sábado, dezembro 26, 2015

Contra o naturalismo.

O Domingos Faria adaptou um argumento de Plantinga contra o ateísmo e o naturalismo. Se aceitamos que não há nada de sobrenatural, afirma o Domingos, temos de aceitar que evoluímos por selecção natural. Mas a selecção natural não favorece a formação de crenças metafísicas verdadeiras. Aliás, «as crenças metafísicas da maioria dos nossos antepassados [referiam] seres ou eventos sobrenaturais que dado o ateísmo são crenças falsas»(1). Portanto, nós não devemos ter um mecanismo fiável para formar crenças metafísicas verdadeiras. Como o ateísmo e o naturalismo são crenças metafísicas e quem as aceitar tem de concluir que não tem um mecanismo cognitivo fiável para formar crenças metafísicas verdadeiras, então «o ateísmo é autoderrotante e, por isso, irracional».

Este argumento tem muitas falhas. Aplica-se igualmente ao Cristianismo, porque «as crenças metafísicas da maioria dos nossos antepassados» também terão de ser consideradas falsas se assumirmos o Cristianismo, dando origem ao mesmo problema com a agravante de levar muita gente inocente ao inferno. Também é incorrecto presumir que o naturalismo exige a evolução de Darwin. Há alternativas igualmente naturalistas, como a de Lamarck, às quais o argumento do Domingos não se aplica. O Domingos também assume que pode generalizar para todas as “crenças metafísicas”. Não me parece que possa. Escreve que «Por crenças metafísicas entendo as crenças sobre a natureza última da realidade, como sustentar que existem entidades universais ou, pelo contrário, que existem apenas particulares; como defender o niilismo mereológico ou, pelo contrário, o universalismo mereológico; como acreditar no naturalismo metafísico ou no seu oposto, entre outros.»(2) Crenças sobre a realidade última das coisas são abordadas pelo ramo da metafísica a que se chamava filosofia natural e que agora chama ciência. Estas têm consequências práticas. E mesmo que a capacidade de formar crenças verdadeiras acerca do niilismo mereológico seja irrelevante para o comportamento, a capacidade de avaliar alegações como “o grande Tongatonga no céu manda que me dês o veado que caçaste” tem consequências relevantes para a selecção natural.

Mas estes problemas são pouco interessantes, pois derivam apenas da ênfase que o Domingos dá ao exercício retórico da argumentação em detrimento da capacidade de explicar. Os dois que foco a seguir são mais interessantes. O primeiro é um erro sobre a evolução de mecanismos cognitivos. O Domingos escreve que «se a evolução seleciona comportamentos adaptativos e se as crenças metafísicas em geral não tendem a causar qualquer comportamento [...] então a verdade ou falsidade das crenças metafísicas parece ser irrelevante ou invisível à seleção natural.»(2) Isto é falso porque “crenças metafísicas” inclui crenças com consequências comportamentais. Mas vou aceitar, por hipótese, que possa ser verdade para uma certa definição de “crença metafísica”. Mesmo que formar crenças metafísicas verdadeiras não tivesse sido directamente seleccionado durante a evolução, isto não exclui a possibilidade de ter havido pressão selectiva para formar os mecanismos que nos dão essa capacidade. Consideremos, por exemplo, a capacidade de construir aviões a jacto. É evidente que o sucesso reprodutivo dos nossos antepassados não esteve relacionado com a construção de aviões a jacto. Mas conseguimos construir aviões a jacto porque temos capacidades cognitivas mais gerais que, essas sim, estiveram sob pressão selectiva positiva. A capacidade de resolver problemas, criar representações simbólicas ou aprender por imitação, por exemplo. Esta última é especialmente relevante para o problema que o Domingos apresenta.

Um papagaio imita sons mapeando o que ouve para uma sequência de vocalizações. É um mecanismo neuronal complexo mas muito rígido. O que ouve é o que diz. Quando um antepassado nosso aprendia a caçar com o seu pai, também tinha de imitar. Mas o mecanismo de imitação dos humanos é muito diferente. O pai evitou pisar aqueles galhos secos, encostou-se àquela árvore uns minutos, deu uma volta maior para ficar de frente para o vento antes de se aproximar da presa e coçou o nariz quando passou perto daquela pedra branca. O filho, imitando, aprendeu a evitar os galhos secos e aproximar-se da presa contra o vento. Mas não aprendeu a coçar o nariz ao pé das pedras brancas nem a descansar só encostado àquela árvore. Porque, ao contrário do papagaio, o humano cria modelos mentais explicativos que permitem compreender e seleccionar os elementos a aprender. Foi assim que o filho conseguiu distinguir entre o que era relevante para a caça e o que não interessava. Este mecanismo, obviamente sob pressão evolutiva, favorece a formação de crenças verdadeiras porque são estas que tendem a dar as melhores explicações e os filtros mais úteis. Está longe de ser infalível, dependendo muito das circunstâncias e da informação disponível, mas é razoável assumir que, nas condições certas, temos uma capacidade cognitiva fiável para formar crenças verdadeiras até acerca de algumas questões que o Domingos considere metafísicas.

Finalmente, o Domingos ignora o trabalho que se faz em ciência para ultrapassar as limitações das nossas capacidades naturais. A evolução não nos dotou de mecanismos fiáveis para detectar bandas de absorção nos espectros de estrelas ou modelar reacções enzimáticas. Nós é que construímos, passo a passo e peça a peça, instrumentos de medição, métodos, sistemas de representação quantitativa e imensas outras coisas para colmatar as lacunas que a biologia deixou. Da invenção da linguagem à mecânica quântica, os mecanismos ao nosso dispor têm evoluído imenso, por um processo análogo, mas diferente, daquele da evolução biológica. É a combinação dessa maquinaria tecnológica e conceptual com os mecanismos cognitivos que a natureza criou que nos permite avaliar o mérito relativo das várias explicações e concluir, de forma fiável, que os sobrenaturalismos são um disparate e que o naturalismo é a melhor opção.

1- Domingos Faria, A irracionalidade do ateísmo.
2- Domingos Faria, Argumento contra o Naturalismo Metafísico

42 comentários:

  1. "Aplica-se igualmente ao Cristianismo". Se lesses com mais cuidado o meu artigo constatarias que a partir da página 368 eu argumento que o cristianismo e em geral o teísmo não é auto-derrotante, ao contrário do que se passa com o naturalismo ou o ateísmo.

    "É incorrecto presumir que o naturalismo exige a evolução de Darwin. Há alternativas igualmente naturalistas, como a de Lamarck." Ok, mas a teoria da evolução de Darwin (ou as inspiradas em Darwin com os contributos do monge Gregor Mendel) parecem muito mais plausíveis do que a de Lamarck, etc. Nos dias de hoje quem defende o lamarckismo? Para escapares ao meu argumento queres defender lamarckismo e abandonar o darwinismo? Parece uma estratégia muito implausível...

    "Crenças sobre a realidade última das coisas são abordadas pelo ramo da metafísica a que se chamava filosofia natural e que agora chama ciência. Estas têm consequências práticas". Ou seja, para ti tudo o que é metafísica é ciência e resolve-se com métodos científicos. Precisas de ler alguma bibliografia introdutória para veres como estás equivocado. Para te poupar trabalho, deixo aqui um bom texto introdutório à metafísica: http://philosophy.fas.nyu.edu/docs/IO/1160/met.pdf
    Também recomendo outros livros introdutórios à metafísica como "Riddles of Existence: A Guided Tour of Metaphysics" de Earl Conee e Theodore Sider, ou "Metaphysics" de Peter van Inwagen.

    Ao ler o teu texto dá impressão que não leste com cuidado o meu argumento e a fundamentação que dou para cada premissa do argumento. Por exemplo, ao defender a primeira premissa que sustenta que P(FM|N & E) é baixa ou insondável, apresento duas vias argumentativas possíveis: ou considerar que as crenças metafísicas não têm em geral qualquer resultado comportamental (opção A) ou considerar que as crenças metafísicas têm em geral algum resultado comportamental (opção B). O meu ponto é que quer se adopte a opção A quer se adopte a B, a conclusão será a mesma. Tu pareces que escolhes a opção B quando dizes no teu comentário que "“crenças metafísicas” inclui crenças com consequências comportamentais". Isso é uma opção legítima, mas argumento no meu artigo que também essa opção levará a concluir que a primeira premissa do meu argumento é verdadeira. Além disso, mesmo que não se consiga mostrar com sucesso a baixa probabilidade de FM dado N & E, basta mostrar que a probabilidade em questão é insondável para o argumento correr. E, tento em conta os dados de que dispomos, considerar a probabilidade em questão como insondável parece bastante plausível.

    "A evolução não nos dotou de mecanismos fiáveis para detectar bandas de absorção nos espectros de estrelas ou modelar reacções enzimáticas. Nós é que construímos, passo a passo e peça a peça, instrumentos de medição, métodos, sistemas de representação quantitativa e imensas outras coisas para colmatar as lacunas que a biologia deixou". Só há uma coisa que te está a escapar: a primeira premissa do meu argumento não é "P(as nossas faculdades científicas|N & E) é baixa". Pelo contrário, só estou a argumentar a favor do seguinte: "P(FM|N & E) é baixa ou insondável". É esta premissa que queres negar? Se sim terás de mostrar que a probabilidade em questão é alta e sondável, algo que não mostraste neste post. Mas para tentares fazer isso terás de ler melhor e com mais cuidado o meu artigo: http://artigos.domingosfaria.net/dfaria2015.pdf

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  2. Ludwig,

    Quando li os textos de Domingos Faria, fiquei com uma ideia um tanto diferente da que exploras no teu texto.

    Creio que o principal problema na prova que é apresentada em (1) está no assumir o ponto 5, pois tal parece-me ser uma falácia tipo "falso dilema".

    São-nos apresentadas 2 alternativas: a) quem aceita o ateísmo, tem de aceitar como verdade o que as suas faculdades cognitivas lhe dizem; ou b) não aceita o ateísmo e assim, já não precisa das suas faculdades cognitivas.

    A questão é: porque é que para ser um ateu tenho de apenas aceitar o que as minhas faculdades cognitivas me dizem, ou de ter um "anulador" de metafísica como é proposto?

    Em Ciência, o que se faz através do método de análise por pares e reprodução dos resultados é algo de muito diferente. O que se obtém é uma coerência de resultados que nos levam a considerar como verdade a hipótese em teste. Esta será uma verdade última? Duvido que alguém em Ciência defenda tal ideia - uma ideia só é credível enquanto não existir algo que abale as suas fundações. Foi o que aconteceu com as várias teorias criacionistas do séc. XVII e XVIII; o mesmo se passou com a mecânica de Newton, quando posta em causa pelas experiências que levaram à mecânica quântica e relativita no início do séc.XX.

    Sinceramente, não sendo eu um filósofo talvez não consiga atingir a essência, pormenor e subtileza dos argumentos. Mas sem dúvida que não me parece que ser ateu e excluir de todo o sobrenatural seja uma necessidade, como se diz em matemática, "necessária e suficiente". Tal como não é suficiente, aceitar todas as teorias da ciência moderna para se tornar ateu. Há muita gente que consegue conviver com a ciência e respectivos argumentos e ainda assim, manter uma vida religiosa activa.

    No que se me diz respeito a esta demonstração, tenho a dizer: "ainda precisa de muito, muito mais trabalho até ter algo que se aproveite".

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  3. Domingos Faria,

    «Ok, mas a teoria da evolução de Darwin (ou as inspiradas em Darwin com os contributos do monge Gregor Mendel) parecem muito mais plausíveis do que a de Lamarck»

    Certo. Mas a teoria da evolução de Darwin também parece muito mais plausível do que a hipótese (não chega sequer a ser uma teoria) de que Deus nos criou à sua imagem, capazes de formar crenças metafísicas verdadeiras com grande fiabilidade, mas Satanás anda a impedir que formemos crenças metafísicas verdadeiras e essas coisas todas que tu invocas gratuitamente como «estratégias argumentativas» para safar o Cristianismo do problema de que a maioria das pessoas que vive hoje em dia (incluindo a maioria dos cristãos, porque há muitos cristianismos diferentes) discorda das teses do Cristianismo, o que faz duvidar de que o Cristianismo seja produto de uma capacidade inata criada por um deus omnipotente para a criação de crenças metafísicas verdadeiras.

    Seja como for, isto seria apenas um argumento contra a teoria da evolução, não exigindo que se abandone o ateísmo ou o naturalismo, que tão bem funcionam noutros campos (na física, na medicina, na fisiologia, na cosmologia, etc...)

    «Ou seja, para ti tudo o que é metafísica é ciência e resolve-se com métodos científicos.»

    Não foi isso que eu escrevi. O que eu escrevi é que a ciência moderna inclui aquilo a que tradicionalmente faz parte a metafísica, pelo que a tua suposição de que todas as crenças metafísicas são irrelevantes para a evolução é muito dúbia. Esta tua afirmação, «ainda assim parece bastante plausível alegar que globalmente crenças metafísicas falsas têm os mesmos benefícios adaptativos que crenças metafísicas verdadeiras» é falsa quando incluímos nas crenças metafísicas crenças acerca da natureza da realidade. Por exemplo, a crença de que tudo é uma ilusão e eu sou um cérebro num frasco é claramente prejudicial à minha existência se eu a adoptar e se for falsa (mas se for verdadeira, não será prejudicial).

    Mas isto não é o ponto mais importante. O ponto mais importante, que tu ignoras quer no texto quer nos comentários, é que a evolução não selecciona crenças mas sim mecanismos para formação de crenças. E o teu argumento depende de assumir que o valor para o sucesso reprodutivo de um mecanismo que leva a crenças falsas é igual ao de um mecanismo que tem mais probabilidade de levar a crenças verdadeiras. Isto não é nada plausível, especialmente quando consideramos o problema humano de aprender imitando os outros e a necessidade de encontrar explicações para identificar as regularidades mais úteis no que observamos.

    «Só há uma coisa que te está a escapar: a primeira premissa do meu argumento não é "P(as nossas faculdades científicas|N & E) é baixa". Pelo contrário, só estou a argumentar a favor do seguinte: "P(FM|N & E) é baixa ou insondável".»

    Mas a nossa capacidade de formar crenças metafísicas verdadeiras não é apenas fruto da evolução biológica sem mais nada. É fruto da evolução biológica de mecanismos cognitivos que permitiram a evolução de ideias, linguagem, tecnologia, ciência e essas coisas, e é essa conjunção que nos permite formar crenças verdadeiras de forma fiável.

    O teu argumento é semelhante ao de argumentar que a teoria da evolução não prevê o surgimento da capacidade de fazer aviões a jacto por selecção natural. Isso é verdade, e comprova-se pelos muitos milhares de anos em que os humanos não foram capazes de fazer aviões a jacto. Mas daqui não podes concluir que os aviões a jacto são um anulador para o naturalismo porque estás apenas a omitir parte do processo que levou aos aviões a jacto, e que surgiu após a evolução cultural permitida pelos mecanismos cognitivos gerados pela evolução biológica.

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  4. António Carvalho,

    «A questão é: porque é que para ser um ateu tenho de apenas aceitar o que as minhas faculdades cognitivas me dizem, ou de ter um "anulador" de metafísica como é proposto?»

    Esse é um dos problemas principais do argumento do Domingos, que eu menciono no fim. Uma vez que tenham evoluído mecanismos cognitivos que permitem conjecturar explicações e seleccionar as melhores, este processo vai permitindo criar ferramentas que ultrapassam os limites biológicos da nossa cognição. Conseguimos criar máquinas que fazem milhares de milhões de cálculos por segundo ou fotografam galáxias distantes. Conseguimos criar modelos de reacções químicas e da formação de sistemas solares, e assim por diante. Tudo coisas que a biologia não nos deu mas que nós construímos pela capacidade de ir seleccionando e aperfeiçoando explicações.

    Neste momento, ter ou não capacidade biológica de formar crenças metafísicas verdadeiras é tão irrelevante como ter ou não ter miopia para poder concluir com confiança que as várias variantes do sobrenaturalismo são falsas.

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  5. Domingos,

    Considera estas duas afirmações metafísicas:

    1- A água é, por sua natureza, H2O

    2- A água é, por sua natureza, H2SO4

    O Ambrósio está cheio de sede e entra no laboratório de química. Encontra dois frascos, um contendo H2O e outro contendo H2SO4.

    Achas que a crença metafísica do Ambrósio na verdade de 1) ou 2) é irrelevante para o seu comportamento? Se admites que é relevante, achas que a verdade da crença que ele adopta é irrelevante?

    Eu acho que, qualquer uma que ele acredite, é muito relevante se é verdadeira ou falsa.

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    1. filha a água por natureza é um conjunto de símbolos que se consideraram escrever em letras latinas por natureza poderia ser tetabetaomega ou outra merda qualquer tens certeza de que tiraste o doutoramento em xanax?

      enfim 5 anos e picos depois os retardados continuam na mesma mas mais próximos do avc né

      espero que as crias sejam mais evoluidas mas a genética subjacente não assegura mutações com fitness acrescido ...

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  6. "a teoria da evolução de Darwin também parece muito mais plausível do que a hipótese de que Deus nos criou à sua imagem". Mas por que razão o darwinismo (e a ciência em geral) tem de ser incompatível com a criação divina? Ateus sensatos e intelectualmente honestos, como Michael Ruse, Elliott Sober ou até Daniel Dennett, defendem essa compatibilidade entre darwinismo e teísmo, entre ciência e teísmo. Só mesmo o teu ateísmo fundamentalista te impede de ver isso.

    "a tua suposição de que todas as crenças metafísicas são irrelevantes para a evolução é muito dúbia". Eu não uso o quantificador universal "todas", mas defendo uma posição mais moderada ao utilizar os advérbios "globalmente" ou "geralmente". O que quero dizer é que há uma grande tendência de que o valor de verdade das crenças metafísicas seja provavelmente irrelevante para a evolução. Assim, "geralmente" as crenças metafísicas falsas são, adaptativamente, tão boas como as verdadeiras. A ideia é que parece razoável aceitar que comportamentos que resultam de crenças metafísicas falsas geralmente não são suficientemente diferentes a nível adaptativo daqueles que resultam de crenças metafísicas verdadeiras para fazer uma diferença notória na seleção natural. Como exemplo disso apresento, na página 363, a evolução dos nossos antepassados. Em suma, o meu ponto é que de forma geral os sujeitos que têm crenças metafísicas falsas sobrevivem tão bem como se eles tivessem as correspondentes crenças metafísicas verdadeiras (e isso é algo que não acontece apenas com crenças metafísicas mas também com as científicas - p.e. a maior parte dos nossos antepassados tiveram crenças científicas falsas, e mecanismos cognitivos que geravam crenças científicas falsas, mas isso não impediu a adaptação e sobrevivência).

    "crença de que tudo é uma ilusão e eu sou um cérebro num frasco é claramente prejudicial à minha existência se eu a adoptar e se for falsa (mas se for verdadeira, não será prejudicial)". Mas porquê? Será que se segue que para todos os casos é prejudicial? Talvez não... Além disso, eu não estou comprometido com um quantificador universal naquilo que estou a defender (eu não afirmo "todos", mas sim "geralmente" ou "tendencialmente"). Por isso, o que defendo é compatível com esses supostos contraexemplos.

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  7. "ignoras que a evolução não selecciona crenças mas sim mecanismos para formação de crenças". Não estou a ignorar isso, pois ao longo de todo o argumento estou a falar de FM (que abrevia a proposição de que as nossas faculdades cognitivas são fiáveis com respeito a crenças metafísicas) e quero sondar qual é a probabilidade de FM. Portanto, o que quero saber realmente é qual a probabilidade de FM dado a teoria da evolução darwinista e dado o naturalismo/ateísmo. No artigo procuro mostrar que essa probabilidade é baixa ou, pelo menos, insondável. Ora, tendo em conta a nossa atual situação epistémica, considerar a probabilidade em questão como "insondável" parece bastante razoável e isso é o suficiente para o argumento correr.

    "o teu argumento depende de assumir que o valor para o sucesso reprodutivo de um mecanismo que leva a crenças falsas é igual ao de um mecanismo que tem mais probabilidade de levar a crenças verdadeiras". Isso não é o meu argumento. É verdade que Plantinga defende algo nessa linha, mas eu aqui afasto-me de Plantinga (e em breve publicarei um artigo com a minha crítica). Pelo contrário, o que assumo e que procuro fundamentar no meu argumento é que tendencialmente o valor para o sucesso reprodutivo de um mecanismo que leva a crenças «metafísicas» falsas é de certa forma semelhante ao de um mecanismo que tem mais probabilidade de levar a crenças «metafísicas» verdadeiras. Portanto, é diferente sondar (1) pela probabilidade de faculdades «em geral» produzirem crenças verdadeiras (por exemplos, crenças perceptivas, etc), dado N & E, e sondar (2) pela probabilidade de faculdades «específicas» produzirem crenças «metafísicas» verdadeiras (por exemplo, a crença no nominalismo), dado N & E. O meu argumento está apenas comprometido com (2) e não com (1); por isso a tua crítica não se aplica, pois pareces apenas interessado com "as regularidades mais úteis no que observamos" [ou seja, apenas com (1)].

    "e é essa conjunção que nos permite formar crenças verdadeiras de forma fiável". Sim, esse conjunto até pode permitir formar crenças fiável acerca do que percepcionamos, sobre as regularidades úteis no que observamos, e até sobre certas crenças científicas, de crenças empíricas que estão mais ou menos diretamente dependentes da sobrevivência e da adaptação. Por exemplo, convém que o meu mecanismo que produz crenças perceptivas seja fiável quando vejo um leão esfomeado a correr para mim. Todavia, quando se trata de crenças metafísicas, e mais "a priori", as coisas parecem diferentes; parece que as pessoas continuam bem adaptadas e a sobreviver mesmo com mecanismo cognitivos que produzem crenças metafísicas falsas. Aliás, até o ateísmo reconhece isso, pois do ponto de vista ateu a maior parte das pessoas que existe (com mecanismos cognitivos adaptados e que promovem a sobrevivência) têm grande parte das crenças metafísicas falsas - i.e., têm crenças metafísicas em entidades sobrenaturais. Portanto, até o próprio ateísmo parece comprometido com essa tese de que as pessoas em geral têm tendencialmente crenças metafísicas falsas mas comportamentos adaptativos, o que torna improvável que tenham FM. Ou seja, até de acordo com o próprio ateísmo parece que se justifica a primeira premissa do meu argumento. E se aceitam isso, o meu argumento funciona.

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  8. Domingos,

    «Mas por que razão o darwinismo (e a ciência em geral) tem de ser incompatível com a criação divina?»

    Porque é uma explicação para a origem das espécies que presume que todas as características surgiram, directa ou indirectamente, por processos naturais de descendência e modificação ou como consequência desses processos. Se quiseres fazer uma teoria que acrescenta a isso alguns milagres e casos especiais ad hoc, além de se tornar numa explicação pior, deixa de ser a mesma teoria. Aquela que se usa em biologia é incompatível com a criação inteligente (mesmo que por seres naturais, como extraterrestres) e é incompatível com milagres (como, de resto, a generalidade das teorias científicas modernas).

    «Eu não uso o quantificador universal "todas", mas defendo uma posição mais moderada ao utilizar os advérbios "globalmente" ou "geralmente".»

    Seja. A tua afirmação de que «globalmente crenças metafísicas falsas têm os mesmos benefícios adaptativos que crenças metafísicas verdadeiras» não é plausível porque o conjunto das crenças metafísicas inclui muitas proposições que têm impacto no comportamento e para as quais crenças falsas podem ser muito prejudiciais. Supor que tudo é ilusão, supor que é da natureza última da realidade que tudo se desintegre na próxima meia hora, supor que a é da natureza da realidade que tudo mude por completo e que amanhã seja tudo ao contrário do que foi hoje, e assim por diante. Há certamente proposições metafísicas que são irrelevantes, mas há outras que não são e não é plausível assumir que, globalmente, o seu efeito selectivo seja neutro.

    «Em suma, o meu ponto é que de forma geral os sujeitos que têm crenças metafísicas falsas sobrevivem tão bem como se eles tivessem as correspondentes crenças metafísicas verdadeiras»

    Mas esse ponto não serve para o teu propósito. Se tu olhares para a nossa evolução nos últimos dez ou vinte milhões de anos, poderás também constatar que indivíduos muito menos inteligentes do que nós sobreviviam igualmente bem como indivíduos com a nossa inteligência e que surgiram milhões de anos mais tarde. Daqui não segue que a inteligência seja irrelevante para a evolução porque a evolução por selecção natural depende do sucesso reprodutivo relativo. O que fez aumentar a nossa inteligência foi a vantagem que os indivíduos mais inteligentes, em cada geração, tinham em relação aos outro menos inteligentes da sua geração. Por isso é que a inteligência média foi aumentando mesmo apesar de as gerações menos inteligentes terem tido sucesso reprodutivo à mesma (e ainda bem que tiveram, senão as seguintes nunca teriam surgido).

    Portanto, para concluir que é muito pequena a probabilidade da evolução darwiniana ter dado origem a mecanismos que favorecem a crença em proposições verdadeiras, algumas das quais são metafísicas, tu terias de assumir duas coisas:

    A) Os mecanismos cognitivos que favorecem a formação de crenças verdadeiras que sejam classificadas de metafísicas são totalmente diferentes e independentes dos mecanismos cognitivos que favorecem a formação de crenças verdadeiras que não sejam classificadas de metafísicas.

    B) Nunca houve, durante a nossa evolução, qualquer vantagem relativa em ter mecanismos cognitivos que favorecessem a formação de crenças verdadeiras que sejam classificadas de metafísicas.

    Nenhuma destas premissas é plausível.

    Mas não proponho que os nossos antepassados ficassem imunes a crenças metafísicas falsas. Ou a crenças falsas em geral, mesmo não metafísicas. Defendo apenas que não é plausível assumir que nunca houve pressão selectiva para mecanismos cognitivos que favorecessem a formação de crenças verdadeiras (metafísicas ou outras).

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  9. «Portanto, é diferente sondar (1) pela probabilidade de faculdades «em geral» produzirem crenças verdadeiras (por exemplos, crenças perceptivas, etc), dado N & E, e sondar (2) pela probabilidade de faculdades «específicas» produzirem crenças «metafísicas» verdadeiras (por exemplo, a crença no nominalismo), dado N & E. O meu argumento está apenas comprometido com (2) e não com (1); por isso a tua crítica não se aplica, pois pareces apenas interessado com "as regularidades mais úteis no que observamos" [ou seja, apenas com (1)].»

    Se tu quiseres argumentar que a evolução por selecção natural não favorece mecanismos fiáveis para a formação daquele sub-conjunto de crenças metafísicas cujo valor de verdade seja irrelevante para o nosso sucesso reprodutivo, terás também de assumir que nenhum outro mecanismo cognitivos pode ser aplicado a esses casos para favorecer a formação de crenças verdadeiras. Isto implicará rejeitares a possibilidade de usarmos, para obter crenças verdadeiras desse tipo, características humanas claramente vantajosas como a racionalidade, inteligência ou linguagem. Isso parece-me que negaria todo o projecto filosófico. Porque se admites que a racionalidade e a inteligência são consequências previsíveis da evolução natural, e se admites que a racionalidade e a inteligência nos permitem formar crenças metafísicas com alguma fiabilidade, então tens de admitir que a evolução natural nos dá ferramentas – ainda que indirectamente – que permitem formar crenças metafísicas verdadeiras com fiabilidade.

    Mas tu estás a querer ir ainda mais longe a aplicar isto a todas as crenças metafísicas, para depois poderes dizer que se aplica automaticamente ao naturalismo em virtude apenas de ser uma crença metafísica. E isto é ainda pior porque há muitas crenças metafísicas que acerca daquilo que observamos. Era aliás por isso que a filosofia natural era considerada parte da metafísica. Coisas como “é da natureza da água não se incendiar”, por exemplo, são proposições metafísicas obtidas por observação de regularidades.

    «Aliás, até o ateísmo reconhece isso, pois do ponto de vista ateu a maior parte das pessoas que existe (com mecanismos cognitivos adaptados e que promovem a sobrevivência) têm grande parte das crenças metafísicas falsas»

    Sim. Mas isso não quer dizer que não tenham mecanismos fiáveis para encontrar crenças metafísicas verdadeiras.

    Considera o exemplo que eu dei. Todos os humanos saudáveis têm mecanismos cognitivos fiáveis que lhes permitem, nas condições certas, aprender a fazer aviões a jacto. No entanto, a grande maioria dos humanos nunca aprende a fazer aviões a jacto. Não porque lhes falte esses mecanismos mas porque lhes falta a formação e treino adequados.

    É isso que eu acho que se passa com os crentes. O problema não é faltar-lhes um mecanismo fiável. O problema é terem sido indoutrinados desde infância e não terem sido encorajados a criticar devidamente certas proposições. Ou seja, não lhes foram dadas as condições para que conseguissem formar essas crenças de forma fiável.

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  10. "Se quiseres fazer uma teoria que acrescenta a isso alguns milagres e casos especiais ad hoc, além de se tornar numa explicação pior, deixa de ser a mesma teoria". A isso se chama falácia do «straw man». Não é nada disso que está em causa quando se fala da compatibilidade entre o darwinismo e o teísmo; não se trata de fazer uma nova teoria ou adicionar pormenores à teoria já existente. Para te mostrar como estás seriamente equivocado, deixo aqui um excelente artigo de um ateu em que defende solidamente a compatibilidade entre o darwinismo e o teísmo: http://sober.philosophy.wisc.edu/selected-papers/ID-2011-evolution_without_naturalism.pdf

    "conjunto das crenças metafísicas inclui muitas proposições que têm impacto no comportamento e para as quais crenças falsas podem ser muito prejudiciais". Então que muitas posições são essas? Ou serão antes uma minoria? Que percentagem é essa? Por exemplo no que diz respeito à maior parte dos problemas metafísicos que actualmente se discutem (como aqueles sobre os universais, modalidade, possibilia, ficcionalismo, etc), as teorias ou crenças que respondem a tais problemas podem ser completamente falsas e, se tal foi o caso, não será por causa disso que a sobrevivência e a adaptação estará em causa. Algo completamente diferente sucede com as crenças perceptivas do dia-a-dia, pois se houver uma mecanismo que cause sistematicamente crenças perceptivas falsas aí a sobrevivência estará em causa.

    Parece haver uma clara diferença entre ter (1) um mecanismo que produz crenças metafísicas falsas e (2) um mecanismo que produz crenças perceptivas falsas. Enquanto que em (2) parece óbvio que a sobrevivência e a adaptação está posta em causa, tal já não é claro no caso (1). Por outras palavras, pode-se argumentar com alguma plausibilidade que a selecção natural produz criaturas com faculdades cognitivas que são fiáveis quando se trata de crenças acerca do ambiente físico, como crenças sobre a presença de predadores, comida, potenciais parceiros, etc. Todavia, o que dizer das crenças que não parecem ter qualquer valor de sobrevivência? Ou seja, de crenças metafísicas tais como crenças no nominalismo, no niilismo mereológico, no naturalismo, etc? Qual é a probabilidade, dado N & E, de que as faculdades cognitivas que produzem tais crenças são fiáveis? Certamente a probabilidade não será alta. Ou talvez ainda mais plausivelmente a probabilidade em questão seja insondável.

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  11. "Há certamente proposições metafísicas que são irrelevantes, mas há outras que não são e não é plausível assumir que, globalmente, o seu efeito selectivo seja neutro". Ok, suponhamos para fins argumentativos que isso é o caso. Todavia, mesmo se isso for o caso, parece que o mais razoável é concluir daí que a probabilidade de FM, dado N & E, é insondável por causa da nossa atual situação epistémica. E isso basta para o argumento correr e mostrar que o ateísmo/naturalismo é irracional e auto-derrotante.

    "Isto implicará rejeitares a possibilidade de usarmos, para obter crenças verdadeiras desse tipo, características humanas claramente vantajosas como a racionalidade, inteligência ou linguagem". Uma pequena mas importante clarificação. A primeira premissa do meu argumento é uma condicional; ou seja, a alegação é avaliar a probabilidade de FM dada a suposição do naturalismo e da evolução. Ora, essa premissa não diz que «de facto», no nosso mundo atual, tais faculdades cognitivas não são fiáveis ou que a probabilidade em questão é baixa apenas dado a evolução; por isso não implica que se rejeite a possibilidade de se usar no mundo atual a racionalidade, inteligência ou linguagem. Mais precisamente o que se afirma na premissa é que a probabilidade de FM é baixa ou insondável dado a conjunção do naturalismo com a evolução. E é somente nesse caso que há um "defeater", um derrotador para as crenças metafísicas.

    "Sim. Mas isso não quer dizer que não tenham mecanismos fiáveis para encontrar crenças metafísicas verdadeiras." Ok, mesmo na suposição que isso é o caso, então talvez o mais seguro, prudente, e racional seja dizer que a probabilidade em questão é insondável, dado N & E; e isso basta para mostrar que o ateísmo/naturalismo é irracional.

    "porque lhes falta a formação e treino adequados. É isso que eu acho que se passa com os crentes. (...) Ou seja, não lhes foram dadas as condições para que conseguissem formar essas crenças de forma fiável". Esse argumento carece de total justificação de tal forma que se pode inverter completamente a história. Vejamos: se Deus existe, então é provável que ele deseje que os seres humanos o conheçam e estabeleçam uma relação com ele; e se tal sucede, então provavelmente disporá os seres humanos com mecanismos que em condições e ambientes adequadas produzem crenças teístas fiáveis. Então qual é o problema dos ateus? É porque lhes falta a formação e o treino adequados; o problema é que não estão em ambientes apropriados para formarem tal crença ou o próprio mecanismo em questão pode estar por alguma razão lesionado ou não estar desenvolvido (por exemplo, não lhes foram dadas as condições para que conseguissem formar crenças teístas de forma fiável). Ora, se Deus existe, provavelmente esta história (ou alguma similar) é verdadeira e a tua história é falsa. Além disso, dado que a P(FM|E&N) é baixa ou, melhor, insondável, o ateísmo é ele próprio auto-derrotante e, por isso, é uma posição irracional ao contrário do que sucedo com o teísmo.

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  12. Domingos,

    Acerca dos problemas acessórios, como a compatibilidade entre a teoria da evolução e um ser omnipotente, posso escrever algo mais tarde. Adianto agora apenas a proposta de que o modelo que tens de criar para prever a posição de um conjunto de berlindes quando eles estão a chocar uns com os outros é diferente do que quando eles estão a chocar uns com os outros e está lá o Asdrubal que, a qualquer momento, pode mexer nos berlindes e alterar as suas trajectórias.

    Quanto a «Por exemplo no que diz respeito à maior parte dos problemas metafísicos que actualmente se discutem […] as teorias ou crenças que respondem a tais problemas podem ser completamente falsas e, se tal foi o caso, não será por causa disso que a sobrevivência e a adaptação estará em causa. », aponto apenas que o conjunto “crenças metafísicas” não é idêntico ao conjunto « problemas metafísicos que actualmente se discutem».

    Mas vamos supor que tu te referes apenas ao conjunto de crenças metafísicas cuja verdade ou falsidade não tem qualquer efeito no sucesso reprodutivo relativo de quem as aceite ou rejeite. Nesse caso, quando escreves «Parece haver uma clara diferença entre ter (1) um mecanismo que produz crenças metafísicas falsas e (2) um mecanismo que produz crenças perceptivas falsas.» tens de substituir “crenças metafísicas” por “aquele sub-conjunto de crenças metafísicas que não têm qualquer efeito no sucesso reprodutivo independentemente de se aceitar ou rejeitar essas crenças ou de serem ou não falsas”. Isto torna essa afirmação ainda menos plausível do que já era.

    E é evidente que crenças do tipo “o deus X existe e o deus X tem as características S” é um tipo de crença metafísica que geralmente tem impacto no sucesso reprodutivo do indivíduo. Mais, se considerares que quase todas as crenças deste tipo são falsas e que quase toda a gente considera quase todas as crenças deste tipo como falsas, terás de admitir que, para este tipo de crenças, até temos mecanismos cognitivos que são bastante fiáveis em muitas condições.

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  13. Esta parte é mais interessante:


    «Todavia, mesmo se isso for o caso, parece que o mais razoável é concluir daí que a probabilidade de FM, dado N & E, é insondável por causa da nossa atual situação epistémica. E isso basta para o argumento correr e mostrar que o ateísmo/naturalismo é irracional e auto-derrotante.»

    Não. Por um lado, porque o teu argumento das probabilidades, em que seleccionas um modelo porque prevê o que se observa com uma probabilidade maior do que o outro, é uma aplicação incorrecta do princípio da máxima verosimilhança. Mas isso merece um post inteiro (daqui a uns dias).

    Por outro, porque isso ignora que um mecanismo capaz de encontrar proposições verdadeiras acerca do que se observa – e muito da metafísica é acerca do que se observa, como a água ser H2O, por exemplo – pode também servir para encontrar proposições verdadeiras acerca do que não se observa. Por exemplo, acerca da inexistência de bules de loiça a orbitar o Sol entre a Terra e Marte.

    Imagina que a filosofia da religião, que procura responder a certas questões metafísicas, não assenta apenas na fé ou em capacidades mágicas e sobrenaturais dos filósofos da religião. Suponho que concordarás com isto. Imagina que esses filósofos procuram responder a essas questões, e julgam que o fazem de uma forma mais fiável do que atirando a moeda ao ar, usando capacidades genéricas como a sua inteligência e racionalidade, a memória, os sentidos e assim por diante. Essas capacidades parece-me ser claramente úteis e algo que a selecção natural iria favorecer, pelo que não justificam rejeitar o naturalismo. E essas capacidades, nas condições certas, dão respostas fiáveis a muitas perguntas, entre as quais perguntas metafísicas.

    É por isso perfeitamente racional e consistente aceitar somos capazes de responder de forma fiável a algumas perguntas metafísicas e, ao mesmo tempo, assumir que não há deuses e que as nossas características surgiram por processos naturais de evolução.

    É claro que a grande maioria das pessoas da história e mesmo de hoje não foram nem são filósofos. É preciso alguma formação e treino para que se possa usar as nossas características inatas dessa forma. Mas também não há razão para crer que os filósofos são abençoados com poderes mágicos nem explicar a filosofia com recurso a entidades sobrenaturais.

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    1. Deus, sendo o criador de todas as coisas, tem que estar, logicamente, acima das leis naturais que ele próprio criou, sob pena de não ser Deus. Não há nada de mágico nisso.

      Como é que alguém limitado pelas leis naturais poderia reclamar para si a qualidade de Deus, criador de todas as coisas? Isso seria ilógico e irracional.

      Mas Deus é LOGOS, é RAZÃO.

      Os relatos independentes e detalhados de que dispomos acerca de Jesus Cristo mostram que Ele reclamou para si a qualidade de Criador tendo mostrado que não estava condicionado pelas leis naturais.

      Ele mostrou que podia transformar a água em vinho, curar cegos e paralíticos, caminhar sobre as águas, multiplicar os pães e os peixes, ressuscitar os mortos e finalmente ressuscitar com um corpo incorruptível.

      Quem observou e relatou os milagre de Jesus sabia perfeitamente que os mesmos, tal como a vida em si mesma, são natural e humanamente impossíveis.

      Por isso, não os atribuíram às leis da natureza, mas ao poder do Criador da natureza.

      Eles reconheceram a Jesus Cristo uma natureza sobrenatural e divina e foram por toda a parte comunicar essa mensagem.

      A mesma irradiou a todo o mundo nos 2000 anos subsequentes.

      Ainda hoje a existência da vida, cuja origem nenhuma lei da física ou da química consegue explicar, atesta a natureza racional e sobrenatural da Criação.

      Nunca ninguém observou a origem da vida em laboratório ou no terreno (e das quantidades inabarcáveis de informação codificada de que ela depende) por processos naturais ou leis da física ou da química.

      Apenas sabemos que a vida existe porque estamos vivos e somos testemunhas oculares da vida, tal como aqueles que viram os milagres de Jesus sem para eles terem uma explicação natural ou física.

      A vida existe e isso não é magia. Mas também não é o produto das leis da física ou da química.

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    2. «A vida existe e isso não é magia. Mas também não é o produto das leis da física ou da química.»

      Como é que propõe demostrar tal verdade?
      Já sei: a Bíblia diz que Deus criou, a Bíblia foi ecrita por Deus e por isso é infalível, logo a Bíblia é que sabe! Como se um conjunto díspar de livros escritos sabe-se lá por quem e quando, podesse servir de argumento. Se nos baseassemos na Bíblia, ainda estavamos a levar os doentes aos curandeiros para expulsar os demónios!

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  14. Um artigo científico recente confirma que de acordo com os modelos cosmológicos dominantes, o Universo deveria ter entrado em colapso logo após o Big Bang. E no entanto, cá estamos nós.

    Mais uma vez de vê que os modelos cosmológicos dominantes não explicam o Universo que existe, tendo que ser constantemente manipulados de forma ad hoc para terem qualquer aparência de plausibilidade.

    A teoria da evolução não passa de especulação naturalista, de filosofia pagã (muito mal) disfarçada de ciência.

    Mas a Bíblia explica a origem do Universo, da vida e do Homnem.

    Ela diz (João 1)

    "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez."





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    1. Criacionista,

      No final do artigo que indicou, diz:
      «Taken together, the results should help scientists modify inflation models in order to describe a universe more like the one we live in.»

      Ou seja, é trabalho em curso, tal como é normal ocorrer em Ciência. Nada de definições finais, nada de verdades absolutas, nada definitivo, só Ciência dinâmica em acção, em constante mutação - sempre gostaria de ver um único sistema de crenças, em que os crentes fossem encorajados a procurar algo que deite abaixo as suas próprias fundações, como é o que ocorre na Ciência. Se tal ocorresse, o mais certo seria que os crentes tivessem de mudar de crença.
      Sempre gostaria de ver o Domingos Faria derrotar esta necessidade básica que existe na religião de manter sempre um conjunto base de dogmas que nunca poderão ser postos em causa...

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    2. melhoras a todos os j vascus do caralho

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    3. melhoras a todos os j vascus do caralho

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    4. O trabalho da especulação naturalista está sempre em curso, com revisão ad hoc dos modelos, porque nunca nenhum modelo naturalista explicará um mundo criado de forma sobrenatural.

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    5. «O trabalho da especulação naturalista está sempre em curso, com revisão ad hoc dos modelos»

      Claro que sim!
      É exactamente isso que se espera em Ciência. Que as teorias nunca se esgotem em si mesmas, senão o pessoal fica sem o que fazer!!!

      Do outro lado temos ideias monolíticas, estáticas e definitivas, afinal a criação não foi perfeita? O contrário seria implicar que a criação foi imperfeita, logo o criador não poderia ser perfeito... É por isso que a religião NUNCA poderá abandonar os seus dogmas.
      Mas na Ciência, temos vários casos de ideias estabelecidas que foram desafiadas e deitadas fora. Qual o motivo? Não eram boas ideias e não sobreviveram ao teste do tempo!
      Desafio-o a apresentar um caso, ainda que com parecenças remotas, seja como no caso da geração espontânea (https://en.wikipedia.org/wiki/Spontaneous_generation), que foi definitivamente "arrumada" por Pasteur.

      «porque nunca nenhum modelo naturalista explicará um mundo criado de forma sobrenatural.»

      Se a Ciência é estudo de processos naturais, porque é que alguém haveria de procurar uma explicação sobrenatural? Não faz qualquer sentido.

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  15. Domingos:

    "Ao ler o teu texto dá impressão que não leste com cuidado o meu argumento e a fundamentação que dou para cada premissa do argumento."

    Get used to it!

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    1. nunca pensaste em ir foder putos da casa pia ou levantar a peida do sofá e dar aulas de merda numa universidade algures cheia de cretinos como vocês?

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  16. filha nã me apetece passar horas a arranjar computas tens algum aluno desempregado que queira ganhar uns cobres a desmontar 600 computas por 60 eurros à hora ?

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  17. O Domingos Faria, vírgula ,,,adaptou ou adoptou ? um argumento qual? de Plantinga ou de caatinga dá no mesmo contra o ateísmo e o naturalismo....cousas de tempos obscuros não redominados Se aceitamos que não há nada de sobrenatural,ou seja o universo é tridimensional com o tempo a passar à medida que a entropia aumenta afirma o ou afirma nos Domingos, temos de aceitar? quais dos malucos e depravados sexuais é que se acumoda A tal ? que evoluímos...evoluis no sentido neodarwinista? evolução molecular? por selecção natural é muito limitadinho pá nem o fóssil do almaça era tão limitado deve estar a fazer adubo pá e decerto era melhor profe do que tu serás né . Mas a selecção natural não favorece a formação de crenças metafísicas verdadeiras. Aliás, «as crenças metafísicas da maioria dos nossos antepassados [referiam] seres ou eventos sobrenaturais que dado o ateísmo são crenças falsas»(1). Portanto, bolas como pode alguém ou algum robot dedicar-se a isto chiça

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  18. é de facto preciso uma pessoa estar muito lixada da mioleira para andar ...salvosseja ficar sentado o (7)
    ► Junho (9)
    ► Maio (5)
    ► Abril (3)
    ► Março (7)
    ► Fevereiro (5)
    ► Janeiro (7)
    ► 2014 (96)
    ► 2013 (94)
    ► 2012 (127)
    ► 2011 (179)
    ► 2010 (289)
    ► 2009 (295)
    ► 2008 (331)
    ► 2007 (379)
    ► 2006 (78) inda se fosse paralítico ou os filhos o quisessem matar pra ficar com a herança ou estivesse fugido da máfia ou preso como o socrates inda se precebia

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  19. E Um papagaio NÃO SE LIMITA A imitaR sons CONSEGUE PRODUZIR DISCURSO PEDE UMAS LIÇÕES DE ETIOLOGIA NUMA UNIBERSIDADE AMARICADA PÁ Ê TINHA UNS PPT'S SOBRE ISSO MAS TÃO NUM COMPUTE OUT E NEM ME VOU DAR AO TRABALHO mapeando UM MAPA CONCEPTUAL CEREBRAL DOS ANOS 20 OU DOS 80? o que ouve AS VIBRAÇÕES RECEBIDAS NA CÓCLEA DO CÉREBRO REPTILIANUS NÉpara uma sequência de vocalizações EMISSÕES DE ONDAS OU OUTRA MERDA QUALQUER. É um mecanismo neuronal complexo mas muito rígido ERRO MAS ENFIM. O que ouve é o que diz.,,,ANTROPOMORFIZACIÓN NÉ Quando um antepassado nosso aprendia a caçar com o seu pai,AVÔ OU OUTRO CARLOS CRUZ também tinha de imitar. Mas o mecanismo de imitação dos humanos é muito diferente. O pai evitou pisar aqueles galhos secos, encostou-se àquela árvore uns SE FOR NUM DESERTO OU NA GRONELÂNDIA VAI SER DIFÍCIL NÉ E O CAÇADOR É PRECEDIDO PELO RECOLECTOR NÉ minutos, deu uma volta maior para ficar de frente para o vento antes de se aproximar da presa e coçou o nariz quando passou perto daquela pedra branca. O filho, imitando, aprendeu a evitar os galhos secos e aproximar-se da presa contra o vento. Mas não aprendeu a coçar o nariz ao pé das pedras brancas nem a descansar só encostado àquela árvore. Porque, ao contrário do papagaio, o humano cria modelos mentais explicativos que permitem compreender e seleccionar os elementos a aprender. Foi assim que o filho conseguiu distinguir entre o que era relevante para a caça e o que não interessava. Este mecanismo, obviamente sob pressão evolutiva, favorece a formação de crenças verdadeiras porque são estas que tendem a dar as melhores explicações e os filtros mais úteis. ,,,,CONFUSO INCOMPLETO E PIOR AINDA QUE O RACIOCÍNIO DE UM ORLANDO LUÍS PEDRADO NO MATERIALISMO DIALÉTICO OU DUM GONÇALVES DE BIOLOGIA MOLECULAR SEM SAL Está longe de ser infalível, PORQUE SE COPIASSES BEM FAZIAS UM TEXTO MELHOR DO QUE ISTO PÁ E ATÉ PODIAS PUBLICAR E TAL dependendo muito das circunstâncias e da informação disponível, mas é razoável assumir que, nas condições certas, temos uma capacidade cognitiva MUITO MUITO REDUZIDA DE MERDA MESMO SEI LÁ 6 VALORES E OLHA QUE É COM MUITO BOA VONTADE
    BOLAS ESTÁS A NÍVEL DE GALOPIM MAIS XÉXÉ
    OU DAQUELE PSEUDO FÍSICO COM AS CORDAS AO PESCOÇO
    BEIJINHOS VÊ SE NÃO PIORAS
    REDUZ AS DOSES DE INTERNET E DÁ UNS ESTALOS AOS PUTOS ARRANJA UMA AMANTE OU UMA ALUNA NEXEXITADA DE NOTAS SEI LÁ
    DIVERSIFICA OS INVESTIMENTOS EM TEMPO

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  20. Tendo em conta as limitações godelianas, a questão que vocês estão a discutir não fica um bocado no campo da fantasia? É que assume que existem conceitos metafísicos verdadeiros e não tenho a certeza se podemos saber se isso existe.

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    1. João,

      Se não sabemos definir o conceito de "processos metafísicos", talvez seja boa ideia deixar as explicações metafísicas fora do âmbito da Ciência.
      A Ciência tem tudo a ver com a Natureza e com processos naturais.

      De qualquer forma, podemos sempre tentar atingir o "metafísico", não é esse o objectivo de todas as religiões, ou pelo menos da maioria?

      A questão que Domingos Faria coloca é que não podemos abandonar a parte metafísica/religiosa por troca com um sistema ateu e naturalista, porque, argumenta ele, tal sistema não pode ser sustentado - é irracional.

      Peço desculpa, mas não percebi a ligação a Gödel. Tanto quanto sei (e não é muito de facto!), Gödel apenas defende que precisamos sempre uma base (axiomas, ver https://en.wikipedia.org/wiki/Axiom) que nunca poderá ser provada para servir de base a toda a restante lógica. Não sei realmente, como aplicar tal consideração neste caso...
      Outro problema, é que tal base axiomática necessita que todos aceitem as verdades sem necessidade de explicação; tal não é o caso com a religião e com o mundo metafísico. Não estou a ver as parte em causa (como o exemplo do Ludwig e do Domingos parece demonstrar) a aceitarem uma base sólida quanto a isto. E assim, parece-me que Gödel é irrelevante para este caso.

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    4. É assim:

      Domingos assume que existem conceitos metafísicos verdadeiros. Como estes existem logo tem de existir um Deus para que os possamos alcançar pois os conceitos metafisicos não têm efeitos neste mundo logo não são selecionados por serem ou não verdadeiros.

      O Ludwig respondeu à segunda questão. Eu estou a chamar a atenção para a primeira. Assumir que temos conceitos metafisicos verdadeiros, ou que os podemos vir a ter, contraria o teorema que prova que não podemos criar sistemas consistentes e completos que sejam baseados em ideias mais simples,( axiomas). (Ver teoremas da completude de Godel). Aqui, o conceito metafisico é apresentado como um sistema de mundividência, (e um que se torna claro ser uma oposição formal ao naturalismo), logo estamos a falar de um sistema epistemico-cognitivo, logo estamos a falar de algo que é abrangido pelos limites godelianos, já que tem de assentar em axiomas - caso contrário é um hino à auto-referencia. Para sistemas Verdadeiros estou a assumir que é equivalente a sistemas completos e consistentes. Nâo estou a tentar definir "conceitos metafisicos", estou apenas a ver o uso que foi dado ao termo e a dirigir-me a aspectos dele que são apresentados pelo domingos.

      Quanto à proposta de Deus nos querer dar modelos completos e consistentes, caso eles existam num outro sistema lógico, que são intestáveis e não têm efeitos nenhuns no mundo natural ( que inclui os nossos neurónios) também me parece demasiado especulativo e desinteressante para se levar a sério. É apenas mais um dragão invisível na garagem.

      Por fim, creio que os limites da ciência não devem ser impostos "à priori". A ciência deve evoluir e procurar explicar a realidade, nem mais, nem menos. Se existe, então deve ser assunto cientifico. Se não existe, não deve ser considerado qualquer forma de conhecimento. Se é apenas um efeito na mente humana é uma questão de psicologia e antropologia.

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    5. É assim:

      Domingos assume que existem conceitos metafísicos verdadeiros. Como estes existem logo tem de existir um Deus para que os possamos alcançar pois os conceitos metafisicos não têm efeitos neste mundo logo não são selecionados por serem ou não verdadeiros.

      O Ludwig respondeu à segunda questão. Eu estou a chamar a atenção para a primeira. Assumir que temos conceitos metafisicos verdadeiros, ou que os podemos vir a ter, contraria o teorema que prova que não podemos criar sistemas consistentes e completos que sejam baseados em ideias mais simples,( axiomas). (Ver teoremas da completude de Godel). Aqui, o conceito metafisico é apresentado como um sistema de mundividência, (e um que se torna claro ser uma oposição formal ao naturalismo), logo estamos a falar de um sistema epistemico-cognitivo, logo estamos a falar de algo que é abrangido pelos limites godelianos, já que tem de assentar em axiomas - caso contrário é um hino à auto-referencia. Para sistemas Verdadeiros estou a assumir que é equivalente a sistemas completos e consistentes. Nâo estou a tentar definir "conceitos metafisicos", estou apenas a ver o uso que foi dado ao termo e a dirigir-me a aspectos dele que são apresentados pelo domingos.

      Quanto à proposta de Deus nos querer dar modelos completos e consistentes, caso eles existam num outro sistema lógico, que são intestáveis e não têm efeitos nenhuns no mundo natural ( que inclui os nossos neurónios) também me parece demasiado especulativo e desinteressante para se levar a sério. É apenas mais um dragão invisível na garagem.

      Por fim, creio que os limites da ciência não devem ser impostos "à priori". A ciência deve evoluir e procurar explicar a realidade, nem mais, nem menos. Se existe, então deve ser assunto cientifico. Se não existe, não deve ser considerado qualquer forma de conhecimento. Se é apenas um efeito na mente humana é uma questão de psicologia e antropologia.

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  21. O método infalível para desconstruir as "provas" evolucionistas e naturalistas passa por distinguir, em cada artigo científico, a parte factual e a parte especulativa.

    Atualmente, quase todos os artigos científicos têm uma parte factual e uma parte especulativa.

    Os factos observáveis corroboram sempre o que a Bíblia diz. As "provas" da evolução estão sempre na parte especulativa do artigo.

    Vejamos um exemplo, numa notícia científica recente sobre a informação codifica nas proteínas.

    Parte factual (1):

    "Proteins and languages share many similarities – both, for instance, yield their meaning through a proper arrangement of basic building blocks."

    Como se vê, ela corrobora inteiramente a Bíblia quando diz que a vida foi criada pelo Verbo (Logos, Palavra, Razão).

    Parte factual(2):

    "In a systematic analysis of modern proteins, they were able to identify 40 peptidic fragments that occur in seemingly unrelated proteins, yet bear striking resemblance in their sequences and structures."

    Note-se que todas as proteínas são observadas no presente. A distinção entre antigas e modernas é já especulativa. Em todo o caso, as semelhanças existentes em proteínas aparentemente não relacionadas corroboram um Criador comum que usou princípios semelhantes de codificação de informação.

    Parte especulativa:

    "...the hypothesis that the first protein domains arose by fusion and piecemeal growth from an ancestral set of simple peptides, which themselves emerged in an RNA-based pre-cellular life, around 3.5 billion years ago."


    "...the authors propose that these fragments are the observable remnants of a primordial RNA-peptide world, a precursor form of the DNA-based life we know today."

    Trata-se de pura especulação evolucionista impossível de confirmar porque ninguém estava lá há 3,5 mil milhões de anos para ver nem pode viajar no tempo.


    Nota final: como se vê, os factos observáveis são os mesmos para criacionistas e evolucionistas, não colocando qualquer problema aos criacionistas, antes pelo contrário.

    Os criacionistas apenas rejeitam a especulação evolucionista por não passar de especulação evolucionista.

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    1. «Os criacionistas apenas rejeitam a especulação evolucionista por não passar de especulação evolucionista.»

      Deve ser exactamente pelo mesmo motivo, que os Biólogos rejeitam a especulação criacionista: é que não passa de pura especulação.

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  22. Quando se abstrai das especulações evolucionistas impossíveis de observar (v.g. a vida surgiu por acaso; uma espécie evolui para outra diferente e mais complexa; os seres humanos e os chimpanzés divergiram de um antepassado comum há 6 milhões de anos) e se analisa os factos realmente observáveis, os resultados corroboram o que a Bíblia ensina.

    Por exemplo, um artigo recente sobre a análise do material genético dos primeiros irlandeses, sugere que migrações recentes, a partir do médio oriente, como a Bíblia ensina a propósito da dispersão pós-diluviana, há cerca de 4,500 anos.

    Pelo menos essas migrações encontram-se amplamente documentadas nos textos da antiguidade, ao contrário das especulações evolucionistas.

    Os biólogos devem lembrar-se de que Charles Darwin apenas observou tentilhões a "evoluirem" para... tentilhões! E isto, revelando poucas capacidades de adaptação ao meio, a ponto de, 150 anos depois de serem visitados por Darwin, enfrentarem até o risco de extinção.

    Os biólogos evolucionistas devem descer ao mundo real e abandonar o seu mundo especulativo onde sapos se transformam em príncipes ao longo de milhões de anos...

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  23. «Os biólogos evolucionistas devem descer ao mundo real e abandonar o seu mundo especulativo onde sapos se transformam em príncipes ao longo de milhões de anos.»

    Se conseguir demonstrar tal acontecimento, seria realmente uma forma de destruir de vez a evolução darwiniana.
    Infelizmente para os criacionistas, tal crença, é na verdade um "espantalho", não é o verdadeiro problema!

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  24. A "evolução darwiniana" que os criacionistas veem é precisamnente a mesma que Darwin viu, tentilhões dão tentilhões e iguanas dão iguanas.

    Nem mais nem menos.

    É isso que se vê, que todos vemos e que a Bíblia diz (10 vezes em Génesis 1) que acontece.

    Não é preciso demonstrar o que os factos demonstram: os seres vivos reproduzem-se de acordo com o seu género.

    Isso não é nenhum espantalho.

    É simplesmente a única realidade observável. Tudo o que vai além disso é especulação evolucionista e naturalista.

    As "provas" da suposta "evolução darwiniana" de peixes para pescadores ou de bactérias para bacteriologistas estão sempre na parte especulativa e imaginativa dos artigos científicos.

    O que observamos é que bactérias, peixes e seres humanos se reproduzem de acordo com o seu género. Tudo o mais é produto da imaginação.

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    1. Com "espantalho", quero dizer a ideia de que príncipes (ou qualquer tipo de humano) possam evoluir para sapos, mesmo com um tempo equivalente ao tempo necessário para que um buraco negro possa evaporar pela radiação de Hawking (~10^100 = 1 googol).
      Também seria interessante ver um peixe evoluir para mamífero, ou uma bactéria para um humano.

      Todos estes exemplos são "espantalhos" porque não é isto que a evolução ensina. Logo, nem faz sentido desmentir o que não é!

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    2. Já que gosta tanto de artigos científicos, deixou-lhe aqui mais um: http://www.sciencedaily.com/releases/2015/11/151105121916.htm.

      Eis alguns excertos muito curiosos:
      «Our findings contradict the common-sense and popular assumption that children from religious households are more altruistic and kind toward others. In our study, kids from atheist and non-religious families were, in fact, more generous»

      «Consistent with previous studies, in general the children were more likely to share as they got older. But children from households identifying as Christian and Muslim were significantly less likely than children from non-religious households to share their stickers. The negative relation between religiosity and altruism grew stronger with age; children with a longer experience of religion in the household were the least likely to share.»

      «Children from religious households favored stronger punishments for anti-social behavior and judged such behavior more harshly than non-religious children»

      Comentário final: deve ser esta a famosa moralidade superior que a religião tanto apregoa.

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  25. A Bíblia ensina, em Génesis 1, que a vida foi criada de forma racional e sistemática.

    Os estudos científicos mais recentes permitem observar que a vida depende de sistemas complexos operando com base em informação codificada.

    O que eles dizem:

    "genetic information travels within a living cell"

    Nota: as observações corroboram o que a Bíblia afirma.

    a) A capacidade de criar sistemas complexos dependentes de informação codificada é um atributo típico da inteligência. A vida tem complexidade e informação dificilmente abarcáveis.

    b) Informação e códigos são grandezas imateriais, intelectuais, que não se confundem com os supostos físicos utilizados para armazenamento e representação.

    c) Só com muito estudo e tecnologia altamente sofisticada é que se consegue compreender como a vida funciona, o que só corrobora a sua criação super-inteligente.

    d) A vida depende de informação e meta-informação codificadas em quantidade, qualidade, complexidade, densidade e miniaturização que transcendem a capacidade científica e tecnológica de toda a comunidade científica.

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