Treta da semana: toda a gente.
A Margarida Rebelo Pinto, escritora «introspectiva e mais centrada nas relações e nos afectos e, sobretudo, nas relações amorosas»(1), foi recentemente criticada pelo que disse na RTP acerca da situação económica e das manifestações contra o governo. Parte da culpa pela má figura é de quem se lembrou de lhe fazer perguntas sobre estas coisas. A senhora ia lá fazer publicidade ao seu último livro, uma colectânea de textos intitulada “Há sempre uma primeira vez” com o que a Margarida julga ter aprendido sobre o amor: «O melhor do amor é sabermos muito pouco sobre ele». Pedir-lhe que se pronunciasse sobre assuntos sérios era obviamente arriscado.
A Margarida disse «eu fico profundamente triste em ver este tipo de manifestações, que demonstram falta de civismo das pessoas que vão interromper e tentar perturbar o trabalho daqueles que neste momento governam o país». Pelo contexto (1), percebe-se que se referia ás manifestações dentro da Assembleia da República, interrompendo o discurso do Paulo Portas. Não acho falta de civismo porque a perturbação é mínima e a mensagem é mais eficaz se os visados não podem fingir que não ouvem. Além disso, a Assembleia da República é de todos os cidadãos. Mas esta é uma divergência legítima entre quem dá mais valor cívico à lei e quem dá mais valor à justiça. Não posso condenar a Margarida só por ter uma opinião diferente da minha acerca disto.
Mais grave é a Margarida papaguear a ladainha de que a culpa é dos governos anteriores e alegar que temos de confiar no governo que elegemos. Aqui a divergência já é mais séria porque, objectivamente, esta crise não originou no sector público. É fruto de surtos desregulados de especulação bancária e foi agravada pelo sistema monetário europeu e os desequilíbrios comerciais que dele resultam. Também o governo que temos, além das alterações que já sofreu, só foi eleito graças à promessa de fazer o contrário do que está a fazer. Estas manifestações não surgem por «falta de memória e falta de inteligência». Pelo contrário, muitos manifestam-se precisamente porque têm boa memória e porque não são estúpidos.
Mas o mais grave entre os disparates da Margarida foi, curiosamente, o menos criticado: «como todos os cidadãos, eu também tive cortes. Toda a gente teve cortes.» É grave, não por ser mentira, porque na maior parte dos casos é bem verdade, mas por fingir que não percebe as implicações dramáticas de toda a gente ter cortes. Esta incompreensão exige ou uma extraordinária falta de inteligência ou uma desonestidade, infelizmente, bastante mais ordinária.
Excepto os milionários que têm beneficiado desta política de austeridade, todos tiveram cortes. Mas nem todos tiveram cortes como a Margarida teve, ou como teve a Isabel Jonet há tempos com a rábula dos bifes. Porque cortar no que é supérfluo é muito diferente de ter de cortar no que é necessário. Eu gasto menos do que gastava há uns anos mas pouca diferença me faz. Deixei de ir ao cinema, raramente como em restaurantes e vamos de férias para a terrinha. Grande coisa. Há menos folga no orçamento mas o dia-a-dia é praticamente igual. O problema de todos terem cortes é que inclui muitos que já não tinham onde cortar. Num artigo imbecil no Público, a Sofia Silva encena um diálogo cor de rosa entre um casal que organiza o seu orçamento cortando no ginásio (vão correr juntos, que romântico), usando só um carro e pedindo aos pais que tragam carne lá da terra, onde é mais barata (2). O diálogo seria bem diferente se tivessem de optar entre os medicamentos e a comida dos filhos.
A cegueira selectiva de dizer “toda a gente teve cortes” sem ver que muita gente já não tinha onde cortar permite também fechar os olhos ao efeito global desses cortes. A mim, pouca diferença fez deixar de ir ao cinema ou ao restaurante. Mas se centenas de milhares de pessoas como eu cortam nessas coisas, muita gente que trabalha nos cinemas, nos restaurantes e em todo o comércio que fornece esse sector perde a sua única fonte de rendimento. Há 838 mil desempregados (3), já descontando os que emigraram. Em geral, não é gente preguiçosa que tenha vivido acima das suas possibilidades, esbanjado tudo em bifes, e que esteja agora a pagar os seus excessos. Muitos são simplesmente vítimas dos cortes de toda a gente. Não exijo que a Margarida perceba muito de economia, mas parece-me exagero não perceber sequer que os gastos de uns são o salário dos outros e que milhões de pessoas a cortar na despesa faz muitos ficarem sem rendimento. Dizer “toda a gente corta” como se fosse uma mera inconveniência não pode ser apenas ignorância. Não deve sequer ser falta de inteligência porque tinha de ser uma falta muito grande. Parece-me que tem mesmo de ser egoísmo e maldade.
1- YouTube, MARGARIDA REBELO PINTO comenta atualidade e falta ao respeito a todos os Portugueses (02Nov2013)
2- Público, Planear o orçamento familiar e aumentar a resiliência das famílias
3- INE, Estatísticas do Emprego - 3.º Trimestre de 2013
Vender livros agora passa por dizer idiotices à televisão.
ResponderEliminarA Margarida Rebelo Pinto cortou na publicidade. Há uns tempos punha cartazes. Mas veio a crise, e agora teve de descer de nível e faz figuras. Há sempre uma primeira vez.
A RESPOSTA A RICHARD DAWKINS É MAIS FÁCIL DO QUE SE PENSA!
ResponderEliminarDeus não criou o homem e a mulher com pecado original!
Deus criou o Universo, a vida e o homem sem derramamento de sangue, colocando o homem e a mulher numa Terra com condições paradisíacas, para viverem de acordo com a lei moral de Deus.
Deus criou o homem e a mulher com capacidade de escolha moral e eles escolheram desobedecer a Deus, mesmo depois de lhes ser explicado que isso significaria a morte. Por causa do pecado Deus amaldiçoou toda a criação, e condenou-a ao decaimento e à morte. As mutações, as doenças, os desastres naturais testemunham disso.
Como a violência e a corrupção se foram acumulando, Deus efectivamente castigou toda a humanidade através de um dilúvio global recente, salvando os poucos que obedeciam a Deus (Noé e sua família).
Os triliões de fósseis nos cinco continentes, incluindo “fósseis vivos”, fósseis poliestráticos e tecidos moles de dinossauros, testemunham desse dilúvio global recente. O mesmo se diga das camadas transcontinentais de sedimentos, cheias de evidência de catastrofismo. Os números do crescimento demográfico dos últimos milénios são outro testemunho do repovoamento recente da Terra.
Isso mostra que Deus não tolera o pecado indefinidamente, como Jesus também avisou.
Deus, o autor das normas morais que o homem violou, incarnou em Jesus Cristo, por sinal a figura mais marcante da história universal, porque a morte eterna a que o homem estava condenado, por causa do pecado, só poderia ser afastada se um Deus eterno sofresse o castigo devido ao homem.
Se Deus nos castigasse sem perdoar, haveria justiça mas não amor. Se Deus perdoasse o pecado sem o castigar, haveria amor mas não justiça. Na morte e na ressurreição de Jesus Cristo, por sinal o evento mais marcante da história da humanidade, cumprem-se, a um tempo, a justiça e o amor de Deus.
O Ludwig faria bem em não dar ouvidos a um tolo, que só engana incautos e ingénuos como ele. No seu livro The Greatest Show on Earth, sobre a suposta evidência de evolução, Richard Dawkins só mostra que caninos “evoluem” para caninos, orquídeas para orquídeas, tentilhões para tentilhões, e bactérias E.Coli para bactérias E.Coli! Na verdade, ele nunca refuta o que a Bíblia ensina 10 vezes em Génesis 1: os seres vivos reproduzem-se de acordo com co seu género.
SEM QUERER E SEM CRER DAWKINS CORROBORA O DEUS DA BÍBLIA! (1)
ResponderEliminarO argumento de Richard Dawkins acerca da "complexidade" de Deus (e consequente improbabilidade), desenvolvido no seu livro The God Delusion, é absurdo.
No entanto, ele tem o mérito de reconhecer a sintonia do Universo para a vida, bem como esta se basear em quantidades inabarcáveis de informação, ambas as coisas de probabilidade ínfima.
De acordo com o argumento de Richard Dawkins, se o Universo e a vida são altamente improváveis, por serem complexos, Deus só pode ser ainda mais improvável, por ser ainda mais complexo.
Daí que a existência de Deus seja muito improvável.
Qual é o ponto fraco deste argumento?
É muito simples.
Ele supõe que Deus, à semelhança do que sucede com o Universo e a vida, é o resultado de combinações improváveis de matéria e energia pré-existente.
Mas o Deus da Bíblia revela-se como o Criador da matéria e da energia!
Ele não é o resultado de uma combinação improvável de uma e outra!
A energia e a matéria (que é energia) é que devem a sua existência a Deus, já que a energia não se pode criar nem destruir a ela própria.
Assim, diferentemente do que se passa com o Universo e a Vida, Deus não é constituído por um conjunto de "peças" externas e independentes, de combinação altamente improvável.
Ele não é composto por matéria e energia pré-existentes, como sucede com a vida.
SEM QUERER E SEM CRER DAWKINS CORROBORA O DEUS DA BÍBLIA! (2)
ResponderEliminarDe resto, a própria vida não é só matéria e energia, mas também informação codificada, uma grandeza imaterial que não tem uma origem material, mas sim imaterial, mental.
A matéria e a energia não criam informação.
Só uma inteligência cria informação.
O DNA tem uma componente imaterial (informação codificada, código ou cifra) e material (compostos químicos).
Ele é inteiramente consistente com a ideia de que um Deus sobrenatural criou a vida num mundo material.
Mas a vida não é só matéria e energia.
Ela também é informação.
E a informação não surge por processos naturalísticos.
Pelo menos, tal nunca foi observado.
Deus não tem as propriedades da natureza. Deus é sobrenatural.
Ele é Espírito. A Bíblia afirma-o expressamente.
Pelo que não faz qualquer sentido tentar averiguar estatisticamente a complexidade de Deus, como se ele fosse o resultado de uma combinação acidental de peças componentes (hipótese sobre a qual Dawkins chega mesmo a fantasiar).
Tentar comparar a probabilidade da existência de Deus com a probabilidade do Universo e da Vida é comparar grandezas qualitativamente incomensuráveis entre si, sendo que Deus é espiritual, eterno, infinito, omnipotente e omnisciente.
Em toda a sua aparente racionalidade, o argumento de Richard Dawkins manifesta toda a sua estultícia.
Considerando que este pretendia ser o argumento irrespondível e decisivo do livro The God Delusion, imediatamente vemos que se trata de um exercício de profunda ingenuidade intelectual, destituído de qualquer plausibilidade.
Na verdade, o argumento de Richard Dawkins apenas refuta a existência de um “deus” composto de matéria e energia pré-existentes, combinados numa entidade divina constituída por múltiplas peças.
Mas a Bíblia nunca diz que Deus tem essas características.
Ela nega um Deus com essas características!!
Nesse ponto, os criacionistas concordam inteiramente com Richard Dawkins.
Só que o argumento de Dawkins está longe de refutar a existência de um Deus vivo, espiritual, infinito, eterno, omnisciente e omnipotente, pessoal, moral, criador de toda a matéria e energia, como o que se revela na Bíblia.
Pelo contrário.
Todo o livro de Richard Dawkins, na medida em que reconhece a sintonia do Universo para a vida, e a sua radical improbabilidade, acaba, inadvertidamente, por tornar ainda mais claro que só a existência de um Deus com essas características é que é racionalmente plausível.
Dawkins imagina uma ideia de Deus e refuta a sua própria ideia.
Dawkins vence apenas uma entidade imaginária.
Tanto trabalho para nada!
A "desilusão de Deus" baseia-se na "ilusão de Dawkins".
Sem querer e sem crêr, Richard Dawkins acaba por sugerir que só o Deus espiritual e eterno que se revela na Bíblia é plausível.
Eu só gostava de perguntar o que é que a tralha destes 3 comentários tem a ver com a Margarida Rebelo Pinto e seus desmandos!
ResponderEliminarDesespero criacionista ;-)
Eliminarpois é , João Ventura , também faço o mesmo comentário , para mim vc acertou na "mouche" da "Guidinha Sexual"........
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