Treta da semana (passada): a careca é uma cor de cabelo.
A crítica de Rui Ramos ao ateísmo de Stephen Hawking segue a fórmula do costume. Primeiro, se Hawking «acredita que Deus não existe» então, tal como o crente em Deus, tem «fé, embora diversa – a fé na inexistência de Deus.» Depois, que chegou à sua conclusão da mesma forma que o crente: «A questão é determinar de que modo, entre a fé em Deus e a fé na inexistência de Deus, Hawking passa de uma margem para a outra. A sua ponte não é o cepticismo, mas a ciência, ou melhor, uma variante muito especial da experiência científica, que funciona de facto como o equivalente laico da fé religiosa.» Finalmente, que a atitude de Hawking para com a ciência é igual à de qualquer crente. «Hawking sente pela ciência a devoção que qualquer beato dispensa ao seu todo-poderoso ídolo»(1).
Esta forma de criticar o ateísmo sempre me pareceu estranha pela admissão implícita de que a crença em Deus é estapafúrdia. Não é que discorde. Concordo inteiramente que é um disparate formar crenças acerca da realidade por meio da fé e da devoção beata. Mas é estranho julgarem que a falta de fundamento epistémico da crença religiosa é um bom argumento contra o ateísmo. No entanto, mais interessante é perceber porque é que as alegações de Ramos são falsas.
A fé não é o mesmo que a crença. Acreditar é simplesmente aceitar uma proposição como verdadeira enquanto que a fé é um compromisso pessoal de fidelidade e perseverança para com certas ideias (2). É perfeitamente possível acreditar sem fé. Eu acredito que Deus não existe da mesma forma como acredito que a Terra se formou há 4.5 mil milhões de anos, sem sentir qualquer dever de fidelidade para com estas proposições. E é também possível ter fé sem ter crença se a fidelidade a uma ideia não bastar para que se consiga acreditar. A confusão de Ramos entre fé e crença atropela a diferença entre a devoção do crente aos princípios da sua religião e a forma descomprometida como todos regularmente adoptamos e descartamos crenças conforme julgamos conveniente.
O contexto destas crenças também é diferente. A ciência procura a melhor explicação para os dados de que se dispõe. É verdade que isto só resulta se houver dados suficientes e, por isso, a ciência só começou a ter sucesso nos últimos séculos; sem saber nada sobre decaimento radioactivo, a erosão ou a formação do sistema solar não havia razões para acreditar que a Terra tinha 4.5 mil milhões de anos em vez de só dez mil. Mas, com o que sabemos agora, a melhor explicação fica tão entalada na estrutura interligada de observações e outras explicações que, a menos de uma pequena margem de erro, só o valor de 4.5 mil milhões de anos pode ser aceite.
A crença de que um deus inteligente e bondoso criou a Terra por milagre não sofre destas restrições. Em geral, os preceitos de cada religião são arbitrários e podiam ser qualquer coisa. Se criou tudo por milagre, tanto podia ter criado o universo há treze mil milhões de anos como podia ter criado tudo há dez mil anos em sete dias ou em sete minutos na sexta-feira passada. Milagre por milagre, também podia ter criado os fósseis, os vestígios de erosão e até as memórias que cada um de nós tem. Sem qualquer suporte empírico, só a fé leva o crente a decidir que a sua crença é mais acertada do que as dos outros.
O processo também é muito diferente. A ciência não é um «equivalente laico da fé religiosa». A ciência progride explorando e testando alternativas. É este processo de rejeitar o que se revela incorrecto que vai apertando o cerco às explicações admissíveis, deixando cada vez menos elementos arbitrários. Nas religiões, o primeiro passo consiste em afirmar algo como Verdade. E pronto. O resto é teólogos a inventar desculpas para as inconsistências e arbitrariedade da escolha inicial (3). É verdade, como menciona Ramos, que houve «séculos de meditação e de debate» acerca de Deus e outros deuses. Mas o debate e a meditação são inúteis se não se está disposto a descartar as hipóteses erradas.
Hoje é evidente que os deuses são mera ficção porque qualquer coisa que se tente explicar invocando um deus explica-se melhor rejeitando esse deus como fantasia, desde a formação das galáxias e a origem das espécies à existência do mal e a diversidade das religiões. Também não é a «pobreza da [...] concepção de Deus» que faz diferença porque, por muito “rica” que seja, é uma concepção arbitrária, infundada e inútil para explicar seja para o que for. A ciência eliminou os deuses de todas as explicações para o universo que nos rodeia. Sobraram apenas as alegações que os crentes mantêm por fé. Mas, antes de nos metermos pela metafísica da existência dos deuses na premissa de que estas alegações correspondem à realidade, devemos primeiro determinar se é preciso deuses para explicar a fé dos crentes. Também aqui a ciência responde pela negativa. Há evidências claras de que é muito fácil aos seres humanos agarrarem-se a superstições e que a intensidade desse apego não é indicador fiável da verdade das crenças.
Não é preciso idolatrar a ciência para perceber que a fé não serve para compreender a realidade. É precisamente isso que Ramos argumenta contra Hawking, errando apenas por presumir que a posição de Hawking deriva da fé. Mas não é preciso fé para concluir que os deuses são tão fictícios quanto os unicórnios, os fantasmas e os dragões. Basta fazer o puzzle com as peças que encaixam.
1- Rui Ramos, O deus de Stephen Hawking
2- Catholic Encyclopedia, Faith.
3- A propósito disto, recomendo esta palestra de David Deutsch na TED: A new way to explain explanation
Meter a palavra Deus num discurso tornou-se uma técnica publicitária como outra qualquer. Não a tivesse usado Hawking na sua entrevista e ninguém teria ligado peva.
ResponderEliminar«Meter a palavra Deus num discurso tornou-se uma técnica publicitária como outra qualquer. »
ResponderEliminarYup. Há séculos que anda gente a fazer profissão disso... :)
Sim. Outrora duma maneira, agora doutra.
ResponderEliminarLudwig,
ResponderEliminarEu sou, seguramente, um fulano muito estranho! Não consigo perceber como é que numa sociedade de liberdades como é esta nossa sociedade do século XXI, o pessoal não possa simplesmente decidir se quer acreditar ou não!
Porque motivo há-de A ficar aborrecido só porque B acredita em algo que parece estranho a A?
Porque não podemos ter crenças diferentes? Viva a diferença!
António,
ResponderEliminarEstou de acordo, e defendo a liberdade das pessoas acreditarem no que quiserem. É muito importante que cada um possa, como tu dizes, «simplesmente decidir se quer acreditar ou não».
Mas há aqui outras coisas importantes também.
Em primeiro lugar, a liberdade de um decidir acreditar que a Lua é feita de queijo não deve interferir na liberdade de outro dizer que essa crença é um disparate. A liberdade de criticar e exprimir opiniões é tão importante como a liberdade de ter as crenças que se decidir ter.
Em segundo lugar, a decisão implica informação. Se eu te enganar num negócio não se considera que tu decidiste ser enganado. Se te sonegar informação para que ajas de certa forma não é verdade dizer que decidiste agir assim. Portanto, uma condição indispensável para que cada um exerça, de facto, o seu direito a decidir o que quer acreditar é ter à sua disposição a informação de que precisa para que possa decidir. Se a usa ou não é lá consigo, mas tem de a ter à mão senão não pode decidir.
Finalmente, é perfeitamente possível discordar, e explicar porque se discorda, sem ficar aborrecido com ninguém.
Ludwig,
EliminarSem dúvida que há sempre artistas que se aproveitam da fé das pessoas para lhes sacar tudo e mais um par de botas!
Parece que o problema dos parasitas é tão antigo, que até a Bíblia o parece defender: God Approves of Parasites & Parasitism.
No entanto, é impossível vigiar tudo e todos sem que as liberdades sejam postas em causa. Além do que é para isso que existem as autoridades governamentais que devem estar atentos a abusos e a proteger os mais fracos, embora saibamos que nem sempre é assim, mas a sociedade que temos também é nossa responsabilidade.
Em geral, acho que não é boa ideia proibir só porque potencialmente pode ser mau: haveria demasiadas coisas más na sociedade a proibir! É também para isso que serve a educação, para que as pessoas aprendam e saibam defender-se pelos seus meios.
Tento dito tudo isto, não me parece que a justificação de que religião é como uma tentativa de enganar, seja válida. Eu também considero normal (até porque também sou crente) que as pessoas não só acreditem como sintam necessidade de acreditar. Também não me parece estranho, que existam outras que simplesmente não sintam essa necessidade: mais uma vez, viva a diferença!
Talvez seja uma questão de grau, e não necessariamente de uma medida absoluta. Por exemplo, se seguirmos os estágios de desenvolvimento moral de Kohlberg, podemos argumentar que, para um indivíduo no estágio três, ou mesmo quatro, em que a noção de moralidade é aceite apenas se imposta externamente, é mais fácil para esses indivíduos compreender que é errado matar e roubar porque houve um Deus que lhe disse que isso era errado; um indivíduo nesse estágio, sem uma justificação externa, pode não compreender porque é que matar e roubar é errado. Assim, o papel da religião, fornecendo uma justificação externa para a moralidade, pode ser útil para esses indivíduos, e, como tal, também justifica a importância do papel da religião enquanto elemento formativo dessa sociedade.
EliminarNo entanto, o problema é que a maior parte das religiões a tentação de «enganar» pode estar muito fortemente presente — mesmo que não o esteja a nível das cúpulas e dos pensadores principais — e isso é um problema social, quando possam existir conflitos entre ensinamentos religiosos e princípios estabelecidos cientificamente, que, no limite, possam mesmo causar sofrimento ou mesmo morte. Um exemplo típico são as religiões que proibem aos seus fiéis as transfusões de sangue que pudessem salvar vidas; ou que obrigam à ingestão de diversos tipos de alimentos, que, para certos indivíduos, por serem alérgicos aos mesmos, lhes causem graves danos à sua saúde ou mesmo a morte.
Nestes casos não se trata de «proibir só porque potencialmente pode ser mau». Nestes casos proibe-se porque é efectiva e factualmente mau, e de facto, na nossa sociedade, a tendência tem sido de progressivamente proibir o maior número de coisas que sejam nocivas aos elementos dessa sociedade. É verdade que a educação ajuda a compreender porque é que essas coisas são nocivas, mas é difícil educar alguém nos benefícios das transfusões de sangue quando esta pessoa já tem uma doutrina religiosa que se sobrepõe a essa educação. É esse o principal problema das religiões que tenham Verdades Absolutas que tenham sido reveladas, especialmente quando se referem a conhecimentos que não existiam há milhares de anos quando se deram essas «revelações».
Há, obviamente, religiões que estão abertas à mudança e que se adaptam ao conhecimento presente, sem abdicarem das suas explicações filosóficas. Como gosto de citar, o criacionismo é anátema para um Católico; a doutrina da ICAR não só aceita a evolução das espécies por selecção natural como proibe aos seus crentes que acreditem em qualquer outra explicação!
Mas é tão simples a resposta ao dogma de Hawking, basta aplicar o Método Científico para saber o que é verdadeiramente o Real, o que é a matéria na sua ultimidade : o átomo, o electrão, os quarks, a energia, as vibrações, as cordas , o colapso da função de onda, a espuma quântica ou o campo do ponto zero, por exemplo, já para não falar no problema dos infinitos, da origem do Cosmos e da vida e do local, ou da instância da consciência, que teima em não comparecer no meio dos neurónios ou no turbilhão das partículas de que parece (não) ser formada...
ResponderEliminarO problema de Stephen Hawking é que acredita na teoria do Big Bang, quando hoje a própria possibilidade matemática e física da hipotética singularidade inicial está posta em causa.
ResponderEliminarMas também não se sabe o que causou a hipotética explosão, o que causou a suposta inflação e o que a parou, como não se conhece a natureza das supostas energia negra e matéria negra, não se conhece os mecanismos responsáveis pela formação de estrelas, galáxias e planetas, nem se sabe porque é que existe 400 vezes mais luz intergaláctica do que a teoria do Big Bang prevê.
Na verdade, ainda recentemente um físico alemão da Universidade de Heidelberg desenvolveu um modelo cosmológico que negava o Big Bang e a expansão do Universo, dizendo que ele é o resultado de um lento degelo frio e está em retracção. O que mostra que diante da evidência acerca da origem do Universo, mesmo os maiores especialistas afirmam uma coisa sobre e o seu contrário.,
Não sabendo nada disso, como ele próprio reconhece nas suas obras, ainda assim Stephen Hawlking pretende ser omnisciente e dizer que Deus não existe, o que é irónico, visto que reclama um atributo divino para negar Deus...
... e quem será o autor da vida e dos códigos e da informação codificada inabarcável de que ela depende? Existe alguma explicação científica para a origem da vida que os criacionistas desconheçam? Ou não é verdade que códigos e informação codificada são, por toda a parte, em todos os tempos e lugares, evidência de inteligência e racionalidade?
Relativamente à fidelidade, ela coloca-se na religião cristã porque o Deus da Bíblia é uma pesso activa na história universal. Ela apresenta-se como o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, como o Deus de Israel. Ele apresenta-se como ser pessoal e relacional. Deus não é uma força ahistórica ou uma energia abstracta e impessoal.
O Ludwig acredita na existência da sua mulher e (presumo) isso implique um compromisso de fidelidade.
A Bíblia ensina que Deus, sendo uma pessoa, quer estabelecer com as pessoas relações pessoais que, naturalmente, envolvem fidelidade. Deus é fiel às suas promessas e quer que os indivíduos sejam fiéis às suas.
Ba Grécia antiga, os filósofos pré-socraticos especulavam sobre a hipotética origem de tudo a partir do átomo, da ágiua, da terra, do fogo, do ar, de uma quinta essência etérea. Pitágoras dizia que tudo era matemática. Baseados nas suas especulações, eles rejeitavam o Criador.
ResponderEliminarHoje sabemos o que aconteceu a essas especulações. Mas hoje há outras, como a de que tudo o que existe surgiu de uma singularidade infinitesimal ou mesmo do nada sem causa (!!).
Mas também hoje podemos ver o que acontece a essas especulações...
A Bíblia já era clara, sobre isso, há dois mil anos e o que ela diz conserva hoje toda a actualidade.
Ela já retratava essa maneira de estar no mundo:
"Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;
Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos."
Romanos 1:20-22
Ludwig,
ResponderEliminarDeus eliminou os deuses. A realidade ainda não foi compreendida, nem com a fé. Ninguém ainda conseguiu sequer explicar minimamente a realidade, nem com toda a produção científica.
A facilidade com que o Ludwig adere a frases feitas sem consistência e insustentáveis, de qualquer ponto de vista, é reveladora da atitude do Ludwig perante o conhecimento e, especialmente, perante a religião.
A religião não é como o Ludwig a pinta. Deus também não. A ciência idem. Fica-se com a sensação de que o Ludwig está a fantasiar acerca de guerras dos tronos.
O que um cientista da física, por exemplo, diz sobre Deus tem o valor que tiver, não por ele ser cientista, mas pelo significado e consistência do que afirma.
Ainda assim, dizer que toda a realidade é uma manifestação da existência de Deus é uma posição de fé que não foi nem é posta em causa por nenhuma conclusão científica, pelo contrário, o espírito científico é essa abertura ao conhecimento exigida pelo pensamento racional.
Só com grandes artifícios retóricos e pseudocientíficos se pode pretender encerrar a inteligência e o pensamento científico dentro do estreito dogmatismo ateu "negador".
A fé, como o Ludwig chega a dizer, é história, afirmadora, mobilizadora, construtiva, ativa.
Qualquer que seja a explicação científica para o funcionamento das coisas, do universo, isso não interfere com a história, com as histórias de que somos "feitos". A fé convive perfeitamente com todo o tipo de perguntas e respostas sérias, válidas, acerca da realidade da própria fé. Isto é espírito científico, não pela ciência em si, mas pela realidade das coisas e pela verdade das pessoas. À fé não interessa o conhecimento pelo conhecimento. Interessa a verdade vivida, com o conhecimento disponível.
Alguns pretensos cientistas sentem-se muito incomodados com o espírito científico, com a abertura da inteligência para lá do seu quintal do big-bang, da física ou da química. Chamam a essa abertura especulação ou, no caso de alguns mais arrogantes e provocadores, ficções desnecessárias.
O LUDWIG E AS SUAS CERTEZAS SOBRE A IDADE DA TERRA
ResponderEliminarLudwig diz:
"o que sabemos agora, a melhor explicação fica tão entalada na estrutura interligada de observações e outras explicações que, a menos de uma pequena margem de erro, só o valor de 4.5 mil milhões de anos pode ser aceite."
Essa “idade” foi obtida através da datação de meteoritos (!) e não da Terra em si mesma (!), assumindo, sem prova directa, que a Terra e os meteoritos surgiram na mesma altura pelo mesmo processo. Ela foi proposta em 1955, por um famoso estudo de Clair C Patterson e outros.
Curiosamente, logo em 1955 Patterson e os seus colegas chamaram a atenção dos demais cientistas para as bases precárias da sua própria teoria, por ser baseada numa amostra de meteoritos cuja escolha eles próprios consideraram algo arbitrária.
Mesmo assim, a suposta idade da Terra de 4,5 mil milhões de anos ficou no imaginário colectivo, ainda que totalmente dependente de premissas não demonstradas nem demonstráveis e de base factual mais do que duvidosa.
Apesar de os cientistas que propuseram essa "idade" terem alertado para a fragilidade factual e teórica da sua estimativa, o Ludwig acha que "só o valor de 4.5 mil milhões de anos pode ser aceite."
Enfim...
A ciência requer evidencias e raciocinio matematico para sustentar afirmações. Claramente regeita a existencia de entidades e fenomenos cuja existencia não seja indiferente para os factos observados. Regeitou assim a existencia do eter e regeitará assim o fenómeno do Big bang se for caso disso.
ResponderEliminarQuer me parecer que a necessidade de inventar esta coisa de que "a ciencia não contradiz a existencia de Deus", se deve ao alto sucesso que a ciencia tem tido em explicar o passado e a prever o futuro.
A outra alternativa de dizer que "Aqui a ciencia não pode dizer nada" também não me parece muito honesta, intelectualmente. É claramente uma afirmação de principio que pressupõe existir um outro processo de conhecimento que permita conhecer a existencia de coisa. Mas tal processo não existe, nem é reclamado por ninguém... Excepto se for no caso de Deus.
Estimado João C. O seu problema é que, de forma arbitrária, rejeita a existência de Deus à partida. Mas como é que sabe? É omnisciente?
EliminarO que nós temos é um Universo racional e matemáticamente estruturado, por sinal a perder energia reutilizável e a ganhar entropia, mostrando que teve que ter um princípio. De onde é que ele veio? Criou-se a ele próprio? Como? De onde surgiu toda a energia que vemos à nossa volta?
E a vida? De onde apareceu? De onde vieram os códigos e a informação codificada de que ela depende? Qual é o sucesso da ciência na resposta a estas questões fundamentais?
A Bíblia pretende ser a revelação de um Deus racional, eterno, infinito, omnisciente e omnipotente. Como é que sabe que um Deus assim não existe nem pode existir?
"É claramente uma afirmação de principio que pressupõe existir um outro processo de conhecimento que permita conhecer a existencia de coisa. Mas tal processo não existe, nem é reclamado por ninguém... Excepto se for no caso de Deus."
EliminarExactamente, é o caso de Deus! Conhece alguma experiência científica que lhe diga que só a ciência é que permite conhecer coisas? Qual? Quem a fez? Onde estão publicados os resultados?
Se Deus existe, o que é que o impede de se revelar à humanidade? A comunidade científica?
Tenho mais algumas:
ResponderEliminar"Não fumar é um vício"
"Abstinência é uma posição sexual"
"Não colecionar selos é um hobby"
Qual é a idade da Terra? 4,5 mil milhões de anos ou cerca de 6000 anos? É possivel saber mais sobre este tema!
ResponderEliminarA primeira opinião assenta nas especulações de cientistas que não estavam lá para ver a formação da Terra. A segunda, baseia-se nos dados recolhidos a partir da revelação de Deus, que criou a Terra e estava lá para ver, sendo geralmente corroborada pelos historiadores da antiguidade.
Quem quiser saber ainda mais pode ver alguns vídeos sobre os problemas científicos da determinação da idade da Terra.
Criacionista,
EliminarEssa do "cientistas que não estavam lá para ver" é boa!...
Então e quem é que estava para ver se o Deus bíblico criou o que quer que seja? Ou que Odin, ou Indra, ou Zeus, criaram o que quer que seja?
Que diabo de argumento é esse?
Perspectiva:
ResponderEliminarTem aqui um blog dum cristão e evangélico que refuta bem quer a parte teológica quer científica do criacionismo da terra jovem.
http://genesisum.blogspot.ch/2011/10/mentira-por-tras-do-criacionismo-12.html?m=1
Pode ver a a refutação dessa "refutação"...
EliminarOs criacionistas conhecem essas tentativas falhadas de conciliar a teoria da evolução com a Bíblia, tendo inclusivamente alertado para os seus perigos.
Curiosamente, o próprio Richard Dawkins considera impossível a conciliação entre evolução e a Bíblia e nisso os criacionistas bíblicos estão de acordo com ele...
A criação apresentada na Bíblia, em que há uma lógica racional e um processo eficiente e sem derramamento de sangue, é compatível com um Deus racional, moral, omnipotente e omnipresente. Ela é compatível com o carácter e o poder revelados por Jesus Cristo, Deus connosco.
Um Deus assim nunca usaria processos aleatórios, cegos, irracionais, cruéis e predatórios, feitos de milhões de anos de violência, doenças e morte.
Criacionista,
ResponderEliminarComo o artigo referenciado diz "Simply put, it came from the Bible"! Para quê dizer mais?!?
Eu gostava de ver algum artigo a realmente atacarem os métodos de datação. Deixemos de lado a treta do costume, que ninguém estava lá e tal e coisa.
Onde estão as falhas nos métodos de datação modernos?
Onde está a prova final de que a Bíbilia, ou já agora, qualquer outro livro religioso com 2000 anos (ou menos, como seja o livro dos Mormons) demonstra sem margem para dúvidas, sem necessidade fé, que a Terra tem 6000 ou 5000 anos?
Eu sempre gostaria de o ver colocar links para sites criacionistas que dizem tal coisa; mas colocar um link para um artigo revisto e aceite pela comunidade cientifica é outro assunto.
Atreve-se a mostrar tal prova?
Na continuação, antes de responder, talvez deva dar uma vista no seguinte artigo onde se explica (bem melhor do que eu algum dia conseguiria fazer): Isochron Dating
ResponderEliminarOs métodos de datação são bem conhecidos dos criacionistas. Do mesmo modo, os problemas com os métodos de datação estão mais do que identificados pela comunidade científica, sendo analisadas pelos criacionistas...
ResponderEliminar...ou acha que os criacionistas não conhecem os métodos de datação?
Na verdade, os criacionistas recolheram as 101 evidências de que a Terra é recente, colhidas de artigos científicos revistos pelos pares. No seu conjunto, elas corroboram a visão bíblica.
Criacionista,
EliminarOs 101 problemas já foram respondidos. Basta ver no site do link que enviei.
O meu problema é outro: onde está a prova de que a Terra é jovem (menos de 6000 anos)? Onde está um artigo que seja, que ponha em causa os métodos e os respectivos resultados? - tem de ser um artigo publicado e revisto por quem percebe, artigos de opinião não servem!
Ou será que vai ficar pelo diz que disse? Eu quero ver a prova de fogo.
Para que não digam que sou muito mau e obrigo o pessoal a googlar:
EliminarIndex to Creationist Claims
e
101 evidences for a young age of the Earth and the universe (rebuttal).
Boas pesquisas!
Basta pensar no seguinte. As civilizações mais antigas que conhecemos têm cerca de 4500 anos, como têm essa idade os mais antigos relatos históricos. A partir daí, os evolucionistas inventam uma pré-história imaginada de acordo com as suas crenças...
Eliminar...o problema é que nem eles estavam lá para ver, nem ninguém de lá deixou qualquer registo histórico para confirmar o que os evolucionistas dizem...
Que as respostas dadas pelos evolucionistas não têm pés nem cabeça pode-se ver relativamente à primeira evidência biológica de que a Terra é jovem: DNA em fósseis alegadamente muito antigos.
EliminarNa sua resposta, os evolucionistas dizem que isso resulta provavelmente de contaminação, dizendo que há quem seja da opinião de que o DNA pode durar 1 milhão de anos.
E no entanto, os estudos mais recentes excluem essa contaminação.
Um outro exemplo de que as respostas dos evolucionistas não têm pés para andar é quando eles dizem, a propósito do argumento três, que não existe nenhuma evidência de decaimento genético.
EliminarNo entanto, é hoje claro que existe. Hoje sabemos que os seres humanos, longe de estarem a evoluir,estão a sofrer um processo de decaimento genético, físico e intelectual.
"Basta pensar."
EliminarRealmente, se até a contagem de anéis de crescimento das árvores se conseguem valores acima dos 5000 anos... E que tal a contagem das camadas de gelo da Antárctida: pelo menos 700 mil anos....
Só mesmo em quem não pensa muito...
A crise das religiões parece-me ser fruto, no fundo, da ciência.
ResponderEliminarAté há uns anos atrás a existência de entidades conscientes e muito poderosas(deuses) era evidente.
Bastava ver o movimento do sol para perceber que ou o próprio sol era um deus ou que tinha de haver um ou mais deuses responsáveis pelo movimento. Isto sem falar do calor do dito cujo. Nenhuma força natural era capaz de criar um fogo, sem fumo, dessa natureza.
Como o sol havia milhares de exemplos de ordem maravilhosa só possível se existissem seres muito poderosos que regulassem tais prodígios.
Poderia discutir-se qual ou quantos eram os deuses. Afirmar racionalmente que um arco íris, o movimento dos corpos celestes, ou a variedade dos seres vivos se deviam a forças cegas e sem um controlo de seres mágicos era no mínimo disparate.
A ciência dos últimos séculos veio inverter a evidência.
Com o mesmo grau de certeza que se constatava que os deuses teriam de existir constat-se que meter deuses na equação não traz qualquer vantagem.
No século XV tentar retirar os deuses da explicação do mundo dava asneira. A argumentação falhava perante as evidências.
No século XXI os argumentos para a existência dos deuses falham perante as evidências.
Perante isto parte-se para a pantomina
o criacionismo bíblico diz que a ciência toda está equivocada e que portanto o deus dele existe.
I William Craig diz que a ciência está certa mas que ele há coisas que a ciência não pode abordar, sem dizer quais, e que por aí se vê que o deus do craig, que parece diferente do do criscionismo, está bom de saúde e que se recomenda.
Outros usam jogos de palavras e acusam quem nao crê de ignorância.
Há outros ainda que fazem um floriado tal de argumentos que penso que nem os próprios sabem bem qual é o argumento.
A verdade é que retirada a categoria de seres evidentes aos deuses poucos argumentos lhes restam
Há uma via bastante eficaz de conversão e de demonstrar a existência dos deuses:
É o que o Isil e a Arábia Saudita fazem:
Como diria o rei Herodes:
-ou te calas ou te.... Prejudicas....
Excelente matéria.
ResponderEliminarVale ressaltar que a idade do Universo é diretamente observável pelas medidas de distâncias astronômicas, usando Supernovas A1 e Cefeides. Tudo é uma observação direta do passado, quando mais longe se olha. Um bilionésimo de cegundo no passado é sua caneta em sua mesa; de 8 minutos no passado a luz que recebe do Sol; 2,2 milhões de anos no passado a luz proveniente de Andrômeda M31.
Não é preciso qualquer sombra de fé científica, para ter convicção de que o Universo supera os 13 bilhões de anos (mil milhões, desculpem sou brasileiro ;) ). Os cria inventam mil tretas para burlar esse fato - isso sim é muita fé, uma fé bizarra e cega - quando sua crença se torna mais importante que a realidade observada - só lamento, é caso perdido.
Saudações;
A idade do Universo depende da pessoa a quem perguntar. Mesmo não criacionistas que não acreditam no Big Bang disputam a idade de 13,8 mil milhões de anos que o Universo teria se esse modelo estivesse correcto.
EliminarO problema é que hoje sabemos que não está. A teoria não consegue explicar o défice de 400% na radiação ultravioleta no Universo.
Muitos estão a datar o Universo com base num modelo que não consegue sequer explicar a quantidade de luz que nele existe...
É uma sonora MENTIRA.
EliminarA Astrofísica tem muito bem defenido o Modelo do Big Bang, e as dúvidas sempre existem mas é por isso que existe a Ciência; e NADA no Universo corrobora a patética visão de um universo recente - não poste seus links mentirosos porque nem vou ler essas parvoíces. Além disso, não dependemos apenas do modelo do Big Bang para saber a idade do Universo acima de 13 bilhões de anos, como citei acima.
Criacionistas como você me dão nojo, espalhando mentiras sobre areas do conhecimento de níveis a quais nunca vão chegar com suas mentes fundamentalistas e mentirosas. Não se dê ao trabalho de me responder.
Continua sem fim à vista a saga dos criacionista contra os ateístas, sempre a pisarem e a repisarem os mesmos temas, num confronto inútil e enfadonho. Seria caso para lhes perguntarmos : " Está bem, querem cada um levar uma taça?". Não seria muito mais estimulante, face ao desafio proposto por Hawking, voltar a revisitar os velhos temas, sempre tão aliciantes, como o real ou a consciência, à luz dos últimos desenvolvimentos, porque são eles que continuam a merecer o melhor de nós e deixar de vez a matéria de defecação mental para os garotos, que têm da sua rua o (pre)conceito de ser a melhor de todas?
ResponderEliminarCaro Castro Fernandes,
EliminarEu não acho que seja um problema de "quem é que leva a taça". É mais um problema de interpretação: Interpretações que ouço por aí :)
O debate entre evolucionistas e criacionistas não se resolve facilmente. Trata-se de um confronto entre duas visões do mundo, com muitas implicações em todas as áreas da ciência, da religião, da política ou do direito.
EliminarEle tem que ser travado continuamente.
Quem quiser pode ficar a conhecer a perspetiva criacionista sobre Stephen Hawking.
ResponderEliminarOs evolucionistas estão tão nervosos com os problemas em torno da suposta idade da Terra que recentemente um cientista foi despedido da Universidade na Califórnia por ter encontrado tecidos moles num osso de um dinossauro.
ResponderEliminarSe calhar o dinossauro era criacionista...
Um artigo científico sujeito a revisão dos pares sobre tecidos moles encontrados num dinossauro e que corroboram a idade recente da Terra e do dinossauro...
ResponderEliminarEsses artigos já foram revistos como sendo fruto de contaminação. Eu já coloquei links para a resposta, mas coloco mais alguns:
Eliminarhttp://www.livescience.com/41537-t-rex-soft-tissue.html
outro
http://www.apologeticspress.org/apcontent.aspx?category=9&article=1527
Por favor caro Criacionista, actualize-se e deixe de só ler coisas com milhares de anos!
"Esses artigos já foram revistos como sendo fruto de contaminação."
ResponderEliminarEssa é a resposta clássica para datas "anormais" para fósseis: "contaminação".
É por isso que a tal "evidência" que refutaria a teoria da evolução (o potencial coelho no período pré-Câmbrico) é um "desafio" que os evolucionistas sabem que nunca vão perder porque podem sempre alegar "contaminação".
<<>>
ResponderEliminarTão previsível, enquanto isso:
O apelo clássico dos criacionistas para quando refutados, é "teorias da conspiração".