Treta da semana: a linguagem da treta.
Independentemente do tema, a treta normalmente é propagada com uma linguagem própria, fácil de identificar pelo exagero, pelo abuso da metáfora, por termos mal definidos e por não dizer nada de concreto. Com esta linguagem, pode-se fingir revelar ideias de grande profundidade e significância sem, no entanto, arriscar nada, porque o que se profere é de tal forma vazio de conteúdo que nem faz diferença se é falso ou verdadeiro. Aqui ficam alguns exemplos, de entre um número deprimentemente grande de possibilidades.
Estes excertos foram usados sem autorização dos autores, mas ao abrigo da liberdade de crítica, que espero ainda ser legal.
Fontes:
Terapia Bioenergética
Perspectivas para 2012
Alexandra Solnado - Livro Voo Sensitivo - Companhia das Manhãs Parte 1
O Ocidente está ferido de morte | Bento XVI
O BUDISMO UMA RELIGIÃO SEM DEUS?
Devo dizer que fiquei desiludido. Tenho encontrado, mesmo aqui nos comentários, amostras bem mais concentradas.
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ResponderEliminarJoão Vasco,
ResponderEliminarTens razão, mas eu queria exemplos mais preparados do que comentários escritos no momento. E, além disso, queria ilustrar a tal ilusão de profundidade que se consegue com esta abordagem, e esses mais concentrados não criam ilusão nenhuma :)
Mas se encontrares exemplos melhores disto, manda. Isto da treta é, e sempre será, work in progress...
Como é que alguém que se audodenomina "macaco tagarela", que diz que a "chuva cria códigos!" que o DNA não codifica nada, que o código do DNA foi criado por cientistas, que "o facto de as gaivotas darem gaivotas prova a evolução de bactérias para bacteriologistas", etc., pode pretender mais credibilidade que a Alexandra Solnado?
ResponderEliminarMas interessante é reflectir sobre as as especulações e fantasias ilimitadas dos evolucionistas acerca do suposto passado pré-histórico, não observado por nenhum deles mas imaginado por todos eles...
Igualmente digna de nota é uma notícia recente sobre o impacto dos sucessivos bombardeamentos solares na superfície lunar...
Sem inovação. A táctica do costume: tentativa pôr tudo no mesmo saco. Infantil.
ResponderEliminarJá nos anos 70 o José Cid cantava, e bem: "não me interessam as coisas que vejo, só me interessam as coisas que sinto, não me interessas as causas que fazem os limites do meu labirinto"
João César das Neves publicou hoje no Diário de Notícias um artigo notável sobre o ateísmo. Nem de propósito, JCN analisa o que está escrito em itálico abaixo do vídeo do seguinte modo:
ResponderEliminar"Se eu escrever algo contra uma fé alheia ou atacar o ateísmo, sou intolerante e fanático. Mas um ateu que critique abertamente a religião e até faça disso carreira profissional, manifesta liberdade de expressão. Durante muito tempo atacar a Igreja era, não perseguição e chauvinismo, mas suprema prova de democracia e humanismo. Os mais ferozes anticlericais chamavam a si mesmos "livre pensadores".
O "novo ateísmo" caracteriza-se precisamente por esta dureza contra a religião, o que é compreensível por várias razões. Primeiro por ser comum em crenças pequenas e inseguras. Depois porque este novo ateísmo tem de viver na evidência do fiasco do antigo. Até há cem anos todos os pensadores cépticos acreditavam piamente na morte próxima da religião e num futuro ateu, crença que falhou redondamente."
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ResponderEliminarAntónio Parente:
ResponderEliminarO Cardeal Patriarca quando escreveu que «o ateísmo é o maior drama da humanidade» foi criticado por ter dito algo absurdo, mas não por ser intolerante.
Pelo contrário, eu aceito perfeitamente que aquela seja a opinião dele, e acho que deve manter-se livre para a dizer.
Assim, os inconsistentes aqui não são nem foram a generalidade dos ateus. São os mentirosos que propagam essa tese falsa do JCN, a tese se que os cristãos não podem criticar o ateísmo sem serem considerados fanáticos - tanto podem que o fazem.
Já em relação aos ateus, é o próprio António, o Nuno Gaspar, e tantos outros comentadores deste espaço que dão as provas que refutam a tese de JCN. Para a tese ser verdadeira, não poderiam ter repetido várias vezes a acusação de intolerância, conforme têm feito.
O que acontece é que a tese de JCN não é apenas falsa: o oposto dessa tese é verdadeiro.
Defender essa tese é divulgar uma enorme falsidade.
João César das Neves ( "Cavaleiro do Apocalipse" ):
ResponderEliminar"O traço principal do grupo não é o ateísmo, bastante comum, mas o violento e persistente ataque à religião. O que os marca não é aquilo em que acreditam, mas a insistência em criticar os que discordam." ...
"Se eu escrever algo contra uma fé alheia ou atacar o ateísmo, sou intolerante e fanático. Mas um ateu que critique abertamente a religião e até faça disso carreira profissional, manifesta liberdade de expressão. Durante muito tempo atacar a Igreja era, não perseguição e chauvinismo, mas suprema prova de democracia e humanismo."
-- "Durante muito tempo atacar a Igreja era, não perseguição e chauvinismo, mas suprema prova de democracia e humanismo."
ResponderEliminarTHE SYLLABUS OF ERRORS CONDEMNED BY PIUS IX :
III. INDIFFERENTISM, LATITUDINARIANISM
"15. Every man is free to embrace and profess that religion which, guided by the light of reason, he shall consider true."
"16. Man may, in the observance of any religion whatever, find the way of eternal salvation, and arrive at eternal salvation."
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ResponderEliminarOutra coisa:
ResponderEliminarO que há em comum com estas afirmações todas é a regeição pelo processo cientifico. Quer gostem quer não.
João Vasco
ResponderEliminarAceito que o João Vasco defenda as teses mas exóticas e imaginativas que se possam conceber, dado que respeito o exercício do seu direito à liberdade de expressão e da sua condição de "livre pensador". Por isso, não vou comentar o que escreveu. Obviamente, não concordo com o que escreveu mas devo defender sempre e em primeiro lugar a sua liberdade de expressão e opinião. Conte comigo! Sempre! Ninguém o calará!
"defender sempre e em primeiro lugar a sua liberdade de expressão e opinião"
ResponderEliminarE eu? Não tenho direito?
de entre um nº deprimentemente grande?
ResponderEliminarao menos deprimente e colossal....assis fica mal
deixai a Solnado em paz quela é filha de Deus e é mãe duma rica filha...ou era quisto o tempo estraga tudo
até avaria krippahis de gente
bаш комментарий: Isto da treta é, e sempre será, work in progress... e nem é muito (work e progresso inda menos)
ResponderEliminarnem diminui os 12 mil milhões de défice da balança comercial
até porque nem tem chovido
e electricidade para 2012 vai ser toda importada
porque das nuvens negras da crise nem vê-las
e se de dia faz um calor do caraças...de noite
O António Parente regressa em plena forma :-)
ResponderEliminarAntónio Parente,
ResponderEliminar«dado que respeito o exercício do seu direito à liberdade de expressão e da sua condição de "livre pensador". Por isso, não vou comentar o que escreveu.»
Esta é a mesma confusão que o César das Neves faz, e que já vi muitas vezes por aqui. Respeitar a liberdade de expressão de alguém é permitir que essa pessoa se exprima. Não implica nada acerca de comentar ou não, ou da liberdade de discordar dessa pessoa. Uma coisa boa na liberdade de expressão, e razão pela qual pode ser um direito fundamental, é que todos podem exercê-la sem impedir igual liberdade aos outros. Não há intolerância nenhuma em eu dizer que acho os textos do César das Neves uma imbecilidade e ele retorquir da mesma forma.
A intolerância só começa quando se quer impedir os outros de se exprimir ou se condena outros por dizerem o que pensam.
Ludwig Krippahl
ResponderEliminarNunca impedi ninguém de expressar as suas opiniões nesta caixa de comentários. Nem condenei ninguém por dizer o que pensa. Por isso, não me revejo no seu comentário nem no do comentador João Vasco. Aliás, no seu caso, nunca o poderia acusar de intolerante porque o Ludwig não é intolerante. Não sei se o seria se tivesse poder para o ser, mas quero acreditar que manteria a sua capacidade de aceitação daquilo com que não concorda.
Ludwig,
ResponderEliminar«Com esta linguagem, pode-se fingir revelar ideias de grande profundidade e significância sem, no entanto, arriscar nada, porque o que se profere é de tal forma vazio de conteúdo que nem faz diferença se é falso ou verdadeiro.»
Como assim? Com este linguajar é que fico à nora. O Ludwig está com dificuldades de discernimento, porque não quer discernir, ou porque não pode?
Uma notícia interessante sobre os perigos da ingestão de informação através de alimentos geneticamente modificados
ResponderEliminarA implicação é que "... we're eating not just vitamins, protein, and fuel, but information as well."
O perspectiva apresentou um bom exemplo de linguagem da treta criacionista, quando usam o termo "informação". "Kind" (normalmente traduzido como "espécie") é outro exemplo.
ResponderEliminarhttp://archive.ncsa.illinois.edu/Cyberia/Bima/CosmicBarCode.html
"Planets, giant gas clouds, stars, supernova explosions, the violent core of galaxies where possible black holes reside, all emit radiation in very specific regions of the electromagnetic spectrum. Their characteristic emissions, called spectral lines, contain a wealth of information about these objects. These "cosmic barcodes" have revealed much of what we know about the cosmos."
http://ccp.library.arizona.edu/exhibits/trch/trchedu/obscura.html
"The camera obscura was able to create an image because light rays naturally travel in straight lines. The light, which was reflected from the scene outside the camera, traveled toward the tiny hole. But only a speck (as large as the pinhole) of light information from each detail in the scene outside was allowed to pass to the wall inside the dark room."
www.abdn.ac.uk/~psy519/dept/L1HuntL1.ppt
"Light is reflected and absorbed by surfaces around us. Light contains information about surfaces. The function of the eye is to focus light on the photoreceptors"
http://wwy.brooklaw.edu/students/journals/bjlp/jlp13i_zabell.pdf
"Latent prints may exhibit only a small portion of the surface of the finger and may be smudged, distorted, or both, depending on how they were deposited. For these reasons, latent prints are an “inevitable source of error in making comparisons,” as they generally “contain less clarity, less content, and less undistorted information than a fingerprint taken under controlled conditions, and much, much less detail compared to the actual patterns of ridges and grooves of a finger."
http://www.cs.auckland.ac.nz/seminars/showdate.php?date=2010-08-26&top=On-line%20Database%20for%20Tracks%20of%20Footprints%20of%20Small%20Species
"These footprints give information of what kind of species they might be."
http://www.cambridge-eyedoctors.com/specialty-lenses/drivewear.php
"In low light, such as overcast conditions, Drivewear lenses are a green/yellow color to provide high contrast, minimize glare and maximize useful light information reaching the eye."
http://www.ehow.com/info_8053493_four-different-types-fossils.html
"Sets of footprints provide information about an animal's speed, stride and bone structure, and whether it walked on two or four legs."
http://www.cs.auckland.ac.nz/uoa/home/events/template/event_item.jsp?cid=305441
"These footprints give information of what kind of species they might be."
http://www.bme.tohoku.ac.jp/english/labo/field_10.html
"For realizing good communication with human body, and for realizing the properties of the human body as a information system, we have to realize the function of the human body as information." ... "High-frequency carrier-type magnetic field sensor is studied for sensing system for bioinformation."
http://scialert.net/fulltext/?doi=itj.2007.1043.1049
"An image of the iris contains information which is not of interest for iris recognition in the pupil, sclera and eyelid." ... "2D Gabor filters are employed to extract the phase information of the iris texture."
Ludwig Krippahl disse...
ResponderEliminarA intolerância só começa quando se quer impedir os outros de se exprimir ou se condena outros por dizerem o que pensam.
Então os mações são tolerantes ou intolerantes ó grande krippahl?
con versos de treta só com a perspectiva jã baskista?
isto anda mal...
António Parente disse...
ResponderEliminarJoão Vasco
mas devo defender sempre e em primeiro lugar a sua liberdade de expressão e opinião. Conte comigo! Sempre! Ninguém o calará
tenho de azimbrar os dois é ?
olha se ele já é mau a escrever...se não se cala de vez em quando
deve haver muitas vagas lá no prédio dele
se calhar até fazem desconto nas rendas
só 50 eurros ?
é que o jão basco vive cá....
Carlos Ricardo Soares, se não percebe o que Ludwig disse, posso citar o filósofo Karl Popper que disse exactamente o mesmo:
ResponderEliminar"Nem virão a descobrir que o padrão da obscuridade «que impressiona» vai, de facto, contra os padrões de verdade e de crítica racional. Não podemos distinguir a verdade da falsidade, não podemos distinguir uma resposta adequada de uma resposta irrelevante para um problema, não podemos distinguir as boas ideias das ideias banais e não podemos avaliar criticamente as ideias - a não ser que nos sejam apresentadas com clareza suficiente. Mas, para os que foram educados na admiração implícita do brilho e da opacidade «que impressiona», tudo isto (e o mais que aqui afirmei) seria, na melhor das hipóteses, conversa «que impressiona»: não conhecem outros valores."
Ele usou algumas frases de uma obra de Habernas como exemplo. A primeira: "A totalidade social não possui uma vida própria independente daquilo que une e de que, por seu lado, é composto."
Aparentemente isso significa apenas: "A sociedade consiste em relações sociais."
Pelo Popper percebeu?
A sociedade consiste em relações sensoriais
ResponderEliminarPelo Max Lake percebeu?
claro que não
androsterona dos grandes claretes...
não sou dono da verdade
ResponderEliminarsanto a gostinho
a primeira estação das relações sociais localiza-se no bolbo olfactivo que recóbri o hipo...
o que um homem (ou alexandra solnado ) afirma como verdade
ResponderEliminarpode não ser o que considero como verdade
mas que sei eu dos caminhos de Deus
Sanctus A gostinho....