sábado, novembro 24, 2012

A incompreensão profunda das diferenças cruciais.

O David Marçal escreveu ser «uma péssima notícia» a de que o governo vai certificar cursos e profissionais das medicinas alternativas (1) porque isto «Induz o público em erro, levando as pessoas a pensarem que estas terapias têm uma validade equivalente à medicina convencional, o que não é verdade.»(2) O Desidério Murcho opôs-se ao post do David «por enfermar de uma incompreensão profunda de uma diferença crucial», alegadamente «uma enorme, uma gigantesca diferença entre argumentar e mostrar que não funciona, e impedir as pessoas de a praticar, ensinar, divulgar, etc.»(3) Parece-me que a incompreensão está mais do lado do Desidério.

No texto do David não encontrei nada que sugerisse proibição, repressão ou censura destas ideias. Encontrei apenas a opinião de que o Estado não deve certificar coisas como homeopatia, e nisso estou inteiramente de acordo. Penso que estamos todos de acordo que quem criar um curso de Ecologia de Gambozinos não deve ser preso, silenciado ou proibido de ensinar tal coisa. Mas o que o David defende, e eu concordo, é que não seria correcto o Ministério da Educação certificar cursos ou profissionais de Ecologia de Gambozinos porque não há qualquer critério objectivo para identificar autoridades nessa matéria. Isto não é «Impor aos outros as nossas ideias»(3). É simplesmente o problema de não existirem gambozinos e, por isso, não haver maneira de certificar gambozinices. O Desidério está a confundir a oposição a que o Estado certifique disparates com a repressão de ideias.

Mas não é só essa confusão. Escreve também o Desidério que «A única coisa relevante é haver pessoas que querem consumir homeopatia. Essas pessoas têm o direito de errar e é por isso que é irrelevante, para efeitos legislativos, saber se a homeopatia é “científica” ou não»(3). Depende dos efeitos legislativos que estamos a considerar. A falta de fundamento científico (sem aspas) para a homeopatia não justifica que se proíba as pessoas de tomar gotas de água ou comprimidos de sacarose. Mas justifica que se proíba a venda de preparados homeopáticos como se fossem medicamentos, porque se não tratam nada isso será publicidade enganosa. Ou seja, o Desidério está a confundir o direito de fazer anéis de latão com a aldrabice de dizer aos compradores que são de ouro.

O Desidério engana-se ao julgar que «A homeopatia não prejudica seja quem for, involuntariamente.» Atrasos no tratamento de problemas graves, como o cancro, sobrecarregam o sistema de saúde. O tratamento ineficaz de doenças infecciosas põe em risco a saúde de terceiros, tal como a má prevenção, por exemplo com oscillococcinum em vez de vacinas. Alem disso, muitos produtos homeopáticos são dados a crianças por decisão dos pais. Mas neste ponto o Desidério está apenas mal informado. A confusão é esta: «É irrelevante se a homeopatia realmente ajuda as pessoas ou as prejudica, dado que as pessoas a escolhem em liberdade.» Aqui o Desidério confunde duas noções de liberdade crucialmente diferentes.

Uma é a liberdade como mera ausência de impedimentos externos. Se o Desidério andar à noite numa rua escura pode cair num buraco destapado. Neste sentido, podemos dizer que é livre de cair porque nada impede que o faça. Mas esta liberdade não é necessariamente boa. O outro sentido, o bom e crucialmente diferente, é aquele em que o Desidério só cai no buraco se o deseja consciente das consequências dessa escolha. Se cai por não saber que tiraram a tampa é queda livre mas não é vontade livre. Nas medicinas alternativas passa-se o mesmo. Quem toma um preparado homeopático porque o comprou na farmácia e está convencido que aquilo cura cai num buraco que teria escolhido evitar se soubesse que aquilo não serve para nada.

Finalmente, parece que o Desidério confunde um outro detalhe. «Isto porque sempre que excluímos dos nossos arranjos legislativos quem acredita nisto ou naquilo ou quem vive desta ou daquela maneira, estamos a oprimir essas mesmas pessoas, não lhes reconhecendo o direito a sentirem-se tão realizadas e aceites quanto nós mesmos.» A certificação de cursos e profissionais não tem como propósito fazer as pessoas sentir-se aceites ou realizadas. O objectivo é proteger o consumidor. Por exemplo, para que quando está doente e consulta um profissional de saúde possa confiar que este sabe diagnosticar e tratar doenças.

O que o David Marçal defende não é uma imposição de ideias. Mesmo sem a certificação oficial da homeopatia e afins as pessoas seriam livres de pensar o que quisessem. Também não é a proibição da prática de disparates; é apenas que o estado não seja cúmplice na venda enganosa de disparates inúteis como se fossem tratamentos eficazes. E não é um ataque à liberdade das pessoas. Pelo contrário, o problema que o David Marçal aponta é que a certificação estatal destas tretas retira liberdade de escolha porque induz as pessoas em erro. Ironicamente, o título do post do Desidério é «Em defesa da aldrabice.» Mais uma confusão entre dois conceitos crucialmente diferentes. Uma é a aldrabice no sentido de trapalhada. A essa todos têm direito. Mas outra, bem diferente, é a aldrabice ardilosa que serve para enganar. Essa não é um direito. É uma violação da tal liberdade que o Desidério diz defender, e é crucial distinguir cuidadosamente entre a liberdade de escolher e a liberdade de aldrabar os outros.

1- Público, Vai ser preciso tirar um curso para praticar acupunctura
2- David Marçal, Regulamentação das medicinas alternativas é uma aldrabice convencional
3- Desidério Murcho, Em defesa da aldrabice.


Adenda: os gambosinos (com s) afinal existem. Obrigado, D. Barbosa, por esta espantosa novidade. No entanto, não são o mesmo que os gambozinos (obrigado, António Parente).

63 comentários:

  1. "O tratamento ineficaz de doenças infecciosas põe em risco a saúde de terceiros, tal como a má prevenção, por exemplo com oscillococcinum em vez de vacinas." Seria bom que a eficácia desses 'medicamentos' fosse estudada com controlo - talvez as pessoas deixassem de preferir a homeopatia. Quanto mais tempo uma doença infecciosa demora a curar, maior é o risco de contaminação de terceiros, sendo a eficácia da homeopatia um caso sério para a saúde pública, podendo atrasar a cura.

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    1. ó filha se tiveres uma cistite não mijes nas retretes públicas

      o tratamento ineficaz do SNS com antibiotas à farta também fez tanto pela tuberculinização multiresistente e pelos estafilococus dourés que só visto

      uma infecção fúngica tratada por anti-fúngicos sistémicos causa mais cirroses do figadal e falências renais do que pés de atleta tratados por homeopatia

      doenças infecciosas há muitas palerma...

      infelizmente as vossas não têm cura
      são congénitas
      como a sífilis transmitida ao feto....

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    2. Isto era desnecessário...

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    3. resulta da incompreensão profunda das diferenças cruciais

      cruzes ele escreveu mesmos cruciais?

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  2. Tenho uma pergunta para o Ludwig Krippahl (embora compreenda se não responder por estar fora do contexto): faz sentido falar em medir a informação de um floco de neve?

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  3. Maria Madalena Teodósio,

    «faz sentido falar em medir a informação de um floco de neve?»

    Sim, se bem que seja preciso dar o contexto. Por exemplo, supõe que estamos a considerar combinações estáveis de moléculas de água abaixo do ponto de fusão. A informação de um floco de neve é a informação necessária para especificar a configuração das moléculas nesse bloco de neve de entre todas as configurações possíveis para essas moléculas (por exemplo em bits, respostas sim ou não). Numa primeira estimativa, deve ser uma batelada de bits.

    Mas nota que não há nada de especial no floco de neve. O mesmo se passa para um cubo de gelo. Se, de todas as configurações possíveis para aquelas moléculas, quiseres especificar aquele cubo de gelo em particular, também vais precisar de carradas de bits de informação.

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    1. Ok. Obrigada pelo esclarecimento.

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    2. "carradas de bits de informação"

      sem dúvida

      depende do que se quiser obter

      mesmo falando apenas sobre uma descrição o mais possível factual se quisermos especificar a quantidade de átomos dessa molécula vão ser mesmo carradas de bits

      e se daí passarmos à "guantidade"(?) de quarks, leptões, mesões, bariões, fotões, gravitões, etc. vão ser mesmo muitas carradas de bits

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    3. Faz tanto sentido falar da informação num floco de neve, como num gole de aguardente, mas esta última é sempre mais inspiradora (e saborosa).

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    4. não, cada floco tem um processo de cristalização única, não há dois flocos de neve iguais, logo cada um tem uma informação for mação unique e irrepetível

      já o mesmo não se pode dizer von krip und vasco que gama

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    5. Este comentário foi removido pelo autor.

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    6. já um gole de aguardente, tem uma informação que têm não só uma componente real com uma dimensão semelhante à de um gordo floco de neve e ainda uma componente imaginária que depende do humor, da imaginação e do estado de espirito de quem o tomar.

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    7. não um gole de aguardente ou de al kohol o ilusionista não tem informação

      causa alterações sensoriais que conduzem a cascatas de informação induzida na matéria cinzenta dos vascos que gamam e dos fecalomas do cachalote

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  4. Tenho só uma crítica a fazer ao post: é que os gambusinos existem! E há quem estude a sua ecologia e comportamento, entre outros aspectos biológicos ;)

    Trata-se da espécie Gambusia holbrooki, que também é chamada de gambúsia. É um peixe exótico (de origem americana) que foi introduzido em águas europeias (e não só) como tentativa de controlo dos mosquitos. Como outras tentativas semelhantes, correu mal e as populações cresceram desmesuradamente.


    http://www.fluviatilis.com/dgf/species.cfm?codspecies=ghol

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    1. Fantástico!!

      Essa é uma crítica certeira, justa, construtiva e pedagógica.
      O Ludwig vai deixar de poder usar esse exemplo, mas ficámos todos a saber que afinal existem Gambusinos, e essa parece-me uma boa troca :)

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  5. D. Barbosa,

    Obrigado pela informação. Agora fiquei em pulgas para que alguém use gambusinos numa expressão qualquer :)

    Já agora, aproveito a deixa. Estou a pensar fazer um charco num terreno agrícola que tenho, como forma mais natural de guardar água da chuva para o verão, e uma coisa que me preocupa são os mosquitos. Nessas circunstâncias (será um charco isolado) posso usar gambusinos? Se sim, onde posso obter esses peixes? Seria impecável ter um charco de gambusinos :)

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    1. 1º palonço gambúsias não são gambusinos

      2º as tilapias comem mosquitos

      logo mete tilapias no charco

      3º come-as antes do charco secar no verão

      4º o terreno agrícola é arenoso franco-arenoso ou arenoso-argiloso?
      é que faz diferença....

      podes utilizar larvas de insecta várias e rãs para controlar as populas de mosquita...

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    2. element.style {
      }
      Matched CSS Rules
      user agent stylesheethtml {
      display: block;
      }isto da leitura de html alheios dá pra alterar a div classs

      if windows jstiming load tick (widget Jsbefore?

      www.blogger com static vl widgets 2167839501 -widget is

      isto é qui são gambusinos presumo

      logo garoto já tens un charco deles aqui no bloki

      charco necessita algas para as larvas dos mosquitos comerem

      e pode-se pôr umas larvas carnívoras de libélulas para comer os mosquitos e os girinos

      também se pode optar por bacillus thuringensis para matar os mosquitos
      já qués um alimão0 merckeliano mete thuringia nisse

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  6. Infelizmente, a confusão entre "gambozinhos" e "gambusinos" é muito frequente. A própria wikipedia avisa:

    "O gambozino não deve ser confundido com o Gambusia, um género de peixe de águas doces, dos quais o Gambusia holbrooki também chamado de gambosino[6], é considerado em Portugal, uma espécie invasora.[7]"

    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Gambozino

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  7. Obrigado António. Entrentanto, via a wikipedia, também descobri que é proibido ter gambosinos em portugal. Ainda assim, gostava de saber que peixe posso usar para evitar mosquitos no charco...

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    1. não uses gupies a não ser que aqueças o charco pazinho

      tilapias pá garoto já disse

      ou rãs não bás em con selhos de brasucas

      parentes bons só os alimães

      viva a tua prima merckel

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  8. No Brasil usam o peixe barrigudinho para ajudar a combater os mosquitos que provocam a malária e o dengue.

    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Guppy

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  9. Pelo que vi na notícia, ainda não saiu a portaria que regulamenta isto. Alguém sabe que entidade é que vai fazer a acreditação dos cursos? Será o Ministério da Educação? Afinal de contas, o Público diz: «só podem ser praticadas por quem tenha uma formação, de nível superior, a definir por portaria». Quais são os institutos de ensino superior que têm estes cursos já aprovados?

    É que isto levanta algumas discussões interessantes. :) Até porque vejo grandes misturas nas práticas apresentadas no artigo. Por exemplo, a osteopatia, em Portugal, é uma especialidade da medicina alopática ocidental. Quer isto dizer que só pode fazer diagnóstico osteopático quem tenha a licenciatura em medicina e seja membro da Ordem dos Médicos. É um caso.

    Depois temos a acupunctura segundo o sistema chinês (que não é «tradicional» mas sim uma invenção recente da RPC). Esta está acreditada como licenciatura... na China. Há profissionais que passaram décadas em estudo e prática... na China. Terão equivalência? Serão aceites na Ordem dos Médicos? Não me parece... :)

    Sob a palavra «naturopatia» existem milhentas técnicas, oriundas de todas as partes do mundo. Como vão ser reguladas? Em Inglaterra, também é preciso tirar primeiro o curso de medicina alopática ocidental, e depois pode-se tirar uma especialidade em naturopatia para se poder exercer a profissão.

    Portanto aqui a minha dúvida é uma de aplicabilidade da lei. Se obrigarem todos os terapeutas que façam diagnóstico a serem primeiro licenciados em medicina, depois aceites pela Ordem, e finalmente tirarem a especialidade, vejo que a coisa tem pés para andar. Se é o Min. Educação a acreditar cursos superiores em homeopatia... isto está ao mesmo nível que autorizar a Fac. Ciências Sociais e Humanas a abrir um curso em Ciências do Oculto para depois a pessoa poder exercer a profissão de bruxa :) Nem o Min. Educação tem competência para avaliar a qualidade dos cursos, nem o facto de ser um instituto de ensino superior a leccioná-lo dá credibilidade ao mesmo.

    No entanto, na generalidade, pessoalmente prefiro saber que se está a fazer um esforço para legislar neste sentido do que «tapar o sol com a peneira» e fingir que estas coisas não existem ou que podem tratar pessoas. Isto já é uma questão bem diferente, mas a verdade é que a medicina alopática tem grande dificuldade em tratar de problemas crónicos (ressalvando as devidas excepções), enquanto que a medicina holística raramente tem capacidade (com raríssimas excepções) de tratar problemas agudos (e.g. infecções, degenerações dos tecidos, tudo que requeira cirurgia). Há formas de combinar as duas coisas, mas não é «para qualquer um». Como dizem os anglo-saxónicos, the devil is in the details — é aqui que «a porca torce o rabo»: como se irá proceder a esta avaliação, de forma objectiva?

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    1. Luís Miguel Sequeira

      Em relação à acunptura está mal informado. A Ordem dos Médicos prevê reconhecer essa prática. Pode ver aqui:

      http://www.spma.pt/?page_id=44

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    2. Óptimo, óptimo! Isso é mesmo muito bom sinal! Mas qual das acupuncturas vão reconhecer? O documento só fala da «Acupunctura Tradicional Chinesa» (que, apesar do nome, foi «inventada» pela RPC nos anos cinquenta). Então e a tailandesa, a japonesa, a tibetana, a malaia, etc.? Já nem falando na verdadeira acupunctura chinesa, que é extremamente difícil de encontrar em Portugal.

      De notar que há algumas décadas atrás, ao tratar-me de uma paralisia facial, fiz «fisioterapia» (alopática ocidental) em que me ligaram a um aparelho que estimulava electricamente os nervos e os músculos do rosto. Não era «acunpuctura» mas era vagamente inspirada nela, claro, e era (na altura) inteiramente subsidiada pela ADSE.

      E resultou lindamente. Ainda hoje, a estimulação muscular com recurso a electricidade é um tratamento indicado para a paralisia facial.

      No entanto, sempre me preocupou o facto dos fisioterapeutas alopáticos aprenderem a usar estas maquinetas, perfeitamente autorizadas e legitimizadas, em workshops de fim-de-semana. Quando um acupuncturista tradicional leva 5 a 12 anos a treinar-se a acertar exactamente nos pontos correctos — e em que não faz mais nada senão aprender a fazer isso — para fazer tratamentos que são em tudo semelhantes aos que são feitos nos centros de fisioterapia alopáticos, só que não lhes chamam «acupunctura». Ou nessa altura não lhes chamavam (senão a ADSE não lhes pagava). Chamava-se meramente «estimulação eléctrica».

      Seja como for, é melhor do que nada.

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    3. No site que indiquei escreve-se:

      "Neste momento existem 3 Cursos de Pós-Graduação em Acupunctura universitários certificados pela Ordem dos Médicos, e no próximo ano terá início um novo Curso. Foram formados até ao momento mais de 180 médicos, muitos dos quais iniciaram a sua prática de Acupunctura Médica nos seus consultórios e nos seus locais de trabalho no Serviço Nacional de Saúde. A Competência em Acupunctura Médica é a Competência ue mais rapidamente tem crescido em números, estando neste momento inscritos mais de 150 médicos, e brevemente esse número atingirá os 200."

      No mesmo site indicam-se os Critérios de Reconhecimento de Cursos de Pós-Graduação em Acupunctura Médica e Obtenção da Competência em Acupunctura Médica.

      A rede Multicare já inclui a acunptura médica nos serviços que disponibiliza aos seus clientes.

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    4. A rede Médis inclui osteopatia e indica várias clínicas onde se pratica acupunctura (embora isso não quer dizer que todas as pessoas nessas clínicas façam parte da rede; na Médis, tanto as clínicas como os médicos/terapeutas podem fazer parte da rede de forma independente).

      Em Inglaterra, muitas terapias holísticas que não incluam diagnóstico (mas penso que apenas as que incluam tratamento) são acreditadas justamente... pelas companhias de seguros, que impõem as regras. A ideia é que todos os tratamentos implicam um risco, e um seguro médico não é mais do que uma avaliação de risco. Logo, para minimizar o risco, as companhias de seguros procuram estabelecer quais as bases fidedignas dos terapeutas que fazem parte das suas redes. É um sistema interessante.

      Já agora, estive a reler o documento das regras para a acupunctura elaboradas pela Ordem dos Médicos, e estas são muito semelhantes às que eles usam para a osteopatia. Isso é bom sinal: está-se a usar critérios semelhantes para lidar com a certificação de metodologias semelhantes.

      Se calhar vai ser é a Ordem dos Médicos a definir quem pode ou não exercer medicina holística. Se for o caso, aplaudo a decisão (mesmo sabendo que deixa muitas questões em aberto). Afinal de contas, quem acredita os cursos de medicina em Portugal pode ser o Min. da Educação, mas quem diz quem pode exercer a profissão é a Ordem dos Médicos.

      Não estou a ver é como a OM vai depois incluir homeopatas nas suas hostes... :-) He he. Alguns dos critérios têm a ver com publicação de resultados em revistas científicas da especialidade. Até hoje, após desafiar um «fã» da homeopatia (médico membro da Ordem!), só consegui que ele me mostrasse um artigo publicado numa revista com reputação internacional. A palavra «homeopatia» não surge no corpo do artigo, e, assumindo que os resultados sejam reprodutíveis (eles apresentam três laboratórios independentes, salvo erro), invalida pelo menos um dos princípios da homeopatia — a de que diluições sucessivas produzem mais resultados para além do placebo. Mesmo este artigo pró-homeopatia mostra que há um limite para as diluições. E, enfim, é um artigo publicado; a OM insiste em mais do que um!

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  10. Já agora, para espicaçar a discussão... partir do princípio «todos os médicos de medicina alopática ocidental são honestos» e «todos os médicos de medicina holística (ocidental, oriental, norte, sul...) são desonestos» é ter falta de visão. Há tantos médicos alopáticos que tentam «curar» gripes ou doenças crónicas com antibióticos como médicos holísticos que colocam pessoas a beber água para lhes curar o cancro :) A diferença é que no primeiro caso podemos queixarmo-nos, em primeiro lugar, à Ordem dos Médicos, e em segundo lugar, recorrer aos tribunais por más práticas. Há um código deontológico a que os médicos alopáticos têm de seguir, por lei. No segundo caso, a pessoa é responsável por si própria, estando à mercê de quem lhe «conta umas cantigas». Isto é perigoso, porque não há garantias que depois se possa, no mínimo, processar a pessoa em questão (até porque o pseudo-terapeuta pode «acreditar» que a sua técnica funciona, e estar a tentar «tratar» o paciente com a melhor das intenções). E pode ser depois tarde demais tratá-lo «a sério».

    Com praticantes de medicina holística com um código de conduta sério, esses sabem muito bem o que é tratável e o que não é. Mas o problema é que o público em geral não tem forma de confirmar isso. Esse é para mim o maior problema. Não percebi como é que a legislação agora aprovada vai lidar com isso.

    Claro, quem tenha dupla formação em medicina alopática e holística tem não só mais métodos à sua disposição, como pelo menos o paciente tem forma de se queixar (à Ordem dos Médicos, aos tribunais). É por isso que essa tem sido a forma de resolver o problema em alguns países: tornar a medicina holística uma especialidade da medicina alopática.

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  11. E para espicaçar ainda mais... esta é obviamente a área onde a legislação não acompanha a realidade e onde existem profissionais não qualificados a tomarem decisões complicadas sem terem formação adequada.

    Estou a falar da área da informática.

    Ao contrário de todas as restantes áreas em que se abrem concursos públicos — em que os responsáveis pelos projectos têm de ser licenciados e, na esmagadora maioria dos casos, membros de uma ordem profissional — na informática não é assim. Qualquer adulto com a 4ª classe pode assinar um projecto de milhões de Euros na área da informática, sem problema. Não há legislação que «controle» se a pessoa em questão é ou não qualificada para assinar o projecto. A única coisa que se pede a quem abre o concurso público e que sirva de juri é que ao menos analise o CV. Mas alguém que tenha «30 anos de experiência a gerir projectos na área da informática» — mesmo que nunca tenha lido sequer um livro sobre o assunto! — terá um CV invejável que lhe permitirá ganhar qualquer concurso público.

    Isto é assim há pelo menos duas décadas, altura em que um minúsculo grupo de informáticos protestou sobre a ausência de qualificações dos profissionais na área. Mas foram silenciosamente ignorados: a informática não mexe tantos milhões como a construção civil, mas é suficiente para interessar os Grandes Grupos, que na altura não tinham profissionais qualificados mas que queriam ganhar todos os projectos...

    Pode-se argumentar que a má medicina mata pessoas, enquanto que a má informática apenas desperdiça recursos financeiros dos contribuintes. É verdade. Com raríssimas excepções, a informática não mata ninguém. Mas é apenas mais um exemplo em que a ausência de legislação permite profissionais não qualificados «fingirem» que o são, sem que o público tenha sequer hipótese de protestar...

    Por exemplo, se eu for contratado para desenvolver uma aplicação, e enganar o meu cliente, este pode queixar-se à Ordem e processar-me por estar a violar o código deontológico que jurei respeitar. Mas se me expulsarem, posso continuar a exercer a profissão sem qualquer problema.

    Mas o mesmo não se passa na Ordem dos Médicos. (Mais uma vez repito: não estou aqui a comparar a «gravidade» de matar pessoas por negligência ou incompetência, com a «gravidade» de desperdiçar dinheiro dos contribuintes, que são coisas totalmente diferentes.) Um médico expulso da Ordem não pode mais exercer.

    Será que o mesmo princípio se vai também aplicar às medicinas holísticas? E se sim, quem é que as irá controlar? A Ordem dos Médicos?

    São questões como estas que me coloco sempre que se fala da «legalização» da medicina holística — porque no caso de Portugal, a legislação não é uniformemente aplicada em todos os sectores. Quais são as garantias que, neste sector da saúde, se esteja a proceder correctamente?

    O certo é que a actual situação, «nem carne nem peixe» — um vazio legal — permite justamente o pior dos dois mundos. Talvez seja melhor «alguma» legislação, mesmo que má, do que nenhuma.

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  12. Os evolucionistas diziam que o "junk" DNA era um acervo inútil vestígios da evolução.

    Mas todos os dias podemos testar essa afirmação e mostrar que é falsa, dadas as funções que continuamente são descobertas

    O "junk" realmente só está nas cabeça do Ludwig e dos seus congéneres evolucionistas (entre os quais Desidério Murcho que já debateu os criacionistas até murchar)...


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    1. pois, seriously, if a DNA or RNA miracle is to count as evidence for the existence of DNA God, then we can’t let every unusual junk in for mação und kripp(and not so unusual germans ) event that we are happy about count ou diz-se cunt?

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  13. if we or tee perspectives have changed our minds very very often about what tee thought were the laws of nature, particularly in cases where we observed “violations or rapes ....see the divine rape or mary by god by belenos und toutatis ...krip pra alemião gosta muite de celtas...é céltico nesse aspect

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  14. Uma notícia interessante sobre as semelhanças e diferenças que separam os humanos dos macacos...

    O que eles dizem:

    "There are nearly 40 million positions in the human genome with DNA sequences that are different than those in non-human primates"

    "Many of the sequences with human-specific epigenetic characteristics were, until recently, considered to be "junk DNA" with no particular function."

    "There is growing consensus among genome researchers that much of what was previously considered as 'junk sequences' in our genomes indeed could play some sort of regulatory role"...

    Curiosamente, há décadas que os criacionistas vinham dizendo que é um erro pensar que o DNA pode ser "junk"...






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  15. A partir de agora, antes de alguém chamar verme a outrem (o que nunca se deve fazer!) deve-se atentar para a extrema complexidade e sofisticação dos vermes...

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  16. Mas levanto a questão: deverá o Estado reconhecer como tratamentos de saúde alguns tratamentos cuja explicação científica é dúbia ou inexistente? Por exemplo, a acupunctura e o termalismo.
    Se um indivíduo, em vez de gastar dinheiro em medicamentos, decidir gastá-lo em banhos termais, deverá o Estado conceder isenção no IRS a esses tratamentos? E deverá conceder essa mesma isenção a tratamentos de acupunctura? Deverão tais tratamentos ser considerados de saúde, ou simples crendice?
    E, já agora: o que acontece se eu decidir ir a uma consulta de um médico que, além de diplomado por uma Faculdade de Medicina, tem também um curso de homeopatia? Deverá o preço dessa consulta ser descontado no IRS, quando, de facto, o que esse médico fará será prescrever-me um medicamento homeopático?

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    1. o termalismo pazinho como o tratamento com gelo actua sobre os vasos sanguíneos

      vaso dilatadores e vaso constritores naturaes

      a diferença térmica para os 37ºc da lavoura corporal ademais levam a reforços imunitários e a diminuição dos processos inflamatórios

      agulhas tal como os virus de herpes dormentes em gânglios já de si nervosos
      afectam a despolarização da membrana

      pecebeste ó gricultor subsidiado?

      nã?

      ê logo vi...és da geração mai inducada da naçã

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  17. Eu já fui a médicos (da medicina de base científica) que me mandaram tomar chás (e mais umas coisas), pelo que suponho que infusões, banhos, picadelas e massagens, desde que recomendados por um médico (de base cietífica) passam também essas infusões, banhos, picadelas e massagens a serem de base científica.

    Eu, pelo menos, senti-me abençoado por aquela base científica (bem sei que sou um pouco ingénuo e crédulo, mas o que é que se há de fazer).

    Nota, como só tomei os chás o estado não comparticipou em nada daqueles tratamentos, mas suponho que em massagens e banhos desde que seja considerados terapeuticos (ie receitados pelo médico devem ser)

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    1. Vasco Gama,

      Cuidado com este excesso de confiança depositada em médicos. Médicos podem errar como qualquer outro profissional.

      Qualquer tratamento proposto só pode ser considerado como científico se realmente possuir um estudo aplicado dentro de uma metodologia.

      Já vi médico dizendo para um paciente que ele estava sofrendo uma enfermidade por causa do que ele fez em vidas passadas, e o pior, o paciente acreditou. :-)

      É o seu direito [e dever] questionar sempre o tratamento.

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    2. o melhor anti-inflamatório é o gelo já lá dizia galeno...

      ou outro hipócrita hipocrático...

      icarus sofrendo uma enfermidade por causa do que ele fez em vidas passadas,futuras e presentes é incurável

      mas não tem fé...e pensa estar sãosão ou sansão

      tudo uma questão de cabelo

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  18. O Estado já dá grandes apoios à Homeopatia e "medicinas alternativas" ao manter as infraestruturas cujo produto principal é a água potável canalizada.

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    1. a tua tia con dessa de lencastre kdeu a alma ao creador ou ao demo atheista por um cão....é uma patia como as restantes

      e água salgada é homeopatia en frasco de rinomer e é patrocinada pelo estado até 2000 e?

      já sem falar da indústria de água cum sucre vulgo xaroposos

      é cada caso de patologia burneica...

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  19. Escrevendo hoje sobre o caso,em comentário ao poste de D.Murcho, sem conhecer este seu poste, fico muito satisfeito ao ver que coincido consigo:

    "Creio bem que o que subjaz a esta discussão é um equívoco (da parte de D.Murcho) entre proibir e regulamentar uma dada prática (a homeopatia, de que eu também não sei nada, como é evidente).
    A coisa transparece logo no primeiro par. deste poste, quando se fala, em termos de alternativa, de enquadramento legal e exclusão de e.l. daquela dita prática.
    É preciso esmiuçar: ha a proibição e a não proibição, mas esta última pode receber duas formas distintas, a regulação (que significa em certos termos uma consagração) e a não regulação.
    Estarei a fazer-me entender? A profissão de 'sapateiro', por exemplo, não é proibida, mas também não é regulada, é simplesmente permitida.
    Creio que a discordância aparente entre D.Marçal e D.Murcho assenta aqui: D.Marçal critica (só isso, vamos lá ver)a regulação, que significará na prática uma consagração (mas não tem nada a opor à situação presente, de simples permissão da actividade); D.Murcho discorda, porque assimila ( a meu ver, ilegitimamente) a não regulação à proibição.
    Concluo: está certo D.Marçal (que aliás estou curioso de ler, a respeito, mais cedo ou mais tarde)".
    http://dererummundi.blogspot.com/2012/11/em-defesa-da-liberdade.html?showComment=1353933303964#c1937130337582051317

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  20. «Ainda assim, gostava de saber que peixe posso usar para evitar mosquitos no charco»

    Ludwig, recomendo um casalinho de tilápias. Não te vão comer os mosquitos mas ao menos ofereces um grelhado no final da campanha agrícola.

    Quanto à "incompreensão profunda de diferenças cruciais" que esclareces no post, queria apenas lamentar que a actividade filosófica (de procurar fissuras nas aparências e oferecer algo de novo no acesso à compreensão das coisas) seja sistematicamente tão duvidosa e desregulamentada como a conversa de café. Faz falta na legislação um brevet em filosofia, quero eu dizer.

    (bem sei que não é um comentário muito construtivo mas ao menos esperei que todos dissessem o que tinham a dizer para mandar uma papaia)

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  21. Tem de ser um peixe? Não pode ser uma rã? Os girinos não dão cabo das larvas?

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  22. As notícias recentes sobre um novo modelo que tenta explicar a origem da vida apenas demonstram quão longe se está de uma explicação naturalista...


    Uma notícia interessante sobre duas cobras venenosas muito semelhantes mas sem qualquer relação genética entre elas o que mostra que as semelhanças se compreendem muito bem como resultado de um Criador comum e não como resultado de um antepassado comum...

    Ou seja, tudo faz sentido em biologia sem a evolução...


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  23. Ainda ninguém me respondeu à minha questão de há dois dias atrás: como deverá o Estado encarar tratamentos de saúde como o termalismo, a acupunctura, as massagens tailandesas, e outros tratamentos de medicina não convencional? Deverá, tal como o Ludwig sugere em relação à homeopatia, afirmar que não passam de charlatanice, já que dificilmente têm fundamento científico teórico?

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    1. Penso que esses métodos deviam ser estudados, se posssível, e até saírem os resultados qualquer decisão deveria ser suspensa. Não vale a pena correr o risco de prolongar uma doença por tratamento inadequado, sobretudo quando se trata de doenças infecciosas, que quanto mais tempo permanecerem, maior a probabilidade de contágio.

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    2. bolas laboras na iliteracia ó lavrador sem campus?

      e o império das moscas desceu sobre nós...olá moscas26/11/12 22:59

      o termalismo pazinho como o tratamento com gelo actua sobre os vasos sanguíneos

      vaso dilatadores e vaso constritores naturaes

      a diferença térmica para os 37ºc da lavoura corporal ademais levam a reforços imunitários e a diminuição dos processos inflamatórios

      agulhas tal como os virus de herpes dormentes em gânglios já de si nervosos
      afectam a despolarização da membrana

      logo tratamentos de probabilidade baixa de aplicação a uma panóplia de doenças imaginárias não deverão ser subsidiados

      Para isso há o Nimed e o Omeprazol para curar os efeitos secundários de Nimed
      e os ansiolíticos to conquer all
      é conquer ou con quilha?

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  24. A propósito da incompreensão profunda estou a pensar na incompreensão superficial. A diferença não está na incompreensão. Está em quê?
    O Ludwig diverte-se com estas coisas e não o censuro. E,depois, há diferenças cruciais e diferenças que não são cruciais. São diferenças, mas é diferente.
    Numa onda incomparável, há os que se dizem agnósticos mas não conseguem explicar porquê (ando à procura de agnósticos que saibam por que o são, para aprender com eles), os cépticos que são "profissionais" da descrença, sempre à cata de um mal entendido e de um ponto fraco, seja da área que for, para generalizarem e se arvorarem em cansados de ter razão (sendo essa a sua razão de viver, apesar de acharem que ninguém tem razão),
    os cientistas, que são os verdadeiros detentores do mundo e dos universos (deste e dos outros, em verdade profunda e superficial, por causa dos infinitos do infinito e do infinito dos infinitos), a última palavra, o supremo tribunal, irrecorrível (horrível), místico, a quem a (grada) vaidade do estereótipo enleva, se significa domínio absoluto do existente definido por eles próprios e, por ora, que se faz tarde, os crentes, que acreditam que estas contingências vão sendo superadas com bom senso e sentido de humor.

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  25. Estimada Maria Madalena

    Como efectivamente existe literalmente um código com informação codificada no DNA, não espanta esta notícia de que os cientistas descodificaram o código genético do trigo de pão.

    Eis alguns extractos, para a Maria Madalena (que nega a existência de um código) ponderar:

    "...have unlocked key components of the genetic code of one of the world's most important crops"

    "...identification of around 96,000 wheat genes, and insights into the links between them"

    "...vast amounts of DNA sequence data, effectively translating the sequence into something that scientists and plant breeders can use effectively"

    Então Maria Madalena, continua a negar a existência do código genético, e a por a vida, cubos de gelo e flocos de neve no mesmo saco?

    No mundo real, códigos e informação codificada são a evidência, por excelência, de racionalidade, inteligência, pensamento abstracto e capacidade linguística.

    Cabe aos evolucionistas mostrar que existe um mecanismo natural que atribui significados operativos a sequências de símbolos e programa máquinas moleculares com capacidade para o transcreverem, traduzirem, descodificarem, lerem e executarem...

    Até agora não conseguiram.

    Nunca conseguirão, porque sendo os códigos e a informação realidades imateriais e intelectuais, não podem ter uma causa material e física...

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  26. Oops!

    Parece que um Buraco Negro gigante está a abalar os modelos dominantes de evolução cósmica...

    Pelos vistos os cientistas,

    "...have discovered a black hole that could shake the foundations of current models of galaxy evolution."

    Para os criacionistas isso em nada surpreende, porque não houve evolução cósmica.

    Houve Criação cósmica...

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  27. O Large Hadron Collider continua a trocar as voltas ao modelo standard da física e à hipótese da superssimetria que o queria desbancar...

    Aqueles cientistas naturalistas que pensavam que o LHC iria refutar a existência de Deus assistem agora impotentes à refutação das suas próprias teorias...

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    1. A matéria NÃO é eterna - se apareceu do nada ao nada regressará!

      Isso significa muito simplesmente que TODAS as partículas da física quântica decaem ao longo do tempo, ou seja, vão perdendo a sua massa... com ou sem bosão de Higgs! De facto, os proponentes desta hipótese - que Penrose também considera na sua teoria sobre a evolução do universo pré e pós Big Bang - afirma que o semitempo de vida das partículas com massa é cerca de 15 mil milhões de anos, ou seja, grosso modo a idade estimada do Universo.

      É altamente surpreendente que uma hipótese tão lógica e simples não seja mais aprofundada pelos físicos atuais, embora na realidade um modelo deste tipo até tenha sido estudado, mas de modo muito imperfeito e com um importante pressuposto errado, logo à partida.

      Mas lá chegaremos, a óbvia dificuldade em considerar esta hipótese é que ela NÃO é diretamente mensurável, como é evidente. Mas já o é matematicamente e através das suas inferências lógicas (vide a Lei de Hubble baseada no efeito Doppler). Por isso, mesmo Penrose no seu paper diz que não se conhece nenhum mecanismo físico que possa explicar a perda gradual de massa do eletrão... nem é preciso, it's built in because they were made this way!

      Before the Big Bang

      A much more satisfying possibility, from my own perspective, is that the electron’s mass will eventually decay away — and, again, there is all of eternity for this to happen, so the possibility may not be too outrageous to contemplate. - Roger Penrose (2006)

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  28. Ludwig

    Concordarias que ao mesmo tempo que Estado certificasse os cursos em Medicinas Alternativas também ponderasse em colocar avisos (como acontece nos maços de tabaco) em produtos homeopáticos, de modo a alertar os consumidores para o facto de que a eficácia clínica daqueles medicamentos não estar comprovada cientificamente ?

    E se também forçasse simultaneamente os médicos de medicina alternativa a colocar avisos semelhantes à entrada dos seus consultórios ?

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  29. Se calhar era melhor colocar um aviso na porta do gabinete de especialistas em pensamento crítico que se autodescrevem como "macacos tagarelas" (sic)...

    Esses tendem a dizer que, se todos somos (juntamente com as nossas normas morais) o resultado de processos irracionais, então temos um dever de racionalidade...

    Alguém percebe esta lógica?

    Entretanto, com base em pressuposições naturalistas e uniformitaristas (que excluem causas sobrenaturais e catastróficas à partida) os cientistas voltaram a datar o Grand Canyon, com uma data que difere em 60 milhões de anos de algumas das datas anteriores (sim porque há várias, muito díspares entre si, o que mostra que contar isótopos não é a mesma coisa que contar tempo)...

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    1. no...ninguém a percebe
      e todo o mundo a acha ilógica
      perspex von perspex

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  30. Pedro Ferreira,

    Eu acho que avisar o consumidor é necessário em casos em que este possa estar a comprar algo enganado. Se empacotam comprimidos de açúcar como guloseimas e os vendem no supermercado não é preciso avisar que não são medicamentos, mas se os vendem na farmácia em pacotes parecidos com os dos medicamentos será necessário ter esse aviso, sim.

    No entanto, isto é um problema diferente da certificação. Eu acho que o Estado não pode certificar medicinas alternativas pela mesma razão que não pode certificar astrologias, vidências ou rituais religiosos. Tratam-se meramente de crenças pessoais sem qualquer fundamento objectivo que permita distinguir entre certas e erradas.

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    1. Estou-te a perceber, e concordo contigo.

      A mim pareceu-me sensato que ao mesmo tempo que se certificava estas práticas medicinais, se aviasse o consumidor de que cientificamente não está comprovada a sua eficácia. Assim protegia-se o consumidor da desinformação causada por uma legitimação estatal da homeopatia, enquanto se apertava a fiscalização destas práticas.

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