A ciência à luz da fé, episódio já nem sei quantos.
O Mats escreveu há dias sobre a «forte relação entre o suicídio e o ateísmo» (1). Segundo o Mats, uma «Pesquisa científica […] apurou que [os ateus têm] mais parentes do primeiro-grau que haviam cometido suicídio, [...] mais tentativas de suicídio durante o curso das suas vidas […] declaravam ter menos [motivos] para viver, particularmente menos objecções morais contra o suicídio. Em termos de características clínicas, durante o curso das suas vidas as pessoas não-afiliadas religiosamente tinham mais impulsividade, agressividade e maiores transtornos devido ao uso passado de substâncias.»
Felizmente, o estudo que o Mats cita não justifica a desgraça que o Mats lhe atribui. Primeiro, o estudo não é sobre o suicídio entre ateus. A amostra estudada foi um conjunto de «Pacientes internados (N=371) que cumpriam os critérios DSM-III-R para um episódio depressivo grave»(2). Destes 371 pacientes, uma amostra não representativa da população em geral, 189 tinham um historial de tentativas de suicídio, 175 já tinham tido problemas com abuso de substâncias e apenas 66 tinham indicado não ter religião. Nem se pode extrapolar deste estudo para pessoas que não estejam internadas com episódios depressivos graves, nem a diferença nestes indicadores é assim tão grande como o Mats faz parecer. Os efeitos dos factores estudados rondam os 5%. Ou seja, quem estiver sujeito aos factores de risco tem uma probabilidade de suicídio 1.05 vezes (sim, um ponto zero cinco vezes) a que teria sem esses factores. Além disso, os autores descobriram que, descontando o efeito das objecções morais ao suicídio, a «associação entre afiliação religiosa e tentativas de suicídio não continuava significativa». Ou seja, o efeito, muito pequeno, em pacientes com casos graves de depressão deve-se apenas às opiniões que tenham acerca da moralidade do suicídio e não a serem religiosos ou ateus.
Não é claro onde o Mats queria chegar com isto. Mesmo que houvesse uma correlação entre suicídio e ateísmo, isso não contribuiria nada para justificar a conclusão de que o deus do Mats é menos fictício do que os restantes. Se descobrirem uma correlação entre as aftas e a rejeição da astrologia ou a unha encravada e o cepticismo acerca da mutilação de vacas por extraterrestres, também não é isso que me vai convencer. Mas o Mats deve precisar de pequenas “descobertas” como estas, ainda que ocorram mais na fantasia dele do que na realidade, para apoiar a sua crença no cristianismo evangélico. Com os disparates que isso acarreta, toda a ajuda é pouca. No entanto, se o Mats está mesmo preocupado com o suicídio, devia considerar alternativas mais eficazes. Por exemplo, tenho a certeza de que a taxa de suicídio entre as pessoas que acreditam no Pai Natal é muito menor do que a correspondente entre os que não acreditam. Seria uma mudança de crença simples e só com vantagens. A credibilidade era a mesma, poupava nos donativos, não perdia tempo em missas e em vez de rezar todos os dias bastava mandar uma carta para o Polo Norte uma vez por ano. Tudo isto somado a uma boa protecção contra o suicídio, porque meninos que se suicidam depois não levam prendinha.
1- Mats, A forte relação entre o suicídio e o ateísmo
2- Dervic et al, Religious Affiliation and Suicide Attempt , Am J Psychiatry 2004;161:2303-230
Também suspeito que a quantidade de pessoas com depressão grave entre os crentes no pai natal seja menor. E problemas crónicos também.
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EliminarE colesterol elevado, cabelos brancos, rugas e manchas na pele...
EliminarA última do Mats é dizer que a Bíblia condena a escravatura e depois no seu próprio texto fornece evidências do contrário (http://darwinismo.wordpress.com/2013/10/12/sera-que-a-biblia-condena-a-escravatura/).
ResponderEliminar*Atira granada*
ResponderEliminarhttp://uk.prweb.com/releases/2013/10/prweb11201273.htm
(não tenho bitcoins, mas um texto a respeito disto era de homem! ;) )
Qual é o argumento ateu contra o suicídio?
ResponderEliminarJairo,
ResponderEliminar«Qual é o argumento ateu contra o suicídio?»
Isso é como perguntar qual é o argumento ateu contra as favas. Há quem goste, há quem não goste, e quanto a isso a argumentação não parece ser relevante.
Se alguém se quer suicidar pode-se tentar perceber os problemas que o levam a isso e ver se é possível resolvê-los. Mas argumentar contra o suicídio não faz grande sentido, visto ser tudo uma questão de valores pessoais.
« é como perguntar qual é o argumento ateu contra as favas »+ « há quem goste, há quem não goste » + « argumentar contra o suicídio não faz grande sentido » = Não admira que haja uma forte relação entre ateísmo e suicídio. O ateísmo coloca o valor da vida humana ao nível de uma fava. Para um ateu, sem uma perspectiva eterna do Homem, o suicídio não é um problema moral. É uma questão de "gosto" e "valor" pessoal. O ateísmo é uma mentira bastante perigosa. Culturalmente suicida.
EliminarConversa dum pai ateu com o filho
EliminarFilho: "Pai, posso comer favas?"
Pai ateu: "Tu é que sabes, filho. Se gostas, vai fundo."
Filho: "Perdi a vontade de viver. Vou-,me matar.
Pai ateu: "Tu é que sabes, filho. Se gostas, vai fundo".
Wyrm,
ResponderEliminarAcho sempre suspeito que um suposto "scholar" passe ao lado do peer review e se ponha primeiro a publicar e publicitar livros acerca das suas fantásticas descobertas...
Realmente. Assim só mostra ter a mesma metodologia dos que pretende desacreditar. :)
ResponderEliminarJairo e Lucas,
ResponderEliminarPeço desculpa pelo meu comentário anterior. Esqueci-me do tipo de audiência a que me dirigia. Permitam-me este esclarecimento.
O ateu não considera que o valor da vida seja necessariamente o mesmo que o valor das favas. O que o ateu percebe é que os valores resultam de juízos subjectivos. Assim, se alguém disser que não gosta da sua vida ou de um prato de favas, não é relevante argumentar como se algum facto pudesse alterar, por si só, esse juízo de valor. Se quisermos corrigir essa situação temos de tentar perceber o que é que faz com que a pessoa não goste e se é possível alterar o estado das coisas de forma a que passe a gostar.
Esta abordagem é, admito, muito diferente da abordagem da fé cristã, mas não propriamente como caricatura o Lucas. A fé cristã enaltece atitudes como as da Madre Teresa: sofrer com quem sofre, amando-os e acompanhando-os no sofrimento, e assim por diante, porque a vida e o sofrimento são dons de Deus e compete aos homens obedecer. Basicamente, a receita é que a melhor ajuda que se dá a alguém que esteja na merda é saltar lá para dentro e rezar.
Do ateísmo veio outro tipo de soluções. Coisas que hoje em dia só não passam despercebidas quando nos faltam. Serviço público de saúde, educação gratuita, pensões de reforma, segurança social e assim por diante. Ou seja, em vez de argumentar com quem sofre para que se convença de que sofrer é uma coisa boa, o ateísmo prefere atacar as causas do sofrimento para que a pessoa viva melhor. Essa é a forma mais meritória de combater o suicídio.
Esse tal do ateísmo é um gajo mesmo espectacular. Solucionou serviços públicos de saúde, educação, reforma, segurança social e assim por diante... ( só que não)
EliminarSe o senhor ateísmo criou isso tudo, imagino quem terá solucionado as ideologias socialistas e políticas pró eutanásia, eugenia, infanticídio, pedofilia, bestialismo e por aí em diante...
É incrível. O mesmo senhor ateísmo segundo o qual fazem tanto sentido os argumentos contra o suicídio quanto argumentos sobre favas, tem supostamente a forma mais meritória de combater o suicídio...
À pergunta: o que há de objectivamente errado e imoral no suicídio que deva ser evitado, o senhor ateísmo responde "nada!". E dizem que é este senhor o responsável pela civilização cristã, pelos cuidados de saúde, pelo sistema de educação, em suma pela defesa cultural e social da dignidade humana...
Boa piada, ó Krippahl !
Além de que o teu argumento pressupõe que gajos ricos e de bem com a vida não se suicidam. Pois deixa-me reformular: qual é o argumento ateu contra o suicídio de uma pessoa rica ?
Eliminar[ acrescento, já que segundo o ateísmo o suicídio é uma maneira tão legítima de "resolver" a pobreza como qualquer outra...]
EliminarGajos ricos e de bem com a vida não se suicidam. Aliás, gajos pobres ou ricos de bem com a vida não se suicidam porque estão de "bem com a vida".
EliminarPodem ter uma doença mental qualquer que num episódio mais critico os faça suicidarem-se. Mas isso não se resolve com biblias, nem argumentos contra o suicidio.
Outro exemplo, não há nada de imoral, em uma pessoa, muito doente, sem hipotese de cura, que não queira continuar a sofrer com a doença de se suicidar. Está no seu direito.
Claro que o argumento de "Deus quer que vivas, portanto sofre para aí" isso é que é imoral, forçar uma pessoa a sofrer sem razão nenhuma.
A CIÊNCIA DO BIG BANG E O UNIVERSO À ESCALA DE DEUS
ResponderEliminarA Bíblia afirma que “os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos.” (Salmo 19:1).
Assim se compreendem as debilidades da teoria naturalista do Big Bang,
Os dados recolhidos da descoberta do Bosão Higgs vieram ameaçar seriamente os modelos de inflação do Universo construídos sobre o Big Bang. A descoberta recente de uma Galáxia anã veio por em causa os modelos dominantes de formação de galáxias. edificados sobre o Big Bang, de resto há muito fustigado pela presença de galáxias maduras onde não se esperaria que estivessem.
Se o Big Bang não consegue explicar a origem e a posição das galáxias, frustram-se as suas pretensões explicativas na medida em que se conhecem milhares de milhões de galáxias.
Na verdade, ele nem sequer consegue explicar a distribuição de poeira e gás nas nebulosas,
Também não explica a ordem na posição dos sistemas planetários observados, ou mesmo a composição química da Terra.
O Big Bang não explica a gravidade e as supostas matéria negra e energia negra.
A recente descoberta de um planeta cor magenta pôs em causa os modelos dominantes de formação de planetas, o que é problemático, dada a quantidade de planetas que se supõe existir.
Também a origem do sistema solar permanece relapsa a modelos naturalistas.
Se o Big Bang não explica a inflação do Universo, a formação e a localização das galáxias, dos sistemas planetários, dos planetas ou o nosso sistema solar, que Universo é que ele explica?
Certamente não o nosso!
Mas existirão evidências que corroborem a criação inteligente e sobrenatural do Universo? Claro que sim!
Estudos recentes mostram que o cérebro humano, a internet e a cosmologia obedecem às mesmas leis, o que corrobora a ideia de que o Universo, a vida e o homem foram criados por um Deus racional, omnisciente, omnipotente e comunicativo que criou o homem à sua imagem, com capacidade criativa, racional e comunicativa.
Se a origem do Universo, das estrelas, das galáxias ou dos planetas pudesse ser explicada com base nos postulados do naturalismo filosófico ateu, os céus e o firmamento nada declarariam sobre a omnipotência de Deus, dando-nos quando muito a ilusão da sua existência.
Como as explicações naturalistas não funcionam, o design, o detalhe e as interligações macro e micro visíveis no cosmos, no corpo humano, na fauna, na flora, no genoma, nas moléculas, nos átomos e nas partículas subatómicas declaram a Sua omnisciência.
A escala do Universo, visível nos milhares de milhões de galáxias e em triliões de estrelas, declara a Sua omnipotência.
A aplicação universal das leis naturais e das regras da matemática e da lógica declara a Sua omnipresença.
Também sobre a Madre Tersa: afirmava que “o mundo ganha com o sofrimento dos pobres”. Mas não utilizou essa “lógica” já que no momento em que necessitou de cuidados paliativos não hesitou em voar a um bom hospital de EEUU.
ResponderEliminarA CIÊNCIA DOS CHIMPANZÉS E A SINGULARIDADE BÍBLICA DOS SERES HUMANOS
ResponderEliminarA Bíblia ensina que todos os seres vivos foram criados para se reproduzirem de acordo com o seu género. E na verdade é isso e só isso que observamos.
Homens e macacos são seres vivos de géneros distintos, contemporâneos uns dos outros.
A Bíblia também ensina que os seres humanos foram criados à imagem e semelhança de Deus, como seres pessoais, racionais, morais, comunicativos e criativos.
Estudos recentes vieram demonstrar que chimpanzés e seres humanos têm semelhanças genéticas importantes. Mas também há semelhanças importantes entre seres humanos e orangotangos.
E daí?
Também observamos que a música produzida pelos seres humanos é mais parecida com a produzida pelas aves do que com a música produzida pelos chimpanzés (se é que eles produzem alguma!), sem que se possa falar na proximidade evolutiva entre aves e seres humanos...
A verdade é que chimpanzés e seres humanos têm sistemas de regulação da expressão genética muito diferentes.
Hoje sabe-se que as diferenças no sistema de regulação da expressão dos genes dos chimpanzés e dos seres humanos são muitas e extremamente complexas, dificultando a sua explicação por simples selecção natural.
Também verificamos que eles dispõem de cérebros que se desenvolvem de forma muito diferente o que corrobora a ideia bíblica de que têm um Criador comum que os criou como géneros distintos...
Os cientistas procuram explorar as semelhanças anatómicas e fisiológicas para aproximar evolutivamente macacos e seres humanos.
Isto, apesar das diferenças óbvias entre eles, já que nenhum macaco tem pensamento abstrato e linguagem gramaticamente estruturada ou se interessa por religião, filosofia, política, direito, economia, literatura, arquitetura, escultura, pintura, música, etc.
Ou seja, as diferenças são muito mais significativas do que as semelhanças.
As semelhanças que existem entre seres humanos e macacos não provam por si só qualquer antepassado comum, já que elas também corroboram a existência de um Criador comum que os criou na mesma semana para viverem no mesmo planeta, respirando o mesmo ar e partilhando o mesmo ambiente e os mesmos nutrientes.
P.S. Nunca tentes ensinar um chimpanzé a cantar. Perdes o teu tempo e aborreces o chimpanzé!