terça-feira, agosto 12, 2008

A Resposta ao falhanço do naturalismo ateu.

Um texto de Constâncio Ladainha, criacionista e gertrudista.

O estimado Perspectiva comentou aqui neste blogue um post do De Rerum Natura (1). Vem a propósito porque ambos os blogues são da autoria de naturalistas ateus e, por isso, compreende-se a resposta num ao que está escrito no outro. Não é, de forma alguma, tentativa de protagonismo. E apesar de não ter nada a corrigir ao comentário esclarecedor do Perspectiva, excepto talvez ele ter omitido Gertrudes, a quarta Pessoa Divina e veículo da criação do Pai, como sei que o dogma naturalista dificulta a compreensão da Palavra achei por bem frisar alguns aspectos que me parecem especialmente notáveis.

O mais importante é que a Bíblia, a nossa Fé, e a Revelação, são a via certa para a Resposta. A Verdade é só uma e, por isso, todas as perguntas têm que ter a mesma resposta. A saber, que é assim pela vontade de Deus e por intermédio de Gertrudes. O post original enumerava alguns mistérios da ciência, questões que a ciência não sabe responder mas que têm uma resposta clara e evidente. Passo a citar o excelente comentário do meu caro Perspectiva:

«1. Porque há qualquer coisa em vez do nada?
Porque tudo o que existe foi criado por um Deus infinito[...]
2. Como surgiu a vida?
Ela foi criada pela Palavra de Deus [...]
Quando Deus criou as galinhas [...]
A consciência [...] é um reflexo do facto de termos sido criados à imagem de Deus [...]
O nosso mundo depende [...] da informação que lhe é fornecida por Deus[...]
O tempo é uma criação de um Deus eterno»


E assim por diante. É esta a resposta: Foi Deus. O Mats, que também tem tentado ajudar o Ludwig e outros ateus a compreender os erros do evolucionismo, salientou várias vezes que as ciências naturalistas usam métodos diferentes para abordar problemas diferentes. Ou seja, a fé no naturalismo faz com que perguntas diferentes tenham respostas diferentes. É uma confusão.

E as respostas científicas são contingentes. Só parecem acertar e ter alguma utilidade porque o Universo é assim como é. Mas se não fosse não serviam para nada. Por exemplo, os evolucionistas alegam que os mamíferos não têm guelras porque os seus antepassados comuns mais recentes já não as tinham. É uma história bonita mas só porque não há mamíferos com guelras. Se houvesse golfinhos ou baleias com guelras o disparate seria óbvio e toda a gente veria esta hipótese como ridícula. É por causa desta fragilidade que as ciências têm que a mudar as explicações com tanta frequência, como se a verdade fosse uma num dia e outra no dia seguinte.

Não é. A Verdade é sempre a mesma. Foi Deus, por intermédio de Gertrudes. Se não há golfinhos com guelras é porque Deus não quis. E se houvesse golfinhos com guelras, pois seria porque Deus queria. Esta é uma hipótese que só pode ser verdadeira. Vou explicar melhor com uma analogia. As ciências tentam construir um modelo da realidade usando várias hipóteses como ferramentas. São chaves de fendas, serrotes, martelos e alicates, cada uma para o seu propósito, cada uma usada se servir ou deitada fora se não for adequada. Mas o criacionismo é Verdade. Serve em todo o lado e molda-se perfeitamente à realidade qualquer que esta seja. É como uma bola de plasticina. Haverá ferramenta melhor do que esta?

1- Os dez maiores enigmas da ciência, no De Rerum Natura, e Até um relógio parado, aqui.

15 comentários:

  1. Caro C. Lá-da-inha,
    felicito-o pela lucidez e clarividência do seu texto. Karl Popper teria gostado.

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  2. Para não falar de Deus, que gostou tanto da coça que deu a esses naturalistas darwinistas ateus que até lhe reservou uma parcela de Paraíso melhor.
    E assassinou também uns comunistas no Uzbequistão, pois estava a sentir-se um mãos-largas.

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  3. Substitui "Deus" por "evolução" e tens a versão naturalista da realidade.

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  4. Mats,

    «Substitui "Deus" por "evolução" e tens a versão naturalista da realidade.»

    É mais ou menos isso, sim. Substituindo "Deus" por "microorganismos" temos a teoria moderna das doenças infecciosas. Substituindo "Deus" por "relatividade" temos a explicação moderna para o movimento dos planetas, estrelas, galáxias, etc. Substituindo "Deus" por "evolução" temos a explicação para as características das espécies. Substituindo "Deus" por "electricidade" temos a explicação para a trovoada. E assim por diante.

    E acontece que todas essas explicações, que preferimos por serem mais detalhadas e abrangentes, são naturalistas. Não têm demónios, anjos, espiritos, seres transcendentes nem o diabo a sete.

    É uma razão forte para concluir que essa coisa de "Deus" é uma treta.

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  5. Vemos uma rua toda suja de fezes. É dito que algum animal fez aquilo, provavelmente cães. Afinal de contas, já vimos animais a fazerem-no. Mas podemos dizer que foi Deus que criou as fezes. Como não vimos as fezes a aparecerem no chão, é um assunto relacionado com a história, por isso deve estar na categoria das "ciências históricas ou forenses".

    Quem diz que foram animais que o fizeram, tem uma explicação, que envolve o funcionamento do sistema digestivo, os hábitos alimentares dos animais, os seus comportamentos, métodos para analisar fezes, etc. Quem diz que foi Deus, pelo contrário, não tem explicações: foi Deus que fez, e não há mais nada que saber. Não há hipóteses que possam ser testadas.

    Quem diz que foram animais, pode tomar medidas, nem que seja para testar a sua hipótese. Por exemplo, isola-se os cães impedindo que usem as ruas, ou vigia-se todos eles para os apanhar sempre no acto e anotar todas as ocorrências. Se o chão ficar limpo, os defensores do "Deus fez" podem dizer que naquele momento Deus decidiu não criar fezes. Afinal de contas, isso é só uma questão de visão e filosofia. Numa, é a visão secular e naturalista. Na outra, é a visão divina e sobrenaturalista.

    Se a Teoria da Evolução é verdadeira, os golfinhos não podem ter guelras - podem muito bem viver com os pulmões, como os mamíferos têm, e não é de um momento para outro que iriam surgir guelras magicamente. Mas Deus pode tê-los feito com guelras, sem guelras, com asas, sem glândulas mamárias, sem pêlos. Nada iria contra a ideia de que Deus desenhou golfinhos com o seu cérebro, mãos e material que se encontrava à sua volta, como um designer.

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  6. «1. Porque há qualquer coisa em vez do nada?»
    Só existia Deus. Deus perguntou: «Por que é que existo em vez do nada?» Ele criou tudo, e assim não se preocupou mais com a questão.

    Para o perspectiva: Deus faz parte do Universo? Se faz, então é natural. Por definição, tudo o que faz parte do Universo é natural (priberam: «relativo ou pertencente à Natureza»). Se não faz, então não existe, pela tua definição. Isso é pura lógica.

    E Mats, inventando respostas não é resolver problemas. É só inventá-las. Há 6000 anos havia muitos mais desses enigmas. "God of the gaps" não de diz alguma coisa?

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  7. "Por definição, tudo o que faz parte do Universo é natural (priberam: «relativo ou pertencente à Natureza»)." :

    (priberam.pt)
    «do Lat. natura»
    «1) conjunto de todos os seres e forças que formam o Universo e dos fenómenos que nele se produzem;»
    (...)

    Perspectiva:
    «A palavra Universo pretende designar tudo o que existe, não fazendo muito sentido falar de outros Universos.»

    Para o caso de não perceberem o comentário anterior.

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  8. Ludwig,
    "É mais ou menos isso, sim. Substituindo "Deus" por "microorganismos" temos a teoria moderna das doenças infecciosas.


    Que, diga-se de passagem, não tem nada a ver com a teoria da evolução, que era o ponto a que eu me referia.

    Substituindo "Deus" por "relatividade" temos a explicação moderna para o movimento dos planetas, estrelas, galáxias, etc.

    Que, mais uma vez, não tem nada a ver com a crença que o mundo criou-se a si mesmo

    Substituindo "Deus" por "evolução" temos a explicação para as características das espécies.


    Ah, finalmente chegaste onde querias chegar.
    Substituindo Deus por evolução temos a versão naturalista das respostas às 10 perguntas:

    1. Porque há qualquer coisa em vez do nada?
    R: Evolução.

    2. Como surgiu a vida?
    R: Evolução.

    3. Há outros Universos?
    R: Como a vida evoluiu na Terra, então deve ter evoluído noutros sítios do universo. Portanto a resposta é "Evolução".


    4. Como se passa do ovo à galinha?
    R: Evolução.

    5. O que é a consciência?
    R: Algo que a Evolução criou. Dá jeito. Sei lá!

    6. O nosso mundo é quântico?
    R: Err...se fôr, então foi a Evolução que fez o mundo quântico.

    7. De onde vêm as ideias?
    R: Evolução, obviamente.

    8. Qual é a natureza do tempo?
    R: Natureza evolutiva.

    9. O que é que caracteriza o homem?
    R: A Evolução caracteriza o homem como o resultado de NADA MAIS que um dos muitos acidentes biológicos da biosfera.


    10. Como é que tudo vai terminar?
    R: Não sabemos, mas sabemos que será sempre de uma forma que estja de acordo com a Evolução!


    etc, etc, etc, etc ad infinitum...

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  9. A evolução é o paradigma do nosso tempo.
    Criacionismo é um paradigma anterior.

    Não compreendo como se agarram a coisas velhas.

    Que neura!

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  10. Mats,

    mostraste muito bem como não percebes sequer o que é evolução nem o que as pessoas dizem.

    Para já, o ponto fundamental de Ludwig é este: «Mas o criacionismo é Verdade. Serve em todo o lado e molda-se perfeitamente à realidade qualquer que esta seja.» O mundo podia ser seja como for e em vez dessas teorias todas podias substituir por Deus. A ideia não é falsificável.

    A palavra "evolução" significa: uma mudança ao longo de um intervalo de tempo. Por exemplo, a evolução da moda é a mudança da moda ao longo dos tempos.
    Na biologia, quer dizer que as populações de seres-vivos mudam ao longo dos tempos. Segundo a Teoria da Evolução, a evolução dá-se por modificações nas descendências que são seleccionadas pelo ambiente, pela interacção indivíduos dos seus grupos e de outros indivíduos, pela duração em que sobrevive, pelo nível de atracção, etc. dando mais hipóteses para reproduzir.

    * A questão "Porque há qualquer coisa em vez do nada?" não tem nada a ver com isso, por isso não percebes o que é evolução.
    * Como é que a evolução pode ter a ver com a origem da vida, se é preciso haver vida para haver evoluir?
    * Quanto à vida noutros planetas, pela sua resposta, se houver vida noutros planetas então o criacionismo é falso e a evolução é verdadeira. Obrigado por se compremeter.
    * A questão «Como se passa do ovo à galinha?» é sobre o processo em si que vemos todos os dias, e não como surgiu o ovo ou a galinha.
    * A pergunta é «O que é a consciência?». Nem sequer é "como se surgiu".
    * A pergunta «O nosso mundo é quântico?» está relacionada com a Física. Há uma coisa chamada Teoria Quântica e Mats também não deve acreditar nela, por isso não vai querer computadores quânticos.
    * «De onde vêm as ideias?» é o mesmo como a galinha e a consciência.
    * «Qual é a natureza do tempo?» está relacionado com Física.
    * «O que é que caracteriza o homem?» quer dizer: o que é que faz-nos definir que algo é um homem, e não outra coisa dizer. Mats nem deve ter percebido a pergunta.
    * «Como é que tudo vai terminar?», mais uma vez é muitíssimo abordado pela Física, especialmente na Astronomia.

    Ironicamente as respostas que Perspectiva deu é sempre com a mesma coisa.

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  11. Perspectiva,

    o Mats está a pedir para dares respostas curtas.

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  12. Pedro,

    Então mas afinal quem aparceu primeiro, o ovo ou a galinha?

    Bjs

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  13. joaninha:

    foi o ovo que a apareceu primeiro. Os peixes já colocavam ovos, os répteis e anfíbios também, sendo que os ovos de dinossauros eram mais parecidos com os das aves, entretanto elas surgem, e uma delas choca um ovo que resulta numa galinha. Apesar dessa explicação há uma paradoxo: como se define que é uma galinha? Do mesmo modo pode ser questionado: como se define que num momento há um monte juntando um grão de cada vez? Isso seria uma mera questão de semântica. Seja como for, houve um ovo por onde a ave eclodiu.

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  14. Pedro,

    Es mesmo um amor respondes sempre, mesmo quando a pergunta és disparatada ;)
    bj

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  15. Joaninha, obrigado. :-)

    O professor e grande filósofo Herbert Garrison disse: "Remember, there are no stupid questions, just stupid people". Não consegui encontrar essa cena, mas encontrei esta: SP.

    Beijos

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