Treta da semana: a prova.
O Henrique Monteiro escreveu sobre o exame a que alguns professores do ensino secundário público serão sujeitos para determinar se podem continuar a ensinar. O Henrique presume ser contraditório que se indignem «com a ideia de exame em si e outros pelo facto de esse exame ser fácil de mais»(1), invoca uma ideia estranha de marxismo onde «Cada um dava conforme as capacidades e recebia consoante as capacidades» e defende este exame para acabar com «um mundo imutável, ou em que a mudança, a haver, era lenta, segura e sempre para melhor». Não explica porque quer acabar com um mundo onde a mudança fosse para melhor nem como isto advém da razão que aponta – «Quem tinha um curso, tinha-no porque era filho de quem já o tinha, ou porque os pais tinham feito um esforço incrível para que os filhos o tivessem» – e ainda menos o que o exame tem que ver com isto, pois continua a ser preciso curso para ser professor. O Henrique só se safa de ter um raciocínio falacioso pelo requisito formal de um raciocínio falacioso ter de ser, primeiro, um raciocínio.
Um exame escrito avalia conhecimentos pela via indirecta de determinar quanto o avaliado consegue, naquele momento, fazer corresponder as suas respostas àquilo que o avaliador considera merecer a cotação completa. À partida, é uma forma pouco adequada de avaliar conhecimentos. Excepto se estes defeitos forem colmatados por várias medidas complementares. Tipicamente, os alunos têm tempo para se preparar especificamente para o exame, meses de prática com aquele tipo de exercícios escritos e as respostas esperadas, mais do que uma oportunidade para fazer o exame e o exame é apenas um de vários elementos de avaliação. Sem estas medidas, a margem de erro de um exame escrito é considerável.
Isto torna-se especialmente relevante se o exame for muito fácil. Quando a taxa de reprovação ronda os 30%, como é típico nos exames do ensino superior, podemos ter alguma confiança de que a maioria dos reprovados não sabia o essencial. Há sempre uma percentagem de erros devidos a problemas pessoais, distracções ou outros factores independentes do conhecimento do avaliado mas, se estes influenciarem o resultado em um ou dois porcento, serão uma fracção pequena dos 30%. No entanto, se o exame é tão fácil que 99% dos avaliados é aprovado, aqueles 1% de reprovações podem ser mais ruído do que sinal. Se for para fazer um exame com 99% de aprovação o melhor é não fazer porque um exame escrito não se adequa a esses casos.
Se bem que para alguém como o Henrique Monteiro pareça contraditório protestar por não querer fazer o exame e por o exame ser demasiado fácil, qualquer pessoa com experiência nestas coisas percebe que ser demasiado fácil é uma das razões para essa inadequação. Por azar, ou por desígnio do governo, as pessoas que melhor percebem os defeitos desta prova são aqueles que a prova pretende avaliar.
Há também a ideia de que sem esta prova os professores não seriam avaliados. Como escreve o Henrique, «Hoje, todos estamos colocados em causa [...] há 'rankings', há hierarquias, há prevalências e... há provas e exames.» Mas além das várias formas de avaliação regular a que os professores estão sujeitos, todos os candidatos “estão colocados em causa” logo à partida. A todos é exigido, pelo menos, um curso superior adequado numa instituição acreditada pelo Estado. Ou seja, que tenham obtido aprovação a dezenas de exames de dezenas de disciplinas ao longo de vários anos. Essa foi sempre a primeira prova que quem queria ser professor teve de prestar. Dirá então o Henrique, e outros que tal, que nesse caso não faz diferença aos professores fazer mais um exame. Mas faz.
Logo à partida, porque nenhum exame é perfeito. Há gralhas no enunciado, problemas nas salas, erros na avaliação e outras complicações que, se bem que raras e facilmente corrigidas quando um professor prepara e dá um exame a uma centena de alunos, passam a um problema grave quando se põe trinta mil pessoas pelo país inteiro a fazer um exame que os colegas vão avaliar. Depois, não é mais um exame. É um exame que substitui todas as provas feitas durante anos de formação universitária, toda a formação complementar e até a experiência profissional. Esses anos de trabalho e provas valerão menos do que esta prova individual. E o exame têm custos significativos porque, sendo uma prova eliminatória, naturalmente vão andar bastante preocupados com o exame quando deviam estar a dedicar-se aos alunos. O custo para os alunos destes professores será ainda maior do que os €20 por prova ou o trabalho de as avaliar.
Além de obrigar os professores a prestar provas a meio do ano lectivo, julgar que um exame escrito é mais fiável do que anos de estudo e exames em universidades acreditadas e inventar um enunciado ridículo (2), esta medida finge atacar um falso problema à custa de agravar o problema mais sério do ensino público. Ao exigir no mínimo vários anos de formação à frente da matéria que vai leccionar, o Estado reduz muito a probabilidade de um professor não saber a matéria. Mas, por outro lado, ensinar não exige apenas saber a matéria. Exige a capacidade e a motivação para perceber as dúvidas de quem está a aprender e guiar essa aprendizagem. Medidas como esta prova, cortes salariais, aumento do número de alunos e a burocratização do ensino, servem acima de tudo para desmotivar quem saiba e queira ensinar e seleccionar para o ensino público quem melhor souber lidar com a papelada, que ganha cada vez mais importância em detrimento dos alunos.
1- Henrique Monteiro, As provas dos professores
2- IAVE, Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades
Sonho com um exame destinado a ministros matemáticos em que se perguntasse uma única coisa: "Dados os três primeiros termos de uma sucessão serem 2, 3, 5, qual é o seguinte?" E o teste implacavelmente asseguraria a demissão do ministro, garantindo que a resposta era 7 se o ministro respondesse 8, 8 se o ministro respondesse 7, etc.
ResponderEliminarESTE SONHA E O SONHO NUM A CON TECE....
ResponderEliminarbom krip falha em 3 falaciosas obras e é iste profe de pensiero a critico critico
1º os profes não são chamados a meio do ano lectivus
porque o ano lectivo do ensino básico ou secundário divide-se em trimestres
logo deverias escrever no terço .....desde que não fosse terço de cavalaria tudesca ó kraut
segundo só são chamados aqueles que não estão a dar aulas no dito período
esses são constitucionalmente isentos
logo dirige-se aos profes desempregados como yo
e que vão continuar a ser desempregados depois disso devido às adaptações du curriculum e das horas desdobráveis em semi-turmas nas scienças experimentaes
tirando esses pontos
o teste para testar todos os testes é uma grande i-dei-a
deviam torná-lo obrigatório no ensino superior....
olha parece que tou dispensado
tenho mais de 5 anos de serviço
Um artigo interessante sobre o que as duas últimas décadas de descobertas de dinossauros nos mostraram.
ResponderEliminarNESTA ESTAÇÃO, CELEBRAMOS A RAZÃO QUE INCARNOU E HABITOU ENTRE NÓS
ResponderEliminarÀ medida que se aproxima o Natal, os cristãos devem pensar nos fundamentos racionais da sua fé.
A Bíblia ensina que um Deus, que se revela como Logos (Palavra, Razão), é não apenas o Criador de todas as coisas, como criou o Universo, a vida e o homem através de processos racionais, com uma estrutura racional e com marcas claras de racionalidade (leis naturais, estrutura matemática e computacional, complexidade irredutível, códigos e informação codificada).
Ela diz que Deus criou o homem à Sua imagem, homem e mulher, com capacidade racional e moral, pensamento abstrato, linguagem e criatividade, distinto nesses aspetos de todos os animais.
A Bíblia afirma que, por causa do pecado, Deus determinou que o decaimento, a catástrofe, as doenças e a morte iriam entrar na natureza, lembrando ao ser humano que o pecado tem consequências morais e físicas e que ninguém pode subsistir eternamente pecando diante do um Deus santo e justo.
Ela ensina que a Razão se fez carne e habitou entre nós, de forma a levar sobre si o castigo devido pelos nossos pecados, para nos perdoar e salvar do castigo eterno, vencendo a morte e ressuscitando com um corpo incorruptível. Esse facto tornou-se o evento mais importante e marcante da história da humanidade.
Curiosamente, foram os ateus que se lembraram de tentar desacreditar o Natal, aconselhando as pessoas a celebrar a Razão em vez do nascimento de Jesus de Cristo.
Mas essa recomendação é irracional vindo de quem vem.
Os ateus defendem que o Universo, a vida e o homem foram surgiram sem causa, por processos irracionais, tendo por isso uma estrutura irracional e destituído de qualquer propósito racional.
Com que base se deve celebrar a razão, se tudo é, em última análise, irracional?
Actualmente, uns pensam que viemos de um antepassado comum aos chimpanzés ou aos orangotangos e outros vão ao ponto de dizer que somos híbridos de chimpanzés e porcos!
É claro que tudo isso se baseia em supostas semelhanças genéticas, anatómicas e fisiológicas que, coexistindo com diferenças significativas, são inteiramente compatíveis com um Criador comum que, criando racionalmente, usou princípios e técnicas comuns, como uns engenheiros fazem, por exemplo, quando criam motas, carros ou camiões.
Para os evolucionistas, os próprios pensamentos humanos, incluindo os deles próprios, são, em última análise, o resultado de processos irracionais.
Isso mesmo reconhecia expressamente Charles Darwin quando pensava nas implicações epistemológicas de o homem ser o produto da evolução a partir de um qualquer hipotético macaco.
Quem tem toda a razão do mundo para celebrar a Razão são os Cristãos, porque sabem que foram criados e salvos por ela.
"professores do ensino secundário público " ????????
ResponderEliminarSão TODOS os professores, desde o nível pré primário até ao ensino secundário. Aliás, com um esforçozito de nada até podiam incluir os profs do ensino superior. Enfim!
MORREU NELSON MANDELA, MAS OS PRINCÍPIOS QUE VIVEU SÃO ETERNOS
ResponderEliminarNelson Mandela era um homem cristão, educado nas missões metodistas (como muitos dos líderes africanos) e a sua fé muito influenciou a sua conduta, diferentemente do que sucede com muitos cristãos.
Mas de onde vêm a sua ênfase no perdão e na reconciliação? De onde vem a sua crença na igualdade natural de todos os seres humanos? De onde vem a sua crença na existência de uma única família humana? Como se justifica a perenidade e universalidade destes valores?
A Bíblia ensina que o homem foi criado por Deus, à Sua imagem, homem e mulher, com igual dignidade intrínseca e valor sagrado. Ela ensina que todos somos descendentes de um casal de seres humanos, Adão e Eva, e que, por isso, somos literalmente parentes uns dos outros.
Quaisquer semelhanças genéticas, anatómicas, fisiológicas ou comportamentais que possamos partilhar com os animais, devem-se simplesmente ao facto de termos um Criador comum, que nos criou na mesma semana, para viver no mesmo planeta, comer a mesma comida, beber a mesma água, respirar o mesmo ar e interagir no mesmo ecossistema.
Por causa do pecado de Adão e Eva, a maldição de Deus e a morte abateram-se sobre toda a natureza. Todos os descendentes de Adão e Eva herdaram uma natureza pecaminosa. Dois seres imperfeitos não podem gerar um ser perfeito.
A maldade proliferou e Deus castigou o mundo com um dilúvio global, do qual nos chegaram triliões de fósseis nos cinco continentes, camadas transcontinentais de sedimentos, a elevação das montanhas, a deriva dos continentes e 2/3 da Terra coberta de água.
Depois, Deus confundiu as línguas e espalhou as nações, todas elas da mesma raça humana, todas descendentes de Noé e da sua família.
A seguir, Deus escolheu o povo de Israel e no seu seio criou as condições para a incarnação de Jesus Cristo, aquele que veio morrer e ressuscitar por toda a humanidade, anunciando o perdão e a reconciliação, a justiça e o amor, para todas as nações. Jesus Cristo levou sobre si o castigo dos nossos pecados, que tinha de ser pago por uma questão de justiça, para nós podermos ter acesso a uma vida eterna com Deus, expressão do seu amor pela humanidade.
A humanidade pecadora, em conflito contra Deus, sempre procurou arranjar justificações para o racismo e todas as formas de opressão e discriminação e demais pecados.
A Igreja Reformada Holandesa, dominante na África do Sul, não foi exceção. Ela interpretou a maldição a Can, neto de Noé, como sendo uma maldição sobre todos os negros, apesar de não haver qualquer indício no texto bíblico de que isso seria assim. Desse modo, ela deu amplo apoio ao regime do Apartheid.
O desejo pecaminoso de dominar, explorar e maltratar os outros vem desde a queda da humanidade, desde que Caim matou o seu irmão Abel. Já o cientista e filósofo secularizado Aristóteles sustentava que alguns homens nascem naturalmente para ser escravo.
Charles Darwin não inventou o racismo. Ele apenas veio tornar o racismo mais “científico” e “sofisticado”. O subtítulo da obra “A Origem das Espécies” é: “o triunfo das nações mais favorecidas na luta pela vida”. Isso diz tudo. Para Charles Darwin, o homem é um acidente cósmico, sem dignidade intrínseca, resultado de milhões de anos de crueldade predatória.
Charles Darwin acreditava na seleção, natural e artificial, e na sobrevivência do mais apto. Ele achava que os negros africanos eram uma raça inferior mais próxima dos macacos. No seu livro “The Descent of Man” ele chegou a afirmar que, a prazo, as “raças selvagens” acabariam por ser exterminadas pelas “raças civilizadas”.
Ainda bem que o mundo está, em última análise, nas mãos de Deus. A sua mensagem de justiça, amor, perdão e reconciliação dirige-se a toda a humanidade. Para Ele, todos, independentemente de mais melanina ou menos melanina, têm o máximo valor e a máxima dignidade.