terça-feira, junho 07, 2011

O argumento económico.

A “pirataria”, dizem os detentores de monopólios sobre a cópia, prejudica a economia e aumenta o desemprego. Ponho-lhe aspas porque juntam na mesma palavra tanto a contrafacção comercial, tradicionalmente chamada pirataria, como a cópia e partilha para uso pessoal, assunto onde esta lei não costumava meter o bedelho. O argumento é que a cópia gratuita rouba vendas, o que leva ao desemprego muitas pessoas que trabalham na área e acaba por prejudicar toda a economia. Por isso, defendem, deve-se proibir as pessoas de copiar ou partilhar obras publicadas.

O primeiro problema com este argumento é assumir que a cópia para uso pessoal rouba vendas. Não é claro que o faça. Por um lado, porque a tecnologia que facilita a cópia privada também facilita a cópia comercial, reduzindo os custos, permitindo vender mais a preços menores e criar novos serviços de distribuição. Tal como as cassetes passaram de uma ameaça a uma fonte significativa de rendimento para esta indústria, também os downloads, uma vez ultrapassadas as parvoíces das licenças e DRM, têm potencial para substituir as formas de distribuição que se tornaram obsoletas.

Por outro lado, quando considerarmos toda esta indústria, a facilidade de acesso tem sido uma mais-valia. Dos toques para telemóveis aos concertos e bilhetes de cinema, muitas áreas têm crescido constantemente. No cômputo geral, a indústria da cultura e entretenimento está muito melhor do que alegam os clubes de vídeo e os vendedores de CDs. Esses estão tramados, é verdade, mas é preciso não confundir o sapateiro de esquina com a indústria do calçado. É inevitável que o progresso torne algumas coisas obsoletas, e é só uma questão de tempo até o DVD ir atrás da meia-sola e do sebo para as botas.

Outro problema deste argumento é a sua miopia tendenciosa. Mesmo que a tecnologia da cópia prejudicasse toda a “indústria cultural”, a economia é uma rede de transacções muito mais vasta e interligada. Facilmente compensaria noutro lado as perdas sentidas neste. Podemos apontar pessoas que perderam o emprego por fechar a loja dos discos ou o clube de vídeo, mas o dinheiro que os consumidores deixaram de gastar aí passou a ser gasto noutros lados. É um efeito menos visível; não conseguimos identificar quem ganhou emprego por causa dessa deslocação do consumo. Estes efeitos dispersam-se por toda a economia. Mas se reprimirmos a cópia privada, obrigando as pessoas a gastar dinheiro em CDs, vai haver outras pessoas, noutras partes da economia, que vão perder os seus empregos. Colei no final do post um vídeo do Milton Friedman a explicar este problema, se bem que no contexto do proteccionismo à industria do aço em vez da industria do plástico às rodelas.

Mas o problema mais importante deste argumento é que as vantagens económicas do monopólio são irrisórias, quando comparadas ao resto. A premissa implícita no argumento é que esta pequena fatia da economia tem mais valor do que as liberdades sacrificadas para proibir a cópia. É uma premissa absurda. As restrições que propõem violam directamente os direitos de acesso à cultura, de partilha de informação, de transformação da cultura e o direito de copiar. Hoje em dia é preciso relembrar constantemente que copiar é um direito. É o direito de dizer, cantar, desenhar, escrever, vestir, cozinhar, jogar, ler e pensar sem estar proibido de repetir o que alguém já fez. E, indirectamente, atropelam também outros direitos fundamentais, como a liberdade de expressão e a privacidade. Qualquer um destes direitos é muito mais importante do que o "direito" de lucrar com a venda de CDs, e argumentar que os devemos sacrificar pelo negócio de alguns é como defender a escravatura por aumentar os lucros aos donos das plantações.

E este argumento é uma admissão de inutilidade. Estão a dizer que, sem monopólios, não conseguem competir com o que cada um de nós pode fazer gratuitamente em casa. Mas, se é esse o caso, então mais vale desistirem do negócio em vez de chatear o pessoal, porque isso só quer dizer que não têm nada de interessante para nos vender. E podemos testar isto. Proponho à ACAPOR, FEVIP, AFP e afins uma nova forma de luta. Esqueçam a legislação, os tribunais e o cortes na Internet. Façam greve. Não vendam nem aluguem nada enquanto houver quem copia. Se a vossa actividade servir de alguma coisa convencerão as pessoas a mudar de atitude. E se ninguém vos ligar ficam com a prova de que já não servem para nada.

Milton Friedman, via a douta ignorância.

22 comentários:

  1. Brilhante!
    Muito bem exposto, Ludwig!!!

    ResponderEliminar
  2. O argumento ergonómico.
    A “pirataria”, dizem os detentores das verdades fáceis é boa
    A anarquia é o estado ideal do homem
    A imbecilidade das opiniões individuais sobre o colectivo é o êxtase

    resumindo num ano nesta coisa que deveria servir para esclarecer

    apenas vi egocentrismos internéticos

    é o síndrome do taxista sem voz

    que quer propalar as suas crenças mais absurdas a todos os passageiros
    que por sua vez sofrem do mesmo mal

    ResponderEliminar
  3. do excesso de argumentos parvos

    PESADELOS QUE COMEÇAM ONDE OS SONHOS ACABAM-Desmistificando os sonhos- A Internet e a Partilha de Informação torna a sociedade mais esclarecida
    Após um ano apenas posso dizer que díficil é a internet ser mais que um mau vício

    Sofre todos os defeitos dos cafés e das tertúlias dos séculos XIX ou XX

    Excesso de opiniões e excesso de crenças

    E num mar de crenças absurdas não há nenhuma sociedade que flutue

    As crias dos animais que dizem chamar-se homens

    Terão séculos de pesadelos que dirão ser sonhos

    e tendo dado o meu contributo para o aumento de argumentos parolos

    vou fazer umas folhas em excell e em word e volto daqui uns dias
    beijinhos

    ResponderEliminar
  4. Parece-me que o novo cartoon da Nina Paley publicado hoje, vem bastante a propósito:
    http://mimiandeunice.com/2011/06/07/censorship-vs-copyright/

    ResponderEliminar
  5. Trololololo,

    «A Internet e a Partilha de Informação torna a sociedade mais esclarecida
    Após um ano apenas posso dizer que díficil é a internet ser mais que um mau vício»


    A Internet não torna ninguém mais esclarecido. Apenas dá a oportunidade de se esclarecer. O que cada um faz dela é consigo.

    ResponderEliminar
  6. O grande Milton. Quem me dera que mais políticos tomassem atenção ao que este homem diz, antes de proporem "estados sociais" e economias baseadas em mitologias da esquerdalha.

    ResponderEliminar
  7. Mats: não tome a esquerda por uma corrente ideológica totalmente estatizante. Existem muitos sectores de esquerda (nomeadamente o mutualismo e o anarco-socialismo) que defendem a existência de mercados livres sem capitalismo. Aliás, não querendo desviar o rumo do debate, é bom recordar que o capitalismo sempre esteve associado a monopólios e ao compadrio com o Estado. Basta ler Ferdinand Braudel. Talvez seja por isso que muita gente detecte uma relação directa entre copyright e capitalismo. E, na verdade, o que o senhor Friedman queria era que depois de séculos em que o Estado ajudou a alienar recursos do domínio público (um processo que remonta às "enclosures") para benefício de grandes grupos privados, esses grandes conglomerados que se formaram à custa do Estado se vissem de um momento para o outro livres de todo e qualquer mecanismo refreador do seu poder. Alguns links instrutivos:

    http://www.cddc.vt.edu/host/delanda/pages/markets.htm
    http://c4ss.org/content/2165
    http://p2pfoundation.net/Markets_without_Capitalism
    http://c4ss.org/content/3202
    http://c4ss.org/content/5564
    http://c4ss.org/content/5477
    http://c4ss.org/content/5120

    ResponderEliminar
  8. Mats,

    No sentido lato, o capitalismo é a doutrina que defende que os meios de produção podem ser propriedade privada, e a esquerda política o conjunto de ideais que favorecem uma sociedade mais igualitária. Nestes sentidos, não são incompatíveis, e eu considero-me até um capitalista de esquerda: sou a favor do mercado livre e da propriedade privada de meios de produção, e acho que o papel principal do Estado é redistribuir riqueza e garantir acesso universal a bens e serviços que não convém deixar ao sabor do mercado, como justiça, educação, saúdes, etc.

    Mas percebo porque é que as religiões não gostam desta ideia. O ideal para qualquer organização religiosa é que haja uns poucos que detenham a riqueza toda, que depois dêem parte para a caridade religiosa, e um grande número de pessoas que fiquem dependentes das esmolas que os religiosos lhes dêem. Para estas organizações, a justiça social não dá jeito nenhum, porque quando as pessoas têm uma vida confortável e liberdade para seguir os seus interesses é difícil manipulá-las com promessas de paraíso para além da morte.

    ResponderEliminar
  9. "Proponho à ACAPOR, FEVIP, AFP e afins uma nova forma de luta. Esqueçam a legislação, os tribunais e o cortes na Internet. Façam greve. Não vendam nem aluguem nada enquanto houver quem copia. Se a vossa actividade servir de alguma coisa convencerão as pessoas a mudar de atitude. E se ninguém vos ligar ficam com a prova de que já não servem para nada."
    Simplesmente delicioso Ludwig.
    Um abraço e parabéns pelos seus fantásticos textos.
    João Bragança

    ResponderEliminar
  10. Ludwig,

    acho que o papel principal do Estado é redistribuir riqueza e garantir acesso universal a bens e serviços que não convém deixar ao sabor do mercado, como justiça, educação, saúdes, etc.

    Não vejo problemas em deixar a questão da educação e da saúde fora das mãos do governo. Como temos visto com o radical esquerdista Obama e com o sistema de saúde inglês, esse tipo de poder nas mãos de burocratas é mau para a sociedade.

    Mas percebo porque é que as religiões não gostam desta ideia.

    Eu não sei o que "as religiões" pensam, mas do ponto de vista Cristão, a noção de "re-distribuição estatal da riqueza" é sempre suspeita. O melhor é cada indivíduo voluntariamente pegar no que tem e ajudar as pessoas que realmente precisem. Deixar que seja o "estado" a fazer "caridade" é fugir às responsabilidades.

    É esta atitude Cristã que explica que sejam os Cristãos (e não os ateus) o grupo social mais disposto a participar activamente (com o seu tempo e o seu dinheiro) em medidas de apoio social.

    As coisas estão tão óbvia e os resultados tão benéficos que agora temos ateus a dizerem que África precisa de mais ajuda ateísta.... desculpa: ajuda Cristã. Enganei-me.

    Ateu Afirma: África Precisa de Deus

    ResponderEliminar
  11. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  12. «É esta atitude Cristã que explica que sejam os Cristãos (e não os ateus) o grupo social mais disposto a participar activamente (com o seu tempo e o seu dinheiro) em medidas de apoio social.»

    Isso é invenção tua.

    Só para dar um exemplo, a esmagadora maioria dos multi-bilionários nos EUA é cristã, mas foram Bill Gates e Waren Buffet, ambos ateus, os únicos que decidiram dar praticamente todo o seu legado (mais de 90%) para ajudar a resolver os problemas sociais em África.

    Se vais aos grupos de voluntariado, podes encontrar mais cristãos do que ateus, porque existem mais cristãos do que ateus na sociedade. Mas vais encontrar uma percentagem de ateus bem superior aos 4% de ateus na sociedade. Até nalguns grupos cristãos, que aceitam a ajuda de ateus, podes ver uma percentagem de ateus superior a esses 4%.

    ResponderEliminar
  13. João Vasco,

    Excelente resposta.

    ResponderEliminar
  14. João Vasco,

    «É esta atitude Cristã que explica que sejam os Cristãos (e não os ateus) o grupo social mais disposto a participar activamente (com o seu tempo e o seu dinheiro) em medidas de apoio social.»

    Isso é invenção tua.


    Não, não é "invenção" minha, João; é um facto consumado, verificado e comprovado por vários estudiosos.

    Antes de mais tens que perceber bem o que eu disse em cima. Eu não disse que não há ateus que não dão do seu dinheiro para o que eles chamam de "caridade". O que eu defendo é que em termos comparativos e proporcionais, os Cristãos estão bem acima dos ateus no que toca à caridade.

    Só para dar um exemplo, a esmagadora maioria dos multi-bilionários nos EUA é cristã mas foram Bill Gates e Waren Buffet, ambos ateus, os únicos que decidiram dar praticamente todo o seu legado (mais de 90%) para ajudar a resolver os problemas sociais em África.

    Mas o facto de Bill Gates e Waren Buffet terem resolvido dar practicamente todo o seu legado para ajudar a resolver os problemas sociais em África (nem me ponhas a falar sobre a "ajuda" que o Bill Gates dá no que toca ao "controle populacional" nem sobre o seu racismo) não invalida que em termos proporcionais os Cristãos conservadores são bem mais caridosos que os esquerdistas seculares.
    A tua resposta é do tipo: eu afirmo que os Cristãos estão bastante envolvidos na génese da ciência moderna, e tu "refutas" essa alegação dizendo que foram dois ou três ateus que fizeram as descobertas mais importantes. Esta "resposta" não invalida a alegação inicial, nem a tua alegação em torno do Gates e do Buffet anula o que eu disse em cima.

    Se vais aos grupos de voluntariado, podes encontrar mais cristãos do que ateus, porque existem mais cristãos do que ateus na sociedade.

    EU não só encontro mais Cristãos, como proporcionalmente encontro bem mais Cristãos do que ateus.

    Para veres melhor o que digo: imagina que os ateus são cerca de 15% da população, certo? Tu vais ter muita dificuldade em confirmar que os ateus são cerca de 15% do voluntariado e das pessoas que trabalham no apoio social. E isto não é por motivos económicos, mas sim por falta de vontade. Os ateus em média e proporcionalmente não se interessam por trabalho social. Os Cristãos sim.

    Mas vais encontrar uma percentagem de ateus bem superior aos 4% de ateus na sociedade.

    Ai agora só são 4%? lol Pelos vistos essa percentagem varia conforme o assunto em questão. A wikipedia diz que 2% da população mundial acredita que o universo criou-se a si mesmo (ateus) mas 12% são "sem religião".
    Quando vos interessa vocês associam-se aos agnósticos e aos "Sem religião" mas quando já não vos interessa (como neste caso, e como forma de aumentares a proporção dos ateus no trabalho social) os ateus já são só 4%.
    ........
    Eis um exemplo claro:

    My son-in-law and I went to Joplin, MO (about an hour from where I live) and spent a long day in the heart of the disaster area helping several people dig out and sort through what was left of their homes. There was not much to save. The pictures posted on several news sites can't begin to tell the story.

    While driving through the wreckage, we spotted Salvation Army, Catholic, Baptist, Lutheran and Mennonite volunteer work teams. Free child care services are being provided by a host of local churches. Local gyms and warehouse facilities are loaded with donated items from regional churches. . . . Not once did I see one atheist-sponsored group or work team. Not one.


    http://voxday.blogspot.com/2011/05/mailvox-atheist-assistance.html

    ResponderEliminar
  15. «Não, não é "invenção" minha, João; é um facto consumado, verificado e comprovado por vários estudiosos.»

    Já vi verificado e comprovado por vários estudiosos o oposto.

    «O que eu defendo é que em termos comparativos e proporcionais, os Cristãos estão bem acima dos ateus no que toca à caridade.»

    Eu defendo o oposto.

    A menos que incluas as dádivas à própria igreja como caridade. Aqui, claro que o caso é diferente, um ateu pode pagar médicos, professores e assistentes sociais através dos donativos que faz, mas não tem de pagar uma estrutura ritualística inútil para o trabalho social.

    Ou seja, se olhares para os donativos a instituições como a cruz vermelha, a AMI, etc, verás proporcionalmente muito mais dinheiro dado por ateus do que por cristãos.


    «não invalida que em termos proporcionais os Cristãos conservadores são bem mais caridosos que os esquerdistas seculares.»

    Mostra que, nesse grupo restrito que referi, isso não acontece. Esse é um bom grupo, porque é pequeno e nem precisamos de uma amostra: podemos olhar para todo o universo (no sentido estatístico do termo).

    Os multi-bilionários cristãos são menos generosos do que os multi-bilionários ateus. Porque será?


    «Tu vais ter muita dificuldade em confirmar que os ateus são cerca de 15% do voluntariado e das pessoas que trabalham no apoio social.»

    A minha experiência pessoal não é essa.
    É a oposta, em grupos de voluntariado que não são religiosos (nem o oposto)
    mais de metade das pessoas não têm religião, e os ateus são quase metade.


    «Ai agora só são 4%?»

    Eu por caso costumo ter o cuidado de distinguir entre ser ateu e não ter religião.

    Existem cerca de 4% de ateus em Portugal, e cerca de 10% sem religião (inclui agnósticos, etc..).


    Quanto ao post que partilhaste, nota que o estudioso foi incapaz de comparar os cristãos em geral com os ateus.
    Teve de criar três categorias, separar os cristãos muito participativos dos normais, para depois os comparar com uma categoria na qual os ateus são minoritários (inclui ateus, agnósticos e até cristãos pouco participativos).
    Esse truque é muito engraçado, porque denuncia a necessidade de ter de recorrer a ele para conseguir chegar à conclusão que o estudioso pretendia.
    Se comparar ateus com cristãos não era bom, então divida-se os cristãos em três grupos, ignore-se o grupo intermédio, junte-se um dos grupos (o menos generoso?) aos ateus, junte-se os agnósticos a este grupo, e agora sim, compara-se.

    Pois é. E comparar os donativos à cruz vermelha por país, com a resposta à pergunta «a religião é importante» por país?
    São contas que qualquer um pode fazer, e estão feitas aqui:

    http://ecstathy.blogspot.com/2011/03/are-religious-more-generous.html

    Já tinha visto estudos que mostravam maior generosidade por parte de ateus do que de cristãos, que até cheguei a publicar no DA, mas como não os encontrei agora, fica com essas contas simples, para reflectir.

    ResponderEliminar
  16. João Vasco,

    «O que eu defendo é que em termos comparativos e proporcionais, os Cristãos estão bem acima dos ateus no que toca à caridade.»

    Eu defendo o oposto.

    A menos que incluas as dádivas à própria igreja como caridade. Aqui, claro que o caso é diferente, um ateu pode pagar médicos, professores e assistentes sociais através dos donativos que faz, mas não tem de pagar uma estrutura ritualística inútil para o trabalho social.


    Então tu só contas como "caridade" os donativos que são dados às instituições que tu arbitrariamente escolheste como "úteis"? Assim é mais fácil, não é João?

    A tua definição de caridade então deve ser: "Todo o dinheiro/tempo que é disponibilizado às instituições que são consideradas úteis por uma minoria da população mundial". É isso?
    Isto é ridículo.

    Ou seja, se olhares para os donativos a instituições como a cruz vermelha, a AMI, etc, verás proporcionalmente muito mais dinheiro dado por ateus do que por cristãos.

    Tu continuas com problemas de entendimento. Dar mais dinheiro não me diz NADA em termos PROPORCIONAIS em relação à caridade. O Bill Gates provavelmente já deu mais dinheiro para a "caridade" (esquerdisticamente aprovável) do que todos os Cristãos de Algés combinados. Mas isto significa que os ateus NO GERAL são mais caridosos do que os Cristãos? Claro que não.

    Os multi-bilionários cristãos são menos generosos do que os multi-bilionários ateus. Porque será?

    Mas é todo o Cristianismo definido por essa parcela da população Cristã? Mesmo que os "Multi-bilionários Cristãos" sejam menos "generosos" do que os multi-bilionários ateus (levando em conta que tu arbitrariamente não contas as dádivas a instituições Cristãs como verdadeira generosidade), isso anula que em termos proporcionais os Cristãos sejam bem mais generosos que os ateus? Viste a citação que te dei em cima do site do Vox Day? Onde estão os "multi-bilionários ateus", o PZ Meyers, Dawkins e todos os outros ateus ?

    Tu centralizaste o teu foco na elite ateísta e usas o seu exemplo como padrão para TODOS os ateus, mas isto é logicamente falso, e estatisticamente absurdo.

    ResponderEliminar
  17. João Vasco,

    Quanto ao post que partilhaste, nota que o estudioso foi incapaz de comparar os cristãos em geral com os ateus.
    Teve de criar três categorias, separar os cristãos muito participativos dos normais, para depois os comparar com uma categoria na qual os ateus são minoritários (inclui ateus, agnósticos e até cristãos pouco participativos).


    Mas esse grupo ("sem religião") é o grupo onde os ateus geralmente se incluem quando se trata de aumentar o seu número na sociedade. Claro, excepto quando falamos dos "sem religião" nas prisões e coisas afins; nessas situações, os ateus já querem-se desmarcar dos demais "sem-religião".
    Esta dualidade de critérios é altamente desonesta. Ou se identificam SEMPRE como ateus e DISTINTOS dos demais "sem religião", ou se identificam SEMPRE com a totalidade dos "sem religião".
    Eu, por exemplo, tenho SEMPRE o cuidado de distinguir o Judaico-Cristianismo das outras "religiões", embora os militantes ateus tentem sempre juntar os Cristãos com os muçulmanos e atacar os primeiros via os últimos.

    Pois é. E comparar os donativos à cruz vermelha por país, com a resposta à pergunta «a religião é importante» por país?
    São contas que qualquer um pode fazer, e estão feitas aqui:

    http://ecstathy.blogspot.com/2011/03/are-religious-more-generous.html


    Deixando de lado o facto dessa organização se chamar cruz vermelha, esse site cai no mesmo erro que tu caíste. Senão vejamos:

    "It is common to see figures or claims that suggest that religious believers are more generous in terms of donations to charity than the non-religious."

    Repara que ele junta os "religiosos" dum lado, e os "não-religiosos" do outro lado - coisa que, aparentemente, tu dizes não concordar.

    "(One thing that often concerned me about such figures is that they generally include donations made to their church,"

    Querias que os Cristãos dessem o seu dinheiro a instituições que podem canalizar essas verbas para actividades que contradizem o Cristianismo? Tu eras capaz de fazer donativos a uma igreja? Portanto esta frase do militante ateu autor do artigo é ridículo.

    "which even when limited to money used for actually charitable purposes often have an ulterior motive - proselytization.

    Por enquanto (e infelizmente para os militantes ateus) ainda não é contra a lei exercer o seu Cristianismo (o que inclui "proselytization" (evangelismo).

    O tal artigo é tão fraco que resume os "donativos" aos donativos à Cruz vermelha, O resto dos donativos não valem nada.

    REPITO o que já disse, e não foste capaz de refutar a alegação: os militantes ateus está DESPROPORCIONALMENTE representados no que toca à caridade, ao apoio social e à ajuda humanitária. Apontar dois ou 3 ateus "generosos" (em causas esquerdistas) e usar o seu exemplo como denominador comum entre toda a comunidade ateísta é um erro de lógica gravíssimo.

    Mas eu já estou habituado a erros de lógica vindos da comunidade "o mundo seria bem melhor se todos nós fossemos ateus!"

    ResponderEliminar
  18. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  19. «Então tu só contas como "caridade" os donativos que são dados às instituições que tu arbitrariamente escolheste como "úteis"? Assim é mais fácil, não é João?»

    Não é esse o caso. Imagina que tu tens uma instituição de caridade religiosa. É baseada em princípios cristãos, por exemplo, dirigida por religiosos, etc.. Mas o seu objectivo é o trabalho social. Então isso conta como "caridade".

    Agora imagina que tu tens uma Igreja, e nessa Igreja 90% das despesas correspondem a pagar aos sacerdotes, o equipamento, o espaço de culto, etc.. e 10% vão para ajudar os mais desfavorecidos da comunidade. Então nesse caso, apenas 10% dos donativos correspondem a donativos para caridade. Obviamente não serão 100%.


    «Tu continuas com problemas de entendimento. Dar mais dinheiro não me diz NADA em termos PROPORCIONAIS em relação à caridade.»

    Mas leste o que escrevi? Isso vem em resposta a:

    «verás proporcionalmente muito mais dinheiro dado por ateus do que por cristãos» repito, com ênfase acrescentado: «verás PROPORCIONALMENTE muito mais dinheiro dado por ateus do que por cristãos»

    «Mas é todo o Cristianismo definido por essa parcela da população Cristã? »

    Não, daí eu ter escrito que isto era um exemplo.
    Como a questão do texto da cruz vermelha, escusas de criticar linha a linha que não fui eu que as escrevi, apenas me importavam os dados que o texto refere, como um EXEMPLO.

    Se tu alegas que estes exemplos que dei não são uma prova definitiva e irrefutável, eu concordo com a tua alegação. Nem pretendem sê-lo, porque ela não existe. Mas são bons indícios de como aquilo que acontece é o contrário daquilo que alegas.

    ResponderEliminar

Se quiser filtrar algum ou alguns comentadores consulte este post.