quinta-feira, janeiro 07, 2010

Para que serve o empírico.

Uma afirmação diz-se justificável a priori se a compreensão dos termos bastar para decidir se a afirmação é verdadeira. Um exemplo famoso é “nenhum solteiro é casado”. À partida, basta perceber o que quer dizer para concordar que é verdade. Em contraste, “já existiu água em Marte” é uma afirmação cuja verdade não podemos concluir apenas do significado dos termos. Essa só pode ser justificada a posteriori com informação adicional que nos diga se já houve água em Marte.

Isto vem a propósito do comentário do Domingos Faria: « A filosofia não é uma disciplina empírica, mas sim uma disciplina "a priori" ou que se faz apenas pelo pensamento.»(1) Ser justificável a priori não quer dizer que não seja empírico. Para perceber que nenhum solteiro é casado é preciso perceber o que é ser solteiro e casado. É preciso saber coisas acerca destas relações entre pessoas, e acerca de pessoas e assim por diante. E isso não se consegue “apenas pelo pensamento”. É preciso conhecimento empírico para perceber os termos e apurar a verdade da afirmação.

Outro exemplo. A afirmação “já existiu pelo menos um Anopheles gambiae” parece só ser justificável a posteriori. O Anopheles gambiae é um mosquito que transmite a malária. Só por si isso não nos diz se já existiu algum. No entanto, os biólogos não definem as espécies apenas por uma descrição. O que define uma espécie é um exemplar dessa espécie, catalogado e depositado onde outros biólogos o possam examinar. Por isso qualquer pessoa que conheça a definição biológica de Anopheles gambiae, que inclui saber que existe esse exemplar, sabe a priori que existe pelo menos um desses bichos. Ou seja, a afirmação é justificável a priori segundo a definição biológica de Anopheles gambiae.

E olhando com mais atenção para “nenhum solteiro é casado” vemos que determinar se é verdade é mais difícil do que parecia. Pode estar casado num país mas esse casamento não ser reconhecido noutro. Se “solteiro” é estar disponível para casar um casado pode ser solteiro se a poligamia for permitida. E assim por diante. Para que “nenhum solteiro é casado” seja verdade pela definição dos termos é preciso defini-los com cuidado. E para isso é preciso conhecimento empírico.

Podemos fazer o mesmo pelo outro lado. Se definirmos a expressão “água em Marte” como se define Anopheles gambiae, com um balde de água em Marte para ser o exemplar que define a categoria de coisas que são “água em Marte”, então qualquer pessoa que conheça essa definição saberá a priori que “já existiu água em Marte” é verdade.

Ou seja, a diferença entre ser justificável a priori ou a posteriori, ao contrário do que o Domingos e outros defendem, não está em prescindir ou depender de conhecimento empírico. Este é indispensável em ambos os casos. A diferença está apenas em quanto conhecimento empírico está carregado na definição dos termos e quanto ficou de fora. Se for o suficiente para determinar a verdade da afirmação, então é justificável a priori. Se não chegar então só é justificável a posteriori, depois de obter o conhecimento que falta. Mas em ambos os casos é preciso conhecimento empírico para dar significado aos termos e apurar a verdade da afirmação.

Concordo com o Domingos que a filosofia é mais a priori que a ciência porque a filosofia dedica-se muito à definição dos termos. Mas discordo que o possa fazer sem conhecimento empírico porque para definir termos como “bem”, “conhecimento”, “mente” ou “ser” é preciso imenso conhecimento empírico. É preciso tanto conhecimento que estas definições têm evoluido muito e ainda não se sabe bem como definir estes termos de forma adequada para o que queremos fazer com eles. Se definir “casado” já é tramado, algo como “existência” e “verdade” é um pesadelo.

E não concordo que a diferença entre ciência e filosofia seja tão clara como o Domingos defende. Quer por razões históricas (eu, bioquímico, em Inglês sou “doutor de filosofia”...) quer pela prática corrente. A ciência também dedica muito cuidado às definições para criar expressões justificáveis a priori. Muitos modelos matemáticos são assim. E a filosofia também se preocupa com o teste de hipóteses a posteriori. A filosofia da mente, por exemplo, procura avidamente hipóteses testáveis, e a filosofia da ciência muitas vezes mais parece uma ciência da filosofia.

O problema que quero apontar é a ideia que se pode tirar conclusões apenas do pensamento sem qualquer fundamento empírico. Isto é falso. De uma afirmação como “nenhum mafaguinho é calafrático” não podemos sequer saber se é justificável a priori ou não, precisamente porque nos falta o fundamento empírico necessário para compreender os termos. Esse problema afecta expressões como “Deus”, “revelação divina”, “espiritualidade”, “testemunho” e afins. Sem um fundamento empírico sólido que as defina não passam de mafaguinhos e não se faz nada disso.

1- Comentário em Equívocos, parte 2

44 comentários:

  1. Yep, o cerebro nem sequer tem a maquinaria logica toda funcional sem estimulo empirico. Induz a formação de circuitos neuronais.

    Mas há coisas que vêm pré-programadas à nascença. Poucas mas vêm. Acreditar no sobrenatural parece ser uma delas.

    Essas eu penso que são explicadas pela evolução, mas podem ter sido por azar. :P

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  2. Existem elementos sem fundamentação empírica que fazem sentido.
    Os jogos de RPG , onde dragões dourados atacam mortos vivos....
    Nada disso existe e fazemos regras e universos com essas coisas.

    Penso que as regras que se aplicam a esses universos são uma espécie de teologia :)

    Quando era novo tinha necessidade de fundamentar com exemplos (não me peçam detalhes vergonhosos) o porque de uma morto vivo poder ser exterminado por um dragão, mesmo que por definição não posso morrer.
    Ou de que forma uma aranha gigante poderia prender na teia um morto vivo. Enfim dramas de D&D alheios aos comuns mortais, mas que demonstram que para coisas sem fundamento , mesmo a mais simples teologia consegue encontrar respostas mais ou menos lógicas :))))

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  3. Nuvens,

    Sim, também passei por muitas discussões dessas. Parte da diversão do jogo era essa "filosofia". Por exemplo, por que raio havia o mágico de ter de memorizar um feitiço e ficar sem nada até ao dia seguinte depois de o fazer, se podia ler do livro...

    Mas penso que mesmo nessa fantasia é importante manter a ligação à experiência, ao empírico. O zombie e o dragão têm de ser algo que podemos imaginar com recurso à nossa experiência.

    Quando se passa para algo tão abstracto e desligado como o deus dos teólogos simplesmente deixa de fazer sentido. É por isso que uma religião alegadamente monoteísta tem uma carrada tão grande de santos, profetas e representantes divinos adorados na Terra. Sem algo de concreto não tem piada nenhuma.

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  4. João,

    É verdade que nascemos já com muita bagagem. E essa não é empírica no sentido de chegar pelos sentidos, visto que já a temos nos genes antes de termos sentidos.

    Mas é empírica no sentido importante de resultar de experiências. Não de experiências onde um organismo aprende algo, mas de experiências onde uns organismos são seleccionados e passam as suas características a descendentes enquanto que outros ficam pelo caminho.

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  5. Nuvens, um dragão pode queimar ou esmagar um cadáver ambulante.
    Uma teia pode prender um cadáver ambulante enquanto este falhar o check.
    Não me parece que esses sejam grandes dramas :D

    Anyway, um mafaguinho não pode ser calafrático porque é superior e é a unica coisa que se pode ser. Isto foi-me revelado pela Luz Intensa. E também [insere uma série de arrazoado cisntífico-filosófico para obscurecer o facto do ponto de partida do meu raciocínio ser basicamente "porque me apetece"] percebes? Daí que é perfeitamente plausivel e provável á priori que nenhum mafaguinho pode ser um calafrático. E que todos os bons meninos vão para o céu.

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  6. Caro Ludwig,

    Obrigado pelo texto. E pelo estimulo que fazes para o meu pensamento.
    Acho que estás a apresentar uma falsa dicotomia.

    “Concordo com o Domingos que a filosofia é mais a priori que a ciência porque a filosofia dedica-se muito à definição dos termos”.
    Sim, é verdade! Mas, o facto de defender isso não se segue um desprezo pelo mundo empírico. Aliás, um dos objectivos da filosofia é procurar um conhecimento mais lato e profundo da realidade. Por isso seria absurdo o desprezo pela procura da verdade e pelo maior conhecimento da realidade. O que estava a defender (e talvez expressei-me mal) refere-se ao facto da filosofia utilizar preponderantemente como método o pensamento, e por isso conceptual, argumentativo, a priori, (mas claro sempre com uma ligação à procura da verdade e compreensão do real); enquanto que a ciência é preponderantemente observação e experiência empírica (também com ligação à procura da verdade e compreensão do real).
    Vamos a exemplos: enquanto que a ciência, pela sua especificidade, procura responder a problemas como: o que é a matéria? Qual a constituição da matéria? O que é a luz? O que se passou em determinado século? Qual a origem do universo? Quantos anos tem a nossa galáxia? Há universos paralelos «? etc…. a Filosofia procura responder a perguntas como: vivemos num sonho, numa matrix, numa ilusão? Será que podemos distinguir o sonho da realidade e o despertar? Há vida depois da morte? Será que Deus existe? Qual o sentido da nossa existência? Qual a origem do bem e do mal?
    Apesar de haver algumas semelhanças entre filosofia e ciência, elas têm especificidades muito próprias. E seria de todo absurdo confundir filosofia com ciência.
    Esta passagem do Désiderio Murcho pode-te ajudar: “Pensemos outra vez numa afirmação como «Nenhum objecto pode viajar mais depressa do que a luz»”. As afirmações das ciências empíricas são afirmações do género desta: afirmações que se referem ao mundo que podemos observar pelos sentidos ou que podemos inferir a partir de observações e medições complicadas realizadas com instrumentos como um espectrómetro ou um radiotelescópio. Mas por mais que façamos medições e observações não iremos descobrir se os animais têm direitos, nem se Deus existe, nem se há números” (cf. Desidério Murcho – “A Natureza da Filosofia e o seu Ensino” pp. 56-57).
    Portanto, de modo diferente do que a ciência, a filosofia não tem um carácter empírico. Aliás, como podes com métodos científicos, como instrumentos de laboratório de prova, saber se é melhor a ética utilitarista ou kantiana? Ou como podes resolver o complicado problema do sentido da vida? Ou quais são os valores que devem guiar a nossa existência? Ou o que é a consciência moral? Ou porque devemos ou não respeitar a vida?
    Estás a perceber porque a filosofia é uma actividade sobretudo conceptual, a priori, do pensamento, da argumentação crítica? Muitos dos problemas que a filosofia trata são de ordem meta-empírica e meta-física, como poderia tratar esses problemas de forma empírica? Mas, pelo facto de tratar de problemas meta-empiricos (pois não encontramos solução nos métodos empíricos e científicos para por exemplo descobrir se a vida tem sentido ou não tem sentido) não se segue que despreze a realidade, pelo contrário a finalidade da filosofia é sempre procurar a verdade e compreender cada vez mais a realidade (que não é só empírica, mas também meta-empírica).

    “O problema que quero apontar é a ideia que se pode tirar conclusões apenas do pensamento sem qualquer fundamento empírico. Isto é falso”.
    Não tenho assim tantas certezas! Tenta então resolver problemas do sentido da vida, ou descobrir se os animais têm direitos, ou que princípios devem orientar a nossa existência, apenas com métodos empírico-científicos…

    Abraço,

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  7. Wyrm,

    «Nuvens, um dragão pode queimar ou esmagar um cadáver ambulante.»

    A menos que o cadáver seja um lich, que esses, como o nome indica, são lixados de matar... :)

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  8. "Por exemplo, por que raio havia o mágico de ter de memorizar um feitiço e ficar sem nada até ao dia seguinte depois de o fazer, se podia ler do livro..."

    Porque o processo de memorização do feitiço é mais do que decorar as palavras. Ele prepara-o no seu intimo e conjura as forças necessárias para poder usar o spell.

    Já o Sorcerer nasce com capacidade inata para a magia, logo não precisa de memorizar nada, apenas manipula e usa as forças arcanas.

    Eu não jogo D&D nem DDO, ok? Aprendi isto numa aventura recente em que matámos um dragão em Sintra e quem curou o grupo foi a Alexandra Solnado.

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  9. Wyrm


    Fui eu quem o tinha enviado, espera pela resposta :; )
    seja como for, acho que podermos pensar em coisas que não existem faz parte do processo de abstracção necessário ao pensamento que temos.

    Aliás e de certa forma, podermos pensar em nós implica nem que seja por um instante que pensemos em algo que não existe.

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  10. «O problema que quero apontar é a ideia que se pode tirar conclusões apenas do pensamento sem qualquer fundamento empírico.»

    Objectivo cumprido, e de que maneira.
    E parto-me sempre a rir com os mafaguinhos.

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  11. Só mais uma breve nota para evitar equívocos:
    Reformulo a minha tese: Os problemas filosóficos são resolvidos ou estudados recorrendo exclusivamente ao pensamento, apesar de podermos usar por vezes informação empírica obtida pelas ciências. Aliás certos problemas filosóficos partem da existência vivida; mas, actividade filosófica é sobretudo conceptual, argumentativa, crítica.

    Talvez assim esteja mais claro…

    Abraço,

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  12. Ler césar das neves é um WTF que dura da primeira letra ao ultimo ponto.

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  13. Wyrm

    nunca perco às segundas , o problema é que nem sempre dedica artigos a este tipo de temática.
    é a sensação de brinde do bolo rei : )

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  14. Domingos,

    «Os problemas filosóficos são resolvidos ou estudados recorrendo exclusivamente ao pensamento»

    Isto parece-me obviamente falso. Se recorreres exclusivamente ao pensamento és um computador -- esse é que "pensa" sem sentir nada, sem nenhum conteúdo empírico. E nessas condições nem sequer há problemas.

    Eu proponho que todos os problemas da filosofia têm uma origem empírica, naquilo que sentimos e observamos do que nos rodeia. Seja os problemas acerca do que existe, do que podemos saber ou do que devemos fazer.

    «Esta passagem do Désiderio Murcho pode-te ajudar: “Pensemos outra vez numa afirmação como «Nenhum objecto pode viajar mais depressa do que a luz»”. As afirmações das ciências empíricas são afirmações do género desta: afirmações que se referem ao mundo que podemos observar pelos sentidos ou que podemos inferir a partir de observações e medições complicadas realizadas com instrumentos como um espectrómetro ou um radiotelescópio. Mas por mais que façamos medições e observações não iremos descobrir se os animais têm direitos, nem se Deus existe, nem se há números”»

    Por observação podemos concluir que os animais não têm direitos, no sentido de "direito" como um atributo do animal. Podes dissecar o animal até às células que não encontras lá direito nenhum. E podemos também constatar, empiricamente, que direitos são conceitos que referem regras pelas quais nos relacionamos -- as que temos e as que julgamos que devíamos ter. Podemos também determinar empiricamente que aquilo que referimos por "números" é um conceito nosso e não uma coisa "lá fora". E assim por diante.

    Nota que sem informação empírica nunca chegaríamos a conceitos como direitos, números ou deuses -- estes últimos uma extrapolação dos chefes das tribos, animais e assim.

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  15. A primeira atitude filosófica é o espanto. E isso não se explica cientificamente....

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  16. O espanto explica-se. É a reacção perante aquilo que não se conhece ou não se compreende.

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  17. Tentar filosofar sem linguagem?

    Tentar falar sem semântica?

    Tentar semantizar sem realidade?

    ;)

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  18. Ricardo Alves,

    "O espanto explica-se. É a reacção perante aquilo que não se conhece ou não se compreende."

    Cientificamente não se explica. Foi isso que disse.

    Que o espanto é isso que disse, de La Palisse. Porque terá o homem necessidade de conhecer e capacidade de se espantar, rir e chorar com aquilo que o mundo não é e supostamente deveria ser? Isso explica-se cientificamente?

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  19. Ou por outra, de onde vem essa noção humana daquilo que o mundo deveria ser e o próprio espanto que isto causa?

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  20. Jairo:

    "Isso explica-se cientificamente?"

    Sim, os que não quiseram conhecer o mundo tiveram menos filhos.

    :P

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  21. DF-«Os problemas filosóficos são resolvidos ou estudados recorrendo exclusivamente ao pensamento»

    L-"Isto parece-me obviamente falso"

    Ludwig,
    a que tipo de experiência pode recorrer para demonstrar que é falso?

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  22. João,

    "Sim, os que não quiseram conhecer o mundo tiveram menos filhos."

    Não percebi....

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  23. O problema do Ludwik é que existe um fundamento mais do que sólido para a existência de Deus:

    1) A presença de informação codificada com instruções operativas num determinado objecto (v.g. computador, telemóvel, ATM, GPS)demonstra que ele foi criado por uma inteligência. Isto baseia-se em observações.



    2) Nos genomas encontramos informação codificada com instruções operativas em quantidade, qualidade e densidade que transcende tudo o que a comunidade científica consegue reproduzir e entender, e que, uma vez copiada, traduzida e executada permite a criação de múltiplos seres dotados de uma complexidade que a comunidade científica não consegue reproduzir e entender plenamente. Isto baseia-se em observações.

    3) Não se conhece nenhuma lei natural ou processo físico que crie informação codificada. Isto baseia-se em observações.

    4) Logo, a conclusão mais razoável, do ponto de vista empírico e lógico, é de que a vida e a informação codificada de que ela depende só podem ter tido uma origem sobrenatural e inteligente. Não existe nenhuma observação que permite desmentir isto.

    Isso não é pura fantasia. Baseia-se em observações nunca contestadas.

    Diferentemente, nunca ninguém viu a vida a surgir por acaso, ou uma espécie menos complexa a transformar-se noutra diferente e mais complexa.


    Do mesmo modo, nunca ninguém viu a matéria e a energia a surgirem do nada por acaso.

    Este é o défice empírico inultrapassável da teoria da evolução, cósmica, química e biológica.

    Ela é pura fantasia. Nenhuma observação a pode demonstrar.

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  24. Quando fala do empírico, o Ludwig devia lembrar-se que o problema dos criacionistas não é com o empírico. Não existe nenhuma observação empírica que os criacionistas neguem.


    Mas já que o Ludwig insiste no empírico, então vale a pena mencionar que estudos recentes demonstram que a aquisição de resistência aos antibiótios pelas bactérias, tantas vezes apresentada como evidência da evolução, longe de as transformar em algo diferente e mais complexo, acaba por torná-las mais fracas e diminuir a sua capacidade de reprodução.

    Ou seja, se o empirico serve para alguma coisa, ele serve para desmentir que a aquisição de resistência a antibióticos tenha alguma coisa a ver com a suposta evolução de bactérias para bacteriologistas.

    Eis apenas mais um exemplo de que os criacionistas não têm problema nenhum com o empírico.

    Referência:

    Resistance to Antibiotics Can Be Drawback for Bacteria
    ScienceDaily (Jan. 7, 2010)

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  25. O Ludwig insiste no empírico. E ainda assim acredita que os seres vivos evoluem por mutações, apesar de estas estarem na origem das mais variadas doenças, por destruírem a informação genética codificada nos genomas.

    Um exemplo disso pode ver-se no caso da leucemia, que resulta, precisamente da mutação da proteína MLL.

    Os criacionistas não negam as mutações. Eles não negam qualquer observação.

    Apenas dizem que as mutações destroem a informação codificada nos genomas, causando toda a espécie de patologias.

    Elas corroboram o que Génesis 3 afirma acerca da corrupção da Criação e da morte.

    Referência:


    Epigenetics: Protein Linked to Leukemia 'Bookmarks' Highly Active Genes During Cell Division
    ScienceDaily (Jan. 7, 2010)

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  26. Os criacionistas não negam o empírico. Apenas afirmam que ele corrobora a Criação racional, sistemática e perfeita do Universo, como se diz em Génesis 1, embora também haja evidências de corrupção da natureza, como em Génesis 3, e da ocorrência de um cataclismo global sem paralelo, como se diz em Génesis 6 a 9.

    Os sinais de criação inteligente, sistemática e racional estão em todo o lado, desde o macro até ao micro e ao quântico.

    Podemos ver proporção, simetria e estrutura matemática por todo o lado.


    Eis a conclusão dos cientistas que estudaram a chamada proporção divina no mundo quântico:

    "Such discoveries are leading physicists to speculate that the quantum, atomic scale world may have its own underlying order"

    Como se vê, os criacionistas nada têm com o empírico. Pelo contrário. Eles pretendem afirmar que a Bíblia, desde o Génesis ao Apocalipse, tem a ver com o mundo real e não apenas com ideias, pensamentos ou sentimentos.

    Referência:

    Golden Ratio Discovered in Quantum World: Hidden Symmetry Observed for the First Time in Solid State Matter
    ScienceDaily (Jan. 7, 2010)

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  27. Eu acredito que espiritos matavam + - 200 pessoas noite e os sinais estão em todo o lado nas paredes de norte ao sul do país.

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  28. "Não se conhece nenhuma lei natural ou processo físico que crie informação codificada. Isto baseia-se em observações."

    Também não se conhece nenhum processo metafísico pois não? Este tipo de afirmações são bem compostas, articuladas e tal mas querem dizer lhufas.

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  29. Jónatas,

    Os seres vivos não evoluem. O que evolui são as populações e as espécies.

    Se um ser vivo sofre mutações nas células da pele e morre de melanoma isso não é evolução. É azar dele, mas evolutivamente inconsequente.

    Agora se numa população 90% dos individuos tem uma certa característica e ao fim de uns milhares de gerações essa característica desapareceu e agora há uma distribuição de outras características na população, isso sim é evolução.

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  30. "Não se conhece nenhuma lei natural ou processo físico que crie informação codificada. Isto baseia-se em observações."

    As mutaçoes. É teimoso.

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  31. Nuno Gaspar:



    Às vezes a tua ingenuidade é demais.

    Infelizmente ouve crianças fechadas em galinheiros, quartos escuros, etc durante anos. Entre outras coisas serviu para perceber que quase todas as funções superiores requerem "instalação do software".

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  32. Jonatas


    já quase desisti, mas mais uma vez: informação codificada há mais em sistemas caótico do que em sistemas organizados. Porque como já uma vez escrevi, se não há estrutura no conjunto que quero descrever, no limite a descrição terá de ser igual ao conjunto.

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  33. Jairo:

    A inteligencia e o espanto estão ligadas. Eu prefiro curiosisdade a espanto, porque espanto em termos mais estritos não leva a querer saber.

    Se espanto for nesse sentido o espanto vem de levantar algumas questões que parecem impossiveis de resolver. E isso de qualquer modo vem da inteligencia.

    A curiosidade, a sensação de ver e querer mexer, compreender, isso é irmão da inteligencia tambem.

    Ambas são a nossa "arma evolutiva". Foi o que os nossos antepassados "escolheram" para evoluir. Outros deu-lhes para a força, para a carapaça, para os dentes etc. Nós foi a manipulação e compreensão do meio ambiente. Ainda hoje é.

    Obviamente o superior sucesso reprodutivo é aceite como meio de aumentar uma frequencia de determinados genes numa população. Para alem da deriva genetica, factores de isolamento (Judeus Askenazi que são a população mais inteligente do mundo), etc.

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  34. É o que faz seguir o blogue por mail. O Perspectiva aqui deste lado e eu do outro sem dar por nada, cheio de saudades.

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  35. Miguel Panão:

    li para ai um comentario teu para mim, q penso não repondi e agora não encontro.

    Era acerca de eu justificar a inexistencia de Deus ou a não intervenção.

    É assim, a forma como tu dizes que Deus esta envolvido nos fenomenos é neutra. Não faz sentido um Deus neutro. Para isso temos a materia banal.

    Os teus argumentos não premitem distinguir a realidade da fantasia. Até posso dizer que Eu estou em todas as coisas, mas não participo nem influencio. Eu é que faço o sol nascer porque estou nas formulas. No entanto sou intestavel quanto a isso. Mesmo que me matem a forma fisica continuarei a ser eu a participar em tudo no universo e a garantir a realidade.

    é ridiculo não é? Pensa nisso. Que especie de Deus quer que se acredite nele mas é insondavel? Que especie de Deus é omnipotente mas não intervem (para la do que se sabe que vai acontecer sem ele)? Etc.

    Principio da parsimonia. Deus é uma entidade extra desnecessaria.

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  36. Parece que os homofobicos tiveram uns revezes:

    http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/casamento-gay-aprovado-com-votos-da-esquerda_1416871

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  37. João, quem são esses homofóbicos?

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  38. joão

    Ainda há que debater na especialidade esta lei.
    Mas para já fica a idiotice do ano, JJPereira depois de se engasgar todo, lá consegue sacar uma imensa porcaria de argumento. Muito gostaria de saber em que se baseia

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  39. Jairo:

    São os que têm aversão aos gays. Duh!

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  40. Nuvens:

    Que coisa... Eles continuam a ter de pedir permissão para adoptar. E todos os casais tem de ser avaliados. Ou não?

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  41. João

    Não, como casal não podem aceder à adopção.
    A seu tempo isso irá mudar.
    Para já é aprovar a lei e ver se o CS não manda para o TC.
    Se mandar pode embrulhar-se tudo de novo, não sei mas se é inconstitucional que casados não possam adoptar, o mesmo se pode estender a uniões de facto. Francamente não tenho conhecimentos para extrapolar muito mais, mas pressinto uma pessegada.
    Para já , e importante, é ter-se votado a lei .

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  42. João

    o que queria ter explicado melhor é que a inconstitucionalidade da adopção também se pode estender Às uniões de facto,

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  43. João,

    "ouve crianças fechadas em galinheiros, quartos escuros, etc durante anos. Entre outras coisas serviu para perceber que quase todas as funções superiores requerem "instalação do software"."

    Sim. E depois?

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