Menos duas ameaças
à indústria cultural. Uma, por cá, é o terrível Luís “Martini-man” Ferreira. Em 2003 fundou o BTuga, um fórum e tracker para a rede BitTorrent, e também distribuía uma versão do cliente modificada para só usar tráfego nacional. Em 2007, os tribunais mandaram encerrar o BTuga devido a uma queixa da AFP e da FEVIP (1). Em 2010, o tribunal de instrução decidiu que não iria prosseguir para julgamento. Agora o tribunal da relação decidiu que afinal vai haver julgamento porque «o arguido utilizou a rede P2P e o protocolo BitTorrent com o único e exclusivo propósito de através do mesmo efectuar ou deixar que fossem efectuadas trocas/partilhas de conteúdos/ficheiros protegidos pelos direitos de autor»(2).
Será interessante ver como isto corre no tribunal. Deixar que sejam efectuadas “trocas/partilhas de conteúdos/ficheiros” não parece ser crime, pois a lei não obriga a impedir que outros façam tal coisa. E provar que ele trocou ficheiros com outras pessoas não é nada fácil. Não basta que ele tenha os ficheiros, porque isso é cópia para uso pessoal, permitida por lei. É preciso descobrir alguém que tenha ficheiros enviados por ele e provar que foi ele quem os enviou. Tecnicamente, não me parece possível. É claro que, legalmente, basta encontrar um juiz que não perceba do assunto e vá na conversa de que o meliante é culpado e merece um castigo pelo grande mal que fez. As provas de que houve mal ou de que foi ele que o fez são irrelevantes.
O mais triste é a futilidade disto. Em 2003 as ligações de banda larga tinham limites ridículos de tráfego internacional. Nessa altura havia vantagem em usar o Bowlfish ou o BTugaRevolution, que filtravam as ligações para só trocar dados entre portugueses*. Quando o BTuga foi fechado, em 2007, já estava obsoleto. Se querem dar uma lição para que nenhum português se atreva a criar um tracker destes, esqueçam. Já não vale a pena. Hoje há dúzias de empresas comerciais, a operar no mundo todo – Rapidshare, Hotfile, Fileshare, Filesonic, etc – que não só permitem “trocas/partilhas” como guardam os ficheiros e enviam um ou dois gigabytes por hora. De graça. É pôr a sacar ao lanche que ao jantar já se tem o filme de alta definição para ver**. E se algum FEVIP fechar uma destas empresas, abrem logo mais duas na Malásia ou na Ucrânia.
Mas algumas ameaças a indústria cultural consegue combater. Ameaças ainda mais perigosas que o “Martini-man”. Os invisuais, por exemplo. Em 1982 e 1985 foram propostas na WIPO e UNESCO alterações à legislação que regula a partilha e distribuição de obras em formatos especiais para pessoas com deficiências. Isto é necessário porque o mercado para edições em Braille, ou equivalente, é tão pequeno que as licenças e a burocracia efectivamente impedem a edição de obras nestes formatos. Passadas quase três décadas, finalmente houve uma decisão. A UE decidiu esperar mais três a cinco anos para ver o que acontece, e depois logo se pensa se é preciso alterar alguma coisa (3). Três a cinco anos que a indústria cultural tem para respirar de alívio, tendo repelido mais uma vez o assalto desses ladrões que querem ler coisas com os dedos e sem pagar licenças.
* Melhor ainda eram os newsgroups da PT, para quem tinha acesso. Descarregava-se muito mais depressa e o tráfego não contava. Ouvi dizer. Eu sei muito pouco destas coisas, se houver aí algum senhor da ASAE a ler isto.
** Segundo consta.
1- Jornal de Notícias, "btuga.pt" foi encerrado pela ASAE
2- Público, Autor do site de partilha BTuga vai a julgamento. Obrigado pelo email com a notícia.
3- Knowledge Ecology International, http://keionline.org/node/1114>15 April European Union proposal: 3 to 5 year delay in negotiations on a copyright treaty for blind persons
E se os malandros dos invisuais arranjam um conversor Braille/UTF-8? Eram milhões pelo cano!
ResponderEliminarÉ o buraco analógico que eles querem sempre tapar antes que lá lhes vão.
ResponderEliminar1. O link para o JN não funciona.
ResponderEliminar2. Depois de várias absolvições em casos semelhantes em Espanha, vai ser interessante ver como a coisa se passa cá. Sim, seja como for é inútil. Já na altura era e agora ainda mais. Já não existem os ridículos limites de tráfego internacional, e há vários países onde os trackers foram declarados legais. Se não for legal operar um tracker em Portugal (e o interesse nisso já é pouco) não faltam outras paragens. E há muito boas alternativas fora dos P2P.
Se os tribunais considerarem crime "deixar que fossem efectuadas trocas/partilhas de conteúdos/ficheiros protegidos pelos direitos de autor" quero ver como descalçam a bota de condenar o Luís Ferreira e não a ZON ou a PT. Qualquer rede informática serve para trocas/partilhas de ficheiros. O operador de uma rede "deixa" que elas ocorram, sejam de ficheiros protegidos por direitos de autor ou não. E ainda na semana passada um advogado-geral do Tribunal de Justiça da UE emitiu um parecer em como obrigar os ISP a implementar filtros para conteúdos protegidos por direitos de autor viola os direitos fundamentais da confidencialidade de comunicações, protecção de dados pessoais e liberdade de informação.
3. É engraçado ver as diferentes velocidades com que avançam as directivas que vão a favor ou contra as vontades da "indústria". Uma directiva para expandir os "direitos conexos" sobre gravações fonográficas de 50 para 70 anos foi aprovada pelo parlamento europeu em 2009 (e a proposta original eram 95 anos!!!). Encravou depois no Concelho, devido à oposição dos governos de alguns países. Um deles era a Dinamarca, que mudou recentemente de opinião. Como já há votos para passar a coisa no Concelho, o processo já está a avançar! Até é possível que nem venha a haver nova votação no Parlamento, que foi a eleições entretanto. E que se lixem os estudos que dizem ser uma extensão inútil, e que o ideal até seria menos de 50anos!
Os invisuais que se lixem! Podem bem esperar 3 ou 5 anos e depois vê-se. Já as editoras, que querem continuar a mamar com os êxitos dos anos 50-60, é que não podem esperar!
Nelson,
ResponderEliminarObrigado pelo aviso. Já corrigi o link.
Quanto à pressão do lobby dos distribuidores, não é só para as alterações a esta legislação. Toda a legislação de copyright vem desse lobby. Não foi criada no interesse da sociedade, nem da arte, nem da pessoa comum. Nunca foi referendada nem parte de projectos eleitorais. Foi criada com tratados comerciais sob pressão de interesses económicos.
OFF TOPIC:
ResponderEliminarUma teoria astrofísica de cerca de 1 século é refutada pelas observações...
A pergunta é: como é que se pode afirmar categoricamente que o relato do Génesis está errado com base em teorias e modelos sistematicamente desmentidos pelas observações?
OFF TOPIC:PROBLEMAS SÉRIOS PARA A TEORIA DO BIG BANG
ResponderEliminarA observação das galáxias contraria as previsões da teoria do Big Bang...
Em que medida é que isto é grave?
Os cientistas respondem:
"The lack of growth of the most massive galaxies is a major challenge to current models of the formation and evolution of large scale structure in the Universe."
Porque será?
A resposta está em Génesis...
perspectiva,
ResponderEliminarJá marcou as férias para a praia Croata que lhe aconselhei? Tem de admitir que precisa de lá passar umas belas temporadas...
Vai-lhe fazer bem... Zrce...
Pedro Ferreira:
ResponderEliminarObservo divertido que os ateus se sentem muito incomodados por duas notícias científicas de sites não criacionistas...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarTIME OUT! PAUSA PARA UMA NOTÍCIA CIENTÍFICA!
ResponderEliminarOs engenheiros informáticos estudam atentamente as "imperfeições" das bactérias para aperfeiçoarem os computadores...
Nas suas palavras,
"That is the lesson of nature, where a humble bacterial cell outperforms our best computer chips by a factor of 100 million, and it does this in part by being less than perfect"...
Será este mais um exemplo de design imperfeito?
OK. Podem continuar a vossa interessante discussão!
Perpectiva,
ResponderEliminarO incomódo é em relação à tua atitude habitual de constantes off-topics... Mas estás a evoluir, pelo menos desta vez não foi a betoneira de copy/paste.
Ludwig,
Eu acredito que o copyright pode ser util de forma a não tornar as obras demasiado amadoras ou para evitar que os filmes se tornem longos comerciais (o que já é verdade no caso de alguns blockbusters de hollywood).
No entanto sempre disse que a partilha de ficheiros nunca deveria ser alvo da lei do copyright mas que cada um que usufrui deveria retribuir aqueles que tornaram possivel a existencia daquela obra em particular.
O meu problema é que perante estes dislates torna-se para mim dificil defender até o copyright light que defendo. Esta malta devia estar a pensar em formas inovadoras de convencer o pessoal a dar-lhes dinheiro em vez de perder tempo nestas imbecilidades...
TIME OUT! PAUSA PARA UMA NOTÍCIA CIENTÍFICA FRESQUINHA!
ResponderEliminarSe a existência de camadas de sedimentos e de fósseis nos cinco continentes não foi o resultado de uma catástrofe global, o que faz um fóssil de tubarão no interior de uma mina de carvão no oeste Estado do Kentucky?
Perspectiva,
ResponderEliminarO artigo do Ludwig tráz um ótimo assunto para ser discutido. As tecnologias criadas para o compartilhamento de informação estão causando um impacto no nosso mundo, positivo ao meu ver. Vc como um especialista em direito poderia agregar muito dando informações técnicas sobre este assunto. Mas infelizmente, continua com a evangelite crônica. Aonde vc pretende chegar exatamente com isso? :-) Ao meu ver vc só esta provando que é um idiota, com o perdão pela ofensa.
Quanto aos seus links sobre astronomia....
1) O link que vc troxue não desmente tudo o que se sabe sobre astronomia, mas uma parte quase que insignificante de um todo. O artigo fala especificamente sobre a lei de von Zeipel. E o próprio artigo fala sobre o seu resultado:
->So where did von Zeipel go wrong? Monnier believes his Swedish predecessor didn't take into account circulation on stars that's not unlike wind patterns on Earth.
"The Earth has a hot equator and cold poles and that causes air circulation," Monnier said. "The hot air wants to flow toward the poles and equilibrate, bringing the temperatures closer together. This is a source of some weather patterns on Earth."
Em que isso muda em termos macros o que se sabe sobre a evolução cósmica? Em basicamente nada.
Agora isso -> A pergunta é: como é que se pode afirmar categoricamente que o relato do Génesis está errado com base em teorias e modelos sistematicamente desmentidos pelas observações?
Esta é uma resposta muito fácil. Abra a sua bíblia em Gênesis 1:16-19
"E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas.
E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra,
E para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom.
E foi a tarde e a manhã, o dia quarto"
Ora, a bíblia esta dizendo que o planeta Terra veio antes que todas as estrelas do Universo. Isso é impossível, lamento em te dizer ;-)
2) "The lack of growth of the most massive galaxies is a major challenge to current models of the formation and evolution of large scale structure in the Universe."
Porque será?
A resposta está em Génesis...
Faltou só vc dizer aonde ;-)
Agora repare no que o Willian Lane Craig tem a dizer sobre este assunto :-)
http://www.youtube.com/watch?v=1MDtt1eRwow
Queres uma boa treta da semana?
ResponderEliminarDescobri hoje que o blog do AstroPT tem uma licença Creative Commons do tipo BY-NC-ND. É a mais restritiva de todas, mas a pedra de toque é o texto que "completa" a licença:
«O astroPT não permite que os seus posts sejam copiados integralmente para qualquer tipo de publicação (digital ou não) sem o prévio consentimento, por escrito, dos responsáveis pelo astroPT. É permitido pelo astroPT que pequenas partes (excertos) sejam utilizadas para fazer referência, por meio de link, ao artigo completo no nosso blog. Esta é a única forma em que não é necessária autorização escrita por parte do astroPT.»
Ao que parece, este comportamento é necessário porque «Nós próprios, AstroPT, já temos tido problemas com pessoas sem escrúpulos que nos tentam roubar o conteúdo», como eles muito bem explicam aqui.
Isto fica ainda mais engraçado quando nos deparamos com posts como o "Reserva Dark Sky, no Alentejo", que não é mais que uma colagem de textos de outras fontes.
Delicioso :)
Leandro,
ResponderEliminarObrigado pelo link. Na verdade, é uma confusão medonha.
Deixei lá um comentário, a ver o que dizem.
Ludwig,
ResponderEliminarA próxima treta da semana é a possibilidade da privatização da água da torneira. Não inventes.
Para quem não está a ver o filme, separar a EDP da Rede Eléctrica Nacional e privatizar a primeira é como ficar com as canalizações(*) e abrir o mercado aos vários produtores de electricidade. Mas privatizar as Águas de Portugal é nada mais do que abrir concurso para produtores de H2O que queiram concorrer com o novo proprietário... e convidar as pessoas em casa a ter várias torneiras de fornecedores diferentes para melhorar a concorrência :) Está aqui um belo naco de treta. Se o Ludwig não pegar nisto baixo-lhe o rating para triple ©.
–
(*) mesmo que por pouco tempo...
Wyrm,
ResponderEliminar«Eu acredito que o copyright pode ser util de forma a não tornar as obras demasiado amadoras ou para evitar que os filmes se tornem longos comerciais»
Penso que o problema é premissa que só regulando a cópia é que se incentiva a criatividade. Essa premissa parece-me errada. Pode-se regular em vez disso a exploração comercial, permitindo assim aquelas obras que exigem um investimento inicial que depois tem de ser recuperado, e deixar em paz aquilo que as pessoas fazem fora do âmbito dos negócios.
Bruce,
ResponderEliminarA treta da semana depende de vários factores além da treta em si. O mais limitativo é o tempo que tenho para ler sobre o assunto.
Lamento, mas é provável que esta semana seja uma coisa sobre o espiritismo ou assim, que estou mesmo atolado...
Ludwig,
ResponderEliminarNão o vejo em nenhum dos posts. Onde colocaste?
Leandro,
ResponderEliminarEstá neste sobre os copyrights, mas esteve a aguardar moderação. Penso que agora já está visível.
Leandro,
ResponderEliminarÉ realmente muito interessante ter falado assim do astroPT.
Para alguém que diz estar na Educação, não saber ler é um caso grave.
No post sobre o Dark Sky, o que foi feito foi copiar EXCERTOS, em que se escreve com TODAS as letras onde estão as FONTES, com os links para as mesmas.
Já o post sobre Copyrights é precisamente porque há pessoas que não fazem isso, copiando-nos o conteúdo por inteiro sem dizerem ONDE o viram (ou seja, sem nos darem qualquer crédito).
Como qualquer pessoa percebe - bem, pelos vistos, nem todas - são situações totalmente diferentes.
Carlos
Carlos,
ResponderEliminar«Já o post sobre Copyrights é precisamente porque há pessoas que não fazem isso, copiando-nos o conteúdo por inteiro sem dizerem ONDE o viram (ou seja, sem nos darem qualquer crédito).»
Então se é esse o problema, talvez em vez de "É expressamente proibida a cópia deste texto" seria melhor escreverem "É autorizada a cópia deste texto desde que refira o original e o atribua ao seu autor" (que é o que vem na licença CC que escolheram para o astroPT).
Ludwig,
ResponderEliminarE nisso dou-lhe inteira razão.
Cópia não é realmente a melhor palavra.
Daí que penso que amanhã já estará corrigido (já contactei o webmaster para fazermos uma correção nessa parte).
Carlos,
ResponderEliminarSendo assim, dou-me por esclarecido :)
Um abraço,
L
Pela primeira vez, que eu me lembre pelo menos, eu vejo uma discussão em um blog chegar a algum lugar hehehe
ResponderEliminarAleluia.
Alien,
ResponderEliminar«No post sobre o Dark Sky, o que foi feito foi copiar EXCERTOS, em que se escreve com TODAS as letras onde estão as FONTES, com os links para as mesmas.»
Ora bem, eu não queria dizer que vocês criticam o que fazem. Ao que parece fui mal interpretado, mas vou tentar explicar-me.
O AstroPT, aparentemente, preocupa-se muito com "ser roubado"*, mas o que andarão a roubar? Não é um espaço de divulgação de trabalho autoral, de ensaio ou literário; nem é um espaço de divulgação de resultados de investigação original. A partir do tal exemplo que eu referi temos uma pista: o AstroPT parece ser um espaço temático de divulgação científica, que ora duplica simples notícias provenientes de outros sítios, ora elabora pequenas sínteses e análises de diversos assuntos; mas sempre tendo como base informação que está disponível por aí. Ora, estará o AstroPT a querer proteger informação de que não é autor?, ou a proteger o belíssimo jogo de palavras com que apresenta essa informação? Se é este último - só pode ser este último, visto o primeiro não fazer sentido -, então não deveria estar a licença apenas em posts mais próximos do ensaio e da síntese - com cunho autoral - histórica e/ou científica? O que está essa advertência a fazer em posts como o Dark Sky ou no vídeo sobre o Carl Sagan?
* É claro que "ser roubado", na explicação dos vossos princípios, aparece com vários significados: ora se fala de plágio, ora se fala de reprodução não autorizada. Na discussão com o Nelson Cruz pareceu-me que a preocupação era o plágio, mas o plágio não precisa de licenças especiais para ser regulado e combatê-lo não passa por impedir a divulgação de textos integrais. Ou seja, parece-me ir para ali uma tremenda confusão, mas eu não sei ler, por isso o problema pode estar do meu lado.
Outra coisa que não compreendo é a necessidade de pegar numa licença Creative Commons e tentar transformá-la num Copyright vulgaríssimo. Não só é redundante e inútil, como me parece uma deturpação dos princípios que originaram o movimento Creative Commons.
A advertência é automática para todos os posts. Logo, perguntar o que está a fazer em um particularmente, não faz sentido.
ResponderEliminar"mas sempre tendo como base informação que está disponível por aí."
Curioso que isto é o que se faz. Mesmo na academia.
Porque qualquer experiência tem por base informação que já existe, e por isso há referências.
Se o astroPT também o faz, ainda bem. Se não o fizesse, e mentisse dizendo que é original, seria obviamente uma mentira.
Tenho pena que não diga aos seus alunos que não devem plagiar conteúdo que venha de sites, sejam eles quais forem.
Como a "informação está disponível por aí" então plagie-se à-vontade e não se diga donde a informação vem...
Enfim...
Realmente, nestes casos, a culpa não é dos alunos...
Alien, diz-me lá uma coisa: colocar aqueles vídeos todos do Clarke no AstroPT foi plágio?
ResponderEliminarE já agora:
ResponderEliminar- o texto sobre Sagan, tem uma frase que é minha. Fui eu que a escrevi. Não a vi em lado nenhum. Foi trabalho meu. Logo, o crédito deve ser obviamente dado. Essas são as regras académicas que o Ludwig referiu.
- quanto ao texto sobre Dark Sky, foram tirados excertos de vários sitios, e foi dado os links para esses sítios.
Mas os excertos foram escolhidos por mim. Podia ser um qualquer outro resumo. Em 20 parágrafos, podia escolher o 2º em vez do 3º.
mas escolhi determinados parágrafos, porque me pareceram os que davam mais informação.
Logo, se o texto original não é meu, e foram dadas as referências das fontes, o certo é que a escolha desses parágrafos foi minha - deu trabalho ler tudo e escolher aqueles que me pareceram melhores.
Assim, novamente, o crédito do trabalho deve ser dado a quem de direito. Quem lê o post no astroPT e lê esses parágrafos escolhidos, e resolve pôr a mesma coisa num blog próprio, deve obviamente fazer a referência ao astroPT, porque a escolha desses parágrafos teve obviamente um trabalho intelectual meu (e não da pessoa que resolve plagiar).
Estas são as regras académicas: dar o crédito do trabalho a quem o tem.
Quanto aos vídeos do Clarke,
ResponderEliminarOs vídeos são links incorporados.
Quando se põe o link donde se vê as coisas, não percebo onde pode estar o plágio.
Carlos,
ResponderEliminar«o texto sobre Sagan, tem uma frase que é minha. Fui eu que a escrevi. Não a vi em lado nenhum. Foi trabalho meu. Logo, o crédito deve ser obviamente dado.
(...)
Quem lê o post no astroPT e lê esses parágrafos escolhidos, e resolve pôr a mesma coisa num blog próprio, deve obviamente fazer a referência ao astroPT, porque a escolha desses parágrafos teve obviamente um trabalho intelectual meu (e não da pessoa que resolve plagiar).
(...)
Quando se põe o link donde se vê as coisas, não percebo onde pode estar o plágio.»
E eu não percebo onde está o plágio de alguém que publica, no seu blog, um texto integral do AstroPT referindo que é do AstroPT, mas o AstroPT proíbe-o. Isso acontece porque a confusão mantém-se: tu insurges-te contra alhos (o plágio), mas restringes bugalhos (a cópia).
E - o Ludwig vai-me desculpar - essa confusão, no AstroPT, não se vai embora mudando uma palavra: é que nenhum dos exemplos de multas citados no vosso texto a esclarecer as questões do Copyright diz respeito a plágio, mas sim a cópia e divulgação não autorizadas.
Ora, eu acho muito mal o plágio, mas parece-me meio apalermado restringir a cópia num blog de divulgação científica.
Também acho apalermado saltar desta discussão para conclusões sobre a minha sala de aula, mas com isso não me ralo muito :)
No comentário 7 desse post, eu dou vários exemplos de plágios que tiveram, obviamente, consequências nefastas para os seus autores.
ResponderEliminar"referindo que é do AstroPT"
Eu já disse em vários comentários que o nosso problema tem sido com aqueles que copiam SEM referenciarem que é nosso.
Mais claro, não me parece que consiga ser.
Se o Leandro quer continuar a não ler o que eu escrevo, é impossível ter um diálogo produtivo.
"eu acho muito mal o plágio"
Então só se tem que insurgir contra o plágio, tal como o astroPT se insurge contra o plágio.
nitidamente o desemprego é maior do que parece
ResponderEliminarou o funcionalismo já entrou na tolerância da ponte
1
telepac.pt Lisboa 04:34:31 2 00:09
http://ktreta.blogspot.com/2011/04/menos-duas-ameacas.html
2
89.155.108 #. Porto 04:33:53 3 01:57
http://ktreta.blogspot.com/
3
187.36.115. # Desconhecido 04:27:50 1 00:00
http://ktreta.blogspot.com/
4
95.92.88 #. Desconhecido 04:23:36 1 00:00
http://ktreta.blogspot.com/2011/04/isee-you.html
5
187.46.241. # Desconhecido 04:20:06 1 00:00
http://ktreta.blogspot.com/2010/03/igualzinhos.html
6
187.21.172. # Desconhecido 04:26:05 2 11:26
http://ktreta.blogspot.com/
Carlos,
ResponderEliminarTodo o post, que é o que a grande maioria vai ler, se refere a questões de Copyright (o vídeo do YouTube, os exemplos jurídicos apresentados, a própria explicação da licença, etc), mas se acham que isso fica resolvido porque se refere a partir do comentário 7 que estão é a falar de plágio, então parece-me que estão enganados quando dizem que "tudo está perfeitamente claro."
Se vocês o que querem é precaver-se contra o plágio, e nada têm contra alguém copiar integralmente um texto, desde que referindo a origem e autoria, então a minha sugestão é que se limitem a uma licença CC normalíssima, sem "adendas" de vossa autoria que contradigam a própria licença.
Se vocês querem mesmo obrigar a que só se copiem excertos do vosso site - eu acho um bocado palerma que vocês queiram mesmo isso, mas aí admito que é convosco -, então a minha sugestão é que não usem uma licença CC, visto ser inútil para este caso. Basta um velhíssimo "Todos os direitos reservados", e garanto-vos que ninguém se confunde.
"garanto-vos que ninguém se confunde"
ResponderEliminarEsta parte não concordo. Porque basta perguntar às pessoas...
De resto, mesmo nós pondo excertos no post sobre o Dark Sky e nós colocando links explícitos para as fontes.... mesmo assim o Leandro confundiu-se e imaginou que isso era a mesma coisa que copiar textos completos sem links... e por confundir isso, lembrou-se de julgar o astroPT no seu 1º comentário aqui.
Como vê, nós podemos pôr as coisas que pusermos, vai sempre haver alguém a julgar erradamente e a confundir as coisas...
«mesmo assim o Leandro confundiu-se e imaginou que isso era a mesma coisa que copiar textos completos sem links»
ResponderEliminarErrr... pá, Carlos, "o Leandro" já explicou que não disse nada disso, mas está bem, bate lá no ceguinho :)
«Esta parte não concordo. Porque basta perguntar às pessoas...
(...)
Como vê, nós podemos pôr as coisas que pusermos, vai sempre haver alguém a julgar erradamente e a confundir as coisas... »
Acho curiosa esta posição, vinda de um blog que vive de apresentar termos e conceitos complexos a um público alargado, e que não abdicará certamente da correcta utilização desses termos e conceitos. Vocês não defenderão uma utilização indiscriminada de termos como meteoro e meteorito, independentemente disso confundir este ou aquele, então por que defendem uma utilização indiscriminada entre plágio e cópia?
Eu defendo que a vossa preocupação deve ser com disponibilizarem informação correcta. Há muita gente a confundir-se com livros de matemática, mas daí não resulta que os livros passem a escrever-se com erros.
Repara que vocês estão a ser tão claros, tão claros, que eu ainda não sei se posso ou não posso publicar um post vosso, desde que devidamente creditado. A licença Creative Commons ainda diz que sim; o vosso texto sobre a licença ainda diz que não; a conversa com o Ludwig e o Nelson no post mostra que a preocupação é o plágio, mas não esclarece quanto a podermos ou não fazer uma cópia creditada de um post.
Por isso eu vou deixar duas questões directas, e pedia mesmo uma resposta directa:
1) Vocês aceitam cópias integrais de posts vossos, desde que devidamente creditadas? Se sim, então por que não usam apenas uma licença Creative Commons normal?
2) Vocês aceitam apenas cópias de excertos, com links para o original? Se sim, então para que vos serve uma licença Creative Commons?
Não estou a "bater no ceguinho". O seu comentário está aqui disponível para toda a gente ver. Quis criticar o astroPT, que é constituído por várias pessoas com algum mérito nas escolhas de vida que fizeram, fazendo-se passar por engraçado ("Delicioso"), metendo assuntos distintos no mesmo saco.
ResponderEliminarClaro que para alguns, é difícil admitirem que erraram...
De resto, acho estranho como é que continua com dúvidas...
É o que eu tenho dito: por mais que se diga as coisas várias vezes, há pessoas que vão continuar a ver problemas...
A crítica do Ludwig, por exemplo, sobre a frase, já foi corrigida. Ou seja, quando as pessoas têm razão, não temos problemas em reconhecer essa razão. A palavra "cópia" era um erro da nossa parte. Foi retirada.
Quanto às suas questões diretas, mais uma vez vou responder o mesmo que já está para trás, e que eu já disse em comentários no astroPT:
O nosso problema são os plágios. Ponto final.
Tá percebido? Ou vou ter que dizer o mesmo mais algumas vezes?
Mas podemos ter preferências, sobre como as pessoas nos podem referenciar, ou não?
1) Nós não usamos uma licença Creative Commons normal? Eu acho que é isso que utilizamos.
2) Preferimos que usem excertos. Porque é assim que eu faço também. Porque é assim que acho que se deve fazer, já que vários de nós pertencemos à Academia, e obviamente que se utilizam excertos na Academia. "Faz aos outros o que gostarias que te fizessem a ti". Eu não sou religioso, mas penso que esta uma expressão que se deveria aplicar em muitas coisas. Incluindo, aqui.