sexta-feira, fevereiro 19, 2016

Treta da semana (atrasada): e o problema do alakazam.

Estas coisas são como as cerejas. Acerca do meu post sobre o problema do mal, apesar de admitir que os exemplos que dei ilustram «estados de coisas maus M, que consideramos moralmente errado, [e] devemos fazer tudo para [...] prevenir», o Domingos Faria afirmou, no entanto, que «se Deus existe, ele não pode eliminar tais estados M sem que também elimine estados de coisas bons que os superam, nomeadamente o livre-arbítrio». Indo mais longe, Faria alega até que «se é melhor um mundo com livre-arbítrio do que sem livre-arbítrio, Deus pode ter uma razão para permitir todos os estados de coisas que resultam do livre-arbítrio, quer tais estados sejam morais quer sejam imorais» (1). Isto cria mais problemas do que resolve.

Primeiro, permitir «todos os estados de coisas que resultam do livre-arbítrio» não nos diz se é o livre-arbítrio do violador se o da vítima, se do opressor ou do oprimido, se do caçador ou da presa. E não se vislumbra justificação moral para Deus resolver tais conflitos sempre em favor do mais forte. Em segundo lugar, os tais «estados M» não são letras abstractas. Há dias, uma mulher transtornada tentou suicidar-se no Tejo com duas filhas pequenas. As filhas acabaram por morrer. Neste “estado M” não há vestígios de qualquer valor moral superior que Deus tenha protegido ao permitir tal desfecho. Não foi o livre-arbítrio das vítimas mortais, uma bebé e outra com 4 anos. Também não deve ter sido o livre-arbítrio da mãe, considerando o estado em que estava e o desespero que a assolou em seguida. Compreendo que Faria tenha de chamar a isto um “estado M” para conseguir dizer que protege “coisas boas que o superam”. Dava cabo da tripa se enfrentasse o concreto em vez de gesticular em abstracto. Compreendo, mas não aceito.

A tese de que Deus fez neste o melhor de todos os mundos possíveis também é inconsistente com outras partes da mitologia Cristã. O Paraíso devia ser melhor do que a Terra. Deus teria até evitado muito mal e sofrimento se tivesse criado, logo no Paraíso, somente as pessoas destinadas a ir lá parar. O Inferno também está a mais. Não deverá haver “coisas boas” que superem o sofrimento eterno de forma a justificá-lo moralmente. Mas discutir isto é como discutir a diferença molecular entre a kryptonita verde e a kryptonita vermelha. Mais interessante será considerar os detalhes desta hipótese de vivermos no mundo ideal, criação de um deus perfeito.

Imaginemos um universo hipotético igual ao nosso em quase tudo excepto que, nesse outro, basta apontar o dedo e dizer “alakazam” para fazer alguém irromper em chamas e morrer num sofrimento horrível. Porque eliminar essa possibilidade resulta num universo melhor, Deus terá criado este nosso universo onde é inócuo apontar o dedo e dizer “alakazam”. Livrou-nos de um mal sem eliminar “coisas boas” como o livre-arbítrio. Até aqui parece fazer sentido. Mas, no nosso universo, podemos obter o mesmo efeito regando alguém com gasolina e atirando um fósforo. E é tão mais fácil quanto mais indefesa for a vítima. Um bebé, uma pessoa amarrada ou com as pernas partidas, por exemplo. Ou seja, Deus consegue impedir que se incinere pessoas com um dedo e “alakazam”. Isto não elimina “coisas boas de maior valor”. Mas se for com gasolina e um fósforo então já não dá. Sendo esta diferença irrelevante, quer para a moralidade quer para o livre-arbítrio, a proposta de Faria não faz sentido.

Acontece o mesmo pelo outro lado. Imaginemos um universo hipotético no qual ninguém sofria de insanidade, doença de Alzheimer, psicoses ou depressões. Estas maleitas causam males e sofrimento além de degradarem o livre-arbítrio. Segundo Faria, isso não pode ser melhor do que o nosso universo senão era assim que Deus o tinha feito. Temos de assumir que alguma “coisa boa” desconhecida compensa todos os problemas mentais e não pode existir sem estes. O mesmo para os nossos reflexos. Se fossem melhores haveria menos acidentes. Deve haver alguma “coisa boa” desconhecida nos acidentes. Que nem pode ser o livre-arbítrio porque são acidentes. Do cancro à unha encravada e do tsunami ao granizo, para cada mal tem de haver um bem desconhecido. Milhões e milhões e milhões de “coisas boas” que ninguém faz ideia se existem.

Seja o que for que se observe, é sempre possível conjecturar várias explicações. Por isso, problema de compreender a realidade é sempre o problema de escolher a melhor entre várias explicações alternativas. Neste caso, uma explicação é a de que este universo é governado por um deus infinitamente bom que criou tudo para ser o melhor possível. Esta explicação complica mais do que explica. Para cada mal que se observa, exige assumir um bem desconhecido que o compensa. Para cada melhoria que pareça possível, exige alegar um mal desconhecido que a anula. Fica tudo tão pejado de bens e de males ocultos que nem com a criança a afogar-se é possível saber se é melhor salvá-la ou deixá-la morrer.

Há muitas explicações alternativas. Muitas religiões, muitas cosmologias, muitos contos, lendas e teorias. Mas, neste momento, há uma explicação que se destaca. É a de que as regularidades do universo se devem a factores impessoais que não são bons nem maus. Esta explica-os em detalhe em teorias como a da evolução, relatividade ou mecânica quântica. Esta explicação dispensa os incontáveis bens e males ocultos que a outra exige e deixa a moral a nosso cargo. Esta explicação diz-nos que é possível melhorar as coisas e diz-nos exactamente o que precisamos fazer para isso. Esta explicação diz-nos o que vai acontecer antes que aconteça, e acerta no que prevê, em vez de só debitar desculpas para o que já aconteceu. Esta explicação não precisa de deuses invisíveis, nem de milagres, nem de fé ou mistérios que nunca se possa desvendar. Esta é a melhor explicação.

1- Treta da semana (atrasada): o problema da má lógica.

34 comentários:

  1. Se a omnipotência é a mesma grandeza de poder que se atribui à bondade, na omnibondade e conhecimento, na omnisciência, então a admissão de que não é logicamente possível evitar o mal exclui a possibilidade de alguém ser omnipotente.

    Mesmo se aceitarmos o livre-arbítrio como justificação excepcional, isso não seria uma boa razão tendo em conta a realidade. Acho que compreendo a ideia de livre-arbítrio como justificação. Ultrapassar grandes dificuldades é admirável. Se houver uma tendência para fazer um mal, como tentação, mas ultrapassá-la, fazer o correcto é mais valorizado. No entanto existem vários problemas em relação a isso.

    Por exemplo, os nados mortos não passaram por essa experiência. Outras pessoas que morreram mais cedo que outras tiveram menos oportunidades para ultrapassarem os seus defeitos morais. Além disso, existem pessoas que tiveram menos e muito mais fáceis obstáculos para fazer o bem, do que outras. Nós não vivemos numa zona de guerra, com falta de alimentos, deparando-nos com imensos dilemas morais de vida ou de morte. Em geral temos "first world problems". Pode-se também dizer que os privilegiados aprendem com o sofrimento alheio, mas isso também continua a ser uma injustiça.

    Esquecendo esse detalhe, existe imenso sofrimento que não tem haver com o livre-arbítrio e que é demasiado para o objectivo de distinguir o bem do mal e valorizar as acções morais. Para já, a justificação de haver mal para a capacidade de saber o que é o bem e o mal só faz sentido no empirismo, exigindo aprendizagem pela experiência. Supostamente Deus não necessitaria desse artifício e teria gravado nas almas das pessoas essa capacidade (ou por um fruto).

    Por outro lado, a própria natureza causa sofrimento, com desastres, doenças, sofrimentos. Poderia servir de lição, mas nós, humanos, conseguimos desenhar jogos com esse intuito, com justiça e sem sofrimento desmesurado. Aliás, nos jogos, geralmente todos os jogadores passam por dificuldades absurdas, que provavelmente nunca passarão no dia-a-dia, mas sem sofrimento absurdo. Também podem repetir para aprender, como uma reencarnação, em vez de simplesmente perderem qualquer oportunidade. Talvez pensam que isso implicaria que não haveria consequências, o que desvalorizaria os actos e levaria a decisões malignas que de outro modo não tomariam, mas existe pelo menos um vídeo-jogo que refuta essa crítica: Under Tale.

    Mesmo ignorando todos esses problemas, segundo a Bíblia, houve vários casos em que Deus revelou-se a indivíduos e grupos, e até Gideão pediu que fossem feitos testes para saber se estava a falar mesmo com Deus. Isso levou à protecção sobrenatural dessas pessoas e à influência das suas decisões. O caso de Paulo é paradigmático.

    O livre-arbítrio significa que existem decisões que não dependem de seja o que for, mas proselitismo implica que o livre-arbítrio não exista e é suposto que tenhamos o dever de evitar que as pessoas tenham certos sofrimentos, que supostamente são justificados. Suponho que todos nós acreditamos que o Jiggsaw, da série de filmes Saw, é um doido malévolo, um assassino, e que os seus testes para que as pessoas dêem valor às suas vidas não são razoáveis, mas no entanto há quem justifique que um Deus como o Jiggsaw como bondoso. A ideia de que não é um assassino, por apenas porque as vítimas tinham poder de decisão para sobreviverem aos testes, é absurdo!

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    1. bolas pá ficas mais janado com a idade e o outro lambril das cerejas nem se fala é da andropausa suponho acerca do poste dele deve estar murcho ...estas coisas quais coisas? ódespois fala do poste que afirma ser dele sei lá se fosse com alunas na universidade de lisboa ou mesmo na fundação da facul de scienças safava-se mas nem o quinta anilha era tão franco a afinfar o poste dele na bioética das traseiras dos premiados com bolsas de investiga a acção do poste no viegas do panasqueiro de biologia havia lá um muito muyto dado ao livra-te do vascus da gama ray

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    2. o que é absurdo é um janado andar no falso livre arbítrio determinista se houvesse livre arbítrio vocês robots já se tinham feito reciclar

      O RISO É A RESPOSTA À MORTALIDADE PORQUE A IMORTALIDADE NÃO RI? O EANES VAI SER IMORTAL? TOU FODIDO NÃO VIVO O SUFICIENTE PRA LHE CUSPIR NA CAMPA

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    3. O SUPONHO QUE TODOS NÓS REFERE-SE SÓ AOS MALUCOS QUE PASSAM POR PESSOAL LICENCIADO NUMA MERDOCA QUALQUER OU INCLUI O MATEMAIS E O HERR PROFESSOR CRIP DO PENSAMENTO ANACRÓNICO OU LÁ O CU GAJO ENSINA NA PRAIA DA CAPA RICA OU NO QUARTEL DE CAVALARIA INVADIDA POR ESTATÍSTICOS VINDOS DO MACAU DE CARLOS O MELANCIA COM CIA E CIO EXTRA

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    4. "Para a Posteridade e mais Além",

      não vislumbrei uma crítica àquilo que escrevi, apenas observações pueris e sem nexo sobre mim num texto de um "janado", sem pontuação, abuso de maiúsculas e erros ortográficos bizarros.

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    5. Cristãos sobre o livre-arbítrio:

      http://www.respondi.com.br/2005/06/existe-livre-arbtrio.html
      "A idéia de livre-arbítrio é estranha na Palavra de Deus. Somente Deus tem o livre-arbítrio. O homem não. Arbítrio é uma vontade gerada por uma determinada escolha." ... "Se o homem fosse livre não precisaria ser libertado. Mas ficamos escravos de Satanás com a queda. Nascemos servos do pecado (Rm 6:16). Assim nem nosso arbítrio é livre"

      http://www.internautascristaos.com/textos/artigos/a-incoerencia-do-livre-arbitrio
      "Para o arminiano, Deus não atropela o livre-arbítrio, logo a vontade humana não tem causação externa. Desta forma, estão asseguradas a integridade e a responsabilidade do homem. Porém, se isso não é tolice, é presunção, porque Deus sempre fará toda a Sua vontade, e nada nem ninguém pode-lhe frustrar a vontade" ... "A vontade se auto-move em resposta ao que a mente conhece, e pode causar tanto a ação em resposta às influências como resisti-las. O que me leva à pergunta: se o conhecimento intelectual [aqui incluídas a moral e a ética] será o ponto de partida, o princípio avaliativo da vontade, como a vontade será livre?"

      O que está em conformidade com a minha opinião de que o proselitismo é inconsistente com a crença no livre-arbítrio.

      ---

      Experiência relevante à questão do livre-arbítrio (que continua em aberto):

      http://super.abril.com.br/ciencia/o-livre-arbitrio-nao-existe
      "Dez segundos antes de os voluntários resolverem apertar o botão, sinais elétricos correspondentes a essa decisão apareciam nos córtices frontopolar e medial, as regiões do cérebro que controlam a tomada de decisões."

      Portanto, por que é que a minha opinião está errada?

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    6. Deve ser mais um troll a tentar mutar e assim evitar o famoso script do Ludwig. Nem a decência tem de usar o nome real. Diz muito de quem escreveu...

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    7. nome real ? chalados que continuam a discutir sobre o caralho ou o carvalho e insistem na pontuação e no couto interruptus ou coitinho com outros homos erectus enfim onanistas desses que persistem em 5 annus horribilis ou em mais do que isso são certamente tarados sexuais cousa muy comum entre os informáticos isso e suicidas

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    8. e um tarado que mete o nome no fakefuck ou nesta merda é um megalomaníaco de merda que aspira à imortalidade uma cousa quanticamente possível mas com um grau de probabilidade muy rasteirinho

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    9. os famosos scripts do outro janado e dos amigos destruíram-me cerca de 30 anos de ficheiros informáticos que andei a meter de um computador noutro desde os velhinhos Wang destruíram ou meteram no lixo uns 16 computes de empresas públicas e privadas com trojans e restantes lançados desde um IP 240 numa zona carota de lixboa até um endereço algures no kansas quando pensava cus tarados do blouko e livra-te andavam no texas

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    10. mas obrigadinho pela resposta gosto muito de bocês ó retardados mentais pensam muito devagarinho e nem percebo como conseguiram arranjar emprego no sector público ou privado sem ser por cunhas né uma vez que nem uma sequência de letras conseguem ler sem vírgulas metam um ponto de exclamação no viegas e sejam muy felizes

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    11. se tivessem livre arbítrio seus robots estavam a fazer companhia ao Carlos cruz ao invés de andarem a engordar como castrados ao pé dum computador

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    12. Nada de novo na caverna do troll polimórfico.

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    13. Nada de novo na caverna do troll polimórfico.

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  2. APARENTEMENTE O BLOQUEIO É POR PÁGINAS E NÃO POR MOTOR DE BUSCA

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  3. O Ludwig é contraditório. Por um lado, acha que tudo resulta de processos químicos e físicos aleatórios e irracionais, mas depois acha que os seus pensamentos são o resultado do pensamento livre.

    Por outro lado, queixa-se de ter sido criado com capacidade para pensar e agir livremente, preferindo ser determinado e inimputável.

    Em que ficamos?

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    1. Criacionismo,

      Mas porque é que para ter livre arbítrio precisamos de ter sido criados? O facto de existirmos e de não existir provas observáveis de que existe o sobrenatural parece conspirar contra tal ideia.

      Também nunca li nada do Ludwig a queixar-se de ter sido criado...

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    2. Criacionismo Bíblico, um pensamento ou decisão tem pelo menos uma causa, ou não tem qualquer causa (acasos).
      Em que ficamos? As tuas decisões têm causas, ou são acasos?

      Acho que nunca vais responder.

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  4. Quem quiser pensar seriamente sobre o assunto do livre-arbítrio pode ler um artigo sobre evolução, religião e livre arbítrio.

    Também pode ler sobre sobre a questão de Deus, o pecado, o sofrimento e a morte e sobre a interrogação acerca da possibilidade e do sentido da moralidade se nós não passarmos de um conjunto aleatório de químicos.





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    1. Criacionismo,

      Estes textos sofrem todos do mesmo problema. Ao apresentar uma visão de uma facção cristã, ignora todas as pessoas que pensam e acreditam de forma diferente. Não me diga que acredita que todos eles se vão converter só por ler estas coisas... Se os textos fossem de origem hindu ou budista, que já agora têm o karma e não precisam de conceitos das religiões abraâmicas, mudaria a sua visão sobre o livre arbítrio? Eu duvido!

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    2. Criacionismo,

      Estes textos sofrem todos do mesmo problema. Ao apresentar uma visão de uma facção cristã, ignora todas as pessoas que pensam e acreditam de forma diferente. Não me diga que acredita que todos eles se vão converter só por ler estas coisas... Se os textos fossem de origem hindu ou budista, que já agora têm o karma e não precisam de conceitos das religiões abraâmicas, mudaria a sua visão sobre o livre arbítrio? Eu duvido!

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    3. O artigo da Creation Ministries é péssimo! Informei-me sobre o que é afinal o livre-arbítrio e os argumentos a favor e contra de várias fontes, ricas e diferentes, quer eu concorde ou não com elas, mas essa criacionista é das piores que já vi!

      Parece que recorre à falácia dos apelo à popularidade, e é óbvio que recorre ao apelo às consequências. Não se sabe exactamente o que é a consciência nem como funciona, mas parece que depende do cérebro e provou-se que, pelo menos nas situações estudadas, as decisões estão determinadas já no inconsciente antes de tornarem-se conscientes. Portanto, no artigo criacionista, estamos também perante não só num Deus criacionista das lacunas, como, aparentemente, todas as provas científicas disponíveis são consistentes com a inexistência do livre-arbítrio (mas é uma questão em aberto).

      Eu citei cristãos que acreditam que o livre arbítrio não existe entre seres-humanos. Recorrem à própria Bíblia e bons argumentos, tendo em consideração a definição de "livre-arbítrio", que não é o mesmo que ter vontade, ou liberdade de tomar decisões:
      * http://www.respondi.com.br/2005/06/existe-livre-arbtrio.html
      * http://www.internautascristaos.com/textos/artigos/a-incoerencia-do-livre-arbitrio

      Com o livre-arbítrio não está em questão a consciência, a vontade ou liberdade de decisão existirem, mas se são independentes de factores externos, o que parece ser inconsistente com a tentativa de conversões por influência de prosélitos. Sempre que alguém disser que viu a Luz, e nasceu de novo com uma nova personalidade, por causa de um determinado evento, então está a ser inconsistente com a ideia de livre-arbítrio. Ainda por cima, na Bíblia não existe o conceito de "livre-arbítrio". Os versículos supostamente sobre o assunto apenas referem-se a tomadas de decisões.

      Os outros dois artigos também são idiotas. Por exemplo, num, para supostamente resolver o problema do mal, usa termos pejorativos, como "we are simply evolved pond scum", faz confusão entre descrição e prescrição com exemplos com Hitler, e usa citações de ateus que elogiam acções de bons cristãos como argumento... tal como existem cristãos conservadores (como William Craig) que dizem que ateus comportam-se moralmente muito melhor que os cristãos, mas que é irrelevante para as conclusões pretendidas nos seus debates nem no artigo citado pelo Criacionismo Bíblico.

      Em relação à proposição "If God is morally perfect, then He has the desire to eliminate all evil—unless He has a good reason for allowing it", é má, porque se Deus pode fazer tudo, não existe qualquer razão para permitir o mal - senão, afinal, Deus tem o poder limitado por ser obrigado a permitir o mal.

      O último artigo mostra a ignorância da própria Bíblia. O bafejo que animou a figura de terra, Adão, não lhe conferiu a capacidade de discernimento moral. Segundo o terceiro capítulo do Génesis, isso só aconteceu depois de ter tomado o fruto do conhecimento do bem e do mal, percebendo de que estava nu (versículos 5,7,11,22).

      Mas mesmo supondo que alguém é capaz de discernir o bem do mal, tomar decisões e ser responsabilizadas por ela, isso não é condição suficiente para o livre-arbítrio. O artigo assume que é, mostrando que os autores são ignorantes nessa matéria, enquanto que os cristãos que tinha citados mostraram pelo menos perceber o que é o livre-arbítrio, conhecer os problemas e destrinçar as minúcias, em vez de serem simplistas. Um artigo poderia até defender que existe livre-arbítrio, mas pelo menos o autor deve mostrar que percebe o assunto.

      Se achas que os autores do Creation Ministries pensaram seriamente sobre esses assuntos, então á óbvio que não deves ser levado a sério.

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    4. Se o livre arbítrio não existe, o artigo do Pedroi Amaral Couto é apenas o produto de processos neurológicos aleatórios, não merecendo qualquer crédito...

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    5. Os textos evolucionistas têm todos o mesmo problema. Ignoram o que os criacionistas pensam...

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    6. Criacionismo,

      «Se o livre arbítrio não existe, o artigo do Pedroi Amaral Couto é apenas o produto de processos neurológicos aleatórios»

      Como é que sabe que não é induzido por um ser sobrenatural? Como é que chega a essa conclusão? Como podemos saber se está certo ou errado?

      «Os textos evolucionistas têm todos o mesmo problema. Ignoram o que os criacionistas pensam»

      Se a Ciência tivesse que considerar a versão cristã da criação, então, e para manter a isenção, teria de considerar TODAS as versões de TODAS as religiões conhecidas e das que possam vir a aparecer.
      A História tem mostrado que é mais útil descartar tudo o que não possa ver validado a um nível natural, que é o nosso nível. O nível sobrenatural, até ver, não está provado que exista, logo, não faz sentido considerar.
      De qualquer forma, os êxitos da Ciência moderna estão à vista. Basta olhar para o ecrã onde lê este texto e considerar tudo o que é necessário para que tal funcione, e sem necessidade de explicações sobrenaturais.

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    7. Criacionismo Bíblico, se não respondeste à minha questão e apenas recorres a ataques pessoais, não mereces qualquer crédito. Vou voltar a perguntar:
      "um pensamento ou decisão tem pelo menos uma causa, ou não tem qualquer causa (acasos).
      Em que ficamos? As tuas decisões têm causas, ou são acasos?"

      Como eu disse, acho que nunca irás responder.
      Ao invés disso, recorres a uma falácia ad hominem para tentar desacreditar-me (és até explícito: "não merecendo qualquer crédito"), ao invés de tentar refutar os argumentos.

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    8. Criacionismo Bíblico, é hipocrisia acusar os outros de ignorarem-te quando está a ser óbvio que estás a fazer o mesmo.

      Eu não estou a ignorar como os criacionistas pensam. A maneira de pensar é como o argumento da banana. Tentam procurar características peculiares que possam ser interpretadas de acordo com os seus dogmas, ignorando tudo o que é problemático. A maneira de pensar criacionista é pela procura de padrões que vagamente possam encaixar nas suas crenças, de formas muito simplista sem pensar criticamente nas consequências se fossem verdade.

      No caso da banana, o seu autor descobriu que existem bananas que não têm qualquer das características que mencionou indicadoras de design. Então responde, usando trechos ardilosamente seleccionados e mal lidos de um artigo, que as primeiras bananas eram como as que temos hoje (que não têm sequer sementes). No entanto, os registos de bananas mais antigas revelam que não tinham as características de design defendidas pelo criacionista. Afinal, segundo ele, os seus críticos não mostraram o vídeo com o argumento no devido contexto. Agora faz de conta que era apenas uma piada. Os criacionistas não são honestos.

      Podemos aplicar o que aprendemos com o argumento da banana noutras situações, como as ideias lançadas pelos criacionistas para explicarem a ordem dos fósseis ao longo das colunas geológicas. Por exemplo, que os animais mais inteligentes conseguiam escapar durante mais tempo do dilúvio. As plantas mais inteligentes também tiveram mais sorte...

      No caso em particular do Jónatas... Criacionismo Bíblico, com o livre arbítrio, ele também não questiona aquilo que acredita. É tudo simples, óbvio, como para o senhor do argumento da banana. Mas não consegue responder a uma simples pergunta:
      todos os pensamentos ou decisões têm pelo menos uma causa, ou não têm causa?

      A resposta tem várias implicações nas respostas de outras questões, como:
      Se o tempo recuasse vários minutos antes de 01/03/16, 11:44, com o mesmo estado que estava, o Criacionismo Bíblico iria enviar a mesma mensagem?
      Será que é realmente possível influenciar alguém a fazer algo que de outra forma não faria?

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  5. Os evolucionistas interpretam a coluna geológica como o resultado de pouca água ao longo de milhões de anos os fósseis neles contidos como evidência de evolução.

    Os criacionistas interpretam a coluna geológica como o resultado de muita água em pouco tempo, manifestação de uma catástrofe global recente que sepultou abruptamente seres vivos perfeitos e funcionais, altamente sofisticados.

    Com base na sua visão da coluna geológica, os evolucionistas datam um fóssil de C. kunmingensis recém encontrado na China como tendo 500 milhões de anos.

    No entanto, os dados observados no terreno corroboram a visão dos criacionistas.

    Vejamos o que eles dizem:

    "one of the... ...most detailed fossils of the central nervous system yet identified"

    "...so well preserved that individual nerves are visible"

    "fossilised soft tissue"

    "most detailed example of a preserved nervous system yet discovered"

    "not only the hard parts of the body, but fossilised soft tissue as well."


    "Like modern arthropods, C. kunmingensis had a nerve cord"

    "the exceptionally preserved ganglia revealed dozens of spindly fibres, each measuring about five thousandths of a millimetre in length"

    "the fibres were in fact individual nerves, fossilised as carbon films, offering an unprecedented level of detail"

    Tudo inteiramente compatível com a fossilização abrupta e recente de um ser vivo altamente sofisticado e plenamente funcional.






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    1. Criacionista,

      «[...]a coluna geológica como o resultado de pouca água ao longo de milhões de anos[...]»

      Posso saber onde obteve tal ideia? Até no wikipédia tem uma descrição decente de formações sedimentares: https://en.wikipedia.org/wiki/Sediment
      Por exemplo diz logo no início:
      «Sediment is a naturally occurring material that is broken down by processes of weathering and erosion, and is subsequently transported by the action of wind, water, or ice, and/or by the force of gravity acting on the particles.»

      «[...]sepultou abruptamente seres vivos perfeitos e funcionais, altamente sofisticados.»

      Que devemos então dizer dos fósseis onde claramente se vê que os seres vivos morreram de doenças? (http://www.factmonster.com/dk/science/dinosaurs/death-and-disease.html)

      Quanto ao artigo, não vejo uma única referência que:
      1) ponha em causa a evolução ou qualquer uma das suas previsões
      2) referência à necessidade de rever a datação de fósseis
      3) referência a um acontecimento catastrófico como o dilúvio

      As conclusão parecem-me óbvias: a evolução ocorre, e pelos vistos, em perídos de tempo mais curtos do que Darwin e outros depois dele pensavam. Ainda bem que a Ciência não precisa de ficar agarrada a ideias e livros da idade do bronze, assim, pode evoluir sempre que seja necessário.

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    2. Lá está o Criacionismo Bíblico a cometer o erro do argumento da banana, sem considerar os outros frutos. Escolher um caso muito particular que é compatível com uma tese, ignorando as excepções, não serve de bom argumento para a tese... pelo contrário. É "cherry picking".

      Criacionismo Bíblico: "Tudo inteiramente compatível com a fossilização abrupta" ...

      The University of Arizona - Geosciences: "Although these deposits give us some of our most spectacular fossil deposits, they are important for many other reasons. First of all, they represent a "snapshot" in time, because of probable rapid burial. Secondly, they provide previously unknown anatomical details that can be important from a systematic (evolutionary) point of view."

      The Counter-creationism Handbook, University of California Press : "Bones can survive for a year before being buried" ... "Rapid burial is not necessary for rapid preservation. Fossils can also be preserved by falling in a peat bog on a anoxic lake bottom" ... "in a tree sap, which can become amber" ... "Rapid burial is common as a result of processes that are local catastrophes or that can scarcely be catastrophes at all"

      http://www.christianforums.com/threads/rapid-burial-not-required-for-fossilization.7810290/ : "The hadrosaur carcasses were being scavenged by theropods and were therefore exposed at the surface for extended periods. The fact that they still ended up in the fossil record disproves the assertion that only rapid burial can preserve bones for fossilization."

      http://what-when-how.com/dinosaurs/dinosaurs-in-perspective-part-1/">what-when-how - Why dinosaur fossils are rare : "Land-living creatures, by contrast, have a farlower probability of becoming fossilized." ... "In rare circumstances creatures may be buried rapidly in drifting dune sand, a mud-slide, under volcanic ash, or some by other catastrophic event. However, in the majority of cases the remains of land animals need to be washed into a nearby stream or river, and eventually find their way into a lake or seabed where the process of slow burial, leading to fossilization, can commence."

      É por isso que o Criacionismo Bíblico encontra poucos casos que acha interessante para o seu habitual "spam". É por isso que as propriedades de fossilização que lhe interessam são raras. E é por isso que foi um animal marinho, neste caso um crustáceo.

      O Criacionismo Bíblico também diz que o crustáceo era "um ser vivo altamente sofisticado e plenamente funcional". Ninguém defende que deva haver seres vivos que não sejam plenamente funcionais para a selecção natural ser aplicada. Alguns orgãos que vão perdendo a sua função são originados de orgãos plenamente funcionais. Ex: as espécies com olhos, mas cegas, são descendentes de animais com olhos funcionais.

      Nem ninguém defende que não possa haver animais com 500 milhões de anos com dúzias - dúzias! - de nervos ... ("exceptionally preserved ganglia revealed dozens of spindly fibres" ... the fibres were in fact individual nerves"). Os criacionistas também só têm dúzias de nervos? Os trilobite e os nautilos já existiam há mais tempo, e o primeiro peixe deve ter surgido há cerca de 500 milhões de anos... por isso qual é o problema de ter havido um crustáceo com dúzias de nervos pela mesma altura?

      Criacionismo Bíblico: "Os textos evolucionistas têm todos o mesmo problema. Ignoram o que os criacionistas pensam..."

      Ah, OK. O que pensas que eu estou a ignorar?
      E tu não ignoras o que eu penso?
      E não ignoras a minha pergunta sobre o livre-arbítrio que tens ignorado?

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  6. A NATUREZA CIRCULAR, CONTRADITÓRIO E AUTO-REFUTANTE DO EVOLUCIONISMO NATURALISTA

    Muitas vezes deparamos neste blogue com afirmações que, se forem examinadas criticamente, imediatamente revelam o beco sem saída auto-refutante em que o naturalismo evolucionista.

    Muitos deles fazem lembrar a afirmação do poeta cretense que dizia que todos os cretenses são mentirosos. Vejamos.

    Não existem verdades absolutas! No entanto, essa afirmação é apresentada como uma verdade absoluta.

    A evidência empírica é a única forma de obter conhecimento verdadeiro! No entanto, não existe nenhuma evidência empírica de que isso seja verdade.

    Não existem normas morais objetivas! No entanto, critica-se aqueles que defendem outros valores morais que não os defendidos pelos naturalistas evolucionistas.

    Tudo o que existe é o resultado de processos irracionais e aleatórios! Se assim é, também essa ideia é o resultado de processos irracionais e aleatórios.

    Não existe livre arbítrio! Se assim é, também esta afirmação foi o produto de processos físicos, químicos e genéticos, não tendo qualquer valor epistemológico.

    Não existe nada para além da realidade física! No entanto, essa ideia não existe no mundo físico, não podendo ser observada, fotografada, pesada ou medida.

    Um Deus eterno, omnipresente e omnisciente não existe! No entanto, quem faz essa afirmação por alguém que se reclame de eternidade, omnipresença e omnisciência.

    A Bíblia está cheia de erros porque foi produzida por seres humanos! Se assim é, essa afirmação também está cheia de erros porque foi produzida por seres humanos.

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    1. Moral da história: o que escreveu está cheio de erros, é produto de processos irracionais e aleatórios.
      Assim, pergunto: para que é que os escreve?!? Não escreva, deixe de produzir lixo aleatório e irracional!

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    2. Criacionismo Bíblico, nenhumas dessas tuas supostas proposições que atribuis ao "evolucionismo naturalista" são necessárias para a teoria da evolução ser verdadeira, e acho que a maior nem sequer é defendida por ateus, nem foi defendida pelo Ludwig, nem pelos comentadores.

      Já escrevi um artigo que explica distinção entre verdades absolutas, relativas, subjectivas e objectivas, com alguns exemplos. Nesse mesmo artigo, mostro que sou contrário à ideia de que a moral é apenas em base de opiniões. Defendo que a moral é subjectiva, mas isso não quer dizer que seja opinativa. O que quero dizer é que aplica-se e depende de sujeitos. Se só existisse ar e calhaus, não havia nada com interesses, que pudesse sofrer, ou qualquer outra propriedade própria de sujeitos (logo: subjectiva), logo poderia existir, na práctica, moralidade. Dito de outra forma: não poderia haver assassinatos, nem roubos, etc. A teoria dos mandamentos divinos também é subjectiva, pois depende de um sujeito (apesar de único).

      Eu sou empirista, mas isso não significa que acredito que a "evidência empírica é a única forma de obter conhecimento verdadeiro". Para se ter conhecimento empírico, é preciso ter instintos para se ser compelido a actividades que acumulam e organizam conhecimento. Também somos capazes de generalizar o conhecimento proveniente da experiência para se obter mais conhecimento sem recorrer à experiência, para além da interna (razão).

      Ninguém defende que tudo o que existe "é o resultado de processos irracionais e aleatórios". Todos acreditamos que seres capazes de racionalidade são capazes de inventar e conceitos e instrumentos pela razão e métodos. Além disso, todos acreditamos que conseguimos fazer previsões extremamente seguras sobre a natureza. Mas o argumento do Criacionismo Bíblico é falacioso por outra razão: é a falácia da composição. As moléculas de ferro não são cortantes, mas com determinada organização, podem formar um objecto cortante. O computador é composto por moléculas que não têm capacidades de um computador. A internet, que ele o Criacionismo Bíblico usa, tem como base uma estrutura muito frágil a erros na transmissão, no entanto o resultado é robusto com retransmissão de mensagens.

      Nem sequer os naturalistas, ou mesmo os materialistas, defendem que tudo o que existe é apenas matéria. O que os materialistas defendem é que tudo é composto por matéria ou resultado da interacção da matéria (como consideram ser o caso da matéria). No entanto, "existir" tem vários significados; por exemplo, "existe" em «a palavra "ideia" existe» (invenção mental que se tornou convenção) e «esta pedra existe» (exterior à mente, real).

      A frase "quem faz essa afirmação [que um Deus eterno, omnipresente e omnisciente não existe] por alguém que se reclame de eternidade, omnipresença e omnisciência" não faz sentido. Tem de ser melhor explicada.

      Não existir livre-arbítrio (em unido por um hífen...) não implica que uma afirmação é apenas produto de processos físicos, químicos e genéticos. E mesmo se fosse, não implica que as ideias deixariam de ter qualquer valor epistemológico. Podemos abstrair-nos da existência de matéria e, mesmo assim, continua a haver o mesmo problema:
      cada uma das nossas decisões tem uma causa ou não tem?
      São aleatórias? Se estivesses fora do Universo e o fizesses recuar no tempo, sem mudar o que havia nesse ponto do tempo, as decisões seriam as mesmas? Ou podiam, na práctica, mudar?

      Até agora a minha previsão de que não consegues responder a esse tipo de questões tem sido certeira. Podes explicar-nos a razão de não me responderes? Será que não tens o livre arbítrio para responder-me? ;)

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