Burka.
Andar de cara tapada ou destapada não é opção de moda ou idiossincrasia cultural. Em regra as pessoas não andam de cara tapada quando interagem com outros. Além de ser a parte mais expressiva do nosso corpo, a cara é a forma de nos identificarmos. Ninguém espera que os alunos estejam na aula de óculos escuros e barba postiça, se alguém pára a mota para pedir indicações deve pelo menos levantar o visor do capacete e se entrarem pessoas num banco com barretes pretos a tapar a cara é certo que alguém vai chamar a polícia. Andar de cara tapada é uma atitude ameaçadora, porque uma pessoa que esconde assim o que quer e quem é não parece vir com com boas intenções. Em todas as culturas há uma aversão natural a quem aja assim.
E a burka não é excepção porque nas sociedades onde a usam as mulheres não são consideradas pessoas. São propriedade dos pais, dos maridos ou dos filhos e não faz mal terem um pano a tapar a cara. Pessoas de cara tapada não é aceitável, mas nessas sociedades as pessoas são os homens. Esses andam com a cara descoberta.
Os franceses querem proibir o uso da burka em espaços públicos e há quem diga que isto é atentar contra os direitos e costumes daquelas mulheres. Não é uma crítica muito acertada porque os costumes visados são mais os dos “donos” dessas mulheres. Mas, além disso, há outro aspecto importante. Na Europa as mulheres são pessoas. Não são gado nem objectos. E ninguém quer viver no meio de pessoas de cara tapada.
Bem a propósito ainda recentemente um embaixador dos Emirados Árabes Unidos anulou o casamento pq foi enganado. Só tinha visto a noiva em fotografia. A afinal a fotografia era de uma irmã, e a noiva tinha barba e era vesga!
ResponderEliminarhttp://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=1491283
Deviam ao menos seguir a regra das compras à distância (sem ver o produto) que temos cá. 15 dias para devolução. :)
Ludwig
ResponderEliminarDiga-me, por favor, para meu sossego mental, que também não quer proibir as máscaras de ski. Descobri que o republicano Ricardo Alves quer acabar com tudo o que tape a cara: burka, barba, bigode, máscaras de carnaval, máscaras de ski, máscaras de cirurgião em blocos operatórios, etc. Diga-me que não pensa o mesmo, por favor. Se concordar com ele, minta. Eu não aguento tanto laicismo.
António,
ResponderEliminaro que é que prefere:
a) uma lei que só proíbe a burca (e que portanto é discriminatória contra um grupo de pessoas);
b) uma lei que proíbe todas as pessoas de andar de cara tapada.
Antonio Parente:
ResponderEliminarDe onde lhe surgiu essa ideia? Estou convencido que o Ludwig não se importará das mascaras de ski quando se esta a fazer ski.
O Antonio está a pensar começar a usar uma com regularidade na cidade? Ja agora ponha um respirador de mergulho para a gente se rir.
Ricardo:
ResponderEliminarAcho que em determinadas actividades podes permitir tapar a cara. Não tem nada a ver com o que se passa na rua.
Não deves dissimular a tua identidade ou dificulta-la no dia a dia, mas tem de haver excepçoes: que não incluiem usar uma mascara como se de maquilhagem se trata-se.
Eu estou convencido que já é proibido andar de cara tapada. E tambem é proibido andar nu. Mas isso não impede uma pessoa de se lavar. Onde se faz as coisas e para que tambem conta.
ResponderEliminarSe um tipo estiver a soldar uma junta, ou a trabalhar com um material perigoso, pode ter de tapar a cara. Mas andar de máscara na rua fora do carnaval é ameaçador.
ResponderEliminarLudwig,
ResponderEliminarPartilho o seu ponto de vista quanto a burka e a cara tapada. Quanto a proibicao acho que se trata mais de combater o sintoma que a doenca.
Quem sao as mulheres que andam de burka na Europa?
Se trouxeram, em adultas, essa pratica de outros paises, parece-me compreensivel, embora totalmente inaceitavel, que mantenham esse habito, que desaparecera, esperamos, nas proximas geracoes (lembram-se que em Portugal ha bem poucas decadas era impossivel ver uma mulher sem lenco na cabeca nas nossas aldeias?).
Muito mais grave e uma mulher nascida e criada num espaco de liberdade e democracia submeter-se a essa pratica ignobil. Quanto a isso, parece-me mais eficaz regulamentos escolares que proibam o porte de lencos, burkas, crucifixos e qualquer simbolo religioso nas salas de aula. Dando assim uma oportunidade as criancas, eventualmente sujeitas a "pressao da burka" na sua comunidade, de praticarem e experimentarem a liberdade de mostrarem a cara em publico.
Parece-me que a proibicao da burka tem efeito pratico perverso. Por um lado foca-se numa religiao em particular e da azo a fenomenos de vitimizacao dessa comunidade (ex: "Vamos usar a burka, ou a barba, ou qq outra coisa, para mostrar que somos livres de seguir a nossa religiao!"). Por outro lado, e no caso particular da Franca, esta lei e mais um piscar de olho do governo a direita (tradicionalmente catolica e com um medo irracional do islao). Nao e uma lei com preocupacoes praticas: o numero de mulheres que usa a burka em Franca e uma minoria, talvez menos do que o numero de outros casos aberrantes de "escolha religiosa", como a excisao genital feminina ou a recusa de certos tratamentos medicos a criancas esses sim a condenar e reprimir fortemente.
Proibir sera sempre um sinal de derrota civilizacional. E preciso criar as condicoes de liberdade, democracia, cultura e instrucao (por qq ordem), que permitam a cada cidadao, individualmente, uma escolha esclarecida.
PS: Quem nao distigue uma burka de uma mascara cirurgica e comico, tolo ou de ma fe. Em qualquer dos casos nao precisa de resposta.
E ninguém quer viver no meio de pessoas de cara tapada.
ResponderEliminarDepende da cara da pessoa..
Eu também não gosto de viver no meio de pessoas com as cuecas e os rabos à mostra. Mas nunca me lembraria de pedir uma lei para obrigar os adeptos da moda das calças à prisioneiro a usarem um cinto. Acho muito fascista um estado neutro e laico legislar sobre a roupa que as pessoas podem usar. Mas se o querem fazer, não se esqueçam, primeiro está a calamidade de rabos de homens e mulheres à mostra pelas nossas ruas,comboios e autocarros.
ResponderEliminarNão se pode usar burka? E um cachecol pelo nariz, em simultâneo com uns óculos escuros e um barrete até às orelhas, pode-se? Depende do sítio? Então é a mesma coisa com Burka, ninguém a impede, ninguém a obrigua, e quem a queira usar não pode impôr a sua vontade de não se expôr, às regras dos estabelecimentos privados.
Quanto ao resto, se passar na rua por uma figura emburkada, não sou polícia nem tenho de lhe pedir identificação. É a mesma coisa para quem use o tal cachecol, boné, ou barrete e óculos escuros.
A questão das barbas postiças, também não se levanta,porque não tenho o direito de averiguar se as barbas de determinado cidadão são postiças ou não.
A questão da Burka é com a questão do véu; os laicos não gostam de símbolos religiosos e querem salvar as mulheres oprimidas pela malvada da religião. São uns generosos.
Depois, como não defendem princípios, mas os seus gostos pessoais, lá se lembram de tirar um princípio qualquer da cartola para justificar que se proiba a burka. Só porque é própria de uma cultura religiosa, claro...
O Ricardo Alves escolheu o princípio da segurança. E caiu no paradoxo da máscara de Ski, como referiu o António Parente. Foi uma fuga para a frente, desesperada...
O grande argumento dos laicos, como se vê neste post, é o de que simplesmente não gostam de ver mulheres emburkadas. Está bem, e que tem o estado a ver com isso?
Olá a todos,
ResponderEliminarO post saiu um curtinho, e não ficou tudo esmiuçado. Mas quero apontar que não estou a defender que proibir é uma boa ideia. Não digo que não seja, mas não sei se é. Trata-se de um problema social complexo que deve ser difícil de corrigir com o martelo da lei. Os próprios franceses, que eu saiba, ainda estão a debater isto. Proibir os alunos de andar de burka ou funcionários públicos de atender as pessoas assim parece-me claramente sensato. Proibir que se ande de burka em público não é tão claro.
O ponto que queria frisar neste post é que rejeitar esta proibição como um atentado aos direitos dessas mulheres é um erro em dois aspectos. Por um lado porque o uso da burka é imposto e não realmente voluntário. E por outro porque andar na rua de cara tapada também afecta os direitos dos outros, que também devem ser considerados ao pesar os prós e os contras.
O Jairo e o Atónio Parente, como de costume, põem de parte a capacidade de ponderação e tentam ver as coisas só a preto e branco, como se houvesse alguma lei natural ou moral objectiva que nos obrigasse ou a permitir que os alunos estejam todos na aula de capacete de mota ou a proibir calças de cintura descaída e gorros para quem passeia na neve. A esses peço que considerem a possibilidade de pesar vantagens e desvantagens e proibir apenas aquilo que valha a pena proibir.
José Cruz
ResponderEliminarP.S. - Quem não percebe o uso da ironia na caixa de comentários de um blogue se calhar devia... Fico por aqui.
Ricardo Alves
ResponderEliminarSe considera a burka perigosa e atentória da liberdade da mulher, se entende que é uma luta justa, não tenha receio de o considerarem discriminatório. As grandes conquistas da liberdade deram-se quando alguém ousou ir contra o politicamente correcto. Defender a adopção de uma lei irracional só para não o considerarem anti-religioso não faz sentido nenhum.
Ludwig, não vejo qual o problema de ver as coisas a preto e branco. No branco estão todas as cores, no preto não está nenhuma, é a escuridão...
ResponderEliminarConvém mesmo distinguir a luz das trevas. Não digo que seja um iluminado, tenho é por referência que o objectivo de uma discussão ou ponderação é chegar a uma verdade objectiva.
Os teus argumentos são gostos e considerações pessoais. Só um exemplo, se a mulher quiser usar Burka, por que não haverá de ser considerada uma pessoa? Percebs a diferença? Não é o pano que a desumaniza, é a escravidão de alguém decidir aquilo que ela TEM de vestir ou aquilo que ela NÃO PODE vestir.
Mas, claro, como os laicistas são também peritos em psicanálise;dizem que nenhuma mulher livre e mentalmente autónoma gostaria realmente de se vestir assim. Porquê? Porque os laicistas não gostariam, e então querem libertar as mulheres. Daquilo que eles não gostam...
Depois sou eu que tenho falta de ponderação...está bem.
Ludwig
ResponderEliminarPeça ponderação ao Ricardo Alves, não mo peça a mim. Já conversou com mulheres muçulmanas sobre a burka? Aposto que não. Eu já. Talvez ai esteja a diferença nas nossas posições. Eu aprendi a salvar quem quer ser salvo. O Ludwig ainda está na fase de salvar, mesmo que contra vontade do potencial salvado, quem acha que precisa de ser salvo. Um dia evoluirá porque se não evoluir o meu irmão perspectiva tem razão.
«se a mulher quiser usar Burka, por que não haverá de ser considerada uma pessoa?»
ResponderEliminarA questão é: mesmo que uma mulher diga que quer usar burka, pôde ela livremente escolher? Garantiram-lhe que seria tratada com o mesmo respeito pela família, que encontraria à mesma um marido para casar?
Não interessa nada se é ou não um costume religioso, o que interessa é que é um costume atentatório dos direitos humanos e para que é que andámos nós no ocidente a inventá-los e a fazê-los respeitar se depois só nos preocupamos em fazê-los gozar a algumas pessoas?
Se uma qualquer lei religiosa se lembrar de inventar violações rituais de mulheres, vamos admiti-las porque são um costume religioso?
E se as vítimas disserem que estão convencidas de que a violação é o que Deus quer delas e que por isso se submetem, dizemos “Então está bem” e vamos para casa de consciência tranquila?
O avanço do Islamismo no Ocidente, para além da sua ligação à imigração, tem que ver, em larga medida, como a desvalorização das verdades do Cristianismo nos últimos séculos.
ResponderEliminarEstatisticamente o islamismo é a religião que mais cresce na europa.
Demograficamente, os islâmicos têm mais filhos do que os cristãos e os ateus.
Nalgumas décadas, isso terá grandes consequências na Europa.
Na Europa, o Cristianismo tem sido fortemente atacado por dentro, nomeadamente por aqueles pastores e padres que, tendo sido enganados por visões naturalistas e evolucionistas do mundo que negam Deus a priori, se encarregam de semear a descrença nas Escrituras.
Além disso, o Cristianismo tem sido atacado pelos ateus, que querem substituir a crença num Deus eterno, pela crença de que tudo veio do nada por acaso, sabe-se lá como.
Do mesmo modo, o Islamismo propõe-se preencher o vazio de sentido deixado pelo declínio do Cristianismo, substituindo uma religião que tem na sua base um Deus que deu a sua vida por amor das pessoas, de natureza mais rígida e autoritária, em guerra religiosa ("jihad") contra cristãos, judeus e ateus.
O que sucederá à Europa no dia em que o Cristianismo ficar totalmente debilitado e os islâmicos e os ateus estiverem frente a frente?
O que acontecerá aos ateus que quiserem criticar o Corão como hoje criticam a Bíblia?
O que acontecerá aos ateus que quiserem defender o casamento entre pessoas do mesmo sexo?
Em muitos países islâmicos, a crítica ao Corão e as relações homossexuais são punidas com a morte...
Agora fiquei mesmo a tremer de medo...
ResponderEliminarJairo,
ResponderEliminar«se a mulher quiser usar Burka, por que não haverá de ser considerada uma pessoa?»
Se a mulher quiser mesmo usar burka e for uma pessoa, temos o problema de pessoas andarem na rua de cara tapada. Se for para andar de ski, brincar no carnaval ou soldar coisas, tudo bem. Mas se começam a andar por aí de cara tapada nos bancos, ourivesarias, supermercados ou à noite no bairro alto vai haver quem aproveite moda para fazer das suas. Além disso é compreensível que haja quem se sinta ameaçado por ver pessoas a andar assim de cara tapada. Esses factores devem ser ponderados com o direito de andar de cara tapada, não esquecendo que o direito de cada um acaba onde começam os direitos dos outros.
Além disso, esse "se a mulher quiser" é também problemático. Porque se ela não quiser e a estão a obrigar ainda mais razão há para fazer alguma coisa.
Um indício forte de que as mulheres, quando podem escolher, não preferem usar burka é que essa coisa só se usa nas culturas em que as mulheres são indoutrinadas e obrigadas a usá-las. Os homens não usam isso nem as mulheres em todas as outras culturas, dos yanomamo aos novaiorquinos.
Antonio Parente,
ResponderEliminarEu escrevi: "PS: Quem nao distigue uma burka de uma mascara cirurgica e comico, tolo ou de ma fe. Em qualquer dos casos nao precisa de resposta."
Se foi ironia entao e o primeiro caso (e continua a nao precisar de resposta).
Se consideram a proibição anti-religiosa ou exageradamente laicista, então muçulmanos que apoiam a proibição têm o mesmo defeito:
ResponderEliminar* The Muslim Canadian Congress
Farzana Hassan: «To cover your face is to conceal your identity» ("describing the issue as a matter of public safety, since concealing one's identity is a common practice for criminals.")
* The Times of India: Burqa ban: What's the fuss, ask Indian Muslims
Siddiqui: «If you wear a black veil with a slit for only eyes, who will approach you?»
* Mona Eltahawy
«British House of Commons leader Jack Straw, who said the burqa prevents communication. He was right, and he was hardly a right-winger — and yet he too was attacked for daring to speak out against the burqa.» (...) «But the best way to support Muslim women would be to say we oppose both racist Islamophobes and the burqa»
Os soldadores usam máscaras no local de trabalho para protegerem a cara e olhos de queimadura. Os motociclistas protegem o crânio e pescoço usando capacete enquanto conduzem uma moto, com matrícula obrigatoriamente visível. Os esquiadores usam máscara e óculos para se protegerem no frio e fazem-no em locais próprios na neve. Imaginem alguém de cara tapada, sem poder ser identificado, em plena rua, numa loja, numa joalharia, num banco, nos transportes públicos, num aeroporto. Eu também não posso andar com uma arma de fogo assim, como um "cowboy", mesmo com autorização para ter uma, excepto se for agente da Lei. Mas poderia usar numa carreira de tiro ou na caça. Até armas de brincar podem ser usadas para assaltos, mas não existe o mesmo problema em campos de paintball, em casa e em filmagens. Eu não posso andar nú nos locais que referi, mas posso estar nú em casa e numa casa de nudistas. O que interessa é as razões da interdição, que leva a excepções. E a História mostra que o essencialismo absolutista tem estado errado sistematicamente.
«os laicos não gostam de símbolos religiosos e querem salvar as mulheres oprimidas pela malvada da religião»
ResponderEliminarSe o Jairo acredita que a religião nunca oprime, então está a ser ingénuo.
Progressive Scottish Muslims
ResponderEliminarSara Malkani: «in any community, the choices of some people have a definite impact on the lives of others.» (...) «I am a Muslim woman and I do not wear the burka or the headscarf.» (...) «The ban might encourage them to resist the pressure to wear the burka. It might also encourage Muslim communities to think critically about the garment and whether it is compatible with a modern, secular society where women and men are equals.» (...) «In some sense, a burka leads to the most perverse kind of sexual objectification»
Al Arabian News Channel
"French Muslim minister calls for total burka ban"
Fadela Amara: «The vast majority of Muslims are against the burka. It is obvious why»
mail online
Saira Khan: «Thanks to fundamentalist Muslims and 'hate' preachers working in Britain, the veiling of women is suddenly all-pervasive and promoted as a basic religious right.» (...) «as a British Muslim woman, I abhor the practice and am calling on the Government to follow the lead of French President Nicolas Sarkozy and ban the burkha in our country.»
Sugiro que os que acusam de anti-religiosismo os que defendem a proibição da burqa digam os mesmo aos muçulmanos que defendem o mesmo e que usam até os mesmos argumentos. Se for um ateu a fazê-lo, é neo-ateu. Agora quero ver a mesma consistência ao dizerem que muçulmanos são neo-ateus.
Farzana Hassan: «To cover your face is to conceal your identity»
ResponderEliminarmail online: «The 'burkha bandits': Robbers armed with knives and an axe wear Muslim dress to raid stores»
Telegraph: «Burka-wearing gunmen raid French bank»
BBC News: «An armed robber disguised as a Muslim woman has stolen jewellery from a shop in the West Midlands.»
@Bernanrd: «Demograficamente, os islâmicos têm mais filhos do que os cristãos e os ateus.»
ResponderEliminarIsso não me preocupa. Se estás preocupado, compete fazendo filhos.
@Bernard: «crença num Deus eterno, pela crença de que tudo veio do nada por acaso, sabe-se lá como»
Essa crença chama-se "creation ex nihilo" - criação do nada.
Eu não acredito que tudo veio do nada.
@Bernard: «Em muitos países islâmicos, a crítica ao Corão e as relações homossexuais são punidas com a morte.»
Como acontecia nos países cristãos? É que esses países são teocracias. O que acontece, por exemplo, na Turquia, onde a maioria é muçulmana?
@Bernard: «O que sucederá à Europa no dia em que o Cristianismo ficar totalmente debilitado e os islâmicos e os ateus estiverem frente a frente?»
Os islâmicos podem conviver com ateus e cristãos e alguns serão como evangélicos conservadores cristãos.
@Bernard: «O que acontecerá aos ateus que quiserem criticar o Corão como hoje criticam a Bíblia?»
Não me parece que venha a acontecer como na Europa durante a Idade Média e Renascimento. Na Idade Média havia críticos do Corão na Arábia, no meio de muçulmanos, como Al-Ma`arri, Abu Bakr al-Razi e Ibn al-Rawandi. O que lhes aconteceu?
@Bernard: «O que acontecerá aos ateus que quiserem defender o casamento entre pessoas do mesmo sexo?»
Talvez nada. A maioria dos muçulmanos na Europa não são como os dos "países muçulmanos". Eu próprio tenho uma amiga muçulmana e enumerei muçulmanos liberais que se opõem à burqa.
Ruhi Hamid, uma muçulmana inglesa, fez um documentário sobre a Sharia: Inside A Sharia Court. Ela foi criticada por um líder muçulmano e ela é uma crítica da Sharia. O que os tais muçulmanos que referes lhes vão fazer? E às modelos muçulmanas? Existe pelo menos uma Miss Universo na Austrália.
Obrigado por partilhar a sua opinião preconceituosa.
José Cruz
ResponderEliminarColocou 3 hipóteses. Esqueceu a quarta. Acontece a qualquer um. Não swe preocupe.
Cordiais audações,
"Isso não me preocupa. Se estás preocupado, compete fazendo filhos".
ResponderEliminarCéus Pedro, não sabes que Perspectivas dão Perspectivas? ;-)
Ricardo Alves, acredite: a religião nunca oprime ninguém!
ResponderEliminarÉ que a religião é uma coisa muito sossegada. Quem oprime são os homens, e tanto podem usar a religião, o futebol, a ciência, o ateísmo, ou outra coisa qualquer como desculpa.
Sim, Ricardo Alves, o ateísmo pode ser usado como desculpa para oprimir. Não, não cometa a falácia do verdadeiro escocês, dizendo que o ateu como deve ser não oprime ninguém. E espero que não venha com essa treta de que os regimes ateistas eram afinal religiosos...
Quem será o ingénuo? Viu-me negar a existência de fanatismo religioso?
Golpes baixos, Ricardo...tss tss...
Ludwig, quem quiser andar na rua com a cara tapada, que ande. Emburkado ou "encachecolado", cada um sabe de si.
Jairo,
ResponderEliminara sua frase era «mulheres oprimidas pela (...) religião». Foi por aí que comecei.
Quanto a discutir sem a opressão vem dos estalinistas ou do estalinismo, da religião ou dos religiosos, dos islamistas o do islamismo, sinceramente acho que é uma questão de semântica.
A frase era minha, e era irónica. Mulheres oprimidas pela religião, como se a religião fosse um veneno, uma coisa má, uma opressão por princípio...
ResponderEliminarEu entendi a sua frase. Simplesmente: afinal considerar que as mulheres se devem tapar é ou não uma opressão?
ResponderEliminarClaro que é. Assim como considerar que as mulheres não se devem tapar.
ResponderEliminarBernard,
ResponderEliminarSe queres saber o que vai acontecer aos ateus quando o cristianismo desaparecer da europa, e ficarem só os ateus e os muçulmanos, basta perguntar aos escritores ateus que escrevem contra o islão e vivem nos países muçulmanos. A um e ao outro.
Mulheres oprimidas pela religião, como se a religião fosse um veneno, uma coisa má, uma opressão por princípio.
ResponderEliminarClaro que a religião é um veneno. Todos os ateus dizem isso, e portanto deve ser verdade. Se tu não acreditares no que um ateu te diz sobre a tua própria religião, em quem é que vais acreditar?
* Cirurgiões: usam máscara durante uma cirurgia para evitar infecções e são identificáveis mesmo com ela;
ResponderEliminar* Soldador: usa uma máscara enquanto solda para proteger os olhos e a cara, no local de trabalho; não é reconhecido pela cara durante esse momento, mas é pelo contexto e momentos em que retira a máscara;
* Motociclista: usa um capacete enquanto conduz para proteger a cabeça; a cara não é visível, mas a moto tem matrícula, o capacete não é usado ao interagir com outras pessoas e tem uma viseira para se identificar, para além dos documentos com fotos de cara;
* Esquiador: usa capacete, ou gorro, e óculos para proteger a cabeça e olhos do frio, nas montanhas geladas;
* Jogador de paintball: usa capacete que cobre o nariz, boca, as orelhas e parte da testa, por vezes com uma pala, para se proteger da tinta, mas os jogadores identificam-se entre si e só é usado em campos destinados para os jogos;
* Máscara para cara: usado para protecção de contágio; apenas o nariz e boca são cobertos;
* Cachecol até ao nariz: usado para proteger o nariz e boca do frio; mas a pessoa pode ser identificada, mesmo com gorro, nem que seja pedido para que o retire para tal; não é usado é locais fechados;
* Ninja, terrorista, assaltante, carrasco; polícia de intervenção: usam máscaras para não serem identificados; nos dois últimos casos, apenas autoridades do Estado sabem quem são;
* Burka: era usada por homens e mulheres em tempestades de areia, no deserto, cobrindo todo o rosto e corpo, com olhos tapados por uma rede; agora apenas as mulheres de cultura muçulmana conservadora usam-nas, sem nunca poderem revelar o rosto, excepto à família, e não pode ser tocada, excepto através de algo como um pau;
A polícia está autorizada a estar armada nos locais públicos.
ResponderEliminarOs caçadores podem usar armas, se tiverem autorização e em locais permitidos.
Pode-se usar armas de fogo em locais fechados para tiro ao alvo. Também pode-se usar uma arma de fogo em eventos desportivos ao ar livre, de forma controlada.
É proibido um civil possuir armas em lugares como escolas, mesmo com licença de porte de arma. A Igreja Católica apoia.
É preciso ter um curso ministrado pela PSP e passar por exames médicos, psíquicos e físicos, para possuir e usar armas de fogo, e ainda é necessário renovar licenças e actualizar registos de portes de armas. São obrigados a apresentar as armas e documentos sempre que solicitados pelas autoridades competentes, de declarar extravios, furtos e roubos de armas e documentos e do uso da arma em defesa pessoal ou de propriedade. Não podem «exibir ou empunhar armas sem que exista manifesta justificação para tal» nem «disparar as armas unicamente em carreiras ou campos de tiro ou no exercício de actos venatórios, actos de gestão cinegética e outras actividades de carácter venatório, nomeadamente no treino de caça em áreas específicas para o efeito, em provas desportivas ou em práticas recreativas em propriedades rústicas privadas em condições de segurança para o efeito».
Portanto, existem excepções e obrigações que oprimem quem quer usar armas. Também somos oprimidos por não podermos exibir os genitais em locais públicos. Agora as regras e a Lei para proteger as pessoas contra outras pessoas são chamadas de opressões.
Perguntas:
* Que homens gostam de usar burqa?
* Que mulheres que não pertencem a uma cultura islâmica conservadora usam a burqa por gosto?
* As autoridades da Lei e de espaços privados podem obrigar uma mulher a revelar o rosto para se identificar e a revistá-la?
* Como se identifica alguém que usa burqa num estabelecimento com câmaras de vigilância?
* A burqa é usada para assaltos, tráfico e ocultar bombas?
* Qual é a razão de um casal do mesmo sexo não poder contrair matrimónio e de não poder andar nus nos espaços públicos, mas ser permitido usar burqa?
* É um homem ou uma mulher?
Já se ouvi alguém dizer que deve ser permitido entrar-se em bancos ou estabelecimentos privados vestido com uma burka?
ResponderEliminarGosta de usar burka quem gostar.
Pedro Amaral Couto
ResponderEliminarA dimensão e o número dos seus comentários está-se a aproximar perigosamente do estilo do meu irmão perspectiva. Se isso significa que vai a caminho do Cristianismo, seja bem-vindo.
António Parente,
ResponderEliminarjulgo que os comentários são fáceis de ler rapidamente. Resumo:
1) Li acusações, algo como laicismo exagerado. Resposta: coloquei citações de muçulmanos.
2) Dizem que não existem razões para proibir a burka, passando à defesa igual à do relativismo, e usei respostas de muçulmanos. Defendi que que a burqa oculta a identificação e isso serve para cometer crimes (como sugere o presidente do Comité de The Muslim Canadian Congress). Repeti com exemplos concretos e o exemplo do uso de armas.
3) Compararam a burka com máscara de protecção no trabalho, lazer em espaços dedicados e cachecóis.
4) Respondi ao perspectiva, que parece ser como o Mats que quer expulsar os muçulmanos da Europa, e tenta provocar, como por fazes de forma paternalista. O último comentário é um exemplo. É a minha vez.
Tinha apresentado um exemplo ao Mats: nazis à porta de sua casa pergunta se viu um judeu a fugir. Tinhas protegido dentro de casa. 1) Mentes para despistar os nazis, ou 2) permites que o judeu seja capturado? O Mats disse que recusava-se a responder, sendo a terceira hipótese. Mas o resultado é como a segunda: os nazis prendem-no e revistam a casa. Antes escrever mais para ser preciso, do que ser tão vago para não responder, como o Mats. Se isso significa que és como os criacionistas, estamos mal.
Jairo querias um exemplo de uma moral que pode não ser benefica para quem a escolhe - essas mulheres que querem usar burka em paises ocidentais (se bem que imagine sejam poucas).
ResponderEliminarVai ser enorme o sucesso. Até ja se pede para entrevistas de emprego.
Emancipe-se!E venha de burka às nossas entrevistas de emprego.
PS: No entanto alguns politicos deviam usar burka. Assim a gente ate podia pensar que não eram sempre os mesmos.
Queria um exemplo do quÊ?»?!!!!!
ResponderEliminarEstás muuuuuuuuuito confuso.
É claro que não é preciso proibir a burka.
ResponderEliminar"Farzana Hassan: «To cover your face is to conceal your identity» ("describing the issue as a matter of public safety, since concealing one's identity is a common practice for criminals.")"
Por isso é que são se pode entrar em bancos e estabelecimentos de comércio de cara tapada.
* The Times of India: Burqa ban: What's the fuss, ask Indian Muslims
Siddiqui: «If you wear a black veil with a slit for only eyes, who will approach you?»
Quem o quiser fazer. Sim, quem usar burka ou vendas nos olhos à "tartaruga ninja", fica com menos hipóteses de fazer amiguinhos. É uma escolha.
"* Mona Eltahawy
«British House of Commons leader Jack Straw, who said the burqa prevents communication. He was right, and he was hardly a right-winger — and yet he too was attacked for daring to speak out against the burqa.» (...) «But the best way to support Muslim women would be to say we oppose both racist Islamophobes and the burqa»"
Sim, deve haver oposição aos que odeiam a religião, não só o Islão em particular, e a quem obriga mulheres a vestir burkas.
Agora, eu não me oponho a bocados de pano....
Jairo,
ResponderEliminardizes que «são se pode entrar em bancos e estabelecimentos de comércio de cara tapada», admites que existem razões para proibir em casos particulares. Segundo a Lei da Bélgica, por razões de segurança pública, é proibido ter a cara tapada em locais públicos, excepto durante o Carnaval. A Itália tem uma lei semelhante desde 1975. A Noruega, Holanda e Áustria estão a discutir leis similares.
Chamas à burca de "bocados de pano". É uma veste única que tapa todo o corpo, com uma rede nos olhos, por vezes com luvas acompanhadas. Servia para se proteger de tempestade de areia no deserto e depois para as mulheres não serem violadas (é como se estivessem nuas sem ela). É o mesmo tipo de motivos que invocam para o seu uso. Isto é uma burca. Isto é um nicab (mas é comum chamarem de burca). Bocados de panos, como um lenço, não é uma burca.
Curiosamente apenas as mulheres de culturas islâmicas conservadoras é que usam a burca, e elas não se pronunciam no debate, segundo as notícias. Se é apenas gosto, devem poder retirá-lo nos locais em que têm de interagir com outras pessoas. Se tanto amor pelas vestes impede-o, alienando-se, então é uma patologia mental. Se não gostam, devem estar a usá-la por serem acondicionadas a tal. Achas que devem ser investigados esses casos?
Mona Eltahawy: «But the best way to support Muslim women would be to say we oppose both racist Islamophobes and the burqa»
ResponderEliminarJairo: «Sim, deve haver oposição aos que odeiam a religião, não só o Islão em particular, e a quem obriga mulheres a vestir burkas.»
Contexto do que Mona Eltahawy (muçulmana) disse:
(...)
«British House of Commons leader Jack Straw, who said the burqa prevents communication. He was right, and he was hardly a right-winger — and yet he too was attacked for daring to speak out against the burqa.
The racism and discrimination that Muslim minorities face in many countries — such as France, which has the largest Muslim community in Europe, and Britain, where two members of the xenophobic British National Party were shamefully elected to the European Parliament — are very real.
But the best way to support Muslim women would be to say we oppose both racist Islamophobes and the burqa. We’ve been silent on too many things out of fear we’ll arm the right wing.
The best way to debunk the burqa as an expression of Muslim faith is to listen to Muslims who oppose it. At the time of Mr. Straw’s comments, a controversy erupted when a university dean in Egypt warned students they would not be able to stay at college dorms unless they removed their burqa. The dean cited security grounds, saying that men disguised as women in burqa could slip into the female dorms.»
(...)
Jairo:
ResponderEliminar"Queria um exemplo do quÊ?»?!!!!!
Estás muuuuuuuuuito confuso."
Se não sabes a que me refiro, não sou eu que estou confuso. Claro que quem não sabe que temos outras discussões noutro sitio pode pensar que sim.
João, não sei a que te referes. Tens de ser mais explícito. Reafirmo: estás muito confuso, nunca te pedi nenhum exemplo destes.
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