sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Custo e benefício.

Neste vídeo o Neil Gaiman conta como descobriu que deixar as pessoas descarregar ficheiros não lhe tira as vendas. Pelo contrário (1).



Nos livros isto é fácil de perceber. As pessoas gostam de ter o livro e, comparado com os esforço e tempo que um livro exige, o preço, em geral, é pouco relevante. Quem investe na leitura de um livro investe facilmente mais 10€, se os tiver. E, se não tiver, também não é um cliente perdido.

Com músicas e CDs é diferente, porque o CD é pouco prático e boa parte da música serve apenas para o ouvinte estar menos aborrecido na paragem do autocarro. Como há muita música a servir de pastilha elástica, mascada sem grande apreço, a borla substitui a compra em muitos destes casos. Por isso a Internet deu um grande golpe na parte do mercado da música que vivia de modas e publicidade.

No entanto, na música também há quem aprecie, invista o seu tempo e ouça a sério, como quem lê um livro e não como quem se distrai da fila que tem pela frente. Esses também têm gosto em comprar as edições limitadas, bilhetes de concertos, e em financiar os projectos dos seus músicos preferidos. Esse mercado, que me parece ser o mais legítimo, é imune ao alegado problema das borlas.

A razão para isto é que, nestas coisas, a economia funciona de forma invulgar. O normal é o pagamento ser um custo que só é compensado pela aquisição de um bem ou serviço. Pagamos por não termos outro remédio, se quisermos comer batatas ou que nos cortem o cabelo. Se fosse de borla era melhor. Mas com a arte, e a criatividade em geral, o pagamento não é necessariamente um custo. Pode valer por si por ser uma forma de contribuir para, e de participar em, algo que admiramos. Nesse caso, quanto mais fácil o acesso e a distribuição mais pessoas vão querer quererão participar e mais dinheiro os criadores irão ganhar. Como o Neil Gaiman descobriu, para sua surpresa.

E, já agora, é por isso que eu dei dinheiro para a Document Foundation. Uso o LibreOffice de borla e, seja como for, nunca tenho vontade de pagar por “autorização” para usar software. Mas admiro o que esta gente está a fazer e gostava de participar. Ao que parece, não sou só eu. Eles publicaram na quarta feira o pedido de cinquenta mil euros para legalizar a Document Foundation (2), e deram um prazo inicial até dia 21 de Março. Passados só dois dias já vão com quase 18,000€. Não porque as pessoas sejam obrigadas a pagar, mas porque têm a oportunidade de o fazer.

Fica aqui o link para quem quiser participar também:

challenge.documentfoundation.org

1- Via In This Twilight
2- The Document Foundtion Blog, LibreOffice Community starts 50,000 Euro challenge for setting-up its foundation

33 comentários:

  1. Neil Gaiman (Portchester, 10 de novembro de 1960) é um autor de romances e quadrinhos inglês. Vive em Minneapolis, Estados Unidos da América com sua ex-mulher, Mary McGrath, e três filhos: Holly, Michael e Maddy Gaiman.

    Entre suas obras em prosa estão "Deuses Americanos" e "Belas Maldições", a segunda em parceria com Terry Pratchett....atão deve ser bom

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  2. @ Hirodito Saikaru: "atão deve ser bom". é bom, e é também um dos escritores mais bem sucedidos no género literário fantasia e horror. traz um toque de shakespeare ao género.

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  3. A FORQUILHA CRIACIONISTA: LUDWIG GRELHADO E BEM PASSADO! (1)

    Na base dos argumentos científicos a favor do criacionismo encontramos um raciocínio com a forma de uma forquilha tridente:


    1) Sempre que num sistema temos informação codificada esta tem sempre origem inteligente;

    2) No DNA encontramos informação codificada;

    3) Logo, na origem da informação codificada do DNA está um ser inteligente.

    A força deste argumento é que as premissas 1) e 2) são cientificamente irrefutáveis. Elas baseiam-se na observação, não podendo ser desmentidas através da observação.

    Elas dizem respeito a factos observáveis.

    Elas colocam os evolucionistas em xeque mate, na medida em que não existe nenhuma evidência científica que as possa contrariar.

    Na origem da informação codificada em livros, enciclopédias, computadores, telemóveis, etc., está sempre uma inteligência.

    Como o Ludwig sabe isso, a sua estratégia tem sido tentar negar que no DNA encontramos informação codificada.

    Ou por autismo auto-imposto ou por incompreensão, ele acha que o código genético é o que os bioquímicos dizem sobre o genoma, e não o que o genoma diz sobre os bioquímicos.

    O que os bioquímicos dizem sobre o genoma não consegue explicar a origem do genoma nem dos bioquímicos.

    No entanto, essa estratégia falha completamente, pelo simples facto de que no DNA encontramos realmente informação codificada.

    Isso não é um modelo humano. É literalmente assim, como bem reconhece Richard Dawkins.

    Sequências de nucleótidos são usadas para representar toda a informação (de que a comunidade científica não dispõe) que representa todas as instruções químicas necessárias à produção e reprodução de seres vivos extremamente diversos, complexos e funcionais.

    As letras ATCG são as mesmas. O que muda é a sequência.

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  4. FORQUILHA CRIACIONISTA: LUDWIG GRELHADO E BEM PASSADO! (2)


    Que isso é assim, é amplamente corroborado pela comunidade científica.

    Isto tem sido reconhecido mesmo pelos evolucionistas mais impenitentes.

    Carl Sagan é um bom exemplo. Ele referia-se ao DNA como “o livro da vida”, reconhecendo que a dupla hélice do DNA é a linguagem, com apenas quatro letras, em que a vida está escrita.

    A variação destas quatro letras é aparentemente infinita.

    Com elas pode ser codificada toda a informação necessária à produção e reprodução dos diferentes seres vivos.

    No que toca aos seres humanos, reconhecia Carl Sagan, o material hereditário requer múltiplos biliões de bits de informação, numa estimativa que hoje se sabe que foi feita muito por baixo.

    Nas palavras de Carl Sagan,

    "(these) bits of information in the encyclopedia of life-in the nucleus of each of our cells-if written out in, say English, would fill a thousand volumes.

    Every one of your hundred trillion cells contains a complete library of instructions on how to make every part of you."

    [Carl Sagan, COSMOS, Ballantine Books, 1980, p. 227.]

    O Ludwig diz que no DNA não existe informação codificada.

    Em sentido oposto, Carl Sagan diz que as nossas células contêm uma completa biblioteca com instruções sobre como fazer cada parte de nós (instruções essas que a comunidade científica não consegue abarcar).

    Os criacionistas não poderiam concordar mais com Carl Sagan neste ponto, já que os factos são indesmentíveis.

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  5. A FORQUILHA CRIACIONISTA: LUDWIG GRELHADO E BEM PASSADO! (3)


    No sentido oposto ao do Ludwig escreve quase toda a literatura relevante.

    Toda ela se refere à informação codificada que existe no núcleo da célula e não à informação sobre o genoma que existe nos livros de biologia molecular.

    Vejamos alguns exemplos das definições do código genético que surgem na literatura especializada.

    “The genetic code is a set of 64 base triplets (nucleotide bases, read in blocks of three).

    A codon is a base triplet in mRNA. Different combinations of codons specify the amino acid sequence of different polypeptide chains, start to finish.“

    -Cell Biology and Genetics, Starr and Taggart, Wadsworth Publishing, 1995

    “The sequence of nucleotides, coded in triplets (codons) along the messenger RNA, that determines the sequence of amino acids in protein synthesis.

    The DNA sequence of a gene can be used to predict the mRNA sequence, and the genetic code can in turn be used to predict the amino acid sequence.”

    -50 years of DNA, Clayton and Dennis, Nature Publishing, 2003

    “The most compelling instance of biochemical unity is, of course, the genetic code.

    Not only is DNA the all but universal carrier of genetic information (with RNA viruses the sole exception), the table of correspondences that relates a particular triplet of nucleotides to a particular amino acid is universal.

    There are exceptions, but they are rare and do not challenge the rule.”

    -The Way of the Cell, Franklin M. Harold, Oxford University Press, 2001

    “The genome of any organism could from then on be understood in a detailed way undreamt of 20 years earlier.

    It had been revealed as the full complement of instructions embodied in a series of sets of three DNA nitrogenous bases.

    The totality of these long sequences were the instructions for the construction, maintenance, and functioning of every living cell.

    The genome was a dictionary of code words, now translated, that determined what the organism could do. It was the control center of the cell.

    Differences among organisms were the result of differences among parts of these genome sequences.”

    -The Human Genome Project: Cracking the Genetic Code of Life, by Thomas F. Lee, Plenum Press, 1991

    Ou seja, do que se trata aqui é da informação codificada que existe no núcleo da célula, a qual já era capaz de assegurar a produção, sobrevivência e reprodução de bioquímicos muito antes de os bioquímicos descobrirem a informação contida nas células.

    O Ludwig, pelos vistos, é que não percebeu do que se estava a falar durante este tempo todo.

    Ele estava a falar da informação que existe nos livros de bioquímica, ao passo que o código genético designa a informação que existe no núcleo das células dos bioquímicos.

    Ele pensava que o código genético deve a sua existência aos bioquímicos.

    No entanto, os bioquímicos é que devem a sua existência ao código genético, o qual já desde há muito transcrevia, traduzia, executava e copiava a informação necessária à produção e reprodução dos seres vivos.

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  6. A FORQUILHA CRIACIONISTA: LUDWIG GRELHADO E BEM PASSADO! (4)

    É curioso.

    Quando afirmava categoricamente que o DNA não codifica nada, o Ludwig, afinal, estava a mostrar que ele é que ainda não tinha percebido de que é que cientistas como Crick, Watson, Sagan, Dawkins, etc., estão a falar quando se referem ao DNA e ao código genético.

    O Ludwig pensava que o código genético é o que sobre o genoma se encontra codificado nos livros de biologia molecular.

    Se calhar, para ele o código geológico é o que os livros de geologia dizem sobre as pedras, e o código bolístico é o que está codificado nos jornais desportivos.

    Para Ludwig, a grande descoberta de Crick e Watson não terá sido mais do que perceber que se pode falar sobre o DNA!!!

    Desengane-se, de uma vez por todas, Ludwig: o código genético é a informação codificada nas sequências de nucleótidos com todas as instruções para o fabrico e a reprodução dos seres vivos!

    Que parte disto é que ainda não percebeu?

    Já ouviu falar na sequenciação de genomas para obter informação genética?

    Como se vê, a estratégia do Ludwig está votada ao fracasso. O Ludwig não tem, por isso, qualquer hipótese científica séria contra a forquilha criacionista.

    Quase podemos dizer, em tom de brincadeira, que espetámos o Ludwig com ela e agora vamos grelhá-lo no seu próprio blogue.

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  7. A FORQUILHA CRIACIONISTA: LUDWIG GRELHADO E BEM PASSADO! (5)

    Recordemos, numa formulação ligeiramente diferente:

    1) Toda a informação codificada tem origem inteligente.

    2) No DNA encontramos informação codificada em quantidade, qualidade, variedade, complexidade e densidade que transcende tudo o que a comunidade científica é capaz de produzir

    3) Acresce que a informação codificada no DNA requer a existência de maquinismos de descodificação, o ribossoma, sendo que as instruções para construir ribossomas se encontram codificadas no DNA. Além disso, a descodificação requer energia a partir de ATP (adenosina trifosfato), construída por motores ATP-sintase, construídos a partir de instruções codificadas no DNA.

    4) Na origem do DNA encontramos uma inteligência que transcende a inteligência de toda a comunidade científica junta e que criou a vida de forma instantânea e sobrenatural.

    É tão simples como 2 + 2 = 4

    O Ludwig não tem qualquer hipótese científica contra este argumento. Nem ele, nem ninguém.

    Este argumento, sendo aparentemente simples, tem implicações fundamentais para a análise do big bang, da origem da vida, do ancestral comum, das mutações, da selecção natural, da especiação, a interpretação dor registo fóssil, etc.

    Além disso, ele explica porque é que a Palmira está errada quando compara os cubos de gelo ao DNA, porque o Ludwig está errado quando pensa que o facto de gaivotas darem gaivotas prova a evolução e porque é que o Paulo Gama Mota está errado quando pensa que a especiação dos Roquinhos prova a evolução.

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  8. A “EVOLUÇÃO” NA GENÉTICA DAS POPULAÇÕES E O ERRO DO LUDWIG

    O Ludwig fala muito na “evolução” partindo da genética das populações.

    No entanto, sempre que apresenta exemplos de evolução extraídos da genética das populações não consegue dizer mais do que “gaivotas dão… gaivotas”, “lagartos dão… lagartos” e “pelicanos dão… pelicanos”.


    Ou seja, ele não consegue refutar o que a Bíblia ensina: os seres vivos reproduzem-se de acordo com o seu género.

    Admito que isto seja um pouco embaraçoso quando se debate com o criacionismo bíblico.


    O que se passa então?

    O que é que está a falhar?

    Qual é o erro do Ludwig?

    Ou, melhor, qual é o erro da genética das populações que induz o Ludwig em erro?

    A resposta é dada pelo evolucionista John Endler, no seu livro Natural Selection in the Wild, de 1986.

    Quem é John Endler?

    John Endler é referido por Richard Dawkins, no livro The Greatest Show On Earth, como um evolucionista importante, que estudou o modo como os guppies “evoluem” para… guppies!


    John Endler tem o mérito por chamar a atenção para que:

    1) a selecção natural não é o mesmo que evolução, já que não explica por si só a origem de novas estruturas e funções e de nova variabilidade genética;

    2) os geneticistas das populações utilizam o termo evolução para referir a mudança de frequência dos genes e alelos, descurando, desde há décadas, o problema do surgimento de novos genes e alelos e das suas propriedades.

    Isto, repito, é afirmado por um importante cientista evolucionista!

    Ou seja, quando os geneticistas das populações falam na ocorrência de evolução eles aludem geralmente a alterações de frequência de genes e alelos pré-existentes, recombinadoras de características morfológicas pré-existentes, uma realidade que nenhum criacionista nega.


    O problema é que estas alterações ocorrem sempre dentro do mesmo género (“gaivotas dão…gaivotas”), nada tendo a ver, necessariamente, com a criação de novos genes, estruturas e funções mais complexas.


    Para John Endler, biólogos, geneticistas e geneticistas das populações devem dar mais atenção ao problema da criação de estruturas e funções inovadoras, em vez de se cingirem ao estudo da variação dentro de cada género a partir de informação e estruturas pré-existentes.


    O erro do Ludwig é usar a genética das populações como evidência de evolução, embora a aquela seja acusada, pelos próprios evolucionistas, de se concentrar na alteração da frequência de genes e alelos e descurar a origem de informação codificada nova, capaz de transformar partículas em pessoas, bactérias em bacteriologistas, peixes em pescadores.


    O erro do Ludwig e dos geneticistas das populações não escapa aos criacionistas nem aos evolucionistas mais atentos.

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  9. P.S.

    O Ludwig queixa-se de que Deus assiste impassível ao pecado humano.

    No entanto, mostra-se visivelmente incomodado e amuado quando os criacionistas lhe apontam (fundamentando) os seus erros científicos e lógicos...

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  10. O LUDWIG, A RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS E POLUENTES E A EVOLUÇÃO (1)


    Há uns meses atrás, o Ludwig defendeu que a síntese de betalactamase, uma enzima que ataca a penicilina destruindo o anel de beta-lactam, é uma evidência de evolução.

    Que erro crasso!!!

    Nesse caso, o antibiótico deixa de ser funcional, pelo que os microorganismos que sintetizam betalactamase passam a ser resistentes a todos os antibióticos.

    A betalactamase é fabricada por um conjunto de genes chamados plasmidos R (resistência) que podem ser transmitidos a outras bactérias.

    Em 1982 mais de 90% de todas as infecções clínicas de staphylococcus eram resistentes à penicilina, contra perto de 0% em 1952.

    Este aumento de resistência ficou-se a dever, em boa parte, à rápida transferência por conjugação do plasmido da betalactamase.

    Neste exemplo está-se perante síntese de uma enzima de banda larga com perda de especificidade e, consequentemente, com perda de informação.

    A rápida obtenção de resistência conseguiu-se por circulação de informação.

    Em caso algum estamos perante a criação de informação genética nova, codificadora de novas estruturas e funções.

    Isto nada tem que ver, empírica ou logicamente, com a suposta evolução de partículas para pessoas.

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  11. O LUDWIG, A RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS E POLUENTES E A EVOLUÇÃO (1)

    Na verdade, na generalidade dos casos conhecidos em que uma bactéria desenvolve resistência a antibióticos ou em que um peixe desenvolve resistência a poluentes acontece uma de três coisas:

    1) Num primeiro grupo de casos, a resistência já existe nos genes e acaba por triunfar por selecção natural, embora não se crie informação genética nova.

    Um exemplo de Janeiro de 2011 pode ver-se na bactéria “Streptococcus pneumoniae” e na sua resistência às vacinas.

    Aí se verificou que a resistência já existia nalgumas variedades, antes de introduzida a vacina.

    A selecção natural eliminou as variedades sem resistência, não criando nada de novo. Neste caso, a bactéria “Streptococcus pneumoniae” “evoluiu” para… bactéria “Streptococcus pneumoniae”.

    2) Num segundo grupo de casos, a resistência é conseguida através de uma mutação que destrói a funcionalidade de um gene de controlo ou reduz a especificidade (e a informação) das enzimas ou proteínas.

    Um exemplo recente, de Fevereiro de 20100, diz respeito a um peixe do rio Hudson.

    Neste caso, apresentado como "evolução" rápida, as proteínas AHR2 do peixe perderam 2 dos seus 1104 aminoácidos, afectando a retenção do material poluente e, por isso, aumentando a resistência à poluição.

    Mas não se criou informação genética codificadora de estruturas mais complexas.

    Pelo contrário, perderam-se 2 aminoácidos.

    Ora, não é a perder aminoácidos que se transformam partículas em pessoas.

    3) Num terceiro grupo de casos, a resistência é adquirida mediante a transferência de informação genética pré-existente entre bactérias, sem que se crie informação genética nova (o que sucedeu no exemplo do Ludwig).

    Um exemplo é o da bactéria Staphylococcus aureus, que adquiriu resistência graças à transferência horizontal de material genético pré-existente noutras bactérias.

    Todos estes casos foram apresentados como exemplos de “evolução”.

    Porém, nenhuma destas hipóteses corrobora a criação naturalista de informação codificada inovadora, codificando estruturas e funções mais complexas, necessária à transformação de partículas em pessoas.

    Todos operam, dentro de cada género, com base em informação genética pré-existente, que seleccionam, transferem ou eliminam.

    Referências:

    1) How Bacteria Keep Ahead of Vaccines and Antibiotics
    ScienceDaily (Jan. 28, 2011) , sobre a bactéria Streptococcus pneumonia.

    Aí se diz, “The research suggests that variants that allowed some bacteria to escape the new vaccine were present before the vaccine was introduced.”

    2) Gene 'Relocation' Key to Most Evolutionary Change in Bacteria
    ScienceDaily (Jan. 27, 2011), sobre a bactéria Staphylococcus aureus.

    Aí se diz:

    “bacteria evolve new abilities, such as antibiotic resistance, predominantly by acquiring genes from other bacteria”

    3) Pollution Triggers Genetic Resistance Mechanism in a Coastal Fish, ScienceDaily (Feb. 18, 2011)

    Aí se diz:

    “The AHR2 proteins in the Hudson Rover tomcod, he said, appear to be missing two of the 1,104 amino acids normally found in this protein.”

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  12. P.S.

    Duas notas:

    1) O Ludwig, na sua qualidade de cientista e de alegado especialista em pensamento crítico, deveria pensar ser mais crítico da teoria evolucionista e mais auto-crítico, pensando antes de falar.

    Se o fizesse não seria presa fácil das críticas dos criacionistas.

    2) Como se vê do texto sobre antibióticos, todos os exemplos estão na literatura científica aceite por todos.

    A ciência é exactamente a mesma para criacionistas ou evolucionistas.

    Não existe nenhuma observação cientificamente comprovada que os criacionistas neguem.

    O que muda são as pressuposições (naturalistas ou bíblicas) de que se parte para interpretar essas observações.

    Como o Ludwig parte de premissas erradas, as suas conclusões são frequentemente erradas...

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  13. apenas uma pikena chamada de atenção para este senhor, é o argumentista daquela que é considerada a melhor BD de todos os tempos, a saber: Sandman, que por acaso estou a reler e aconselho vivamente a coisa é mesmo boa , para mim a segunda melhor de todas as que já li.

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  14. P.S.- Perspectiva, get a life, vai pentear macacos ou pelo menos respeita o resto dos leitores deste blog e posta os teus copy pastes nos posts sobre religião ou afins.
    ler um post sobre bifes com batatas fritas e depois ler comentarios criacionistas que não têm nada a ver com o assunto do post, é bastante estupido.
    Sr. perspectiva, O que é que a porra da forquilha criacionista tem a ver com o Neil Gaiman?
    Desculpem a linguagem mas a estupidez deste tipo hoje tirou-me do serio

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  15. É desaconselhado dar de comer ao troll.

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  16. Os ataques de criacionismo agudo não são considerados doença no Serviço Nacional de Saúde, a pedir internamento? Seria muito conveniente...

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  17. Saikaru:

    Ponto 1) O Neil Gaiman é um excelente escritor: American Dogs é um grande livro; Sandman é uma grande série de BD; Muitas das suas histórias já foram adaptadas a cinema (Coraline, Stardust, ...). Por isso: sim, é um senhor com muitas vendas, com muito prestígio, com muito nome; e não é por ignorância de alguns que deixa de o ser.

    Ponto 2) Mesmo que não fosse, o que é que isso importa para o testemunho que ele deu e para os argumentos que ele referiu?

    Perspectiva:

    Tu és tolinho, não és? :')

    Ludwig:

    Não conhecia o LibreOffice, só o OpenOffice. Fico contente de ver que há malta a arrancar o projecto das mãos lentas e trapalhonas da Sun.

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  18. Leandro,

    Penso que não é culpa da Sun, em si. O problema, tanto quanto sei, começou quando a Sun foi comprada pela Oracle. A coisa estoirou quando a Oracle (segundo alguns, ou talvez não) pediu aos membros da OpenOffice.org que pertencessem também à Document Foundation para sair. Isso levou muita gente a sair da OOo e começar o ramo do LibreOffice.

    Eu prefiro o LibreOffice e a DF porque a OOo parece-me estar muito dependente da Oracle, e a Oracle não inspira muita confiança.

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  19. Vou ver se experimento quando sair a versão definitiva. Tenho andado também a espreitar o KOffice, mas ainda está muito verde, apesar de ter muito boas ideias.

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  20. leandro ribeiro disse...

    Saikaru:

    Ponto 1) O Neil Gaiman é um excelente escritor: American Dogs é um grande livro; Sandman é uma grande série de BD; Muitas das suas histórias já foram adaptadas a cinema (Coraline, Stardust, ...).

    Ok afinal li um livro dele em 1989 ou coisa assi o Don't Panic: The Official Hitchhiker's Guide to the Galaxy Companion is a book by Neil Gaiman about Douglas Adams and The Hitchhiker's Guide to the Galaxy.
    sinceramente
    Estava mais interessado na fantasia e etc Good Omens é dos poucos do terry pratchet que nunca li e é feito em parceria

    mas ler um livro no computador ou numa consola é sinceramente muito cansativo



    e não é por ignorância de alguns que deixa de o ser.
    há dezenas de milhares de autores bastante bons e milhares de óptimos autores

    é impossível conhecê-los a todos e muito menos lê-los

    a explosão da F.C e da fantasia nos anos 80 e 90 revelou mais autores por ano do que existiam por década nos anos 60 e 70
    e já eram aí bastantes logo...parece interessante o dito cujo

    Ponto 2) Mesmo que não fosse, o que é que isso importa para o testemunho que ele deu e para os argumentos que ele referiu?

    1º ele fala que pôs o livro gratuitamente à experiência durante um mês
    não foi algo permanente

    2ºos argumentos apresentam falhas básicas em muitos dos pontos

    não servem para todos os casos

    servirão para best-sellers mas nem todos os livros são best-sellers

    um físico de certo renome na climatologia pôs um livrinho gratuito na web um livro engraçado em pdf com 150 páginas

    fez uma edição parcialmente paga por ele cerca de 80% de 2000 exemplares
    vendeu 300 a preço de capa e os restantes foram colocados no ano seguinte em saldo pelas distribuidoras

    o custo da edição e distribuição foi de 10 ou 12.000£ recuperou tirados os ganhos dos distribuidores e vendedores que levam 40 a 50%
    cerca de 1.500 libras ou seja atirou para a rua quase 1/4 das 30000 que ganhava líquidas por ano

    é duvidoso que publique outro livro e era um livrinho bom
    em downloads houve uns 6 a 7000 logo o que pretendia estimular a compra do livro e o pdf não continha o livro na íntegra
    nomeadamente fotografias que eram bastante interessantes
    e que se revelavam na altura únicas

    logo não sei se está a ver o ponto?

    há nichos de mercado dentro do género da ficção científica por exemplo
    muito pequenos com edições muito reduzidas como foi inicialmente o livro dele sobre o mais famoso livro do Douglas Adams

    logo o mercado não absorve tudo nem os downloads livres criam apetência

    torna-se difícil ser autor

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  21. Madeira para a fogueira...

    Será q quem defende o mesmo q perspectiva n se lembra q é possível q Deus, existindo, ao criar o Big Bang com o seu pensamento e planeamento superior, já o tivesse feito de modo a q este planeta viesse a desenvolver-se geologica e biologicamente como as ciências defendem e também a ter evolução? Realmente, se olharmos para um período de tempo curto, um animal reproduz-se num seu igual. E as pedras também n se mexem, nem os continentes.
    Porque é q a possível existência de Deus obriga a q haja o criacionismo defendido por aquele livro q um certo número de pessoas escreveu.
    A Bíblia (n integralmente) até ensina coisas bonitas, bondosas, positivas. O q qualquer pai quererá ensinar ao seu filho. Daí a prova científica de alguma coisa...

    Se Deus é inteligente e todas as coisas inteligentes têm de ser criadas por outra coisa inteligente... quem criou Deus?

    Valeu a pena?

    --//--

    É bom que os criadores (de música, de cinema, de literatura) comecem a pensar em fluir com o tempo e que n fiquem pasmados a tentar manter tudo como dantes, o q já é impossível pq já está tudo diferente e ter-se-ia de voltar atrás e decidir q afinal a internet n presta para nada.

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  22. Xico, não são os criadores que querem manter as coisas como estão, são as distribuídoras.

    E estás enganado quanto ao ser impossível voltar atrás. Quando muito a internet dá poderes aos distribuidores que não tinham antes. A passagem completa ao paradigma digital pode ser bem pior do que "voltar atrás".

    Se eu comprar um livro electrónico a uma das publicadoras grandes, por omissão não o posso emprestar. Eles podem decidir (activar um bit) se eu posso emprestar este livro ou não. Se for um livro para o Kindle e o puder emprestar, por exemplo, só posso emprestar o livro uma vez e durante 14 dias. Findos os 14 dias o livro desaparece do Kindle da pessoa a quem o emprestei, e nunca mais o posso emprestar a mais ninguém.

    Se isto não é caminhar no sentido errado, não sei o que será.

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  23. Mais informação sobre esta idiotice na página Lending Kindle Books da Amazon.

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  24. ardoRic,

    Nesse caso, penso que o problema é também legal. O único problema é uma lei parva que proíbe a desactivação desses meios de "protecção". Não faz sentido nenhum que uma lei me proíba de alterar uma string de bits que eu tenho no meu computador.

    Sem essa lei, tanto fazia. Por um lado porque o DRM é inevitavelmente uma medida derrotável. E, por outro, porque há que admitir que se a amazon quiser vender o kindle e os livros dessa maneira, tem todo o direito de o fazer. Se eu quiser, também posso vender torradeiras que só funcionam num dia da semana, esperando com isso vender sete vezes mais. A única ressalva é garantir ao comprador o direito de alterar a torradeira para poder fazer torradas quando quer.

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  25. http://linhasdesintra.blogspot.com/

    Excelente artigo. Parabens!!

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  26. «vendeu 300 a preço de capa e os restantes foram colocados no ano seguinte em saldo pelas distribuidoras (...) logo não sei se está a ver o ponto?»

    A pergunta principal, e que fica por responder nessa experiência, é: quantos teria ele vendido se não tivesse disponibilizado o livro gratuitamente? Mais? Muitos mais? Menos? Muitos menos?

    E, já agora, que tipo de trabalho comercial e promocional foi feito? É que se a comparação for 1) editora a apostar no livro, com lançamentos aqui e ali, anúncios, envio para críticos, etc; VS 2) pôr uma versão gratuita na net e esperar; então aí não duvido: 1 vai ganhar de certeza.

    O que o Neil mostra é que, no caso dele, que será semelhante ao caso de muitos autores famosos, colocar o livro gratuitamente na internet aumentou o volume de vendas. O que ele também refere, e que parece que as editoras se esquecem com facilidade, é que a cada download não corresponde uma venda.

    Eu tenho pdf de muitos livros que não compraria fosse como fosse, de que fiz download só para espreitar. Se a editora assumir que o meu pdf é venda perdida, então já se está a enganar nas contas.

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  27. De facto, foi um lapso no q escrevi. Os criadores devem querer inovar na forma de chegar ao público e podem desembaraçar-se do funcionamento tradicional das editoras. E as editoras é q n devem querer voltar atrás.
    E também me parece q esse tipo de protecções é ilegítima mas permeável. É provável q se consiga manipular coisas dessas num computador. Se calhar sou antiquado, mas prefiro livros em papel.

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  28. Ludwig,

    Essa lei também é estúpida, mas somente não existir não seria solução. Isto porque a resolução do problema de poder emprestar não ficaria ao alcance do comum mortal. Quem produz o livro e o sistema de leitura poderia tornar esta resolução tão impossivelmente complexa como quisesse.

    Tal como na deliberação para o DMCA a lei tendeu a favorecer o monopólio das distribuidoras, poderia ter havido um ponto na história (e ainda espero que venha a haver) em que se favorecia o senso comum.

    Antigamente não era fácil regular o que um comprador fazia com um livro depois de o comprar. Efectivamente podia lê-lo quantas vezes quisesse, queimá-lo, emprestá-lo a quem bem lhe apetecesse, etc. Hoje em dia, com os livros digitais, é relativamente fácil controlar o que se deixa fazer com essas edições dos livros (o exemplo do empréstimo é apenas uma de muitas limitações possíveis).

    O que eu acho que devia acontecer era as leis imporem limites às proibições que este novo paradigma pode colocar. Por exemplo, que não se poderia limitar o número de vezes ou o período de empréstimos de livros. Assim mantinha-se um valor (que eu acho) fundamental dos livros: poderem ser emprestados. Em vez de se limitarem os direitos dos consumidores, deviam-se limitar os dos produtores.

    Ideias descaradamente "roubadas" do livro Free Culture do Lessig. (e talvez também do Code v2.0)

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  29. ardoRic,

    «Quem produz o livro e o sistema de leitura poderia tornar esta resolução tão impossivelmente complexa como quisesse.»

    Nem por isso. Tem uma restrição bastante limitativa: tem de fazer de forma a que a pessoa que compra o livro o possa ler.

    «Antigamente não era fácil regular o que um comprador fazia com um livro depois de o comprar. Efectivamente podia lê-lo quantas vezes quisesse, queimá-lo, emprestá-lo a quem bem lhe apetecesse, etc.»

    Podias vender o livro em papel muito frágil, ou com tinta fotossensível que depois de uma hora exposta à luz desaparecesse. Havia muitas formas de fazer "DRM" em livros analógicos. Só que o mercado encarregava-se se dar cabo disso.

    Penso que é isso que devemos fazer agora. Sou contra que se proiba a quebra do DRM, mas também sou contra a proibição legal do DRM. Se a Sony quer vender consolas onde não se pode usar DVDs de certo tipo, pode. Desde que outra empresa qualquer possa vender o chip que se solda no canto para poder usar os DVDs que se quiser, etc.

    «O que eu acho que devia acontecer era as leis imporem limites às proibições que este novo paradigma pode colocar. Por exemplo, que não se poderia limitar o número de vezes ou o período de empréstimos de livros.»

    Eu acho que é melhor ter livros que se pode emprestar à vontade. Mas acho má ideia pôr a lei nisto.

    Concordo com a necessidade de uniformizar os contratos de venda, para que o comprador saiba o que está a comprar sem precisar de ir às compras com um advogado atrás. Se um tipo paga por um CD está a comprar o CD com que que lá vem, e o CD é seu para fazer dele o que quiser. Não está a comprar uma licença que permite fazer isto mas proíbe aquilo etc. Se querem contratos desses, só no notário.

    Mas se ficar claro que quando vais ao site estás a pagar por um ficheiro com uma data de tretas para não poderes copiar, emprestar, etc, então isso penso que deve ser entre ti e o vendedor. Não vejo que seja obrigação da sociedade em geral pagar um sistema legal só para proibir o vendedor de te vender tretas :)

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  30. Ludwig, isto é tudo muito bonito e sabes que já me deste a volta nestas questões, mas o ponto aqui em disputa não é o mesmo.

    A questão aqui é que tu e o autor estão a defender coisas diferentes. O que o autor defende é a possibilidade de não chatear muito quem pirateie o sistema e tenha os livros dele distribuidos gratuitamente na net. O que tu defendes é a eliminação do copyright.

    Tenhamos em consideração que se de facto fosse possível a livre distribuição da "informação" que está presente nos livros do autor, nada impediria editoras da competição de publicar livros do mesmo autor sem lhe pagar um cêntimo a ele e à editora que o representa.

    Isto teria uma consequência simples: as editoras que conseguissem o melhor preço teriam maior probabilidade de ganhar espaço nas grandes vendedoras. Estas editoras não pagariam, quase por definição, ao autor em causa.

    Logo, numa situação logicamente consequente dessa "liberalização", em boa verdade o autor venderia "ZERO" se essa distribuição não fosse tão severamente desencorajada por ser "pirata", "ilegal", etc.,etc. (ninguém quer fazer coisas ilegais).

    Existe apenas a pequena excepção de que um autor de renome (e só de renome) poderia ganhar uma boa maquia se fizesse um contrato de exclusividade com uma editora, que trataria da publicidade e marketing, e de uma enorme quantidade de livros para que no primeiro dia de venda do livro essa editora pudesse ganhar uma boa quantia de dinheiro. Mas esta excepção só funciona para quem já é conhecido...

    Em geral, o autor ganharia zero ou tenderia a ganhar zero. O que, independentemente de ser uma coisa boa ou má, é bastante diferente da paisagem que o autor ali revela no youtube...

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  31. Barba,

    « O que tu defendes é a eliminação do copyright.»

    Não. O que defendo é que o copyright seja usado apenas no âmbito em que era usado antes da Internet: nas transacções comerciais.

    O que oponho é que o copyright seja uma forma de censura, uma desculpa para violar a privacidade das pessoas, a correspondência, etc.

    «Tenhamos em consideração que se de facto fosse possível a livre distribuição da "informação" que está presente nos livros do autor, nada impediria editoras da competição de publicar livros do mesmo autor sem lhe pagar um cêntimo a ele e à editora que o representa.»

    O que pode ser mau e, se for, justifica uma regulação da actividade comercial. Mas isso, como já disse várias vezes, para mim está ao nível da taxa camarária das pastelarias. Ou seja, ao nível do quero lá saber. Haver ou não haver direitos comerciais exclusivos para editar um livro rala-me tanto como não haver nos EUA protecção legal aos designs de moda, e todos os designers poderem copiar livremente (e vender) os designs dos outros, mas haver protecção legal desses designs na Europa. Não é coisa que me preocupe. E não é disso que estou a falar.

    O que estou a falar é o equivalente a virem a tua casa ver se cortaste uma camisola de forma a ficar demasiado parecida com aquela de uma marca qualquer. Isso é absurdo, preocupante, e sou contra.

    «em boa verdade o autor venderia "ZERO"»

    Essa é outra confusão. Se alguém quer fazer negócio a vender o que escreve, ou os vestidos que desenha, ou as receitas que inventa, ou os teoremas que demonstra, isso é lá consigo. O artista faz arte e isso é muito bonito. Mas assim que está a vender e a querer fazer negócio disso é um empresário como qualquer outro. Se o autor vende ou não vende é um problema do autor, não um problema jurídico ou político. É um problema comercial dele, como o do canalizador, cozinheiro, filósofo, etc. Não se vai inventar leis para dar lucro a essa gente toda.

    O copyright pode servir para regular a actividade comercial de edição. «as editoras que conseguissem o melhor preço teriam maior probabilidade de ganhar espaço» é verdade em com ou sem copyright, e o resultado, de qualquer das maneiras, é que o autor fica com uma percentagem muito pequena. Por isso, quando consideramos se queremos essa regulação e que regulação queremos, não devemos estar a pensar no lucro de nenhum interveniente mas apenas nos benefícios para a sociedade. A única coisa que pode justificar uma legislação como o copyright é se for melhor para todos nós, nunca só por ser melhor para o lucro de um certo agente económico.

    E se quisermos apoiar alguma actividade, fazemos o que fazemos com as escolas, bibliotecas públicas, museus, etc.

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