quarta-feira, dezembro 30, 2015

Treta da semana (atrasada): salário mínimo.

Durante quase toda a história da nossa espécie, a população acompanhou os recursos. Quanto mais alimentos havia, mais pessoas nasciam e a vida continuava igualmente difícil para todos. Por isso, quase todos tinham de trabalhar, salvo uns poucos nobres e padres que viviam à custa dos outros. Depois da revolução agrícola e industrial, e de progressos na medicina, o crescimento populacional foi abrandando e a comida deixou de faltar. Em alguns sítios, pelo menos. Mas continuava a ser preciso o trabalho de muita gente para garantir energia, habitação, transporte e outras coisas importantes. A crescente complexidade destas cadeias de produção tornou o dinheiro indispensável para informar, de forma distribuída, acerca do trabalho que era preciso fazer em cada sítio e momento. Alguns países experimentaram centralizar todas essas decisões e só deu porcaria. Nestas circunstâncias, o salário mínimo fazia sentido. Porque, sendo necessário que (praticamente) todos trabalhassem para garantir o conforto colectivo, e sendo preciso dinheiro para coordenar todo esse trabalho, era inevitável que (praticamente) todos ganhassem o que precisavam para viver pela venda do seu trabalho. Como seria injusto alguém fazer a sua parte e, ainda assim, não ganhar o suficiente para viver com dignidade, instituiu-se o salário mínimo. Todos teriam de trabalhar mas todos ganhariam pelo menos esse salário.

Hoje a situação é diferente. Em vez de se usar o dinheiro para distribuir a alocação do trabalho necessário, cada vez mais é a necessidade de trabalhar que é aproveitada por quem pode comprar trabalho para o vender com lucro, muitas vezes prejudicando a sociedade. Por exemplo, há dias fui assistir ao concerto do Panda e dos Caricas. A minha filha gostou mas, com quatro anos, quase tudo lhe agrada. Se não houvesse Panda, Caricas e a publicidade associada, facilmente arranjava uma coisa mais barata para a entreter. E os artistas que montam o espectáculo também poderiam criar algo de maior valor cultural se não lhes instrumentalizassem o talento como meio de gerar lucros. Infelizmente, os artistas precisam de trabalhar para viver e, por isso, os principais beneficiários daquele trabalho acabam por ser uns poucos accionistas com dinheiro suficiente para fazer dessa necessidade um negócio.

Esta tendência é crescente. Cada vez é preciso menos pessoas para assegurar tarefas importantes que outrora ocupavam muita gente, como a agricultura e a indústria. Cada vez há mais pessoas a trabalhar apenas para fazer passar dinheiro de clientes para patrões, em tarefas socialmente irrelevantes ou mesmo prejudiciais. E cada vez há mais pessoas que nem conseguem vender o seu trabalho porque não há quem o queira comprar. Nestas condições, o salário mínimo como o garante de uma vida digna não faz sentido. Pior ainda, distorce o mercado de trabalho beneficiando os que têm pouco à custa dos que não têm nada. Numa economia onde a oferta de trabalho ultrapassa a procura, aumentar o preço mínimo do trabalho aumenta inevitavelmente o desemprego.

O que é preciso é admitir que os tempos mudaram e que a ideia tradicional de que se tem de trabalhar para viver já não faz sentido. Não pode ser assim porque nem sequer há trabalho remunerável para todos e, mesmo do que há, uma boa parte não tem utilidade para a sociedade, servindo apenas os interesses de uns em detrimento de outros. Por isso, a solução mais razoável é garantir um rendimento universal estável, igual para todos e que não dependa de conseguirem vender o seu trabalho no mercado. É preciso um rendimento básico incondicional (1).

Esta abordagem alternativa resolveria muitos problemas, como o estigma social e desincentivo ao trabalho associado a medidas avulsas para subsidiar os pobres apenas enquanto se mantiverem pobres, ou a incerteza que impede muita gente de ser criativa e empreendedora, algo praticamente vedado a quem não tenha uma fonte garantida de rendimento (ou familiares ricos). Contribuía também para tornar o mercado de trabalho mais eficiente. Trabalhar a tempo inteiro por €500 é diferente de trabalhar um dia por semana por €100. Vender um dia por semana até pode ser bom para quebrar a monotonia e sempre se ganha €100. Vender a semana inteira por €500, ainda por cima se o trabalho não tiver interesse, é algo que só se faz por necessidade. Um rendimento básico universal permitiria também que mais pessoas se dedicassem a trabalho socialmente benéfico mesmo que não remunerado. Começando logo por educar os filhos como deve ser. Ao obrigar toda a gente a trabalhar a tempo inteiro e condenar à miséria quem não o faz estamos a hipotecar as gerações futuras em troca de nada ou menos ainda.

Há apenas dois obstáculos a transpor para implementar o RBI. O menor dos dois é o financiamento. Deixo esse para outro post. O maior é a mentalidade. A situação corrente beneficia quem tem dinheiro para fazer negócio com a compra e venda do trabalho dos outros e muita gente julga ser justo que todos, excepto os ricos, tenham de vender o seu trabalho para sobreviver. Mas não há nada de justo nisto. Assim que um número suficiente de pessoas perceber que o direito a uma vida digna não deve depender da venda dessa vida a terceiros, o problema menor, de financiar um rendimento básico incondicional, será rapidamente resolvido. E penso que estamos muito mais próximos de o conseguir do que estávamos há seis anos, quando escrevi sobre isto pela primeira vez (2).

1- Que já começa a ser experimentado em vários países. Podem ver mais sobre isto em www.rendimentobasico.pt ou no Facebook (este, infelizmente, exige cadastro com o Zuckerberg para aceder à sua web privada).
2- Mercado de trabalho.

21 comentários:

  1. Ludwig,

    «Por isso, a solução mais razoável é garantir um rendimento universal estável, igual para todos e que não dependa de conseguirem vender o seu trabalho no mercado.»

    Parece-me que este esquema é parecido com o dos antigos países comunistas. Creio que entre outros problemas, um deles é garantir que todos trabalham e ninguém fica à espera do rendimento sem que dê algo em troca. Afinal, se recebo sempre, porque me hei-de preocupar?
    O que me leva à questão seguinte.

    «Há apenas dois obstáculos a transpor para implementar o RBI. O menor dos dois é o financiamento. Deixo esse para outro post.»

    Fico à espera de ver a solução para este problema menor. Sinceramente, não sei como vais conseguir fazer o dinheiro: sempre pensei que só os bancos conseguem criar dinheiro do nada!

    «O maior é a mentalidade.»

    Acho que não é só uma questão de mentalidade, mas talvez com o prometido post, consiga perceber melhor a ideia.
    Repara que para haver dinheiro, é necessário haver valor acrescentado associado a um produto ou serviço. A diferença entre o valor de produção e o valor de venda, faz alimentar a economia, e pode depois ser utilizado para reinvestimento.
    Um dos principais problemas da economia comunista (tal como dizem Daron Acemoglu e James A. Robinson em "Porque Falham as Nações, As origens do Poder, da Prosperidade e da Pobreza") é que não soube inovar, ou pior, não existiam incentivos à inovação devido a uma economia concentrada e com exclusividade (no caso do governo, mas também pode ser obtida com uma empresa sem concorrência, como também acontece por cá com PTs, EDPs e GALPs).
    Se ainda não leste o livro de Acemoglu e Robinson, devias, porque ensina muitas coisas interessantes. Achei até curioso, que o novo ministro das finanças Mário Centeno, tenha usado o termo "economia inclusiva" (que é largamente explorado no livro) no seu primeiro discurso na assembleia.
    Eu sou bastante a favor da ideia base do livro: uma economia inclusiva, que dá liberdade para que as ideias de quem quer construir possam proliferar, ataca os sistemas de hegemonia económica (base por sua vez de uma economia extractiva), e sobretudo, incentiva as pessoas a participarem activamente nas decisões governamentais, a irem além do acto de voto.

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  2. António,

    « Afinal, se recebo sempre, porque me hei-de preocupar?»

    Pela mesma razão que há pessoas a ganhar 3000 euros por mês quando podiam ganhar 500 com um trabalho menos exigente. Porque ganham mais. Porque gostam de fazer aquele trabalho. Porque lhes dá satisfação e compensa. Etc.

    Nota que aquele tipo de pessoa que quer fazer o mínimo possível desde que tenha o suficiente para viver, e até pode ser que haja gente assim, não é o tipo de pessoa que vai fazer muita falta se ficar em casa e deixar outros fazerem o que tem de ser feito.

    «Fico à espera de ver a solução para este problema menor. Sinceramente, não sei como vais conseguir fazer o dinheiro: sempre pensei que só os bancos conseguem criar dinheiro do nada!»

    Neste momento, na união europeia, só os bancos conseguem criar dinheiro do nada. Mas não é por terem magia. É assim por mera formalidade legislativa e para mudar essa basta mudar o que está escrito nuns papeis.

    «Repara que para haver dinheiro, é necessário haver valor acrescentado associado a um produto ou serviço.»

    Isso resulta apenas da forma circular com que é medido o valor acrescentado (é a diferença em dinheiro entre preço de venda e custo de produção). Mas não tem de ser assim.

    O comunismo tem o problema fundamental de centralizar um conjunto complexo de decisões que não é possível tomar de forma centralizada. É um problema de informação. Mas vou dar uma olhada nesse livro que recomendas.

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    1. ERRO FILHA EM 1974 OS SALÁRIOS MÍNIMOS DO PESSOAL DA CONSTRUÇÃO CIVIL PASSARAM DOS 600 E 1100$00 NA MARGEM SUD UND ELSEWHERE PARA OS 3500$ O QUE OBVIAMENTE LEVOU A INFLAÇÃO A DISPARAR E ÀS OBRAS PARAREM EM TODAS AS TORRES INACABADAS DE TROIA DE ITHACA E DE OUTRAS COLÓNIAS GREGAS E ASIÁTICAS CHAMA-SE A ESSE EFFECT DO AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO EFFECT WORKLESS BAN IF

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    2. THE PIANO PLAYER PARADOXA BY KURT VONNEGUT JUNIOR NUMA SOCIEDADE ONDE OS COMPUTADORES KRIPPAHLIANUS SUBSTITUEM OS CAIXAS DE BANCOS E OS CONTABILISTAS E TODAS AS VENDAS ONLINE RETIRAM MILHÕES DE EMPREGOS AO COMÉRCIO TRADICIONAL E A INDÚSTRIA É ROBOTIZADA E A AGRICULTURA MECANIZADA ONDE ENCONTRAR EMPREGOS SENÃO NOS SERVIÇOS NUMA SOCIEDADE SOVIÉTICA BUROCRATIZADA ATÉ AOS PIOLHOS DOS CABELOS E PELOS PÚBICOS O que é preciso(,) é admitir que os tempos CONTINUAM OS MESMOS MAS OS MORES OU OS COSTUMES DA CIVILIZAÇÃO INDUSTRIAL ROBOTIZADA mudaram e a ideia tradicional de que se tem de trabalhar para viver, EM VEZ DE ENGORDAR COMO UM PORCO ENTRE QUATRO PAREDES E CONSUMIR ATÉ À MORTE já faz sentido. Não pode ser assim SEGUNDO KRIPPAHL porque nem sequer SE CRIA trabalho remuneRADO para todos e, mesmo O que há POR OBRA E GRAÇA DO ESPÍRITO SANTO E DO BAN IF O PIOLHOSO ESTÁ DESEMPREGADO, EM GRANDE OU MESMO EM boa parte OU EM PARTE NENHUMA COMO SEMPRE FOI COM FEITICEIROS E SOLDADESCA não tem utilidade para a sociedade A NÃO SER QUE ENTRE EM GUERRA OU CONSUMA OS EXCEDENTES GERADOS NO NILO E CONSUMIDOS PELA CLASSE SACERDOTAL QUE GOSTA DE FAZER GRAFITTI'S, POIS TODAS AS SOCIEDADES CRIAM NICHOS ECOLÓGICOS LABORAIS QUE SERVEM apenas os interesses de uns em detrimento de outros. Por isso, a solução mais razoável SEGUNDO KURT VONNEGUT JUNIOR NO SEU PIANO PLAYER ERA garantir um rendimento universal estável QUE PERMITISSE AOS DESEMPREGADOS DESEMPENHAREM FUNÇÕES RIDÍCULAS NA SOCIEDADE COMO ABRIR E TAPAR BURACOS PARA SE PODEREM EMBEBEDAR DURANTE O RESTO DO DIA , QUASE igual para todos COMO NO PERÍODO SOVIÉTICO O QUE LEVAVA AOS QUE GERIAM A RALÉ A TEREM BENEFÍCIOS NÃO MONETÁRIIOS COMO MENINAS DE 12 E 16 ANOS PARA MOLOTOV E FILHOS DO CEAUSESCU OU DO KADAHFI TANTO FAZ E CASAS DO POVO HABITADAS PELA NOMENKLATURA E BARRACAS PARA OS RESTANTES e que não dependa de conseguirem vender o seu trabalho no mercado. É preciso um rendimento básico incondicional EM RUBLOS DE PREFERÊNCIA

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    3. DE RESTO 3000 EURROS POR MÊS IMPLICAM UM TRABALHO POUCO EXIGENTE JÁ DAR O LITRO NOS ESGOTOS OU NAS MINAS DA URGEIRIÇA POR 500 ESCUDOS POR MÊS NA DÉCADA DE 70 ...OU A LIMPAR O LIXO E AS RETRETES DOS OUTROS POR 500 EURROS NO SÉCULO XXI É DE FACTO MAIS EXIGENTE DO QUE GANHAR 3000 EURROS PARA LEVAR NO CU DO REITOR OU IR-LHE AO CU UMA SALAZARICE COM PUPILICE DESSAS

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    4. Ludwig,

      «Pela mesma razão que há pessoas a ganhar 3000 euros por mês quando podiam ganhar 500 com um trabalho menos exigente.»

      A questão permanece. Sem que todos os países adoptem o mesmo esquema, como é que vais convencer alguém a ficar e ganhar apenas 500 quando pode ganhar 3000? Nem todos trabalham só pelo gosto de trabalhar ou de melhorar a sociedade - creio até que tal seja uma ideia utópica, mas cada um é como cada qual.

      Fazes lembrar de uma reportagem que veio na NG-PT sobre Cuba. Um taxista era na verdade médico; ganhava cerca de 30€/mês, uma cerveja custa cerca de 1€, pelo que ele viu-se obrigado a ser também taxista para ter o extra. Com esses esquema, será sempre impossível obter esse extra, pelo que o pessoal é obrigado a ficar com o que tem, mas os sonhos continuam a pairar na cabeça, e daí que seja virtualmente impossível que as pessoas fiquem com o que têm e não sintam necessidade de mais alguma coisa.
      Esta necessidade de mais alguma coisa, tem sido um motor muito importante na sociedade. Sinceramente, vejo todo esse projecto como uma utopia. Mais valia fazer com que a sociedade abolisse o dinheiro e passasse para as trocas directas, ou então, que alguém invente uma máquina de replicação universal do género das que existem no Star Trek, já que falo de utopias...

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  3. Os bancos não criam dinheiro do nada. Uma das maneiras de criar dinheiro é a partir de compromissos assinados por devedores.
    Por exemplo, quando alguém compra uma casa e pede um empréstimo bancário com hipoteca de 200.000 EUR a 30 anos, está a criar dinheiro porque promete (ao assinar a escritura de crédito) de que vai gerar pelo menos 200.000 EUR de riqueza durante os próximos 30 anos.
    Assim os 200.000 EUR entram no sistema financeiro no dia da escritura - esse dinheiro tem como contrapartida um compromisso. Para além disso, a hipoteca garante o cumprimento dessa promessa.

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    1. ERRO OS BANCOS CRIARAM INSTRUMENTOS DE DÍVIDA O SUBPRIME OS FUNDOS SEM FUNDOS E MUITOS OUTROS VALORES VIRTUAIS COMO OUTRAS BIT COIN'S E BITCOINICES QUE TÊM APENAS UM VALOR SUBJACENTE O DA FÉ ...DAÍ OS OBRIGACIONISTAS COM OBRIGAÇÕES DE CAIXA DO BAN IF TOMORROW SINGS IN SING-SING FICAREM A VER NAVIOS SEM FUNDOS E OS FUNDOS DE INVESTIMENTO EM ACÇÕES DO PSI-20 TEREM SÓ 17 COTADAS PARA AFUNDAR O DINHEIRO DESSES FUNDOS VIRTUAIS É TÃO VIRTUAL COMO O VALOR DAS ACÇÕES DA ABENGOA OU DA VOLKSWAGEN
      nã sei se fui claro ou se estás nus raminhos ó pau lo poderoso de la pia casa

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    2. Paulo,

      Os bancos também criam dinheiro através de esquemas de "alavancagem" e não somente por dívida, embora digam que 95% da riqueza no mundo seja dívida...
      Eu não sou economista, apenas um curioso que gosta de ler e ver umas coisas, e esperar não morrer um ignorante completo. Deixo um link interessante sobre o caso: https://www.youtube.com/watch?v=KvpbQlQwl0A. Mas o youtube tem destes vídeos aos pontapés, é só escolher.

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    3. Este comentário foi removido pelo autor.

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    4. Um vídeo sobre "alavancagem" e sobre como é que os bancos funcionam fora do balcão: https://www.youtube.com/watch?v=8fxilNdEQTo.

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  4. Eu já fui bastante contra esta ideia de dar dinheiro a troco de nada, mas acaba sempre por se dar dinheiro a troco de nada, e se calhar até acho que não tem mal nenhum dar algum dinheiro a toda a gente a troco de nada se toda a gente receber, e outro factor que me faz gostar muito desta ideia de imposto negativo é mesmo não condenar ninguém à miséria só porque sim.

    A minha reserva quanto a isto, e até acho que é bastante grande, é este RBI provocar uma super-inflacção, e tornar o proprio RBI insignificante, porque o preço das coisas depende do que se pode pagar por elas, se toda a gente pode pagar 200€ de electricidade por mês, tendo em conta que a electricidade é de privados, não vejo nenhum impedimento na electricidade passar a custar 200€ por mês.

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    1. UMA SUPER-INFLAÇÃO É CRIADA APENAS QUANDO A MOEDA LOCAL NÃO CONSEGUE IMPORTAR BENS DO EXTERIOR POR NÃO TER CORRELAÇÃO COM AS MOEDAS FORTES QUE DOMINAM O SISTEMA NEM NO BRASIL DOS ANOS 70 OU 80 ...A INFLAÇÃO ULTRAPASSOU OS 100% OU OS 10000% DA ALEMANHA DOS ANOS 20 ...E EM PORTUGAL RARAMENTE HOUVE INFLAÇÃO ACIMA DE 6% POR MÊS OU DE 30% AO ANO

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    2. E TENDO EM CONTA QUE A ELECTRICIDADE DIURNA É NA SUA MAIORIA EM TEMPOS DE BARRAGENS SECAS IMPORTADA DE ESPANHA OU MAIS ALÉM O PREÇO DUM KILOWATT PASSAR DOS 18 CENTIMES DE EURRO PARA OS 200 ESCUDOS NOVOS OU OS 1000 É PERFEITAMENTE POSSÍVEL JÁ UM CONSUMIDOR QUE PAGUE 40 EURROS DE ELECTRÕES EM LINHA PASSAR A PAGAR 200 EURROS QUANDO A ENERGIA É IMPORTADA OU PRODUZIDA COM PREÇÁRIO FIXO OU VARIÁVEL INDEPENDENTE DO CUSTO DE MÃO DE OBRA CONTRARIAMENTE AO PÃO OU À CARNE DE PORCO OU AO QUILO DE NARANJAS

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  5. Eu já fui bastante contra esta ideia de dar dinheiro a troco de nada, mas acaba sempre por se dar dinheiro a troco de nada, e se calhar até acho que não tem mal nenhum dar algum dinheiro a toda a gente a troco de nada se toda a gente receber, e outro factor que me faz gostar muito desta ideia de imposto negativo é mesmo não condenar ninguém à miséria só porque sim.

    A minha reserva quanto a isto, e até acho que é bastante grande, é este RBI provocar uma super-inflacção, e tornar o proprio RBI insignificante, porque o preço das coisas depende do que se pode pagar por elas, se toda a gente pode pagar 200€ de electricidade por mês, tendo em conta que a electricidade é de privados, não vejo nenhum impedimento na electricidade passar a custar 200€ por mês.

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  6. Pelo que li há uns tempos sobre o assunto, o problema do financiamento não é nada fácil. Se for só uma injeção de dinheiro de um banco central, não funciona porque gera inflação. Se for através da cobrança de impostos na prática não é para todos, é só para os mais pobres. Neste caso os ricos pagam mais do que recebem, os médios pagam o mesmo que recebem e os pobres não pagam e só recebem. Mesmo assim, se for praticável, não me parece uma medida injusta, bem pelo contrário.

    Fico a aguardar o próximo post sobre o financiamento e para quem não leu, deixo em baixo um link para um post do Francisco Louçã no "Publico", com uma acesa e interessante troca de argumentos na secção de comentários:

    http://blogues.publico.pt/tudomenoseconomia/2015/03/02/rendimento-basico-incondicional-como-quanto-e-para-quem/

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    1. A INFLAÇÃO FILHA É UM IMPOSTO QUE AFECTA OS MAIS RICOS E OS MAIS POBRES E LIXA A CLASSE MÉDIA É O MAIS EGUALITÁRIO DOS IMPOSTOS SOBRE O CAPITAL E O PINGO DOCE FICA SEMPRE A GANHAR E LER O LOUÇÃ OU O CARLOS PINTO-TE DE BACALHAU À GOMES SÁ É UMA PERDA DE TEMPO TÃO GRANDE COMO LER O CRIP

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  7. um rendimento básico para comprar 2700 calorias por dia ou 200 gramas de pão e dois ovos por dia exigiria apenas 1400 milhões de quilos de pão e 14 mil milhões de ovos e 20 mil milhões de galinhas/ano para pô-los por dia ora 1,4 megatones de pão ou de arroz por dia dá menos de 500 milhões de tones por ano mais 600 megatones de pitroil para produzir armazenar e distribuir esse rendimento básico in stamp foods é fodido

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  8. e a droga pá quanto heroa ou cavalo injectável se compra com esse rendimento mínimo de merda
    ou gajas ou gajos ou ovelhas ou ó velhas porque os consumos dependem muito das ofertas
    e das oferendas aos deuses ecunomicus

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  9. resumindo pode-se criar um RSI OU RBI OU REMENBI BASICUS PARA TUTTI DESDE O GORDON DE 90 QUILOS KRIPPAHLIANUS AO MANO CARECA QUÉ ARTISTA OU CONSULTOR DE OBRAS IMPERFEITAS TANTO FAX MAS O QUE COMPRA ESSE RBI OU BAN IF TWO NUM MUNDO DE RECURSOS ESCASSOS ONDE MILHÕES DE INDIANAS E AFRICANAS SÃO VIOLADAS PORQUE O PESSOAL GANHA POUCO E MESMO ASSIM QUER FODER GAJAS DE CASTA OU MESMO SEM CASTA NÉ ,,,,E O RBI OBVIAMENTE NÃO ASSEGURA NEM TODOS OS CONSUMOS NEM CONSEGUE SUPRIR TODAS AS PULSÕES PSICO-ECUNOMIKAS DU HOMO LUDENS OU DO HOMO DA GAMA VASCUS

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  10. Paulo Ramos,

    A forma como os bancos criam dinheiro não está na tal promessa. Se eu te emprestar 200,000€ e tu prometeres devolver-me 250,000€, não criamos dinheiro porque enquanto não mo devolveres eu ficarei sem ele. Só um de nós é que pode ter o dinheiro a qualquer momento.

    O que se passa com os bancos é que podem emprestar-te o meu dinheiro e, ao mesmo tempo, dizer que eu ainda o tenho. Eu deposito 250,000€, o banco empresta-te 200,000€ do meu dinheiro, mas eu continuo com 250,000€ na conta e, oficialmente, ainda tenho 250,000€ apesar de tu teres gasto 200,000€ desse dinheiro.

    Melhor ainda, quando entregas os 200,000€ para comprar alguma coisa, o vendedor deposita o cheque na sua conta e agora o banco pode voltar a emprestar esse dinheiro. Que o vendedor continua a ter na sua conta apesar de estar emprestado a outra pessoa qualquer. À parte da reserva fraccionaria que tem de manter, cerca de 10%, o banco pode ir fazendo isto as vezes que quiser. É isto que cria dinheiro.

    E isto só pode funcionar porque há um banco central que garante a liquidez dos bancos concedendo empréstimos a curto prazo. Se, subitamente, várias pessoas levantam o dinheiro, o banco pode precisar de dinheiro para cobrir esses levantamentos até haver novos depósitos. Mas esse bano central não tem uma reserva de dinheiro. Apenas cria números algures no sistema bancário a indicar quanto é que vai para qual banco e quanto é que tem depois de pagar em juros (esta parte por questões de política monetária) mas esse dinheiro surge e desaparece por mera proclamação contabilística.

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