "bem estar" é violar crianças.
Qual a parte do utilitarismo que diz que uma pessoa é quem decide aquilo que é bom para a comunidade?
Quem é que pode dizer que está errado? É essa a contradições de teses subjectivistas.
Nem tanto. Ainda é melhor que postular que uma entidade invisível superpoderosa, escravocrata e homofóbica é O exemplo absoluto de moral.
Aliás, podemos fazer acrescentos à "tese oficial" para que esteja patente esse problema, como Mats muito bem mostrou.
Erroneamente, pois o utilitarismo não postula a ideia de que exista alguém que decide o que é bom e ruim para a comunidade. Você leu o artigo do @Ludwig Krippahl?
Com Deus, que é a Fonte Absoluta de Moral, não existem esse problema.
Vide Êxodo 21:7 e 35:2, então compare com a moral atual. E não me venha com a história do tal "tempo da graça": se as leis divinas mudaram, então elas estão longe de serem absolutas!
Por isso voltamos à estaca zero:
Quem é que decide o que é utilidade?
Como é que sabes que o utilitarismo é verdadeiro?
Como que o utilitarismo impede que um pedófilo viole, se for útil para ele?
Perguntas devidamente debulhadas anteriormente. Além disso, existe uma diferença visível entre o método socrático e a repetição irritante de perguntas já respondidas.
@Cristão Verdadeiro (15/01/11 19:17)
Bruce Lóse: «Experimente fazer essa pergunta, desta vez como deve ser.»
Tem razão, esqueci-me de um "é": Como é que o utilitarismo impede que um pedófilo viole, se for útil para ele?
Não impede, pois é da escolha de cada indivíduo provocar ou não sofrimento. Porém, sabe-se que o sofrimento provocado por determinado indivíduo se espalhará pela sociedade como numa reação em cadeia, atingindo o próprio executor mais cedo ou mais tarde.
Vide padres pedófilos.
Como é que alguém que "usa os miolos" normalmente resolve os dois problemas?
Na verdade, a ética não se preocupa apenas com dois problemas tirados da manga de alguém que fez uma interpretação equivocada do utilitarismo, mas vários problemas palpáveis do dia-a-dia.
Uma pessoa que "usa os miolos", através de uma filosofia utilitarista, vai imaginar que geralmente não é uma boa ideia provocar sofrimento às outras pessoas, o que resolve a maioria dos problemas éticos de nível interpessoal.
Se mesmo assim ela decidir por provocar sofrimento, que se prepare para as possíveis consequências.
E se não "usa os miolos"?
Então, tal pessoa não possui capacidade de decisão. Por causa de pessoas assim que existem sanatórios.
é um bom ponto
ResponderEliminarCristão Verdadeiro disse...
Como que o utilitarismo impede que.... viole, se for útil para ele?
Biologicamente na nossa espécie há quem defenda que a violação é uma estratégia reprodutiva
que ancestralmente (não falemos das modernas sociedades ocidentais) maximizava a passagem de genes com um dispêndio mínimo de energia
logo evolutivamente pode ter sido uma estratégia útil
é por isso que os genes dos mongóis ou dos turcomanos ou dos tártaros, persistem em populações exógenas
ResponderEliminarCV:
ResponderEliminar"não percebem as minhas questões e do Mats, ou fingem que não as percebem."
Ok:
"Quem é que decide o que é utilidade?" Os individuos.
"Como é que sabes que o utilitarismo é verdadeiro?" Se estiver a ser aplicado completa e consistentemente com os seus principios.
"Como que o utilitarismo impede que um pedófilo viole, se for útil para ele? "
Chamado a policia.
Sô Jão o problema não é chamar externamente um poder superior
ResponderEliminarA concepção da maioria das sociedades ditas democráticas (como os estados unidos têm fragmentos dos conceitos utilitaristas nos seus princípios fundamentais
agora a questão é que são seres com princípios subjectivos que determinam
o que significam a aplicação e os princípios
"Se estiver a ser aplicado completa e consistentemente com os seus principios"#$
1ºA questão é que a noção de desses princípios e da sua efectiva aplicação
é similar ao uso democrático que o dito poder popular fez para melhorar a vida de todos
aparentemente e através de estatísticas estamos todos melhores
estranhamente franjas importantes da nossa sociedade só não vivem do mesmo modo que em 1960
porque têm TV, frigorífico e muitas vezes carro, bairro social e sopa dos pobres
portanto quando se fala de poder repressivo ou divino para castigar os infractores
que esmifraram o tutano do estado, mantêm bordéis com criaturas de todas as idades
e permitem-se todo o tipo de mordomias
enfim seu Jão em que mundo vive?
A pergunta é retórica...
ResponderEliminarVocês foram engraçados adeusinho
De quando em vez a partir de dia 24
Pense um bocadinho menos a preto e branco
e mais a tons de cinza
Ah estas virtuais coisas utilizavam o blog porque este aceita imediatamente a caixa de correio aberta como identificador
ResponderEliminardá assim uma excelente porta giratória de personalidades inexistentes
Ludwig...
ResponderEliminarJá jogou o jogo da velha? Já leu sobre o jogo da velha? Ele diz mais de etica do que qualquer outra coisa. E uma medicina da alma só consigo ver no "amor ao fati".
Hugo Dias Perpétuo
Arahamal Ibn Al Salame:
ResponderEliminar"1ºA questão é que a noção de desses princípios e da sua efectiva aplicação
é similar ao uso democrático que o dito poder popular fez para melhorar a vida de todos"
Exacto, apenas forne uma medida mais objectiva para comparar o que se passa com cada individuo, e assim poder fazer uma distribuição melhor da utilidade. No fundo quem inventou o utilitarismo foram os franceses na sua famosa revolução.
"enfim seu Jão em que mundo vive? "
Terrestre.
Cristão Verdadeiro,
ResponderEliminar«Se um pedófilo é quem decide o que é o "bem estar" para a comunidade, então o "bem estar" é violar crianças.»
Estás a partir do princípio que o bem estar, ou a utilidade, é definido por um sujeito. Pode ser o chefe, um deus, um pedófilo. Nessa premissa, acabas por concluir que é melhor que seja o teu deus, lá por razões tuas.
Mas esse é o problema. A utilidade é algo subjectivo e cada sujeito só pode definir a sua. Para o pedófilo pode ser útil violar crianças, mas para as crianças isso tem uma utilidade negativa muito grande, também para os pais das crianças, etc.
O que o utilitarismo faz não é definir o que é útil. É gerir as diferenças de utilidade que os vários sujeitos atribuem a coisas e actos. Assim, tendo em conta que aquilo que o pedófilo considera bom para si afecta outros que o consideram mal, é preferível restringir certos actos do pedófilo para que esses não imponham restrições aos outros que não os querem.
Por exemplo, se o pedófilo quer violar crianças, não se deixa. Mas se o pedófilo tem uma namorada de 20 anos, lhe pede para ter relações sexuais com ele vestindo o uniforme do colégio e ela aceita, isso é lá entre eles.
Penso que a vossa dificuldade em perceber o utilitarismo está em assumir que a ética é aquilo que nos dá os nossos valores. Não é. É um fundamento para as regras que gerem as diferenças de valores.
As objecções que alguns levantam são dignas de quem nunca negociou nada na vida. Para esse pessoal tudo tem de vir pré-definido, pré-doseado. Devem adorar comida pré-cozinhada - se na embalagem a potência do micro-ondas é inferior já nem compram! Aposto que entram em ruptura se alguma vez chegarem a ter filhos adolescentes normais.
ResponderEliminarCristão Verdadeiro,
ResponderEliminar«Como é que alguém que "usa os miolos" normalmente resolve os dois problemas?
E se não "usa os miolos"?»
Antes de mais é engraçado que surja sempre a pedofilia como forma de questionar a auto-suficiência do ser humano no que toca às opções morais, atribuindo-lhe um estatuto de caso limite. Como se o indivíduo despojado da Santa Vigilância se sentisse tentado a agredir sexualmente uma ou outra criança ao longo do dia... Ao escolher este exemplo para propor a ideia de que sem Deus não há moral, o pobre cristão acaba por presumir que sem Deus não há consciência... isso não é ridículo? Não há ética sem consciência, mas você parece disposto a abdicar das duas coisas só para chatear o pessoal.
A opção de poupar uma criança ao sofrimento e às angústias do extenso catálogo subjectivo (de que é suposto termos consciência), mais do que uma propensão enigmática é uma questão lógica. É lógico participarmos nas regras em que queremos viver, só um inconsciente faz o contrário. Por isso estamos seguros de que a pedofilia é um desvio comportamental condenável e não um sistema ético peculiar tão válido como qualquer outro. É assim que se «usam os miolos» para resolver os problemas da pedofilia e da fragilidade utilitarista.
É claro que eu posso reconhecer que algo vai mal com a auto-suficiência do ser humano, ainda que continue a achar estúpida a proposta de agir em função dos conselhos do seu amigo imaginário. Poderia até dizer-lhe que penso que o elo mais volátil da moralidade é o reconhecimento, no “outro”, das suas semelhanças connosco e (curiosamente) parece ser aqui que os cristãos mais se espalham. Por isso também eu lhe faria uma pergunta acerca da auto-suficiência do ser humano, que exasperou o próprio Jesus Cristo: como persuadir ovelhas de que é na diferença que estão as semelhanças? Essa é que é essa.
Cristão Verdadeiro:
ResponderEliminarComo é que sabes que és um cristão verdadeiro?
Maria era virgem ou isso é treta de quem não sabe ler a biblia?
Deus afogou toda a criação no diluvio excepto os que iam na arca ou isso é uma metafora para que façamos alguma coisa pela nossa pele?
Xangrylah disse...
ResponderEliminarAposto que entram em ruptura se alguma vez chegarem a ter filhos adolescentes normais.
ora ora a adolescência nos dias de hoje chega aos 69 anos
têm birras amuam
logo a normalidade tamém não é um chavãozinho
há adolescentes dentro da norma?
e a norma são os góticos, os emos, os fãs da ana montana ou do anime
é o que dá ter bioestatística
debitam normalidades
O LUDWIG ERRA: VIOLA O DEVER DE RACIONALIDADE SEMPRE QUE AFIRMA A SUA EXISTÊNCIA
ResponderEliminarA certa altura, o Ludwig referiu-se a um dever de racionalidade a que, alegadamente, todos estamos subordinados.
O problema do Ludwig é que, por causa da sua visão ateísta e naturalista do mundo, não consegue justificar racionalmente a existência desse dever de racionalidade.
Em primeiro lugar, se o nosso cérebro é o resultado acidental de coincidências físicas e químicas torna-se difícil ter certezas sobre a nossa própria racionalidade.
Não é por acaso que o Ludwig se autodescreveu como “macaco tagarela” quando é certo que o próprio Charles Darwin punha em causa a fiabilidade das convicções que os seres humanos teriam se fossem descendentes dos macacos.
Em segundo lugar, se Universo, a vida e o homem são fruto de processos cegos, aleatórios e irracionais, não se vê como é que de uma sucessão naturalista de acasos cósmicos pode surgir qualquer dever, e muito menos um dever de racionalidade.
Já David Hume notava o que há de falacioso em deduzir valores e deveres (que são entidades imateriais) a partir de processos físicos.
O Ludwig é o primeiro a dizer que não existem deveres objectivos e que toda a moralidade é o resultado, em última análise, de preferências subjectivas arbitrárias.
Na verdade, se a visão ateísta do mundo estiver correcta, quando afirma que o Universo, a vida e o homem foram o resultado de processos irracionais, a ideia de que existe um dever de racionalidade é, em si mesma, totalmente arbitrária, porque destituída de qualquer fundamento racional.
Ou seja, o Ludwig mostra a sua irracionalidade porque sempre que afirma o dever de racionalidade o faz sem qualquer fundamento racional.
Ele viola o dever de racionalidade sempre que afirma a sua existência.
O dever de racionalidade existe apenas se for verdade que o Universo e a vida foram criados de forma racional por um Deus racional que nos criou à sua imagem e semelhança e nos dotou de racionalidade.
Apesar da corrupção moral e racional do ser humano, por causa do pecado, continuamos vinculados por deveres morais e racionais porque eles reflectem a natureza do Criador.
Daí o dever de racionalidade.
COMO PODEMOS TER A CERTEZA ABSOLUTA DE QUE O LUDWIG HÁ MUITO QUE PERDEU O SEU DEBATE COM OS CRIACIONISTAS?
ResponderEliminarÉ muito simples:
1) Para defender a ciência, o Ludwig tem que postular que o Universo funciona racionalmente e pode ser compreendido racional, lógica e matematicamente.
A Bíblia ensina isso. A teoria da evolução (com a sua ênfase na irracionalidade dos processos), não.
A Bíblia ganha, porque o Ludwig tem que postular a visão bíblica do mundo para defender as possibilidades da ciência.
2) Para poder criticar o comportamento dos religiosos, o Ludwig tem que pressupor a existência de valores morais objectivos.
Caso contrário, são as suas próprias preferências morais subjectivas contra a dos religiosos.
A Bíblia ensina que existem valores morais objectivos. A teoria da evolução (com a sua ênfase no carácter amoral e predatório dos processos), não.
A Bíblia ganha, porque o Ludwig tem que postular a visão bíblica do mundo para as suas condenações morais serem plausíveis...
3) A Bíblia ensina que a vida foi criada por uma (super-)inteligência.
A existência de códigos e de informação codificada é a marca, por excelência, da inteligência e de racionalidade (v.g. computadores, ATM’s, GPS’s., Ipads).
A vida depende de códigos e informação codificada, com uma densidade e complexidade que a comunidade científica não consegue compreender e reproduzir.
Para aspirar a ganhar o debate, o Ludwig teria de a) mostrar um processo físico que crie códigos e informação codificada ou b) demonstrar que a vida não depende de códigos nem de informação codificada.
Como ambas as coisas são cientificamente impossíveis, a Bíblia ganha.
É por isso que é errado afastar a Bíblia deste debate, como alguns pretendem. Ela dirige e vence o debate.
Sempre que tenta negar a Bíblia e condenar a conduta dos cristãos o Ludwig tem que postular a visão bíblica do mundo.
A FORQUILHA CRIACIONISTA: LUDWIG GRELHADO E BEM PASSADO! (1)
ResponderEliminarNa base dos argumentos científicos a favor do criacionismo encontramos um raciocínio com a forma de uma forquilha tridente:
1) Sempre que num sistema temos informação codificada esta tem sempre origem inteligente;
2) No DNA encontramos informação codificada;
3) Logo, na origem da informação codificada do DNA está um ser inteligente.
A força deste argumento é que as premissas 1) e 2) são cientificamente irrefutáveis.
Elas baseiam-se na observação, não podendo ser desmentidas através da observação.
Elas dizem respeito a factos observáveis.
Elas colocam os evolucionistas em xeque mate, na medida em que não existe nenhuma evidência científica que as possa contrariar.
Na origem da informação codificada em livros, enciclopédias, computadores, telemóveis, etc., está sempre uma inteligência.
Como o Ludwig sabe isso, a sua estratégia tem sido tentar negar que no DNA encontramos informação codificada.
Ou por autismo auto-imposto ou por incompreensão, ele acha que o código genético é o que os bioquímicos dizem sobre o genoma, e não o que o genoma diz sobre os bioquímicos.
O que os bioquímicos dizem sobre o genoma não consegue explicar a origem do genoma nem dos bioquímicos.
No entanto, essa estratégia falha completamente, pelo simples facto de que no DNA encontramos realmente informação codificada. Isso não é um modelo humano.
É literalmente assim.
Sequências de nucleótidos são usadas para representar toda a informação (de que a comunidade científica não dispõe) que representa todas as instruções químicas necessárias à produção e reprodução de seres vivos extremamente diversos, complexos e funcionais.
As letras ATCG são as mesmas. O que muda é a sequência.
A FORQUILHA CRIACIONISTA: LUDWIG GRELHADO E BEM PASSADO! (2)
ResponderEliminarQue isso é assim, é amplamente corroborado pela comunidade científica.
Isto tem sido reconhecido mesmo pelos evolucionistas mais impenitentes.
Carl Sagan é um bom exemplo.
Ele referia-se ao DNA como “o livro da vida”, reconhecendo que a dupla hélice do DNA é a linguagem, com apenas quatro letras, em que a vida está escrita.
A variação destas quatro letras é aparentemente infinita.
Com elas pode ser codificada toda a informação necessária à produção e reprodução dos diferentes seres vivos.
No que toca aos seres humanos, reconhecia Carl Sagan, o material hereditário requer múltiplos biliões de bits de informação, numa estimativa que hoje se sabe que foi feita muito por baixo.
Nas palavras de Carl Sagan,
"(these) bits of information in the encyclopedia of life-in the nucleus of each of our cells-if written out in, say English, would fill a thousand volumes.
Every one of your hundred trillion cells contains a complete library of instructions on how to make every part of you."
[Carl Sagan, COSMOS, Ballantine Books, 1980, p. 227.]
O Ludwig diz que no DNA não existe informação codificada.
Em sentido oposto, Carl Sagan diz que as nossas células contêm uma completa biblioteca com instruções sobre como fazer cada parte de nós (instruções essas que a comunidade científica não consegue abarcar).
Os criacionistas não poderiam concordar mais com Carl Sagan neste ponto, já que os factos são indesmentíveis.
A FORQUILHA CRIACIONISTA: LUDWIG GRELHADO E BEM PASSADO! (3)
ResponderEliminarNo sentido oposto ao do Ludwig escreve quase toda a literatura relevante.
Toda ela se refere à informação codificada que existe no núcleo da célula e não à informação sobre o genoma que existe nos livros de biologia molecular.
Vejamos alguns exemplos das definições do código genético que surgem na literatura especializada.
“The genetic code is a set of 64 base triplets (nucleotide bases, read in blocks of three).
A codon is a base triplet in mRNA. Different combinations of codons specify the amino acid sequence of different polypeptide chains, start to finish.“
-Cell Biology and Genetics, Starr and Taggart, Wadsworth Publishing, 1995
“The sequence of nucleotides, coded in triplets (codons) along the messenger RNA, that determines the sequence of amino acids in protein synthesis.
The DNA sequence of a gene can be used to predict the mRNA sequence, and the genetic code can in turn be used to predict the amino acid sequence.”
-50 years of DNA, Clayton and Dennis, Nature Publishing, 2003
“The most compelling instance of biochemical unity is, of course, the genetic code.
Not only is DNA the all but universal carrier of genetic information (with RNA viruses the sole exception), the table of correspondences that relates a particular triplet of nucleotides to a particular amino acid is universal.
There are exceptions, but they are rare and do not challenge the rule.”
-The Way of the Cell, Franklin M. Harold, Oxford University Press, 2001
“The genome of any organism could from then on be understood in a detailed way undreamt of 20 years earlier. It had been revealed as the full complement of instructions embodied in a series of sets of three DNA nitrogenous bases.
The totality of these long sequences were the instructions for the construction, maintenance, and functioning of every living cell. The genome was a dictionary of code words, now translated, that determined what the organism could do.
It was the control center of the cell. Differences among organisms were the result of differences among parts of these genome sequences.”
-The Human Genome Project: Cracking the Genetic Code of Life, by Thomas F. Lee, Plenum Press, 1991
Ou seja, do que se trata aqui é da informação codificada que existe no núcleo da célula, a qual já era capaz de assegurar a produção, sobrevivência e reprodução de bioquímicos muito antes de os bioquímicos descobrirem a informação contida nas células.
O Ludwig, pelos vistos, é que não percebeu do que se estava a falar durante este tempo todo.
Ele estava a falar da informação que existe nos livros de bioquímica, ao passo que o código genético designa a informação que existe no núcleo das células dos bioquímicos.
Ele pensava que o código genético deve a sua existência aos bioquímicos.
No entanto, os bioquímicos é que devem a sua existência ao código genético, o qual já desde há muito transcrevia, traduzia, executava e copiava a informação necessária à produção e reprodução dos seres vivos.
A FORQUILHA CRIACIONISTA: LUDWIG GRELHADO E BEM PASSADO! (4)
ResponderEliminarÉ curioso.
Quando afirmava categoricamente que o DNA não codifica nada, o Ludwig, afinal, estava a mostrar que ele é que ainda não tinha percebido de que é que cientistas como Crick, Watson, Sagan, Dawkins, etc., estão a falar quando se referem ao DNA e ao código genético.
O Ludwig pensava que o código genético é o que sobre o genoma se encontra codificado nos livros de biologia molecular.
Se calhar, para ele o código geológico é o que os livros de geologia dizem sobre as pedras, e o código bolístico é o que está codificado nos jornais desportivos.
Para Ludwig, a grande descoberta de Crick e Watson não terá sido mais do que perceber que se pode falar sobre o DNA!!!
Desengane-se, de uma vez por todas, Ludwig: o código genético é a informação codificada nas sequências de nucleótidos com todas as instruções para o fabrico e a reprodução dos seres vivos! Que parte disto é que ainda não percebeu?
Já ouviu falar na sequenciação de genomas para obter informação genética?
Como se vê, a estratégia do Ludwig está votada ao fracasso. O Ludwig não tem, por isso, qualquer hipótese científica séria contra a forquilha criacionista.
Quase podemos dizer, em tom de brincadeira, que espetámos o Ludwig com ela e agora vamos grelhá-lo no seu próprio blogue.
A FORQUILHA CRIACIONISTA: LUDWIG GRELHADO E BEM PASSADO! (5)
ResponderEliminarRecordemos, numa formulação ligeiramente diferente:
1) Toda a informação codificada tem origem inteligente.
2) No DNA encontramos informação codificada em quantidade, qualidade, variedade, complexidade e densidade que transcende tudo o que a comunidade científica é capaz de produzir
3) Acresce que a informação codificada no DNA requer a existência de maquinismos de descodificação, o ribossoma, sendo que as instruções para construir ribossomas se encontram codificadas no DNA. Além disso, a descodificação requer energia a partir de ATP (adenosina trifosfato), construída por motores ATP-sintase, construídos a partir de instruções codificadas no DNA.
4) Na origem do DNA encontramos uma inteligência que transcende a inteligência de toda a comunidade científica junta e que criou a vida de forma instantânea e sobrenatural.
É factual e logicamente impecável.
O Ludwig não tem qualquer hipótese científica ou lógica contra este argumento.
Nem ele, nem ninguém.
Este argumento, sendo aparentemente simples, tem implicações fundamentais para a análise do big bang, da origem da vida, do ancestral comum, das mutações, da selecção natural, da especiação, a interpretação dor registo fóssil, etc.
Além disso, ele explica porque é que a Palmira está errada quando compara os cubos de gelo ao DNA, porque o Ludwig está errado quando pensa que o facto de gaivotas darem gaivotas prova a evolução e porque é que o Paulo Gama Mota está errado quando pensa que a especiação dos Roquinhos prova a evolução.
Perspectiva:
ResponderEliminarO DNA nao e um codigo convencionado. Esta refutado.
A teria da evoluçao preve que entidades mais complexas possam emergir de outras mais simples. Esta explicado.
Tortilha evolucionista deu buraco.
Este comentário foi removido pelo autor.
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