domingo, outubro 02, 2011

Treta da semana: Lys.

Conheci o José Martins no programa da Júlia Pinheiro, onde ele participou na qualidade de espiritualista. Não tivemos muito tempo para conversar, mas ele teve a amabilidade de me deixar o seu contacto e recentemente passei pelo seu blog (1), onde descobri este projecto dos “Sons de Cura e Amor”(2).



Antes de criticarem a qualidade musical, devo notar que esta música tem um propósito terapêutico. Ninguém come paracetamol pelo sabor nem fura os dentes por prazer.

Mas o que me despertou a curiosidade foi a referência “No coração de Lys”. Para tentar perceber o que isso seria, segui o link para o “Grupo de Oração de Sintonia Lys-Fátima”, cujo site explica que «Lys abre-nos a porta para um mundo interno onde são criadas as condições para a transição da humanidade para o Novo Mundo. As energias da Mãe Divina, a Mãe do Mundo, são neste portal fortemente sentidas. É Ela que nos faz regressar à nossa pureza essencial com o seu imenso manto de amor.»(3) Outros conceitos relacionados, não sei bem como, são os Centros Planetários, «Vórtice que canaliza para a Terra as energias e os impulsos emanados do núcleo de consciência planetário, do núcleo de consciência solar ou de fontes cósmicas mais amplas» e as Hierarquias, «Conjunto de consciências que transcenderam a evolução material e se integraram no serviço no seu sentido cósmico e abrangente».

Quando escrevo sobre estas coisas, como astrologia, religião, medicinas alternativas e afins, costumam acusar-me de ser demasiado restritivo acerca do conhecimento humano, por exigir que uma alegação seja testável, e testada com sucesso, antes de admitir que possa ser conhecimento. Como este exemplo ilustra, há boas razões para este cepticismo.

Tal como os outros animais, nós somos capazes de adquirir conhecimento implícito. Podemos conhecer a sensação de beber água fresca e aprender a andar de bicicleta ou a atirar pedras. Este conhecimento que “fica no corpo” não requer símbolos nem semântica, pelo que é pouco susceptível de ser treta. É difícil que, ao fim de anos a patinar, alguém descubra que, afinal, não sabia andar de patins. Mas, além disto, nós também somos capazes de obter conhecimento explícito, aquele que se pode codificar em símbolos, como sons, caracteres, gestos, rituais e conceitos com que pensamos. Como os símbolos significam algo mais do que eles próprios permitem fazer imensa coisa. O resultado é uma linguagem demasiado expressiva e permissiva, o que pode ser uma vantagem maravilhosa mas também uma armadilha.

Podemos falar de quadrados redondos, de solteiros casados, de estrelas que brilham escuro em vez de luz. No que nos der na gana. Como deuses omnipotentes, vibrações negativas ou da Lys, seja lá o que isso for. O que é bom. É divertido, poético e estimulante. Uma brincadeira recorrente cá por casa é precisamente fazer disparates com as palavras. O “senhor que não é” foi, durante anos, um personagem comum de muitas chalaças dos miúdos. Em qualquer sítio onde não se visse ninguém, lá diziam que era (não era) ele.

Mas se queremos descrever a realidade isto é uma desvantagem. Não tanto por se poder afirmar falsidades mas, pior ainda, por ser tão fácil dizer coisas que nem sequer falsas podem ser, quanto mais verdadeiras. Como «Os centros planetários são pontos focais da energia universal do planeta, pois actuam com base em planos supramentais», por exemplo. Tal como “o senhor que não é”, cria a ilusão de referir algo sem referir coisa nenhuma. É por isso que, quando o objectivo é conhecer os factos, é indispensável exigir falsificabilidade. Não é suficiente para concluir que uma afirmação é verdade. Para isso é preciso muito mais e há sempre a possibilidade de se vir a revelar falsa. Mas, se for verdadeira, tem de se perceber em concreto o que quer dizer e, se não for, tem de ser possível saber-se que é falsa. Qualquer alegação que não cumpra estes requisitos, por muito divertida ou poética que seja, não pode ser conhecimento.

1- Blog do José Martins
2- Sons de cura e amor
3- Lys-Fátima, Lys

5 comentários:

  1. ora isso é interessante seu krippahl está numa de entendimento com a oposição krippahlista

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  2. atão no esprito de nossus krippahl e porque este computador é o mais lento de todos e os restantes tão cheios de spyware e birus desde os tempos do jão Basco até aos do Mihel qué de Madeira in Facto

    mi explica estes birus bia email que são detectados como spam deveriam ser mai fraquinhos que os anteriores

    ma num este apropria-se dos cookies supongo....num dá para enviar informação aqui pró coiso

    fui filtrado?

    além disso tinha 1300,000 itens agora tengo 935,000
    é das actualizações di software?

    3º se eu dêxar de ter actualizações por cancelamento de internet o ké quisso afecta a continuidade do windows instalé?

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  3. sã dúvidas exitencialistas sobre a existência de Deus na internet

    era pra ficar até 2012 pra ver se ele se manifestava pela bancarrota mas acho que bou

    já agora estas páginas html só por si podem bloquear scripts
    além dapagá-los?

    beijo as respostas =0 (zero) lá pra dia 16 tenho de tomar as flu shotas

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  4. 77 ou 78 caixas de correio apagadas e 100 e tal pseudo blogues é muita treta para internet vícios

    isto da internet é u dimóino krippahl salva-te...renuncia a Santa ananás e às suas obras e tus crias num terão crises

    sexta feira vi um prof. de informática de 73 ou 74 anos a dormir num banco de jardim na Florida

    ê detestava o gajo dos casos de Fortran4 mas dê-me cá uma bontade de chorá....

    istu da internet é depressiva....e as pensões nos eua tão tão baixas como 400 dólares

    saravá até 2012

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  5. depois dizem que o demo não existe

    é só ler e ver que de facto o demo perseguia esta alma perdida...

    entretanto parece que o demo também anda a atacar a economia , por isso preparem-me o fim do mundo está perto

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